Turismo: Baixo Sabor espera Estação Náutica para promover desenvolvimento turístico

Turismo: Baixo Sabor espera Estação Náutica para promover desenvolvimento turístico

A Associação de Municípios do Baixo Sabor (AMBS) assinou um protocolo com 30 entidades e organismos públicos e privadas para a criação das Estações Náuticas do Baixo Sabor, considerado um passo importante para o desenvolvimento deste território.

“Foi dado um passo importante com a assinatura deste protocolo com estas 30 entidades locais e regionais, e contamos até ao final do ano, ter este o processo concluído e certificado pelo Fórum Oceano”, explicou o presidente da AMBS, Eduardo Tavares.

O Lagos do Sabor fazem parte integrante da albufeira do Baixo Sabor, com extensão de cerca de 70 quilómetros e que abrange os concelhos de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, que agora assumem compromisso da instalação de um projeto de criação de uma Estação Náutica Polinucleada, onde os visitantes podem praticar diversos desportos aquáticos.

Os quatro autarcas do Baixo Sabor têm vontade da criação de uma Estação Náutica Polinucleada, um projeto que deverá estar certificado até ao final de 2022 e fazer parte da rede nacional deste tipo de equipamento.

“Com este tipo de projetos pretendemos criar um turismo sustentável, a captação de jovens para o território e criação de emprego e criação de riqueza”, vincou o também presidente da câmara de Alfândega da Fé.

De acordo com o autarca, as Estações Náutica são um projeto amplo, sendo um contrato social que é feito com as forças vivas do território, como o setor do turismo, empresas ou divulgação da gastronomia.

Para a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, este pode ser um dos melhores exemplos que há na região Norte, dado o potencial paisagístico dos Lagos do Sabor.

“Há aqui [Baixo Sabor] um potencial de desenvolvimento deste território do ponto de vista socioeconómico que é muito importante. Agora com a assinatura deste protocolo relacionado com a criação das Estações Náuticas, dá-se um passo importante que envolve vários parceiros. Este é um dos melhores exemplos da região Norte em relação à promoção turística do território”, vincou a governante.

Por seu lado, António José Correia, coordenador da Rede Estações Náuticas, disse que a coordenação destas estruturas é importante para que se possam priorizar investimentos.

“Há 13 critérios para a criação das Estações Náuticas que têm de ser tomados em conta como é a sustentabilidade, acessibilidades, segurança ou quantos parceiros tem a atividades empresarial nestes projetos em termos atividade náutica. Nunca chumbamos nenhuma candidatura, mas temos em conta todos várias medidas”, explicou o responsável.

Em 2017, foi aprovada uma candidatura ao Portugal 2020 com o objetivo de promover a valorização turística do património natural da albufeira do Baixo Sabor e a marca “Lagos do Sabor”.

O projeto “Lagos do Sabor” prevê ainda a criação de um “Eco-Resort” flutuante, com unidades de alojamento e capacidade de navegação nos lagos e pontos de ancoragem em forma de flor de amendoeira com pequenas piscinas centrais.

A isto, somam-se praias fluviais e ancoradouros, abrangendo os quatro municípios numa única gestão ao longo de 70 quilómetros de lagos.

Fonte: Lusa

Seca: Mogadouro recorre a autotanques para abastecer 15 aldeias

Seca: Mogadouro recorre a autotanques para abastecer 15 aldeias

O presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, António Pimentel, informou que 15 aldeias do concelho estão a ser abastecidas de água por autotanques devido à seca e elevadas temperaturas que se fazem sentir.

“O problema que estamos a sentir verifica-se nas aldeias que são abastecidas por pequenas captações de água. Aqui, como prevíamos, verifica-se um aumento das dificuldades. Nós, em abril, prevíamos que cerca de uma dezena de aldeias viesse a ter problemas de abastecimento de água, neste momento são já 15”, indicou o autarca mogadourense.

Face às elevadas temperaturas registadas na região, disse António Pimentel, “houve um aumento do consumo de água”, sobretudo devido às atividades agropecuárias existentes nestas localidades que precisam de ser abastecidas por camiões-cisterna.

António Pimentel referiu, contudo, que este problema se colocaria independentemente do aumento das temperaturas, e de imediato procurou uma solução, que passa “pela aquisição de autotanque com capacidade para 30 a 35 mil litros de águas para abastecer as povoações mais necessitadas”.

“Ainda não foi possível adquirir este autotanque com capacidade para abastecer as povoações. Eu próprio já diligenciei junto do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), engenheiro Pimenta Machado, havendo um compromisso de se fazer um protocolo com o município de Mogadouro para aquisição do referido veículo”, explicou.

António Pimentel admite “alguma preocupação” no abastecimento de água, “dado que ainda se está no início do verão e há que tomar medidas antecipadas”.

“Mogadouro ainda não tem os problemas de outros concelhos, mas há que tomar medidas adequadas, antecipadamente, para que não haja falta de água”, frisou.

