Miranda do Douro: Município atribuiu 15 bolsas de estudo
O município de Miranda do Douro atribuiu 15 bolsas de estudo a alunos do ensino superior, num investimento total de cerca de 16.500 euros, foi divulgado.
“Este apoio visa minimizar o impacto das despesas das famílias mais carenciadas e assim apoiar os estudantes no seu dia a dia no ensino superior”, explicou a presidente da câmara, Helena Barril.
“Consciente do papel fundamental que a educação desempenha no desenvolvimento social, económico e cultural do nosso concelho e da necessidade de garantir igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, a autarquia considera essencial implementar medidas para apoiar estudantes carenciados que, devido à situação económica do seu agregado familiar, têm dificuldade em prosseguir os seus estudos”, pode ler-se no sítio electrónico da autarquia.
Cada bolsa de estudo tem um valor de 1.097 euros e a autarquia pretende que no próximo ano, o apoio financeiro seja superior.
Na edição deste ano, foram entregues 25 candidaturas, mas 10 dos processos não preenchiam os requisitos do regulamento. Segundo a autarquia de Miranda do Douro, as bolsas são atribuídas tendo por base o rendimento mensal per capita do agregado familiar, sendo admitidos apenas os candidatos cujo rendimento seja inferior ou igual ao Indexante de Apoios Sociais (IAS).
Igreja: Monsenhor Adelino Paes é o novo administrador diocesano de Bragança-Miranda
O monsenhor Adelino Paes é o novo administrador diocesano de Bragança-Miranda, anunciou a diocese transmontana.
A eleição realizou-se numa reunião do Colégio de Consultores, na sequência da saída de D. José Cordeiro que tomou posse este domingo, dia 13 de fevereiro, como arcebispo de Braga.
Monsenhor Adelino Paes vai governar a Diocese de Bragança-Miranda “até à tomada de posse do novo bispo, segundo as normas da Igreja Católica vigentes”, lê-se no comunicado.
Adelino Fernando Paes nasceu a 11/01/1947, em Picote, Miranda do Douro e licenciou-se em Teologia pela Faculdade de Teologia de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa.
O administrador diocesano recebeu a ordenação sacerdotal a 09 de fevereiro de 1975, em Bragança, e estudou também pastoral na Universidade Pontifícia de Salamanca, Espanha.
Na Diocese de Bragança exerceu o cargo de vice-reitor do Seminário de São José e Pároco das Paróquias dos Santos Mártires e Santo Condestável, na cidade de Bragança. Durante o ministério pastoral de D. José Cordeiro, nesta diocese, foi vigário geral.
O derbi concelhio entre o Águia Futebol Clube de Vimioso e o Argozelo jogou-se na tarde fria e chuvosa de Domingo, dia 13 de fevereiro e os vimiosenses, melhor fisicamente, superiorizaram-se ao Argozelo e ganharam o jogo por expressivos 4-0.
O desafio entre as duas equipas realizou-se no estádio Municipal de Vimioso e a equipa da casa assumiu desde o começo a iniciativa do jogo, conseguindo ter mais tempo a posse de bola e soube atacar com mais rapidez e objetividade.
Do outro lado, o Argozelo, ao longo de toda a primeira parte teve muita dificuldade em sair a jogar, dada a falta de velocidade e profundidade dos seus jogadores.
Com o passar dos minutos, foi evidente a maior frescura e preparação física dos vimiosenses, que num sistema de 4x3x3, conseguiram jogar com alegria e vivacidade.
Após várias aproximações à baliza do Argozelo, aos 18 minutos, e na sequência de um corte fora de tempo pelos defesas do Argozelo, Maicon foi derrubado na grande área argozelense e o árbitro, bem posicionado, assinalou a respetiva grande penalidade. O próprio avançado Maicon encarregou-se de marcar o penalti e fez o 1-0.
