Agricultura: Portugal tem 327 variedades de fruteiras registadas
Portugal conta com 327 variedades fruteiras registadas este ano, incluindo um novo abacateiro, sendo que, em maior número, destaca-se a macieira, seguida pela oliveira, indicou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
O Registo Nacional de Variedades Fruteiras (RNVF) conta com “327 variedades, das quais 325 com aptidão para produção de frutos e duas com dupla aptidão”.
Recentemente foi inscrita uma variedade de abacateiro – Jordana.
Em maior número continua a aparecer a macieira (139), que tem variedades como a Aristides, Carneira, Gronho, Lapa, Moleirinha, Olho de Boi, Maria Rosa, Piparote, Tromba de Boi ou Zé Pereira.
Segue-se a oliveira com 65 variedades, entre as quais a Cornalhuda, Judiaga e a Orelha de Mula; a pereira com 28 variedades, como a Bela Feia e a Torrão de Açúcar, e o castanheiro com 26 inscrições, incluindo a Martaínha e a Colarinha.
Com 16 variedades surge a figueira, como a Pingo de Mel e a Princesa; e com 12 indicações aparece a amendoeira, onde se integram a Galamba ou a Zé Dias.
Abaixo de 10 e até cinco inscrições estão a cerejeira (sete), laranjeira (seis), ginjeira (cinco), morangueiro (cinco) e a ameixeira (cinco).
Por sua vez, o marmeleiro tem duas variedades inscritas nesta edição, nomeadamente o De Portugal e Gamboa.
Já com uma inscrição aparecem a nogueira, mirtilo da madeira, diospireiro, tangerineira, tangereira, limoeiro, cidreira, aveleira e o abacateiro.
As variedades inscritas neste catálogo são destinadas a produção de frutos ou porta-enxertos, têm um responsável pela seleção de manutenção e são consideradas “distintas, suficientemente homogéneas e estáveis”.
A DGAV é um serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa.
Palaçoulo: Tanoaria J.M.Gonçalves vai participar na Feira de Saragoça (Espanha)
De 14 a 17 de fevereiro, a Tanoaria J.M.Gonçalves, de Palaçoulo, vai participar no 23º Salão Internacional de Máquinas e Equipamentos para Adega (Enomaq 2023), integrado na Feira de Saragoça (Espanha), onde vai apresentar a sua mais recente novidade, a barrica vulcânica “Onyx”.
De acordo com Sara Gonçalves, da tanoaria J.M.Gonçalves, este certame em Saragoça,reúne as principais tanorias, corticeiras e empresas de engarrafamento de vinhos, proporcionando o encontro com as adegas espanholas.
“A cidade de Saragoça goza de uma localização privilegiada e nesta feira consegue juntar pessoas de todas as regiões de Espanha e também do sul de França, sendo por isso uma boa oportunidade para mostrar as novidades do setor vinícola”, justificou.
No Enomaq 2023, vão estar presentes enólogos, vitivinicultores, adegueiros e outros especialistas na elaboração do vinho.
“Todas estas pessoas gostam de participar no evento, para acompanhar de perto as novidades e inteirar-se da evolução neste setor. Por isso, este salão de exposições é uma oportunidade para estar em contato com os nossos clientes e cativar outros, dando a conhecer quem somos e quais são os nossos produtos”, justificou.
Este ano, no salão internacional, em Saragoça, a tanoaria J.M.Gonçalves vai dar a conhecer a barrica vulcânica “Onyx”.
“Esta nova barrica já está a ser desenvolvida desde 2018. A inovação é o tratamento térmico, sem combustão, assegurando assim a ausência de aromas fumados. Para tal, a barrica é tostada com recurso a pedras vulcânicas, provenientes da Islândia e de Itália, Japão e E.U.A, o que elimina a presença de toxinas, permitindo assim aos enólogos criar um vinho com uma mineralidade equilibrada e maximizando a expressão da fruta”, explicou.
A empresa de Palaçoulo informa que na arte da tanoaria trabalha apenas com madeiras nobres, devidamente certificadas e que o processo de secagem, 100% natural, prolonga-se por mais de 24 meses.
Atualmente, a tanoaria J.M.Gonçalves, Lda., exporta os seus produtos (barricas, tonéis e alternativos) para os cinco continentes e para países como Espanha, França e Estados Unidos da América.