O autarca referiu ainda que até agora o município tem recorrido aos meios e recursos do Corpo de Bombeiros de Mogadouro para levar água às localidades mais afetadas pela seca, mas alertou que “os serviços de Proteção Civil têm a obrigação de colocar os seus recursos à disposição de outros concelhos e regiões, em casos de incêndios ou outras ocorrências, sempre que tal lhe seja solicitado e sem possibilidade de previsão”, o que “o pode afetar o abastecimento de água a populações mais necessitadas”.

“Nestas situações, as populações que necessitam de ser abastecidas de água ficarão sem esse suprimento, por um período de tempo imprevisto”, explicou.

Atualmente, há três localidades do concelho de Mogadouro que estão a ser abastecidas por camiões-cisterna diariamente, e outras com uma frequência de uma a duas vezes por semana, com quantidades que se situam entre os 15 e os 60 metros cúbicos de água.

O autarca adiantou ainda que para colmatar esta situação em tempo de seca, está a preparar o projeto de abastecimento de água ao setor nascente do concelho.

“Na aldeia de Brunhosinho já dispomos de um depósito com capacidade para três milhões de litros de água, cuja água é de uma captação no rio Douro e que será distribuída através um sistema de adutoras, a partir da serra do Variz, para que as aldeias que são abastecidas por pequenas captações ou furos deixem de ter problemas com o abastecimento de água”, concluiu o autarca.

Fonte: Lusa

Palaçoulo: De reguengo a uma localidade industrial

Palaçoulo: De reguengo a uma localidade industrial

No próximo sábado, dia 16 de julho, Palaçoulo vai comemorar 850 anos de atribuição da carta foral (1172-2022), numa cerimónia em que se vai recordar a história da localidade ao longos dos séculos, realçar a modernidade alcançada graças ao espírito empreendedor dos seus habitantes e descerrar uma placa comemorativa.

De acordo com o presidente da freguesia de Palaçoulo, Gualdino Raimundo, esta é a primeira vez que se vai comemorar o aniversário da carta foral do reguengo de Palaçoulo.

“Esta comemoração pretende assinalar a data do nascimento de Palaçoulo, que segundo a história terá recebido a carta foral ou régia, no ano de 1172, entregue pelo rei D. Afonso Henriques ao cavaleiro Pedro Mendes e que instituiu o reguengo de Palaçoulo e Atenor”, disse.

Na idade média, o reguengo ou “regalengo” designava a terra do património real, arrendada com a obrigatoriedade de certos tributos em géneros.

“Nessa época, consta que Palaçoulo estava sob administração de Algoso, então capital da Terra de Miranda”, contou.

Segundo programa, a cerimónia comemorativa vai iniciar-se às 17h00, na sede da junta de freguesia de Palaçoulo.

Com o proposito de prestar informações sobre a história da localidade, a cerimónia inclui a apresentação do livro “L Reglaengo de Palaçuolo, no século XII” e exposições dos oradores António Mourinho, Cisnando Ferreira e Carlos Ferreira, com moderação de Orlando Teixeira.

“O livro “L Reglaengo de Palaçuolo, no século XII” e a apresentação sobre a história de localidade, baseia-se num trabalho de pesquisa realizado por Amadeu Ferreira”, indicou.

Sobre os oradores, o autarca de Palaçoulo referiu que o historiador António Mourinho terá a tarefa de descrever a localidade de Palaçoulo, no século XII, indicando, por exemplo, as classe socias que existiam na altura: o clero, a nobreza e o povo.

“O professor Cisnando Ferreira ocupar-se-á de trazer-nos ao longo da história até aos nossos dias, destacando a originalidade de Palaçoulo ser atualmente uma aldeia empreendedora e industrial”, avançou.

Por sua vez, Carlos Ferreira, que acompanhou de perto o trabalho de pesquisa realizado pelo irmão, Amadeu Ferreira, vai dar a conhecer informações geográficas sobre o reguengo de Palaçoulo e os seus limites.

A cerimónia inclui o descerramento de uma placa comemorativa dos 850 anos de Palaçoulo, que terá lugar no largo da praça de Palaçoulo.

“A placa comemorativa terá inscrito o texto de atribuição do reguengo de Palaçoulo pelo rei D. Afonso Henriques, ao cavaleiro Pedro Mendes”, adiantou.

De acordo com o programa, a cerimónia de comemoração dos 850 anos de Palaçoulo vai terminar com um Porto de Honra e a atuação dos Gaiteiros de Palaçoulo.

HA

Vimioso: Cinema em Uva

Vimioso: Cinema em Uva

As sessões de cinema ao ar livre já são habituais na aldeia de Uva (Vimioso) e no serão do dia 11 de julho, foram exibidas quatro documentários produzidos pela Cinecaravan, um projeto cinematográfico que está em digressão pelo país.

De acordo com Emanuel Catarino, da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), esta iniciativa resultou de uma parceria com a Associartecine (Vimioso) e o projeto Cinecaravan.

A sala de cinema, ao ar livre, foi instalada junto à igreja de Uva e na plateia estavam algumas pessoas residentes em Uva, como o casal Adérito e Maria Antónia.

“Somos participantes habituais das sessões de cinema em Uva. E estamos muito agradados com o trabalho destas associações de jovens , que trazem dinamismo e atividades à aldeia”, disseram.

