Política: Norte de Portugal com estratégia para a inovação

A região Norte de Portugal tem mil milhões de euros para investir até 2027, em inovação, no âmbito de uma estratégia que irá orientar a aplicação de fundos comunitários na região e que foi apresentada em Bragança.

Trata-se da Estratégia de Especialização Inteligente do Norte, para o período 2021-2027, e que corresponde a mais de 30% dos três mil milhões de euros dos fundos regionais, destinados a esta região e geridos pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento regional do Norte (CCDRN).

A estratégia define as áreas regionais e que vão orientar a aplicação dos fundos comunitários até 2027, com as escolhas que a região fez “num exercício muito participado pela academia, pelas empresas, pelas associações empresariais”, segundo a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

A governante participou na apresentação da estratégia, que decorreu no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), e explicou que esta “indica aquelas áreas prioritárias onde representa as escolhas da região naquilo que vão ser opções de financiamento no âmbito da ciência e da competitividade”.

O presidente da CCDRN, António Cunha, especificou os “oito domínios prioritários de aposta regional que têm a ver com a realidade e ambição de evolução futura da região”.

Entre os referidos domínios estão dois que considerou “centrais à atividade industrial” e que são a moda e os habitats (casas, questões de conforto, arquitetura), e a transformação digital da indústria, nomeadamente ao nível de sistemas avançados de produção.

Outros dois domínios são a energia e mobilidade sustentável, desde empresas ligadas à produção e equipamentos para energias renováveis à produção de automóveis e transportes inteligentes.

As outras áreas são a saúde, o agroalimentar, turismo e recursos locais, património cultural e natural, ciência e tecnologia e estado e cidadania.

Inovação é a palavra-chave desta estratégia e vai determinar as escolhas da região. A ministra da Coesão Territorial sublinhou que uma condição para admissão de candidaturas a fundos comunitários é estarem alinhadas com estas orientações, beneficiando de uma majoração.

A ministra disse ainda que na região Norte, os apoios previstos consideram as especificidades sub-regionais e valorizam as parcerias, nomeadamente entre a academia e as empresas.

“O Norte tem feito um caminho que queremos consolidar, os últimos resultados de um trabalho da Comissão Europeia – o índice de competitividade – dão a região Norte como a segunda região que deu o maior salto em termos de inovação e isso resulta do investimento dos fundos europeus”, indicou.

O presidente do politécnico de Bragança, Orlando Rodrigues, e anfitrião da sessão de apresentação considerou que a estratégia para a inovação “está bem elaborada”, mas reclamou mais “coerência a alocação dos fundos”.

“Não deve ser exclusivamente uma boa construção teórica para agradar a Bruxelas, ela deve traduzir-se nas escolhas de investimento”, considerou, alertando que “nos últimos anos tem havido um desinvestimento do Estado central em infraestruturas da ciência e tecnologia”.

O presidente do IPB frisou que estão em causa nesta estratégia para os próximos anos “fundos de coesão, que são para equilibrar o desenvolvimento territorial” e para “aplicar na coesão da própria região”.

“Este desequilíbrio absolutamente inaceitável a que temos assistido nos últimos anos, de a grande maioria dos nossos fundos de coesão serem gastos nas regiões mais centrais e mais dinâmicas e que menos precisariam deste tipo de fundos, obviamente terá que ser revertido e alterado”, defendeu.

Fonte: Lusa

Deixe um comentário