“Neste momento somos a tanoaria mais certificada no mundo e fabricamos barricas com diferentes perfis, respeitando a casta, o vinho e os objetivos de cada enólogo”, concluiu.
De acordo com o jornal espanhol Heraldo, mais de mil empresas já estão inscritas da Feira de Saragoça 2023, que por sua vez, engloba os salões do vinho, do azeite e da cerveja.
Recorde-se que Saragoça é a capital da região espanhola de Aragão e é um importante centro comercial e industrial.
A cidade fica situada no noroeste de Espanha, nas margens do rio Ebro e a população é de cerca de 645 100 habitantes.
A arte de tanoeiro começou há cerca de 100 anos atrás, com Abílio Gonçalves a iniciar-se no fabrico de barricas para os produtores de vinho da região de Trás-os-Montes.
Sendim: CIT-TTM inicia nova formação em ferramentas informáticas
De 4 a 19 de fevereiro, o Centro de Inovação e Tecnologia – Terras de Trás-os-Montes (CIT-TTM), sediado em Sendim, vai ministrar uma formação gratuita em Power Business Intelligence e Share Point, duas ferramentas informáticas de análise de dados, para apoiar os negócios das empresas.
Sobre a formação, Filipe Machado, responsável pelo CIT-TTM, adiantou que os formandos vão ter a oportunidade de conhecer uma das ferramentas mais usadas em tratamento de dados, no mercado de trabalho.
“Hoje em dia, as empresas têm que gerir uma grande quantidade de informações, provenientes de muitos softwares e aplicações. Por isso, há que fazer uma correta gestão destas informações. Antigamente utilizava-se o programa excel, mas hoje, a ferramenta mais avançada é o Power Business Inteligende (PBI)”, indicou.
Segundo Filipe Machado, esta ferramenta informática da Microsoft é muito fácil de utilizar, o que o leva a acreditar que os formandos vão desenvolver rapidamente novas capacidades, no decorrer da formação, que vai decorrer de 4 a 19 de fevereiro.
“Inicialmente, nos dias 4 e 5 de fevereiro, a formação é presencial e vão ser transmitidos os conhecimentos teóricos. Despois, vai ser lançado um desafio aos formandos para desenvolver um projeto, ao longo de 15 dias, utilizando as novas ferramentas informáticas”, adiantou.
Ao longo dos 15 dias de trabalho, os formandos vão ter o acompanhamento online do formador e/ou do CIT-TTM, em Sendim.
“Um exemplo concreto a desenvolver pode ser o caso de uma empresa que vende vários produtos. A empresa precisa analisar, sazonalmente, quais são os produtos que mais vende em determinados meses do ano. Quais são os produtos que vende menos? Que tipos de clientes compram mais? Qual é o volume de vendas? Qual é o lucro segundo as compras ao fornecedor A ou fornecedor B?”, explicou.
De acordo com o responsável pelo CIT-TTM, os formandos ao utlizar as ferramentas Power Business Inteligence (PBI) e Share Point, vão produzir gráficos e indicadores com resultados finais.
“A nível prático, as pessoas vão obter informações úteis sobre o seu negócio”, disse.
Segundo o CIT-TTM, esta nova formação destina-se a todas as pessoas que têm conhecimentos básicos de informática e pretendem iniciar uma carreira na área das novas tecnologias.
“O curso também se destina a todas as pessoas que já trabalham com o programa excel e realizam análises simples de dados. Com esta nova ferramenta, podem expandir o seu conhecimento e obter novos dados”, acrescentou.
Para se inscrever na formação “Iniciação ao Power Business Inteligence + Share Point”, basta enviar um email para geral@cit-ttm.pt, indicando o nome completo e descrever sumariamente os conhecimentos informáticos.
No final do curso, os formandos vão receber um certificado de participação e o responsável pelo CIT-TTM, Filipe Machado, sublinhou que os formandos que aprendam a utilizar estas ferramentas informáticas, poderão trabalhar à distância para empresas de todo o país e do estrangeiro.
Inaugurado a 16 de julho de 2022, o Centro de Inovação e Tecnologia das Terras de Trás-os-Montes (CIT-TTM), sediado em Sendim, tem como missão fomentar o uso da tecnologia no desenvolvimento de competências e negócios que promovam o desenvolvimento local.
Bemposta: Mascarados juntam-se em encontro internacional
No dia 11 de fevereiro, a localidade de Bemposta, vai acolher o Encontro de Rituais Ancestrais, no qual vão participar mascarados provenientes de Portugal, Espanha e de Itália, um evento que regressa ao concelho de Mogadouro após dois anos de interregno devido à pandemia.