Ainda a equipa visitante estava a recompor-se do golo sofrido e o Vimioso fez, logo de seguida, o 2-0: após um livre que para a área do Argozelo, o defesa central vimiosense, Mamadou, oportuno, apenas teve de encostar a bola para o fundo das redes adversárias.
A resposta do Argozelo surgiu aos 30 minutos, mas o cabeceamento saiu frouxo e desenquadrado da baliza vimiosense.
O caudal ofensivo do Vimioso manteve-se durante toda a primeira parte, com destaque para o desempenho do médio ofensivo, Mulai, que esteve muito ativo, quer a progredir no terreno com a bola dominada nos pés, quer a servir e desmarcar os seus companheiros de equipa.
Aos 41′ minutos, a equipa argozelense voltou a ser displicente num corte da bola tardio dentro da sua grande área, o que deu origem a um segundo penalti a favor dos vimiosenses. Maicon foi novamente chamado a marcar a grande penalidade e aumentou a vantagem no marcador para 3-0.
Mesmo a terminar a primeira parte, foi a vez da defesa do Vimioso derrubar um avançado do Argozelo dentro da grande área, dando origem a um novo penalti a favor do Argozelo. Contudo, o guardião vimiosense, Hugo, conseguiu defender a grande penalidade e não permitiu que o Argozelo reduzisse a desvantagem.
Logo a seguir, a equipa de arbitragem apitou para o descanso.
Na segunda parte, o Argozelo apresentou-se um pouco mais solto e conseguiu aproximar-se mais vezes da baliza vimiosense.
Destaque para o longo e forte remate ao poste da baliza vimiosense, aos 75 minutos.
No entanto, a equipa de Vimioso continuou a dominar o jogo, graças à sua melhor condição física.
E não foi de estranhar que aos 87 minutos, o avançado do Vimioso, Maicon, fizesse o seu terceiro golo no jogo (hat trick) e fechou o resultado final em 4-0.
Concluído o jogo, a vitória clara e expressiva do Vimioso deveu-se à melhor forma física dos seus jogadores, o que lhes permitiu jogar com maior velocidade.
A equipa do Argozelo, ainda que muito esforçada, ressentiu-se da falta de preparação física, com os seus jogadores a não terem andamento para acompanhar a equipa adversária.
Equipas:
Águia Futebol Clube de Vimioso: Hugo, Mário, Bettencourt, Artur, Mulai, João, Maicon, Mamadou, Luís (cap.), Giovani e David.
Suplentes: Carlos, Filipe e Vicente.
Treinador: Eurico Martins
“Fizemos uma boa primeira parte. Contudo, no segundo período já não estivemos tão bem, não conseguimos ter tanto a bola e tivemos dificuldade em gerir o jogo. Faltou-nos maturidade. Ainda assim, é uma boa vitória, que nos deu três pontos.” – Eurico Martins
CCD Minas de Argozelo: Veloso, Zito, Dani, Vasco, Alberto, Carlos, Rafa (cap.), Pimenta, Fábio, Gonçalo e Marco.
Suplentes: Filipe, Tom, Félix, Edmilson, Clayson, Alexander e Assis.
Treinador: Fernando Teixeira
“Na primeira parte, o Vimioso foi bastante superior e fez três golos. Nós entrámos muito apáticos e só espevitamos quando sofremos o primeiro golo. Falhámos um penalti que poderia ter dado o 3-1 e o alento para o jogo seria outro. Na segunda parte, já fomos mais a equipa que queremos ser. Enviámos um bola ao poste da baliza do Vimioso. Contudo, faltam-nos jogadores de qualidade na linha mais avançada.” – Fernando Teixeira.
Miranda do Douro: Merc@do de Sabores e Saberes Mirandeses está online
Está a decorrer de 14 de fevereiro a 14 de março a XXIII edição do Festival de Sabores Mirandeses, através da plataforma online, com o objetivo de divulgar e comercializar a excelência dos produtos alimentares e do artesanato do concelho de Miranda do Douro.
