Mogadouro: Feira dos Produtos da Terra e do Artesanato inicia a 4 de março
A vila de Mogadouro realiza nos fins de semana de 4,5 e 11, 12 de março, a 36ª edição da feira franca dedicada aos produtos da terra e ao artesanato. um certame inserido nas festividades da Amendoeira em Flor, divulgou a autarquia.
“Nesta feira franca, que conta com duas dezenas de expositores, apostamos na comercialização dos produtos da terra e na promoção da marca ‘Origem: Mogadouro’ – explicou a vereadora do município, Márcia Barros.
Segundo a autarca, o objetivo é promover a economia do concelho através de um certame que regressa ao seu local inicial, na Alameda de Nossa Senhora do Caminho, localizada no centro da vila.
As festividades da Flor da Amendoeira contam ainda com um programa cultural e desportivo onde se destaca a prova de atletismo Trilhos de Mogadouro a realizar no domingo, estando prevista a participação de cerca de 300 atletas.
Para o dia 12 de março está programada uma prova de BTT, para a qual são esperados cerca de 150 praticantes.
Sendim: Oficina do Idoso está a entusiasmar os participantes
Nas tardes de 3ª e 6ª feiras, a antiga Escola Primária de Sendim, é o local de encontro dos participantes na Oficina do Idoso, uma iniciativa da União de Freguesias local, que tem por objetivos retirar as pessoas idosas da solidão e proporcionar-lhes tardes de convívio, de aprendizagem e partilha de saberes.
A vice-presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Ana Paula André, informou que a iniciativa “Oficina do Idoso” é um projeto vocacionado para as pessoas mais velhas e tem como finalidade agir contra a solidão e proporcionar momentos de convívio.
Nestes encontros, a autarca de Sendim disse que aos participantes são propostas várias atividades como o tricot, o crochê, os bordados, as técnicas de guardanapo em telhas e madeiras, a jardinagem, os jogos tradicionais e didáticos, a carpintaria, os trabalhos manuais, a cozinha regional e a informática.
“Contudo, mais do que ensinar-lhes alguma coisa, esta iniciativa visa aprender com eles e dar valor à sua experiência de vida. Por isso, nas atividades estamos receptivos às suas propostas e sugestões”, disse.
Uma dessas sugestões foi a de fazer pão. Assim sendo, na próxima semana, os 25 participantes na Oficina do Idoso, mulheres e homens vão para a cozinha do pavilhão multiusos de Sendim, cozer pão e confeccionar doces tradicionais.
Outra das atividades que está a gerar entusiasmo nos participantes da Oficina do Idoso são as sessões de informática. Segundo a formadora, Márcia Martins, no âmbito da informática pretende-se que as pessoas idosas aprendam a utilizar a internet, a criar uma caixa de correio eletrónico e saibam comunicar com os familiares através das redes sociais, como o whatsapp ou o facebook.
Mas mais do que aprender, a formadora corroborou da opinião de que as pessoas idosas vão sobretudo ensinar e transmitir muitos conhecimentos, saberes e tradições da vila de Sendim.
Uma dessas pessoas é o senhor Manuel Marcelino, reformado da empresa Comboios de Portugal (CP) e com jeito para a carpintaria e os trabalhos manuais.
“Neste momento e em grupo, estamos a fazer os tradicionais ranacalhos, uns objetos para utilizar nas procissões da Semana Santa, em Sendim”, disse.
Para além dos trabalhos manuais, Manuel Marcelino aprecia também os momentos de convívio com os seus pares, a jogar os jogos tradicionais, como a sueca, o chincalhão, o dominó ou as damas.
Visivelmente entusiasmado, Manuel Marcelino disse que na “Oficina do Idoso” tem a oportunidade de passar melhor o tempo, na companhia de outras pessoas, como são os amigos da sua geração.