“Esta iniciativa, que é já uma referência na zona transfronteiriça de Portugal e Espanha, vai reunir cerca de quatro dezenas de grupos de mascarados de toda a Península Ibérica, o que representa que mais 400 figurantes vão desfilar por Bemposta para colocar em destaque as tradições ancestrais do solstício de inverno”, disse hoje à Lusa Vítor Hugo Gomes, da Associação Maschocalheiro, que tem a cargo a realização do evento.
De acordo com os promotores desta iniciativa, o que se pretende é colocar em destaque “o incalculável valor destas tradições ancestrais de vários territórios ibéricos e mostrar ao mundo todo o seu potencial cultural e etnográfico, para que seja conhecido este património e para ajudar no desenvolvimento dos seus locais de origem”.
No III Encontro de Rituais Ancestrais está prevista a participação de grupos de caretos, chocalheiros, sécias, diabos, farândulos, velhos e outras figuras do Nordeste Transmontano, Coimbra, Ílhavo (Aveiro), Zamora, Fermoselle, Ávila, Palência, Guadalajara (Espanha), Sardenha (Itália), entre outros territórios que mantêm vivas estas tradições.
“Esta é uma forma de dar a conhecer os mais diversos rituais existentes em várias localidades, a fim de motivar as pessoas a partir à descoberta destas manifestações pagãs que se perdem na imensidão dos tempos”, explicou Vítor Hugo Gomes.
O anfitrião deste encontro é uma das figuras mais enigmáticas e antigas da Península Ibérica, conhecida por chocalheiro de Bemposta.
Outros dos objetivos do desfile passa por ajudar a potenciar as atividades económicas e sociais dos territórios de baixa densidade populacional.
O dia do desfile também não é escolhido ao acaso, visando reunir o maior número de grupos possíveis, já que ainda se festejam as tradições do solstício de inverno e dá-se início ao Carnaval.
Para o presidente da Junta de Freguesia de Bemposta, António Martins, a ideia é tornar o Encontro de Rituais Ancestrais numa iniciativa internacional aproveitando a localização desta localidade junto à fronteira com Espanha.
“Este é um encontro [de mascarados] que poderá ajudar a colocar este território em valor e divulgar o chocalheiro de Bemposta. Outros dos objetivos é divulgar a freguesia e tirar dividendos turísticos”, vincou o autarca.
Colaboram na organização do Encontro de Rituais Ancestrais o município de Mogadouro, a Junta de Freguesia de Bemposta, e o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Duero/Douro, entre outras entidades públicas e privadas.
No mês do Carnaval, a organização espera a presença de cerca de 2.000 pessoas vindas de ambos os lados da fronteira para um dia de folia e diversão em contacto com personagens únicas e ancestrais.
Comunicações: Ministério das Infraestruturas “está a acompanhar” subida de preços das operadoras
O Ministério das Infraestruturas “está a acompanhar a evolução da situação” da subida de preços anunciada pelos operadores de telecomunicações e pediu ao regulador Anacom “informações”, nomeadamente sobre direitos dos consumidores relativamente a contratos em vigor.
As operadoras de telecomunicações Meo (Altice Portugal), NOS e Vodafone Portugal anunciaram o aumento do preço dos seus serviços até 7,8%, as duas primeiras a partir de fevereiro e a última em março.
“O Ministério das Infraestruturas está a acompanhar a evolução da situação e solicitou à Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] informações, designadamente, sobre direitos dos consumidores em relação a contratos em vigor, o seu eventual cancelamento e quanto às informações disponibilizadas pelas empresas”, foi divulgado, na sequência de questões colocadas sobre o tema.
“A decisão das empresas tem suscitado indignação e confusão entre os consumidores sobre a legalidade dos aumentos de preços pelos serviços prestados. Mas a maioria dos contratos prevê estas alterações nos preços, pelo que não se verifica nenhuma ilegalidade”, referiu a Deco Proteste na semana passada, recordando que os operadores “começaram a introduzir, a partir de 2017, novas cláusulas contratuais nas condições entregues, seja em novos contratos ou renegociações”.
Estas “cláusulas preveem atualizações anuais dos preços com base na taxa de inflação e excluem a possibilidade de rescisão do contrato sem custos”, adiantou.