Através da plataforma digital “Merc@do de Sabores e Saberes Mirandeses” é possivel encomendar a saborosa Bola Doce Mirandesa, mas também os roscos, o Folar, enchidos como as alheiras, as chouriças, os salpicões, o chabiano doce e o butelo com as cascas.
De muita qualidade é também o azeite e a azeitona de mesa, o vinho, os vários licores e aguardentes, frutos secos como a castanha, a noz, amêndoa e a avelã.
Também há leguminosas. E de excelente qualidade é o mel e o pólen que as abelhas produzem nas terras de Miranda.
Para além dos produtos alimentares, neste mercado online também pode adquirir peças do artesanato local, como são as conhecidas navalhas, facas e canivetes de Palaçoulo.
Os artesãos locais também fabricam peças em madeira como mesas, cabides e molduras. Há peças decorativas e religiosas. E dado que Miranda do Douro é um concelho onde a música tradicional está muito presente, há artesãos que fabricam os instrumentos musicais.
Para além da música, muito conhecida é também a arte de trabalhar o burel e fabricar peças de vestuário, malas, colchas e claro a tradicional Capa d’honras mirandesa.
A organização informa que as compras superiores a 15€ beneficiam do porte de envio gratuito, sendo que os custos de envio das encomendas registadas através da plataforma de comércio online, são suportados pela autarquia de Miranda do Douro.
Saberes e Sabores Mirandeses: A artesã Maria Suzana de Castro
Maria Suzana de Castro aprendeu a arte da costura com a mãe. Naquele tempo, cabia às mulheres o trabalho de confeccionar as ceroulas, as camisas, os aventais, enfim, as peças de vestuário para os membros da família. Com a evolução do vestuário dedicou-se, juntamente com as filhas Sandra e Lipoldina, à manufatura de trajes tradicionais como as Capas de Honra Mirandesas, os coletes e camisas para os pauliteiros ou as elegantes capas e malas para senhora.
O jeito e gosto pela costura, fez com que esta arte seja o seu trabalho ao longo da vida. Fez peças de vestuário de todo o tipo: vestidos de batizado, de comunhão, de casamentos e até para funerais.
Fruto desta grande dedicação à arte da costura, Maria Suzana de Castro é hoje reconhecida, nacional e internacionalmente, pela qualidade dos seus trabalhos, em tecidos de burel (ou pardo) e surrobeco.
Enquanto o surrobeco é um tecido mais recente e industrial – usa a lã e incorpora também outros materiais sintéticos – que é usado para fabricar, por exemplo, os capotes alentejanos e as samarras.
Por seu lado, o burel é um tecido – de pura lã de ovelha – que antigamente era muito usado para fazer as capas d’honra, os capotes, os coletes e as calças dos homens, os saiotes das mulheres e até as mantas para os trabalhos agrícolas.
Entre todos estas peças de vestuário, a Capa de Honras Mirandesa é a mais emblemática da alfaiataria tradicional. Antigamente, estas peças – de pura lã de ovelha – eram feitas unicamente pelos afaiates e demoravam cerca de 60 dias a coser à mão. Hoje em dia, com a ajuda das filhas, Maria Suzana de Castro, faz uma capa d´honras mirandesa em 10 dias.
Bem a propósito deste traje tradicional, no próximo dia 26 de abril, o município de Miranda do Douro vai voltar a promover o evento “Exaltação da Capa de Honras Mirandesa”, para assinalar que esta indumentária é um ícone da identidade da Terra de Miranda.
Maria Suzana de Castro e as filhas, inspiradas pela manufatura da Capa d’honras Mirandesa e pela técnica dos “picados”, inovaram e criaram outras peças em burel, como malas de senhora, as mochilas, os coletes e as camisas de linho tradicionais dos pauliteiros, as modernas capas de senhora e muitos outros artigos.