Na sequência desta sessão de cinema, a Cinecaravan está ministrar uma ação de formação em vídeo, nos dias 12, 13 e 14 de julho, no Parque Ibérico de Aventura e Natureza (PINTA), em Vimioso.

“Este workshop vai ensinar a construir um documentário com poucos recursos, como é um simples telemóvel”, explicou Emanuel Catarino.

Na perspectiva deste responsável da AEPGA, o registo em vídeo poderá ajudar a preservar memórias e tradições, numa região que dado o envelhecimento da população, corre o risco de esquecer o seu património cultural.

Emanuel Catarino informou ainda que nestes meses de verão, a AEPGA vai continuar a ministrar ações de formação em áreas como a fotografia, a compostagem, a agricultura sustentável e o empreendedorismo em meio rural.

HA

Sendim: É vila há 32 anos

Sendim: É vila há 32 anos

No dia 13 de julho, comemora-se o 32º aniversário de elevação de Sendim a vila, com um programa cultural e religioso, cujo destaque é a apresentação da nova coleção de livros da biblioteca, o regresso às atuações do rancho folclórico local e a entrega de prémios aos melhores alunos, do ano letivo 2021/22.

De acordo com o presidente da União de freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, há 32 anos atrás, Sendim era uma localidade cheia de gente que comemorou efusivamente a elevação a vila.

“Em 1990, Sendim era considerada a maior aldeia do distrito de Bragança. E fomos elevados a vila, juntamente com Torre Dona Chama, Izeda e Argozelo”, recordou.

Sergundo o autarca, ao longo dos anos, Sendim tem perdido população e atualmente residem na vila entre 900 a 1000 pessoas.

“Na escola estudam cerca de 200 alunos, do 1º ao 3º ciclo. São alunos de Sendim, mas também de localidades próximas como Atenor, Palaçoulo, Águas Vivas, Picote, Fonte Aldeia, Urrós e Bemposta”, indicou.

A 13 de julho de 2022, Luís Santiago vai comemorar o 32º aniversário da vila de Sendim, desta vez como autarca, seguindo assim, o percurso do pai, Manuel Alves Santiago, que foi tesoureiro da junta de freguesia de Sendim, no mandato do presidente, Jorge Picotez.

“Eu não sonhava ser presidente da freguesia de Sendim. Mas aceitei o desafio que me foi dirigido e agora estamos a trabalhar para fazer o melhor pela união de freguesias”, disse.

Entre os trabalhos já realizados, Luís Santiago, informou que uma das grandes preocupações da freguesia é a manutenção e limpeza dos caminhos rurais.

“Este ano dedicamos uma especial atenção à manutenção do caminho para o rio Douro, de modo a facilitar o acesso da população e, dos turistas, ao cais fluvial dos Pisões”, disse.

Outro trabalho já desenvolvido pela equipa da União de Freguesias de Sendim e Atenor foi o reforço do apoio financeiro às associações locais.

“Aumentámos em 50% o valor financeiro dado às associações. E por falar em associações, dou o exemplo do sucesso da ronda das Adegas, organizada pela associação cultural e recreativa de Atenor”, indicou.

Luís Santiago, informou ainda que ao longo do ano, a união de freguesias tem proporcionado à população atividades e eventos, como foram a comemoração do Entrudo, a celebração da Páscoa, o Dia da Criança e a Queimada Galega.

“Estamos a preparar outras iniciativas. Uma delas é a aquisição de um trator, com alfaias, para realizar a limpeza dos caminhos rurais.”, adiantou.

Este ano, as comemorações do aniversário da vila vão iniciar-se às 16h30, na Casa da Cultura Sendinesa, com a receção aos convidados e a apresentação da nova coleção de livros doados à biblioteca local, por pessoas naturais de Sendim.

“Nestes meses de verão, a biblioteca vai estar aberta permanentemente à população e aos turistas que nos visitam”, informou.

Após esta apresentação, o programa das comemorações do 32º aniversário de elevação de Sendim a vila, prossegue com a celebração da Missa, em honra de todos os sendineses falecidos.

Às 19h00, a freguesia local vai presentear a população com um lanche convívio, na praça central de Sendim.

Para o serão, está agendado o tão esperado regresso das atuações do Renascer – Grupo Etnográfico de Sendimm que será acompanhado pelos grupos de pauliteiros e pauliteiras locais.

“É com muita alegria que assistimos ao regresso do rancho folclórico local, após muitos anos de inatividade. É animador ver tantas crianças a dançar!”, disse.

Após as atuações, a freguesia de Sendim vai premiar os alunos que mais se destacaram no desempenho académico, ao longo do último ano letivo.

“A União de freguesias de Sendim e Atenor pretende premiar, anualmente, os melhores alunos da Escola EB 2/3 de Sendim. É verdade que é um prémio simbólico, mas tem o objetivo de recompensar o esforço e reconhecer o mérito dos alunos”, justificou.

As comemorações do 32º aniversário da vila de Sendim vão encerrar com a atuação de grupo musical sendinês, DM.

“É com muita alegria que assistimos ao regresso do rancho folclórico local, após muitos anos de inatividade. É animador ver tantas crianças a dançar!”, disse.