Por sua vez, Avelina Rodrigues é outra das participantes. Também está reformada e é uma das várias senhoras que participa na Ofina do Idoso, em Sendim. Decidiu participar no projeto, para sair do isolamento e conviver com outras pessoas.
“Felicito a freguesia de Sendim por nos proporcionar estas tardes agradáveis de convívio. Entre as atividades que já realizámos gosto de fazer trabalhos manuais e hoje estou a aprender a fazer meias, em tricô”, disse.
Em Sendim, a Oficina do Idoso, acontece duas vezes por semana, às 3ª e 6ª feiras, entre as 14h00 e as 17h30, e segundo a senhora Avelina Rodrigues, “as tardes de convívio e partilha de saberes passam a correr”.
A Oficina do Idoso é uma iniciativa do União de Freguesias de Sendim e Atenor e conta com os apoios dos município de Miranda do Douro, que cedeu as instalações da Antiga Escola Primaria, do Agrupamento de Escolas que cedeu algum mobiliário.
Agricultura: Pedido Único e candidaturas a investimentos agrícolas vão ser simplificados
A ministra da Agricultura prometeu que o regime de candidaturas ao Pedido Único (PU), que abre a 1 de março de 2023, é “muito simplificado”, tal como as outras candidaturas a investimentos agrícolas, que serão aprovadas “em 60 dias”.
Sobre o modelo do Pedido Único 2023, que “está a ser tratado” e “vai ser disponibilizado”, as candidaturas podem “ser submetidas a partir de 1 de março e até dia 31 de maio”, disse a ministra Maria do Céu Antunes, em Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora.
O objetivo é que este regime seja “muito simplificado. Simplificado para o agricultor, simplificado para a administração local e central”, prometeu a governante.
Maria do Céu Antunes falava aos jornalistas à margem de uma visita à Unidade Agroalimentar de Produção de Carne de Suínos da Maporal, S.A., situada na zona industrial daquela cidade alentejana.
A ministra da Agricultura e da Alimentação foi questionada pelos jornalistas sobre se a integração dos serviços das direções regionais de agricultura e pescas (DRAP) nas comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR) não irão atrasar processos, uma preocupação já expressada pelos agricultores.
“Não, antes pelo contrário”, afiançou a governante, adiantando este tema da simplificação do regime do PU, que irá abordar também esta tarde, durante uma visita que tem agendada ao Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP).
Além disso, Maria do Céu Antunes revelou que, “mais tarde”, quando o ministério que tutela abrir “as novas medidas de investimento”, a aposta na simplificação vai continuar.
“Aquilo que vamos criar é, através de custos simplificados, de controlo remoto à distância e de ‘drones’ e de satélite, não precisarmos de uma verificação física que, infelizmente, atrasa muito os nossos processos” de aprovação de candidaturas de investimentos agrícolas, disse.
Por isso, o “fluxograma de trabalho” vai prever que, “desde que a candidatura entra até ser aprovada, não podem passar mais de 60 dias”, assegurou.
“E todos os pareceres que sejam necessários obter, seja da CCDR, seja da APA [Agência Portuguesa do Ambiente], seja do ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas], têm um ‘x’ dias” para serem dados, continuou.
Segundo a ministra, será possível assim “fazer na realidade a diferença e a partir daí, se não houver a emissão desse parecer, o que vai acontecer é um deferimento tácito” da candidatura.
“Portanto, em 60 dias, temos que ter as candidaturas aprovadas, porque quem faz investimentos tem que ter respostas muito rápidas”, sustentou, defendendo que Portugal precisa de “ter uma administração muito ágil, muito bem preparada para poder fazer o seu papel”.
Questionada ainda sobre se os diretores das DRAP vão ou não passar a ser vice-presidentes das CCDR, a ministra disse que, “em breve”, vai ser conhecida “a nova orgânica das comissões de coordenação”.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, disse que Portugal tem tido uma redução de “17% do consumo de gás”, salientando tratar-se de um objetivo “acima” do que estava definido a nível europeu.