“Aplicámos o saber da costura e aventurámo-nos a criar outras peças e artigos”, disse.
A qualidade do seu trabalho é de tal modo reconhecida, que as pessoas procuram as suas lojas, em Sendim e em Miranda do Douro, para comprar a singularidade das suas peças. Para além destes espaços comerciais, Maria Suzana de Castro também participa regularmente em todas as feiras de artesanato do país.
“Hoje em dia, é motivo de muita satisfação verificar que os nossos trabalhos estão não só em Portugal, mas também em países como Itália, França, Inglaterra, etc”.
Este ano, dada a impossibilidade de realizar presencialmente o Mercado de Sabores e Saberes Mirandeses, poderá conhecer o trabalho de Maria Suzana de Castro e de outros artesãos, produtores e comerciantes do concelho de Miranda do Douro, através da plataforma online:
História: A importância estratégica do castelo de Algoso
Algoso é a aldeia mais a sul do concelho de Vimioso. O castelo do século XII é a sua principal atração, tendo sido construído a uma altitude de 681 metros, num lugar deslumbrante e a partir do qual se avista quase todo o nordeste transmontano.
A história do castelo de Algoso remonta ao século XII, ainda durante o reinado de Afonso Henriques e portanto está ligado à fundação de Portugal. Segundo as Inquirições de 1258, o castelo terá sido construído por Mendo Rufino e posteriormente foi cedido a D. Sancho I em troca da vizinha povoação de Vimioso. O texto das inquirições acrescenta que na sequência dessa permuta, o castelo de Algoso foi elevado pelo rei à condição de “cabeça” da Terra de Miranda.
Naquele tempo, o representante do rei que arrecadava os direitos reais residia em Algoso, localidade central na então designada Terra de Miranda.
Na Idade Média, a denominação “Terra”, significava distrito administrativo, militar e judicial.
A designação medieval “Terra de Miranda” referia-se a um território que corresponderia ao espaço geográfico entre os rios Sabor e Douro.
Para se ter uma ideia, atualmente o território da Terra de Miranda ocuparia a área dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso, parte de Bragança e de Freixo de Espada à Cinta.
Pensa-se que o papel que o castelo de Algoso passou então a deter na organização administrativa e militar da região o tenha convertido num alvo. Por essa razão, em 1212, durante a guerra civil entre Afonso II e as suas irmãs Teresa e Sancha, o castelo de Algoso foi um dos que foi atacado e conquistado por Afonso IX de Leão, aliado das Infantas.
Em 1224, já no reinado de Sancho II, o castelo de Algoso foi entregue pelo rei à Ordem do Hospital, instituição nascida da Síria e Palestina, em finais do século XI.
Devido à sua importância estratégica, durante o reinado de D. Dinis (1279-1325), o castelo de Algoso recebeu importantes obras de melhoramento. Estas obras fizeram do castelo aquilo que é hoje: um pequeno perímetro amuralhado de planta irregular, com três torres, sendo que a torre de menagem ou principal tem uma base hexagonal.
O texto das inquirições acrescenta que o castelo de Algoso foi elevado pelo rei à condição de “cabeça” da Terra de Miranda.
A fortaleza apresenta apenas uma porta a que se acede por uma escadaria talhada na rocha na face norte da torre. Por se localizar numa zona onde não existiam fontes de água, o castelo estava equipado com duas cisternas, das quais ainda subsistem alguns vestígios.
Em articulação com os castelos de Penas Roias, Mogadouro, Outeiro e Miranda, o castelo de Algoso tinha uma importância estratégica na vigilância e defesa no nordeste transmontano. Recorde-se que no início da nacionalidade, esta fronteira era motivo de constante conflito e de batalhas.
Bem próximo da fronteira localiza-se a vila espanhola de Alcanices, onde a 12 de setembro de 1297 foi assinado um tratado de paz, pelo rei D. Dinis e pelo rei de Leão e Castela, Fernando IV, definindo a fronteira que ainda hoje existe entre Portugal e Espanha. Por esta razão, se diz que a fronteira terrestre luso-espanhola é a mais antiga da Europa.