HA

Entrevista: «Para exercer a política é preciso ter bons alicerces» – Nuno Rodrigues, vice-presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro.

Entrevista: «Para exercer a política é preciso ter alicerces» – Nuno Rodrigues, vice-presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro

No decorrer deste mês de julho, a cidade de Miranda do Douro (10 de julho) e a vila de Sendim (13 de julho) comemoram os aniversários de elevação a cidade e a vila, respetivamente. Nuno Rodrigues, residente em Sendim, é o atual vice-presidente do município e concedeu uma entrevista na qual fala sobre os projetos do novo executivo, do desafio que é a política e do seu percurso pessoal e profissional.

Nuno Rodrigues é vice-presidente do município de Miranda do Douro.

Terra de Miranda – Notícias: Nuno Rodrigues nasceu no dia 12 de outubro de 1977. Tem portanto 44 anos, é casado e pai de três filhos. É natural de Teixeira, reside em Sendim e trabalha na Câmara Municipal de Miranda do Douro. É conhecida a rivalidade existente entre os mirandeses e os sendineses. De que modo esta sã competição promove o desenvolvimento do concelho de Miranda do Douro?

Nuno Rodrigues.: Hoje em dia, essa rivalidade já quase não existe. Ainda assim, acho que é muito bom para Miranda e para o concelho ter uma localidade dinâmica como é a vila de Sendim. Mas o concelho não se resume só à cidade e à vila. Palaçoulo, por exemplo, é uma referência em termos industriais e é um propósito deste executivo construir aí um polo industrial. Também no âmbito da indústria, em Duas Igrejas, pretendemos avançar com o projeto, já aprovado, da zona industrial.

T.M.N.: E em Sendim, o que é prioritário fazer?

N.R.: Em Sendim, para além da construção do matadouro intermunicipal, um dos nossos propósitos é apoiar a recuperação da cooperativa vinícola Ribadouro e da cooperativa olivícola Sendinesa. Na educação, pretendemos requalificar a escola EB2/3 de Sendim. E no âmbito da proteção civil, já no decorrer deste mandato, o município apoiou a criação de duas Equipas de Intervenção Permanente (EIP’s), uma em Sendim e outra em Miranda do Douro, medida esta que contribui para a criação de postos de trabalho e a fixação das pessoas no concelho.

Em Sendim, para além da construção do matadouro intermunicipal, um dos nossos propósitos é apoiar a recuperação da cooperativa vinícola Ribadouro e da cooperativa olivícola Sendinesa.

T.M.N.: Nuno Rodrigues é formado na área do ensino, tendo concluído uma licenciatura em Matemática e Ciências Naturais. E depois realizou um doutoramento em “Estatística”, pela Universidade de Salamanca. Ser professor é a sua vocação?

N.R.: Sim, é a minha vocação e descobri-a na realização no estágio pedagógico. Apercebi-me de que gosto de trabalhar com os alunos e é muito gratificante acompanhar e contribuir para o seu crescimento, académico e pessoal. Enquanto professor procurava dar o melhor de mim, para que os alunos aprendessem. E também aprendi muito com eles.

T.M.N.: E a política, como surgiu o interesse por esta área? E o que o motivou a fazê-lo?

N.R.: Houve duas pessoas que foram fundamentais para a minha participação mais ativa na vida política: um antigo presidente da freguesia de Atenor, o saudoso, senhor José Augusto Pera. E o antigo presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, o engenheiro Manuel Rodrigo Martins. Ambos, com o seu exemplo motivaram-me a participar mais ativamente na política local.

“Houve duas pessoas, que com o seu exemplo, motivaram-me a participar mais ativamente na política local.”

T.M.N.: Que responsabilidades políticas assumiu desde então?

N.R.: Em 1999 fui convidado para a presidência da assembleia da freguesia de Atenor. E depois como deputado municipal comecei a participar nas reuniões da assembleia municipal, em Miranda do Douro. Mais tarde, em 2013, integrei pela primeira vez a lista de candidatos à Câmara Municipal de Miranda do Douro.

T.M.N.: Ao longo destes 20 anos, já desempenhou portanto várias responsabilidades políticas. Já foi autarca numa freguesia, deputado municipal, vereador da oposição, dirigente partidário e agora assumiu o cargo de vice-presidente do município. O que é necessário para exercer bem a política?

N.R.: Diria que para exercer bem a política há que ter alicerces. E eu construí-os, progressivamente, através da experiência adquirida nos cargos e responsabilidades assumidas ao longo dos anos. Neste percurso, destaco sobretudo o trabalho realizado na junta de freguesia de Atenor. Foi aí, na proximidade às pessoas, que aprendi que a política é uma responsabilidade que nos é confiada e um serviço que devemos prestar às pessoas.

“Foi na proximidade às pessoas, que aprendi que a política é uma responsabilidade que nos é confiada e um serviço que devemos prestar às pessoas.”

T.M.N.: A política é uma atividade que exige muita dedicação?