Ora, “em outubro do ano passado, o regulador do setor das telecomunicações — a Anacom — emitiu uma recomendação aos operadores para que concedessem uma proteção especial aos seus utilizadores e solicitou uma moderação nos aumentos a aplicar este ano. O regulador forçou, ainda, os operadores a esclarecerem nos contratos qual o indexante utilizado para calcular os preços com base na inflação no início de cada ano”, recordou.
A Deco Proteste “defende que o aumento de preços deve ser claro e que a comunicação deve ser assegurada ao consumidor com uma antecedência de 30 dias, mesmo que o aumento de preços conste do contrato”, isto porque “se trata de uma alteração que tem impacto no orçamento das famílias e para o qual os consumidores não estão preparados”.
A Altice Portugal foi a primeira operadora a anunciar a atualização de preços a partir de fevereiro, sendo que os clientes que têm apenas voz fixa e os reformados com plano reformados estão excluídos deste aumento, disse, em outubro, a presidente executiva, Ana Figueiredo.
De acordo com a empresa, o universo de clientes que apenas têm voz fixa e plano de reformados é de 100 mil.
A NOS anunciou uma atualização de preços semelhante à da Meo, que também se baseia no índice de preços no consumidor (7,8%) e que entra em vigor a 01 de fevereiro.
Já a Vodafone foi o último operador a anunciar os seus planos de atualização de preços, em janeiro deste ano, seguindo a mesma tendência, com os aumentos a chegarem em março.
A Altice Portugal foi a primeira operadora a anunciar a atualização de preços a partir de fevereiro, sendo que os clientes que têm apenas voz fixa e os reformados com plano reformados estão excluídos deste aumento, disse, em outubro, a presidente executiva, Ana Figueiredo.
No caso da Nowo, esta “encontra-se numa situação muito particular, pois aguarda decisão final da Autoridade da Concorrência sobre o processo de aquisição deste operador por parte da Vodafone”, recordou a Deco Proteste, sendo que a operadora já anunciou que vai manter os preços.
A Deco Proteste aconselhou aos consumidores que verifiquem se pertencem “aos casos previstos na nova lei das Comunicações Eletrónicas (LCE) perante os quais aos consumidores não podem ser cobrados custos de rescisão antecipada”, consultando o contrato “para apurar se tem ou não a cláusula relativa à possibilidade de atualização de preços anuais com base na taxa de inflação (por exemplo, com base no índice de preços no consumidor), sendo que a obrigação legal do operador em comunicar antecipadamente os aumentos de preços só se aplica caso esta não esteja presente”.
Além disso, “confira, ainda, todas as alterações que o operador fez posteriormente ao contrato inicial”, sendo que “em alguns casos, os operadores enviaram adendas ao contrato com esta cláusula”, refere.
Quando um operador propõe “uma alteração de preços acima do que está estipulado no contrato, a comunicação com o operador para se fazer uma rescisão sem custos teria de ser por escrito”, pelo que “solicite ao operador as provas da sua comunicação, caso não encontre esta informação”, acrescentou.
Além disso, “utilize a plataforma ‘online’ de cessação dos contratos de telecomunicações se pretende terminar o contrato antes de acabar a fidelização”, mas lembre-se de que terá de encarregar com os custos de rescisão”, apontou.
Sociedade: Tribunal Constitucional volta a chumbar lei da eutanásia
O Tribunal Constitucional pronunciou-se, por maioria, pela inconstitucionalidade da lei de despenalização da eutanásia, a segunda vez que toma esta mesma decisão relativamente à matéria, em Portugal.
Em causa, segundo o acórdão, está a violação do “princípio de determinabilidade das leis”.
Na sequência desta pronúncia, o presidente da República Portuguesa anunciou que “vai devolver, de novo, o diploma à Assembleia da República, sem promulgação, nos termos do art.º 279.º, número 1, da Constituição, logo que publicado, no Diário da República, o Acórdão daquele Tribunal”.
A decisão do Tribunal Constitucional (TC) surgiu após o pedido de fiscalização preventiva feito pelo chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa questionava a nova definição de “doença grave e incurável”, em detrimento de “doença fatal”.
“O legislador, tendo embora desenvolvido esforços no sentido da densificação e clarificação de alguns conceitos utilizados na versão anteriormente fiscalizada, optou por ir mais além alterando em aspetos essenciais o projeto anterior”, declarou o presidente do TC, João Causpers.