Em articulação com os castelos de Penas Roias, Mogadouro, Outeiro e Miranda, o castelo de Algoso tinha uma importância estratégica na vigilância e defesa no nordeste transmontano.
Segundo reza a história, Algoso foi vila e sede de concelho, tendo recebido foral de D. Afonso V, em 1480. Contudo, em 1855, procedeu-se à extinção do concelho de Algoso, para fazer parte do atual concelho de Vimioso.
Em Algoso, para além da visita ao castelo e ao centro de interpretação, também é possível ver o pelourinho, o antigo edifício da Câmara Municipal (muito bem conservado por sinal!), a ponte romana sobre o rio Angueira e a fonte santa na capela de São João Batista.
Diz o povo que a fonte terá sido construída pelos romanos para descanso dos peregrinos que iam a caminho de Santiago de Compostela. Nas suas longas caminhadas, muitos peregrinos repousavam os pés na água e passaram a designá-la de Fonte Santa.
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A fonte Santa localiza-se junto à Capela de São João Batista, em Algoso.
Miranda do Douro: Centro de Melhoramento de Raças Autóctones vai estar pronto em 2023
As obras de construção do Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones (CVMRA), em Miranda do Douro, orçadas em 1,2 milhões de euros, começaram no final do ano e estarão concluídas em julho de 2023, divulgou a autarquia.
O projeto é financiado em 77% por fundos comunitários e vai utilizar tecnologia de ponta na área da inseminação artificial, promovendo a valorização e melhoramento genético das raças autóctones do território do planalto mirandês, como é caso dos bovinos de raça mirandesa e ovinos de raça churra galega mirandesa
“Neste momento, a operação de inseminação de animais tem de ser realizada fora do concelhos do planalto mirandês e do distrito de Bragança, quando, num futuro próximo, teremos aqui um centro que poderá fazê-lo”, explicou vereador do município de Miranda do Douro, Vítor Bernardo.
O projeto contará, no futuro, com o apoio científico e técnico de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
Segundo indicou o responsável, para além destas duas instituições de ensino superior, juntar-se-ão ao projeto a Associação de Criadores de Raça Bovina Mirandesa, a Associação de Criadores do Ovinos de Raça Churra, a Confederação dos Agricultores de Portugal e a Cooperativa Agrícola de Palaçoulo.
“Pretende-se com esta intervenção conceber um equipamento inovador e de referência para o concelho de Miranda do Douro, bem como concelhos vizinhos, de modo a servir os utentes locais e das proximidades”, vincou o autarca.
O objetivo é que o CVMRA seja no futuro uma unidade promotora de desenvolvimento de ações de caracterização, conservação e utilização sustentável de recursos genéticos relacionados com as raças autóctones e centro de armazenamento e produção de sémen para pequenos ruminantes, trabalhando, intimamente, com as associações de criadores no apoio ao desenvolvimento de algumas das ações dos seus programas de melhoramento e conservação.
O CVMRA servirá, igualmente, para reabilitar o espaço que, anteriormente, operava como Centro de Formação Agrícola, sobre a tutela da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), na aldeia de Malhadas, “procurando uma solução que tire o máximo aproveitamento das instalações existentes”.
“Com a implementação do CVMRA, o município de Miranda do Douro, pretende criar infraestruturas de apoio técnico e, conjuntamente AS associações de produtores de raças autóctones e vários organismo do Estado ligados à agropecuária.
“Com a construção deste moderno centro, pende-se contribuir para o combate ao abandono do tecido rural, promovendo o desenvolvimento do sector agropecuário da região e atividades complementares associadas, tendo como princípio basilar a conservação das raças autóctones e a manutenção da genuinidade e qualidade dos produtos derivados, com vista à sustentabilidade económica, ambiental e social”, frisou Vítor Bernardo.