“Foi recentemente publicado [relatório da Direção-Geral de Energia e Geologia], Portugal tem tido uma redução de 17% do consumo de gás e, portanto, acima daquilo que era objetivo e que estava definido a nível europeu”, disse Duarte Cordeiro.
Duarte Cordeiro lembrou que em Portugal a redução do consumo de gás resulta “não só das medidas voluntárias aplicadas”, mas também do plano que o país “pode implementar”, frisando a importância dessa mesma redução.
“No ano passado tivemos dificuldades associadas por termos tido seca, tivemos uma necessidade extraordinária de produção de eletricidade por gás. Este ano temos um bocadinho menor dependência relativamente à produção de eletricidade com gás, uma vez que tivemos possibilidade de ter chuvas e que permitiram encher grande parte das nossas barragens”, apontou.
De acordo com o relatório da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) sobre redução da procura de gás em Portugal para o período agosto de 2022 – janeiro de 2023, o consumo de gás em Portugal cifrou-se em 2,59 mil milhões de metros cúbicos, menos 16,7% do que a média dos mesmos meses dos cinco anos anteriores.
O compromisso geral dos países europeus foi cortar em 15% o consumo de gás no período de agosto de 2022 a março de 2023. Portugal negociou com Bruxelas uma revogação para que seja aceite uma redução de apenas 7%, considerando o facto de o país depender fortemente das centrais de ciclo combinado alimentadas a gás para as necessidades do sistema elétrico.
Saúde: Um em cada quatro médicos tem mais de 65 anos
Um em cada quatro médicos tem mais de 65 anos, um envelhecimento da classe que vai resultar em cerca de 5 mil aposentações até 2030, alerta um relatório sobre recursos humanos da saúde.
“A presente década de 2020–2030 será marcada por um elevado volume de aposentações de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Prevê-se neste período a aposentação de cerca de cinco mil médicos, a que acresce a aposentação de médicos que trabalhem exclusivamente no setor privado”, refere o documento dos investigadores Pedro Pita Barros e Eduardo Costa.
Este relatório faz parte da cátedra em Economia da Saúde, enquadrada na iniciativa para a Equidade Social, que resulta de uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, o BPI e a faculdade de ciências económicas, financeiras e de gestão da Universidade NOVA de Lisboa (Nova SBE).
Os investigadores alertam ainda que o “problema do envelhecimento é assimétrico no território nacional”, com o Norte, Centro e regiões autónomas a registarem uma “proporção de médicos com mais de 65 anos inferior à média nacional”.
“Para além da assimetria regional e por especialidades, verifica-se um agravamento acentuado ao longo do tempo. Em 1996, cerca de 11% dos médicos inscritos na Ordem dos Médicos tinham mais de 65 anos. Os dados mais atuais, referentes a dezembro de 2021, colocam esta proporção em 24%”, refere o estudo.
A análise indica que, ao nível das especialidades, o envelhecimento da classe é mais evidente na medicina tropical (88,1% dos médicos com mais de 65 anos), na estomatologia (53,8%), na cirurgia pediátrica (43,6%), na patologia clínica (43,1%), na cirurgia cardiotorácica (42,6%) e na cirurgia maxilofacial (40,9%).
Segundo os dados agora divulgados, esse elevado envelhecimento da classe “faz antecipar uma vaga de aposentações” para os próximos anos, prevendo-se um volume médio de aposentações anuais superior a 450.
Lisboa e o Norte, regiões com maior número de profissionais de saúde, “serão as mais afetadas”, salienta ainda o relatório, ao estimar que a década de 2030 será marcada por um volume de aposentações anuais “substancialmente inferior”.
Entre 2030 e 2040 deverão aposentar-se, em média, menos de 250 médicos por ano.
O documento adianta ainda que os índices de envelhecimento dos enfermeiros são “substancialmente inferiores” aos dos médicos, uma vez que, em 2019, menos de 4% desses profissionais de saúde tinham mais de 65 anos.