N.R.: Sim, exercer a política ocupa muito do nosso tempo e exige uma dedicação muito grande. Acontece frequentemente que no exercício de um cargo político, com as inúmeras e constantes solicitações, sacrificamos um pouco o tempo que devíamos dedicar à família. Mas quando estamos a trabalhar pelo bem comum, neste caso pelo desenvolvimento do concelho de Miranda do Douro, a família é mais compreensiva.

T.M.N.: O vice-presidente Nuno Rodrigues é responsável por pelouros como a educação, o desporto e a agricultura. O que tem sido feito nestas áreas?

N.R.: Na educação, este executivo está determinado dar boas condições de trabalho às escolas. Temos procurado fomentar um bom ambiente e colaboração entre os funcionários nos vários agrupamentos. Outra prioridade é o apoio social aos alunos, sobretudo aos mais carenciados. E temos o objetivo de requalificar das escolas. Recordo que o projeto de requalificação da escola EB1 e do pavilhão, em Miranda do Douro, já foi aprovado.

“Exercer a política ocupa muito do nosso tempo e exige uma dedicação muito grande.”

T.M.N.: No desporto, o município tem estado particularmente ativo ao atrair a vinda de jovens seleções, para estagiar em Miranda do Douro.

N.R.: Sim, graças ao trabalho dos técnicos da autarquia estamos a receber a estadia de várias seleções jovens. Sublinho a vinda das seleções a Miranda do Douro, permite-nos dar visibilidade ao concelho e simultaneamente divulgar outras modalidades de modo a motivar os nossos jovens para a prática desportiva.

Em dezembro de 2021, Miranda do Douro acolheu o estágio das seleções sub 19, de voleibol, de Portugal e da vizinha Espanha. Em maio, foi a vez da visita da seleção portuguesa de natação artística. E a 21 e 22 de junho, a piscina coberta de Miranda do Douro foi o local de estágio das seleções femininas sub-19, de polo aquático, de Portugal e da África do Sul.

T.M.N.: E na agricultura o que tem sido feito?

N.R.: Na agricultura, a nossa primeira ação foi estabelecer sólidos acordos de cooperação com as várias associações e cooperativas de produtores do concelho de Miranda do Douro. Para além disso, procuramos estar próximos dos nossos agricultores, facultando-lhes informações úteis. Nos dias 6, 7 e 8 de junho, o município acompanhou cerca de 50 agricultores do concelho na visita à Feira Nacional de Agricultura, em Santarém. Nesta viagem tivemos a oportunidade de conhecer as mais modernas inovações no setor agrícola e estabelecer contatos com agricultores de outras regiões do país.

T.M.N.: É conhecido o seu gosto pelas atividades agrícolas e pela pecuária. Hoje em dia, continua a dedicar-se a estas atividades?

N.R.: Sim, sempre que tenho um pouco de tempo livre dedico-me à agricultura e à criação de bovinos.

Na agricultura, a nossa primeira ação foi estabelecer sólidos acordos de cooperação com as várias associações e cooperativas de produtores do concelho de Miranda do Douro.

T.M.N.: Na agropecuária, uma das prioridades do atual executivo é a construção do matadouro intermunicipal, em Sendim. Para quando o início desta obra?

N.R.: No decorrer da assembleia municipal realizada a 20 de junho, informei que o projeto do novo matadouro intermunicipal já foi entregue na Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e na Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAP Norte). E o projeto obteve um parecer favorável destas duas entidades. Neste momento, estamos a aguardar pela abertura das candidaturas e pelo financiamento para iniciar, ainda este ano, a construção do tão necessário matadouro intermunicipal.

“Esperamos pela abertura das candidaturas e pelo financiamento para iniciar, ainda este ano, a construção do tão necessário matadouro intermunicipal.”

Perfil

O gosto pela matemática. Nuno Rodrigues realizou os estudos na escola de Teixeira até à quarta classe. Depois foi estudar para Sendim, onde esteve até ao 9º ano. E em Miranda do Douro concluiu o ensino secundário. Ao longo deste percurso escolar, destacou-se na disciplina de Matemática, o que o levou a ingressar no curso superior de Matemática e Ciências Naturais, no Instituto Jean Piaget, em Macedo de Cavaleiros. Após a conclusão da licenciatura realizou um doutoramento em “Estatística”, na Universidade de Salamanca.

A vocação de professor. Em fevereiro de 2001, começou a lecionar a disciplina de Matemática na escola de Carrazeda de Ansiães. Ao longo da carreira de professor trabalhou sempre no distrito de Bragança e lecionou nas escolas de Sendim, Mogadouro, Miranda do Douro, Vimioso, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Bragança e Macedo de Cavaleiros.

A missão da política. No ano 1999 foi convidado para a presidência da assembleia de freguesia de Atenor. Ao longo de 22 anos desempenhou várias responsabilidades políticas: autarca na freguesia, deputado municipal, vereador da oposição, dirigente partidário e em outubro de 2021 assumiu o cargo de vice-presidente do município de Miranda do Douro.

HA

Miranda do Douro: Município homenageou personalidades e empresas

Miranda do Douro: Município homenageou personalidades e empresas

No Domingo, dia 10 de julho, Miranda do Douro celebrou o 477 anos de elevação a cidade, numa cerimónia que começou com o hastear da bandeira na Câmara Municipal, onde foram homenageadas várias personalidades e empresas de destaque no concelho de Miranda do Douro.