Ao criar esta infraestrutura orgânica, o município de Miranda do Douro reconhece as raças autóctones como símbolos identitários territoriais e contempla a necessidade de associar a produção/criação destas raças com o turismo no espaço rural dada a qualidade dos produtos que lhes estão associados e importância económica para as populações.
Opinião: Sobrinho Teixeira um socialista artificial – Fernando Vaz das Neves
No passado dia 30 de Janeiro de 2022, o partido socialista foi o grande vencedor das eleições legislativas, tendo conseguido, contra muitas previsões, uma maioria absoluta. Convém, pois, na boa tradição democrática e na boa tradição transmontana, felicitar os vencedores.
Todavia, 30 de janeiro foi apenas o início de uma caminhada de 4 anos de governação, que terá de ser, devidamente, fiscalizada pelos partidos da oposição e pela sociedade em geral.
E, nesse sentido, não poderemos esquecer as promessas feitas durante a campanha e estaremos atentos a possíveis desvios que sejam cometidos.
Um dos temas a que prestaremos a devida atenção será, sem dúvida, o negócio da venda das Barragens ao grupo Engie e o pagamento dos impostos que são devidos, por essa venda.
Desde o início que o PSD se bateu por esse direito das terras de Miranda, tendo feito aprovar na Assembleia da Republica a criação do Fundo de compensação para Trás-os-Montes, artº 134 do Orçamento do Estado.
Desde a venda das barragens até à campanha eleitoral, da parte do Partido Socialista, vimos uma mão cheia de nada, um desprezo total por esta terra, por estas gentes, ficando até a dúvida se o governo anterior estava ao serviço de Portugal e das gentes da Terra de Miranda ou da Engie, tal o seu empenho na defesa intransigente do não pagamento dos impostos devidos.
Por isso foi com espanto que durante a campanha eleitoral ouvimos, o cabeça de lista do PS por Bragança, Sobrinho Teixeira, prometer empenho, da parte do PS, para fazer alterações legislativas ao modelo de pagamento de impostos na venda de barragens. Não percebemos porque é que até agora nada fez nesse sentido.
E digo que foi com espanto porque, acredito que o independente Sobrinho Teixeira, cabeça de Lista do PS por Bragança, será o mesmo independente Sobrinho Teixeira, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que ao longo do tempo se manteve calado, que nem um rato, em obediência ao socialismo, enquanto o PSD e o BE se batiam pelo pagamento dos Impostos.
E o espanto não acabou com as eleições. Por estranho que pareça, Sobrinho Teixeira, no comentário aos resultados eleitorais, que traduzem a vontade suprema do povo, conceito que lhe deve ser estranho, produz a seguinte declaração: “Tivemos resultados piores como em Mogadouro ou Miranda, porque criou-se uma polémica artificial (com as Barragens), que tentarei resolver no Parlamento (…)”.
Não Senhor Deputado, não há aqui polémica artificial nenhuma. Há apenas, e só, a obrigação legal que o negócio em causa, pague, à semelhança dos demais negócios, os impostos que são devidos.
Assim diz um parecer da Agência Portuguesa de Ambiente, que o Governo de que faz parte meteu, à semelhança do socialismo, numa gaveta, porque não lhes dava jeito.
Assim dizem vários especialistas em fiscalidade, como por exemplo, o José Maria Pires, que tanto incomoda o Governo e que, na “democrática” tradição socialista, tentaram silenciar com um vergonhoso processo disciplinar. Só que não tiveram em conta uma variável: um verdadeiro transmontano – como ele é – não se deixa intimidar, nem verga perante o despotismo de quem quer que seja.