“O envelhecimento dos profissionais de saúde implica uma adaptação do sistema de saúde. Uma maior proporção de médicos envelhecidos reduz os profissionais de saúde disponíveis para trabalhar em período noturno ou em urgência”, alertam também Pedro Pita Barros e Eduardo Costa.
De acordo com os investigadores, a aproximação da idade da reforma de um grande número de médicos coloca ainda um “grande desafio à manutenção de capacidades formativas no SNS”.
“O planeamento atempado dessas aposentações é fundamental para minimizar disrupções no normal funcionamento dos cuidados de saúde”, salienta o relatório, que analisa vários indicadores sobre os recursos humanos da saúde entre 2011 e 2022.
Picote: Limpeza e manutenção dos caminhos rurais reforçou o espírito comunitário
No Sábado, dia 25 de fevereiro, a junta de freguesia de Picote voltou a organizar a iniciativa “Ir a Caminhos”, uma tradição comunitária que teve por objetivo executar trabalhos de limpeza e melhoramento dos caminhos rurais, que simultaneamente promoveu o sentido de pertença entre os picoteses.
De acordo com o presidente da freguesia de Picote, Jorge Lourenço, este trabalho comunitário é a continuação de uma antiga tradição, na qual os habitantes da aldeia se juntam duas vezes por ano, para resolver problemas da localidade.
“Tradicionalmente, nas épocas do Carnaval e do São Martinho, os picoteses reúnem-se para resolver alguns problemas da comunidade, como é a manutenção e abertura de caminhos rurais e outras iniciativas, que contribuam para a melhoria das condições de vida das pessoas”, disse.
Entre as outras iniciativas, o autarca de Picote lembrou a ação da comunidade na canalização da água para a rede de fontanários públicos, na década de 1980 e mais recentemente, a construção da Casa do Povo.
No passado sábado, dia 25 de fevereiro, cerca de 15 pessoas juntaram-se para realizar o trabalho de limpeza, reparação, manutenção e melhoria de cinco caminhos rurais na freguesia de Picote.
“Neste trabalho conjunto de manutenção dos caminhos rurais destaco o aprofundamento do espírito de pertença e solidariedade entre os habitantes de Picote. No final dos trabalhos realizámos um almoço convívio entre todos”, disse.
Segundo Jorge Lourenço, as freguesias são a pedra fundamental na organização do poder democrático, mas não conseguem dar resposta a todos os problemas, pelo que precisam da participação cívica das pessoas que constituem as comunidades locais.
«A iniciativa “Ir a caminhos” é um bom exemplo da participação das pessoas no governo da freguesia e é uma forma de desenvolver o espírito de cidadania”, indicou.
Para a realização dos trabalhos de limpeza e manutenção dos caminhos rurais, a junta de freguesia de Picote contou com o apoio logístico do município de Miranda do Douro, que cedeu as máquinas retroescavadoras.
O autarca picotês acrescentou que o trabalho de melhoramento dos caminhos rurais beneficia também os turistas que regularmente visitam a aldeia de Picote.
“No sábado, aquando da realização dos trabalhos encontrámos um casal, de mochilas às costas, que estava a percorrer um caminho entre Sendim e Picote. E é claro que se os caminhos rurais estiverem em boas condições, isso é do agrado de quem nos visita e dá uma boa imagem à localidade e à comunidade de Picote”, concluiu.
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A iniciativa “Ir a caminhos” é organizada pela Junta de Freguesia de Picote, duas vezes durante o ano. (fotos: FP)
Floresta: Aumentam as exportações da fileira do pinheiro
Em 2022, as exportações da fileira do pinho aumentaram 28%, para o valor recorde de 2.700 milhões de euros, representando 3,4% das exportações portuguesas e 37% das exportações das indústrias da fileira florestal, anunciou o Centro Pinus.