A cerimónia do Dia da Cidade iniciou-se com o o hino nacional e o hastear das bandeiras, na Câmara Municipal de Miranda do Douro.

Coube à Associação Filarmónica Mirandesa entoar o hino nacional, enquanto a presidente da Câmara Municipal, Helena Barril, o vice-presidente, Nuno Rodrigues, e o presidente da Assembleia Municipal, Óscar Afonso, hasteavam as bandeiras de Portugal, do município de Miranda do Douro e da União Europeia.

De seguida, os convidados subiram ao salão nobre da Câmara Municipal, para a cerimónia de homenagem e reconhecimento às personalidades e empresas que mais se destacaram no concelho de Miranda do Douro.

No discurso inaugural, o presidente da Assembleia Municipal, Óscar Afonso, afirmou que o desenvolvimento da Terra de Miranda exige trabalho, inteligência e vontade.

“Temos recursos extraordinários como são a nossa história, cultura, língua, raças autóctones, indústrias e natureza. Precisamos agora de implementar o desenvolvimento sustentável do nosso teritório” – Óscar Afonso.

Neste sentido, Óscar Afonso disse ser um imperativo cívico homenagear as instituições, empresas e personalidades que mais contribuem para o desenvolvimento do concelho de Miranda do Douro.

Com o propósito de enaltecer o trabalho realizado pela sociedade civil e empresarial, o município decidiu entregar a medalha de mérito às seguintes personalidades:

Tibério Augusto Delgado, natural de Genísio, com 86 anos, é um dos artesãos que ainda trabalha o ferro, no concelho de Miranda do Douro.

Outra personalidade galardoada foi o médico de família, Albino Armando Martins Parreira, pelo seu serviço à população de Miranda do Douro, ao longo de 40 anos (1981-2021).

E o juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, Domingos José Morais, natural de Malhadas, foi também agraciado pelo município.

De seguida, foram entregues as medalha de honra às seguintes empresas:

À tanoaria Tacopal, da família Gonçalves, em Palaçoulo, que fabrica barricas, cascos e tonéis para todo o mundo.

A empresa José A. Castro e Irmãos, Lda., de Sendim, pelo trabalho desenvolvido no planalto mirandês, desde 1968, como serralharia, oficina e venda de máquinas e tratores agrícolas.

A fábrica de cutelaria Filman, Lda., de Palaçoulo, foi também galardoada. Fundada em 1870, esta empresa é considerada uma marca de referência pela qualidade e inovação dos seus produtos.

Também de Palaçoulo, a empresa Martins, recebeu a medalha de honra, pela excelência do trabalho que tem vindo a realizar desde 1954.

Após a entregas destas distinções, seguiu-se o discurso final da cerimónia, que esteve a cargo da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.

A presidente do município, Helena Barril, agradeceu o exemplo das personalidades e empresas que mais se destacaram e acrescentou que o concelho precisa de mais habitantes, mais indústria e mais turismo.

A cerimónia na Câmara Municipal finalizou com a atuação musical da banda da associação Mie Miranda.

Seguiu-se depois a já tradicional Missa de Ação de Graças, na concatedral de Miranda do Douro.

Na homília, o padre Manuel Marques, recordou que no Dia da Cidade (10 de julho) agradece-se pela vida de todos os governadores, autarcas e autoridades que participaram no governo da cidade ao longo da sua história.

“Seguindo o bom exemplo de tantas pessoas que nos precederam, devemos continuar a prestar um bom serviço à população: aos que cá residem – e em especial às pessoas idosas – e também aos que nos visitam, aos turistas”, disse.

O pároco de Miranda do Douro exortou as autoridades presentes na celebração, a guiarem-se pelos valores da solidariedade, da entreajuda e da compaixão, começando desde logo pelas famílias.

HA

Miranda do Douro: «Precisamos de mais conferências como esta para debater ideias e pô-las em prática” – Emanuel Soares (ACIMD)

Miranda do Douro: «Precisamos de mais conferências como esta para debater ideias” – Emanuel Soares (ACIMD)

No dia 7 de julho, realizou-se a conferência “Crescimento e sustentabilidade no concelho de Miranda do Douro”, onde se apontou que o despovoamento é o maior obstáculo ao desenvolvimento de um concelho, onde a agropecuária, a natureza, a cultura, o turismo e indústria continuam a lutar contra o declínio da região.

A conferência dedicada ao tema do crescimento económico e da sustentabilidade, foi uma iniciativa do município, em colaboração com o grupo Vida Económica e iniciou-se com a intervenção da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.

A autarca mirandesa realçou o potencial económico do concelho, destacando que a agricultura, o turismo e a indústria são os motores de desenvolvimento.

Helena Barril referiu-se ainda ao Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), afirmando que esta reserva natural é um fator de progresso, dada a riqueza natural e paisagística, assim como a fauna e a flora aí existentes, que fazem deste parque natural um polo de atração turística.