Em 2022, a Assembleia da República retomou o processo legislativo sobre a legalização da eutanásia e morte medicamente assistida depois de, na anterior legislatura, o presidente da República ter declarado inconstitucional o diploma aprovado no Parlamento sobre o tema em março de 2021 e de ter vetado, em novembro do mesmo ano, uma segunda proposta de lei sobre a eutanásia.
Segundo o TC, este decreto “continha um conjunto de contradições de natureza conceptual, suscitando problemas sensíveis de interpretação e aplicação, razão pela qual veio a ser devolvido, sem promulgação, ao Parlamento para que tais inconsistências pudessem ser ultrapassadas”.
Para os juízes, a dúvida nesta nova definição está, em particular, na alusão a “grande intensidade”.
“Em conformidade com a clarificação efetuada, a situação relativa à gravidade da doença legitimadora da morte medicamente assistida não punível passou a ser a de ‘doença grave e incurável’, definida como ‘doença que ameaça a vida, em fase avançada e progressiva, incurável e irreversível, que origina sofrimento de grande intensidade’”, sublinha o acórdão.
João Causpers assinalou que a tipificação do sofrimento com as caraterísticas de “físico, psicológico e espiritual” torna “plausíveis e sustentáveis duas interpretações antagónicas”.
“Foi criada uma intolerável indefinição quanto ao exato âmbito de aplicação da nova lei”, sustentou.
O primeiro diploma rejeitado pelo Tribunal Constitucional tinha sido aprovado pela Assembleia da República no dia 29 de janeiro de 2020.
O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje à Agência ECCLESIA que a nova decisão do TC vai ao encontro do posicionamento do episcopado, “que sempre tem afirmado a inconstitucionalidade de qualquer iniciativa legislativa que ponha em causa a vida, nomeadamente a despenalização da eutanásia e do suicídio assistido”.
Ambiente: Investimento na floresta continua insuficiente
Em 2021, o investimento na floresta teve uma evolução “ligeiramente positiva” mas insuficiente para alcançar as metas definidas para o setor, indica um barómetro divulgado pelas associações Zero e Centro Pinus.
No barómetro de investimento florestal as duas associações destacam como positiva a rearborização com pinheiro-bravo e alertam para a necessidade de melhorias nas faixas de gestão de combustível, na nova floresta com espécies distintas dos eucaliptos, pinheiro-bravo e sobreiro, e execução de investimento em floresta com apoios públicos.
Nas contas do barómetro a evolução ligeiramente positiva em todos os indicadores mostra também que “ainda existe um longo caminho a percorrer até que o investimento florestal seja suficiente para alcançar as metas políticas definidas”.
O barómetro integrou quatro indicadores, a execução financeira do principal programa de apoio ao investimento em floresta (Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 – PDR 2020, neste caso em relação a 2022), a gestão de combustível, a recuperação pós incêndio da resinosa autóctone pinheiro-bravo, e a área de nova floresta de espécies com maior expressão territorial (eucalipto, sobreiro e pinheiro-bravo).
“Apesar da expressão territorial da floresta no nosso país, apenas 6% da verba total do PDR2020 em 2022 foi destinada às medidas mais importantes para o investimento florestal. E a execução financeira destas medidas também foi inferior à global do referido programa (48% face a 78%)”, diz-se num comunicado divulgado pela associação ambientalista Zero.
Afirmando que a rearborização de pinheiro-bravo registou 9.364 hectares (ha) em 2021 e ultrapassou a área considerada necessária para repor a área perdida, que em 2020 tinha sido apenas de 1.709 ha, as associações frisam que “mais urgente do que rearborizar, é gerir a regeneração natural que se segue aos incêndios”.
Segundo o documento, em 2021 foram arborizados 1.964 ha com espécies com menor representatividade territorial (que não eucaliptos, sobreiro e pinheiro-bravo), o que representou 33% da meta definida no Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica em 2050.
“O pinheiro-manso representou 48% desse valor. Esperava-se uma maior aposta na arborização com outras espécies autóctones que não o pinheiro-bravo, o sobreiro e mesmo o pinheiro-manso, mas tal parece não estar a acontecer”, diz-se no comunicado.
As duas associações exigem uma melhor monitorização das políticas públicas, porque a existência de dados fiáveis são um pré-requisito indispensável para as avaliar e, se necessário, ajustar.