Em comunicado, o Centro Pinus – Associação para a Valorização da Floresta de Pinho destaca que os últimos dados relativos ao comércio internacional divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) “revelam um aumento que supera em mais de 581 milhões de euros o valor registado em 2021, ano em que também se registou um recorde no histórico das exportações portuguesas da fileira do pinho em mais 437 milhões de euros (+25%) comparativamente a 2020”.
Segundo salienta, “estes resultados refletem o aumento da procura de madeira e de resina de pinho justificadas por tendências como o aumento da utilização de madeira em construção ou em embalagens de papel usadas nas vendas ‘online’ e impulsionadas pelas políticas de substituição de produtos da base fóssil”.
“Estamos bastante satisfeitos com a evolução crescente das exportações na fileira do pinho e com um maior reconhecimento externo dos produtos de alto valor acrescentado produzidos em Portugal. Este crescimento afirma a capacidade de adaptação e a resiliência das empresas deste setor”, afirma o presidente do Centro Pinus, João Gonçalves, citado no comunicado.
De acordo com a associação, o subsetor do ‘mobiliário’ continuou destacar-se como o que mais exporta, alcançando em 2022 um novo recorde de 933 milhões de euros (+26%).
Já os subsetores ‘papel e embalagem’ e ‘painéis’ exportaram 586 milhões de euros e 240 milhões de euros, respetivamente, o que representou, em ambos os casos, um crescimento de 24%, enquanto a ‘madeira’ vendeu 522 milhões de euros (+18%) nos mercados externos.
Quanto ao subsetor da ‘resina’, cresceu 19%, com vendas ao exterior no valor de 201 milhões de euros (+19%).
Água: Norte é a região que mais contribuiu para produção de energia hídrica – APA
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) revelou que o Norte é a região do país que mais contribuiu para produção de energia hídrica do país, salientando o desempenho dos distritos de Bragança e Braga.
“A região Norte, é a região do país que mais contribui para a produção de energia renovável no país, com destaque em particular para a produção hídrica – é aqui que estão as grandes barragens”, indicou Pimenta Machado, durante a sua intervenção na Conferência Inaugural do “Ano OE 2023: Energia e Clima”, em Braga.
Segundo o responsável da APA, em 2022, a bacia hidrográfica do Rio Douro foi responsável por 50% da produção hídrica, seguindo-se depois o Cávado.
Já em 2021, acrescentou, os dados sobre a produção desta energia renovável colocavam o distrito de Bragança e Braga na liderança, seguidos de Vila Real.
Numa abordagem aos desafios da gestão da água em contexto de alterações climáticas, o responsável da APA revelou ainda que é no centro onde mais se produz energia eólica, e no Alentejo e Algarve a fotovoltaica.
“Do ponto de vista da gestão da água, em janeiro, início de fevereiro, temos albufeiras diria quase cheias. No resto do país, diria que há uma linha que percorre o rio Tejo com o Norte e o Centro com mais água e no Algarve menos água. Nesta altura, temos três barragens com níveis inferiores a 20% – Bravura, no barlavento algarvio, Monte da Rocha e Campilhas na Bacia do Sado e que levantam preocupações”, adiantou.
Ainda assim, o vice-presidente da APA considera que Portugal nunca esteve “tão bem preparado” do ponto de vista da gestão da água para lidar com as alterações climáticas.
“O ano passado foi um ano em que aprendemos muito. Foi o terceiro ano mais seco de sempre e, apesar de tudo, para o conjunto das utilizações, não faltou água”, indicou, salientando que foram tomadas medidas preventivas para que tal não sucedesse, e preparado um conjunto de ações para tornar as regiões mais resilientes às alterações climáticas, apontando como exemplo a primeira central de distribuição de energia no Algarve à escala industrial.
A dependência dos recursos hídricos provenientes de Espanha, foi apontado pelo responsável da APA como um dos desafios na gestão da água em contexto de alterações climáticas, que avançou que Portugal depende “mais de 50%” do país vizinho.