Por sua vez, o professor Sebastião Feyo, presidente da recém-criada Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC) começou por indicar a causa do empobrecimento de concelhos como o de Miranda do Douro.

“O empobrecimento, a dívida pública e as assimetrias do território devem-se ao falhanço das políticas de convergência europeia”, explicou.

Segundo, o professor emérito da Faculdade de Engenharia do Porto (FEP), entre 2011 e 2021, nas cidades fronteiriças de Miranda do Douro a Alcoutim (Algarve), houve uma redução significativa da população residente.

“Infelizmente, as políticas implementadas no interior do país não têm tido visão”, Sebastião Feyo.

Para inverter este declínio, Sebastião Feyo indicou que há que criar marcas âncora que produzam riqueza nas localidades do interior, como fez, por exemplo, a vila raiana de Campo Maior (Alentejo), onde se destaca a empresa Delta Cafés.

Outro participante na conferência dedicada ao tema do “Crescimento e sustentabilidade, foi Inácio Ribeiro, vice-presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Segundo este responsável, Miranda do Douro tem recursos e potencial para atrair a vinda e a estadia de turistas no concelho.

“Os turistas procuram marcas diferenciadoras e Miranda do Douro tem-nas: tem os pauliteiros, a música tradicional, a língua mirandesa, a gastronomia, a natureza, a história, as raças autóctones, etc.”, elencou.

Em dados turísticos, Inácio Ribeiro informou que, em 2019, Miranda do Douro, registou 40 mil dormidas.

“O turista que escolhe Trás-os-Montes procura paz, tranquilidade, a natureza, a fauna, a gastronomia e a ruralidade” – Inácio Ribeiro.

No miniauditório de Miranda do Douro, José Maria Pires, do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) apresentou as linhas gerais do Plano Estratégico para o desenvolvimento da Terra de Miranda.

O estudo valoriza os recursos existentes neste território, como são a história e a cultura local, a língua, as raças autóctones, a agricultura, os recuros naturais e a produção hidroelétrica.

“A riqueza produzida com a produção de energia hidroelétrica é extrativa e não beneficia a região”, criticou.

Na opinião de José Maria Pires, a Terra de Miranda poderá ser próspera se conseguir a valorizar os seus recursos.

“A Terra de Miranda precisa de taxas de tributação reduzidas, à semelhança do que acontece nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores”, sugeriu.

A conferência prosseguiu com a exposição do historiador, António Mourinho, que realçou a importância da arte, da etnografia, da língua, do artesanato, da música e da dança dos pauliteiros, do teatro popular e da gastronomia como fatores de sustentabilidade.

“Miranda do Douro foi sede de diocese ao longo de 235 anos e a sua a catedral é o principal monumento do património arquitectónico histórico”, indicou.

A conferência culminou com uma mesa redonda, na qual participaram Óscar Afonso, professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEUP); Emanuel Soares, vice-presidente da Associação Comercial de Industrial do Concelho de Miranda do Douro (ACIMD); David Salvador, da empresa Europarques EBI e o engenheiro Rui Caseiro, secretário da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT).

Óscar Afonso, começou por chamar a atenção para ao despovoamento do concelho de Miranda do Douro, onde vivem apenas 6466 pessoas.

“ A localidade de Palaçoulo, é a única do concelho que tem conseguido manter a população. E porquê? Porque aí há indústria, onde se destacam as fábricas de cutelaria e de tanoaria.” – Óscar Afonso.

Analisando a realidade de Sendim, o professor universitário, indicou que a cooperativa Ribadouro chegou a receber cada temporada entre 9 a 12 milhões de quilos de uva. No entanto, atualmente e devido ao despovoamento e ao abandono das vinhas, a cooperativa de Sendim recebe apenas 2 a 3 milhões de quilos de uvas, por ano.

“Houve um constante êxodo dos mais jovens. E hoje, a Terra de Miranda é um território despovoado e envelhacido”, disse.

Não obstante, Óscar Afonso, disse que a zona sul do concelho de Miranda do Douro é propícia à produção de vinho, pelo que a cooperativa Ribadouro pretende modernizar-se de modo a oferecer vinhos de qualidade e competitivos.

Emanuel Soares, da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD), agradeceu a iniciativa da conferência, sublinhando que Miranda do Douro precisa de mais oportunidades de debate como foi a conferência dedicada ao crescimento e sustentabilidade no concelho.

“Hoje em dia, Miranda do Douro, está numa situação de estagnação económica. Há pouca indústria e estamos voltados quase exclusivamente para o turismo. Para além disso, há muita dificuldade em contratar mão de obra qualificada. Para suprir esta necessidade, a ACIMD está a investir na formação dos profissionais das empresas” – Emanuel Soares.

David Salvador, da empresa Europarques que proporciona visitas de barco à Estação Biológica Internaciona (EBI)l no rio Douro, informou que para os turistas, a cidade de Miranda do Douro é a principal atração.

“Em Miranda, os turistas querem visitar à concatedral e o centro histórico da cidade. Depois querem almoçar e saborear a posta mirandesa e/ou o bacalhau. Após o almoço, vão ao comércio local, comprar vinho, azeite e artesanato local e ver dançar os pauliteiros”, disse.