Numa coisa concordamos com o artificial socialista Sobrinho Teixeira. Não compete directamente ao Governo cobrar impostos. Certamente não será o Ministro a proceder à cobrança. Mas se não os cobra directamente, deverá abster-se de pressionar a Autoridade Tributária (dependente do Governo e entidade competente na matéria de cobrança de impostos), como tem feito até aqui, dizendo sempre que o negócio em causa não tem de pagar impostos. É caso para perguntar: quem tem medo de uma Autoridade Tributária isenta e independente?
Por isso, se alguma coisa artificial aqui existe, é sem dúvida o seu socialismo e falta de humildade em reconhecer a vontade das gentes de Miranda do Douro e Mogadouro. Em reconhecer que a vontade do Povo é sempre soberana, mesmo quando não concordamos com ela.
Fernando Vaz das Neves
Líder parlamentar do PSDna Assembleia Municipal de Miranda do Douro
Mogadouro: Município cedeu novas instalações à Associação Comercial
O município de Mogadouro assinou um protocolo que vai permitir a cedência de instalações condignas à atividade da Associação Comercial e Industrial local, que há vários anos eram reclamadas para o desenvolvimento das atividades deste organismo.
A nova sede da Associação Comercial, Industrial e Serviço de Mogadouro (ACISM) agora protocolada ficará instalada na Casa das Associações, localizada nas proximidades dos Paços do Concelho e no centro da principal área comercial da vila de Mogadouro.
“O município reconhece a ACISM como um parceiro estratégico para o desenvolvimento do concelho, como um agente agregador do tecido empresarial e das questões comuns aos empreendedores, aos empresários e aos trabalhadores locais”, disse o presidente da Câmara de Mogadouro, António Pimentel.
“Acreditamos que a instalação da sede da ACISM neste edifício poderá ser um fator de dinamização deste núcleo dedicado à exposição da cultura local, que se encontra estagnado”, vincou o autarca.
Por seu lado, o presidente da ACISM, João Neves, garante que esta é uma antiga ambição da associação que vai permitir ter outras condições de trabalho e outra centralidade para diálogo com os associados, e ao mesmo tempo permitir um maior desenvolvimento de projetos para a dinamização da comercio e indústria do concelho de Mogadouro.
A nova sede da ACISM ficará situada na Casa das Associações que, atualmente, no seu o rés-do-chão acolhe um espaço de exposição do acervo musical relacionado com a cultura local da gaita de foles, e ainda, uma oficina para a possibilidade de construção deste tipo de instrumento musical tradicional.
Para António Pimentel, a assinatura deste protocolo “abre espaço ao aprofundamento das relações institucionais entre as duas entidades e um novo período de desenvolvimento para a economia do concelho”.
A Casa das Associações resulta da adaptação de um edifício que durante várias décadas acolheu uma dependência bancária e que foi adquirido pelo município de Mogadouro em 2005.
Miranda do Douro: Balcão Único do Prédio permite identificar propriedades
Os proprietários de prédios rústicos do concelho de Miranda do Douro, já podem identificar as suas propriedades gratuitamente na Plataforma BUPi, online ou no balcão na Câmara Municipal.
De acordo com o comunicado do município de Miranda do Douro, este projeto é essencial para a implementação do Número de Identificação do Prédio (NIP), um identificador numérico que permite agregar, num único documento, toda a informação sobre a caraterização dos prédios e seus titulares. Para isso, é essencial o contributo dos proprietários, que, ao identificarem os seus terrenos, permitem um conhecimento cada vez mais abrangente do território.
“O Balcão Único do Prédio está presente em 127 municípios, depois da recente adesão de Miranda do Douro, Alijó, Baião, Ponte da Barca, Vale de Cambra, Vieira do Minho e Vila Flor.
A plataforma BUPi potencia o conhecimento do território dado que cobre uma área de cerca de 33,8 mil quilómetros quadrados, com quase 3,9 milhões de habitantes.