O barómetro foi produzido no âmbito do Projeto ForestWatch, que é financiado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega e promovido pela Zero em parceria com o Centro Pinus – Associação para a Valorização da Floresta de Pinho, que tem como objetivo promover a sustentabilidade do pinheiro-bravo na floresta portuguesa.
Em janeiro, os preços em Espanha subiram 5,8%, comparando com janeiro de 2022, segundo uma estimativa oficial que, a confirmar-se, revela a primeira subida da inflação no país (numa décima) em cinco meses.
A taxa de inflação (subida dos preços comparando com o mesmo mês do ano anterior) foi de 10,5% em agosto, 8,9% em setembro, 7,3% em outubro, 6,8% em novembro e 5,7% em dezembro em Espanha, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol.
Espanha fechou o ano passado com a inflação mais baixa da União Europeia, depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados e de em julho ter registado a taxa mais alta no país desde 1984.
Isto apesar do aumento recorde dos preços dos alimentos, que em dezembro voltou a situar-se acima dos 15% (15,7%), comparando com o mesmo mês do ano passado, valores que são os mais altos desde 1994, como sublinhou hoje o INE.
Segundo a estimativa para janeiro agora divulgada, sem os preços dos alimentos não elaborados e da energia (inflação subjacente), a variação dos preços em janeiro foi 7,5% em Espanha, mais cinco décimas do que os 7% de dezembro.
O aumento da inflação prevista em janeiro “deve-se, principalmente, aos preços dos combustíveis”, segundo o INE espanhol, que fez algumas mudanças no cálculo este mês, como a introdução dos preços da eletricidade no mercado livre, que excluía até agora.
Em janeiro, o governo espanhol acabou com um desconto de 20 cêntimos por cada litro de combustível comprado por particulares.
Em paralelo, este mês, para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, entrou em vigor um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA (imposto sobre o consumo) de alguns alimentos e produtos considerados básicos.
Espanha aprovou ao longo de 2022 vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca e 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do IVA da eletricidade e do gás para 5% ou desconto de 20 cêntimos por litro na compra de combustíveis.
Política: Apenas 17,5,% dos jovens têm filiação partidária
Um estudo indica que 89,6% dos jovens já votaram em eleições, mas essa percentagem reduz-se significativamente no que se refere à militância partidária ou sindical, com apenas 17,5% filiados em partidos e 2,4% em sindicatos.
Este estudo, intitulado “Participação política juvenil em Portugal: Resultados de um inquérito ‘online’ e de grupos de discussão com jovens”, foi desenvolvido por investigadores da Universidade Católica do Porto para o Conselho Nacional de Juventude (CNJ).
Segundo o estudo, num total de 931 jovens inquiridos, 89,6% declararam já ter votado “em algum momento da sua vida”.
Em declarações, o presidente do CNJ, Rui Oliveira, considerou que este dado permite “afastar a perceção de que os jovens estão desligados e não participam na vida política”.
“Este valor, dos nove em cada dez, vem-nos demonstrar que, nesta questão concreta do voto (…), eles continuam a ir votar e a ter essa participação”, afirmou.
Segundo o estudo, dentro do universo dos jovens que já votaram, 81,8% foram às urnas no âmbito das eleições legislativas, 79,1% nas autárquicas, 76,6% nas presidenciais e apenas 45,6% nas europeias.
As investigadoras da Universidade Católica Raquel Matos e Mónica Soares – respetivamente, coordenadora e uma das autoras do estudo – indicaram que, para os jovens, “quanto maior a perceção de que a eleição terá impacto na sua vida e na sua comunidade, maior a probabilidade de a ida às urnas se efetivar”.
Apesar de não terem perguntado aos jovens em quem votaram, as duas investigadoras realçaram, contudo, que, em termos de posicionamento político, 46% dizem alinhar-se à esquerda, 33,6% ao centro e 20,4% à direita.
As investigadoras referiram que este posicionamento político não tem impacto em termos de ida às urnas, mas sim “noutras formas de participação política, nomeadamente em partidos e participação em campanhas”.
“Os jovens que se posicionam politicamente à direita são os que mais referem pertencer a partidos e participar em campanhas. Neste grupo, 29% dos jovens pertencem a partidos, enquanto no grupo que se alinha à esquerda, essa percentagem desce para 15,5%”, explicaram.
Apesar destas diferenças consoante o posicionamento político, o estudo destaca, contudo, uma tendência comum: o afastamento dos jovens tanto da militância partidária como sindical.