Rui Caseiro, da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), concluiu a conferência reconhecendo que a demografia é um sério problema que afeta todos os municípios transmontanos.

“Quando falta gente, falta mão de obra e falta atividade económica, o que, por sua vez, leva ao empobrecimento da região”, diagnosticou.

Para agir contra este declínio, Rui Caseiro, disse que a CIM-TT pretende apostar na agricultura e desenvolver um plano estratégico de regadio para toda a região.

O secretário da CIM-TT referiu-se também à riqueza natural da região, onde existem os parques naturais, que continuam a atrair um turismo, não de massas, mas de qualidade.

Sobre Miranda do Douro, Rui Caseiro, disse que o concelho é “um armazém de cultura e história”, que atrai não só a visita de portugueses, mas também dos vizinhos espanhóis.

HA

Vimioso: Ciclistas do Granfondo vão percorrer o concelho

Vimioso: Ciclistas do Granfondo vão percorrer o concelho

Após dois anos de interrupção por causa da pandemia, os entusiastas do ciclismo aguardam com muita “expectativa” pelo arranque da competição “Bragança Granfondo”, uma prova amadora que vai rolar no Domingo 10 de julho nos municípios de Bragança e de Vimioso.

O Bragança Granfondo é uma prova de ciclismo com três percursos: o Granfondo com 137 km, o Mediofondo de 98 km e o Minifondo com 58 km.

Para além da competição desportiva, o Bragança Granfondo vai dar a conhecer o património natural e cultural do concelhos de Bragança e de Vimioso.

No concelho de Vimioso, o pelotão de ciclistas vai passar por Argozelo, onde vai ser recebido musicalmente pela Banda Filarmónica da A.H.B.V. de Vimioso. Em Carção, os ciclistas vão ser presenteados com a música tradicional dos gaiteiros de Serapicos. Na sede do concelho, em Vimioso, a animação da prova vai estar a cargo do rancho folclórico de Vimioso. E em Pinelo, os anfitriões dos ciclistas vão ser os pauliteiros de Palaçoulo.

De acordo com a organização, a empresa Bikeservice, em 2019, o Bragança Granfondo teve a participação de 1650 participantes.

HA

Miranda do Douro: Pedro Mestre (en)cantou no aniversário da cidade

Miranda do Douro: Pedro Mestre (en)cantou no aniversário da cidade

No âmbito das comemorações dos 477 anos de elevação de Miranda do Douro a cidade (10 de julho de 1545), realizou-se no serão do dia 5 de julho, na Igreja da Misericórdia, em Miranda do Douro, o concerto do conceituado intérprete de música tradicional Pedro Mestre.

Pedro Mestre tem dedicado a sua vida à música tradicional alentejana e contribuiu para o reconhecimento do canto como património mundial da Unesco.

O músico é natural da Aldeia da Sete (Castro Verde) e tem dedicado a sua vida à música tradicional alentejana, a qual ajudou a ser reconhecida como património mundial da Unesco.

Na música tradicional alentejana, Pedro Mestre tem desenvolvido vários projetos enquanto cantor e tocador/ construtor de viola Campaniça.Um desses projetos é ensinar a música tradicional do Alentejo às crianças no 1º ciclo, nas escolas de Castro Verde, no distrito de Beja.

Em 2015 apresentou o seu primeiro trabalho discográfico a solo “Campaniça do Despique”, distinguido em 2016 com o Prémio Carlos Paredes.

No concerto realizado na Igreja da Misericórdia, em Miranda do Douro, Pedro Mestre, acompanhado dos músicos, Pedro Calado e Miguel Carreiro, cantou músicas do seu repertório, tais como “Campaniça”, “Silva Verde”, “Fui ao jardim passear”, entre outras músicas.

No concerto de aproximadamente uma hora, o músico deu a conhecer aos mirandeses e mirandesas algumas cantigas de amor da sua autoria e outras provenientes do cancioneiro tradicional alentejano.

Sobre o concerto de Pedro Mestre, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, começou por referir-se à mudança do local da atuação do antigo paço episcopal para a Igreja da Misericórdia.

“Por causa da chuva tivémos que alterar o local do concerto. E aqui na igreja da Misericórdia, o canto e a música de Pedro Mestre tornou-se ainda mais intimista e embelezou este serão das comemorações do aniversário da cidade” – Helena Barril.

No decorrer do concerto, Pedro Mestre conseguiu estabelecer uma grande empatia e proximidade com o público mirandês.

A par da música, dedica-se à recolha etnográfica, possuindo já um considerável acervo audiovisual. Entre as várias atividades desenvolvidas, está a sua paixão pela recolha e coleção de instrumentos musicais tradicionais.

Nesta sua atuação em Miranda do Douro, Pedro Mestre revelou que tem colaborado com o músico Paulo Meirinhos, dado o mútuo interesse pela preservação e divulgação da música tradicional, quer no Alentejo, quer na Terra de Miranda.

O concerto de Pedro Mestre inseriu-se nas comemorações dos 477 anos de elevação de Miranda do Douro a cidade (10 de julho de 1545).

HA