Os artistas Agostinho Santos e Walter Hugo Mãecriaram uma exposição de desenhos sobre o lobo ibérico, com os propósitos de despertar as consciências para a preservação desta espécie e informar que vai ser instalado um centro interpretativo e um percurso pedestre na aldeia de Vale de Frades, no concelho de Vimioso.
Inauguração da exposição de desenhos “Apontar o dedo ao lobo”, no dia 2 de fevereiro, na Casa da Cultura de Vimioso.
A exposição é constituída por cerca de 25 desenhos a grafite e tinta-da-China sobre papel e foi concebida, propositadamente, para realçar a presença do lobo [ibérico] nesta região transmontana”, disse a vereadora da Cultura do Município de Vimioso, Carina Lopes.
A vereadora vimiosense recordou que o lobo é motivo de muitas lendas e mesmo fonte de medo, mas o que a exposição pretende sublinhar é a importância de preservar desta espécie, sendo atualmente o único membro que resta da família dos grandes predadores de Portugal.
A jovem autarca acrescentou que a exposição visa promover o futuro percurso pedestre e o centro interpretativo do lobo ibérico, que vai ser instalado na antiga escola primária, na aldeia de Vale de Frades.
Para a inauguração da exposição “Apontar o dedo ao lobo” estiveram presentes vários jovens estudantes do Agrupamento de Escolas de Vimioso. A vereadora da cultura referiu que há uma permanente comunicação com a escola local, de modo a proporcionar às crianças e jovens oportunidades de enriquecimento cultural e o contato com os artistas.
Carina Lopes informou ainda do convite endereçado aos agrupamentos de escolas e aos municípios vizinhos, para que venham a Vimioso visitar a exposição “Apontar o dedo ao Lobo”, que vai estar patente na Casa da Cultura até ao dia 22 de março de 2022.
Por sua vez, o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, expressou o seu contentamento pela participação de Agostinho Santos e Walter Hugo Mãe na promoção e divulgação da biodiversidade do território.
“A cultura e a participação de artistas conceituados como Agostinho Santos e Walter Hugo Mãe são um fator de atração de pessoas e portanto de desenvolvimento económico”, justificou.
Todos os trabalhos que compõem a exposição “Apontar o dedo ao lobo” foram executados pelos dois artistas – Agostinho Santos e o premiado escritor Valter Hugo Mãe.
Sobre a temática da exposição e o risco de extinção do lobo ibérico, Walter Hugo Mãe, referiu que é preciso considerar o sentido de sobrevivência do lobo.
“A natureza do lobo (ou de uma fera) não pretende ser inimiga do homem. Estes animais lutam pela sua sobrevivência. Temos portanto que aprender a respeitar o espaço do lobo”, disse.
Relativamente aos desenhos da exposção, o escritor explicou que Agostinho Santos é o autor dos desenhos dos lobos. E ele, Walter Hugo Mãe, desenhou os dedos, os seres e as consciências que apontam ao lobo.
“Eu desenho estas fantasmagorias, figuras cobardes que não têm rosto, que não dão a cara e ficam a conspirar contra o lobo, contra a natureza e o equilíbrio ambiental. Precisamos rever a culpa que imputámos ao lobo”, disse.
Por sua vez, o pintor Agostinho Santos concluiu dizendo que a arte também serve para agitar e inquietar consciências.
“A arte (tal como o jornalismo) tem o dever de chamar a atenção para o que está mal. E o risco de extinção do lobo ibérico e a urgente necessidade da sua preservação é uma causa a defender”, concluiu.
Pintor e curador, Agostinho Santos assina a ilustração das capas dos mais recentes livros de Valter Hugo Mãe, nomeadamente “Contra Mim” e “As doenças do Brasil”.
Valter Hugo Mãe é um dos mais destacados autores portugueses da atualidade. A sua obra está traduzida em várias línguas. Escreveu livros para todas as idades, entre os quais “Contos de cães e maus lobos”, “O paraíso são os outros”, “As mais belas coisas do mundo” e “Serei sempre o teu abrigo”.