Segundo o estudo, 34,7% dos jovens participam em associações, mas essa percentagem baixa para 22,7% no que se refere a campanhas eleitorais, 17,5% para partidos políticos e 2,4% para sindicatos.
Para o presidente do CNJ, esta falta de militância explica-se pelo facto de os jovens “não gostarem da parte burocrática e demorada” daquele tipo de entidades, a que acresce ainda, segundo Raquel Matos e Mónica Soares, uma “evidente falta de formação dos jovens sobre o funcionamento dos partidos e dos sindicatos”.
“Em consequência, não raras vezes veem estas estruturas como desatualizadas e apresentam ideias erradas acerca de para que servem e como operam. Isto poderá contribuir também para um afastamento contemporâneo dos jovens em relação aos partidos políticos e aos sindicatos”, referiram as investigadoras.
O presidente do CNJ considerou que estes indicadores sobre a militância em partidos ou sindicatos mostram precisamente que os jovens pretendem que a forma como participam na vida política “seja realmente diferente”.
Por outro lado, Rui Oliveira abordou também os resultados do estudo que indicam que as redes sociais já se tornaram “o meio de comunicação mais utilizado pelos jovens” para a participação política, ultrapassando a televisão, frisando que se trata de uma “alteração clara” relativamente a comportamentos antigos.
“Acho que nós não fizemos essa adaptação para muitos desses comportamentos que os jovens têm hoje, e esse, para mim, é das principais reflexões que nós temos que fazer rapidamente para não afastar os jovens”, sublinhou.
Perante esta constatação, Rui Oliveira frisou que o CNJ vai reunir-se com as suas organizações membro, a que pertence designadamente a JS, JSD ou JCP, mas também a Comissão de Juventude da UGT ou a Interjovem/CGTP-IN, para analisar o estudo.
“Vamos reunir-nos, apresentar os dados e fazer uma reflexão com elas e com o conjunto das organizações que não são diretamente da área para apresentar soluções, caminhos, para tomar uma posição e pensar sobre estas questões”, sublinhou.
O estudo foi feito com base num inquérito ‘online’ que envolveu 931 jovens dos 18 aos 30 anos e que foi realizado entre 23 de fevereiro e 31 de maio de 2022.
As Bem-Aventuranças são paradoxais, um verdadeiro contrassenso que rasga o caminho da felicidade. Elas traçam o itinerário de instauração do reino de Deus através de oito atitudes vitais, formando um círculo perfeito, que se inaugura com a felicidade dos pobres em espírito – a primeira bem-aventurança – e reencontra o ponto de partida na perseguição gerada pelo seguimento de Jesus – a oitava. Entre estas duas, que têm o Reino como fruto, residem todas as demais.
O reino dos Céus está ao alcance daqueles que vivem ao estilo de Jesus, em pobreza de opinião, de vontade, de quereres e apeteceres, arriscando o desprezo e desvalorização de outros. Não há verdadeira liberdade para Deus quando estamos cheios de nós. Nunca encontraremos a alegria enquanto desperdiçarmos energias nos nossos inegociáveis. Pois cada um dos nossos inegociáveis força-nos a sacrificar o essencial no altar do supérfluo. Cada um dos nossos inegociáveis torna-se senhor de nós quando há um só Senhor: o Deus de bondade.
Sem grande consciência, enchemos as nossas rotinas de inegociáveis. Eles podem ser o ginásio, uma série, ou um qualquer outro mimo aparentemente inócuo. Mas estas restrições, estes impedimentos, quando bloqueiam a alma para a liberdade do Evangelho, fecham-nos ao Espírito.
Naturalmente, todos nós precisamos dos nossos tempos de descanso. Mas o único inegociável, o único imprescindível é o Senhor. Sempre que estabelecermos limites ou preferências, temos de nos recordar do sentido da nossa vida, que não é a autopreservação nem a rigidez de alma, mas sim o Reino.
Para viver o Reino, há que não recear as dificuldades nem temer as resistências. Há que seguir o caminho do Mestre, em grande pobreza interior quanto à própria vontade. Foi este o estilo de Jesus e não há outra forma. Só assim faremos das lágrimas, da fome e da humildade, alegria. Só assim receberemos da mão do Senhor o cumprimento das promessas que nos fez. Só assim seremos sinal de misericórdia, de paz e de reconciliação entre a humanidade. Só assim seremos Reino, felizes e bem-aventurados.