De acordo com Pimenta Machado, 60% dos recursos são provenientes de Espanha e 64% do território continental de Portugal está integrado nas bacias hidrográficas de rios internacionais.
O dirigente participou hoje na iniciativa do Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Engenheiros que decretou o ano de 2023 como o “Ano OE Energia e Clima” e que pretende contribuir com propostas concretas aos desafios que se impõe, a apresentar em 25 de novembro, no Dia Nacional do Engenheiro.
Transportes: Governo não promete alta velocidadeporTrás-os-Montes
O secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, rejeitou que a execução do Plano Ferroviário Nacional comece por Trás-os-Montes e não se compromete com a possibilidade de este território vir a ter comboio de alta velocidade.
O responsável pela tutela falava, em Bragança, num sessão sobre o tema “que futuro para a ferrovia em Trás-os-Montes”, no âmbito da iniciativa “Agendas para o Território” promovida pelos dois deputados do PS eleitos por Bragança na Assembleia da República, Sobrinho Teixeira e Berta Nunes.
Autarcas e outras entidades regionais fizeram chegar as pretensões locais ao, durante o período de discussão pública do plano, que termina na terça-feira, nomeadamente que a ligação ferroviária Porto/Vila Real/Bragança tenha perfil de alta velocidade e ligação a Espanha, em Zamora, com passagem no Planalto Mirandês.
Na região pede-se também que o plano comece a ser executado em Trás-os-Montes como um sinal de discriminação positiva, mas o secretário de Estado que não haja “ilusões” pois o comboio não chegará tão depressa como se deseja, não está previsto que seja de alta velocidade, nem que os novos investimentos comecem em Trás-os-Montes.
“Eu sei que isto não é simpático para quem vive nos territórios, mas a geografia é o que é, eu tenho que começar por estruturar a espinha dorsal do país para depois servir o resto do território ena ferrovia é a mesma coisa”, afirmou.
O governante vincou que Portugal “tem a população quase toda no eixo Braga/Faro e todas as infraestruturas de transporte se ligam de uma forma ou de outra a esse eixo”, pelo que “sem estruturar esse eixo a utilidade das outras infraestruturas fica muito prejudicada”.
“Não há ilusões de que isto vai acontecer já amanhã. É compreensível que as pessoas que foram abandonados pelo caminho-de-ferro têm alguma impaciência e vê-lo regressar tão depressa quanto possível. Não estou a dizer que isto nunca vai acontecer, estou a dizer que não vai acontecer tão cedo como as pessoas esperam, mas temos que trabalhar para que isto aconteça”, declarou.
A região, concretamente todo o distrito de Bragança, está sem comboio há 30 anos e se demorar outro tanto tempo a regressar, para o secretário de Estado “é um feito notável” como o foi o plano rodoviário nacional, em que Bragança foi a última do país a ter autoestrada.
O deputado eleito pelo PS, Sobrinho Teixeira, ouviu e promete “luta” para que se faça a “disrupção” com a forma como os territórios do Interior, como Bragança, têm sido tratados.
“Se nós fazemos sempre tudo da mesma maneira, as coisas ficam sempre iguais e os primeiros ficam cada vez melhores e os últimos ficam cada vez piores”, afirmou.
O parlamentar salientou o que já foi alcançado até agora, nomeadamente a inclusão da ligação ferroviária Porto/Vila Real/Bragança/Zamora, proposta pela Associação Vale D´ouro e defendida pelos autarcas locais.
A linha foi contemplada, mas a pretensão da alta velocidade “é uma questão que não se coloca, neste momento” para o secretário de Estado que defende que tem é “que garantir um tempo de viagem inferior ao do automóvel”.
A Associação Vale D´ouro propõe também que esta nova linha ferroviária passe a ser o corredor internacional atribuído à ligação Aveiro/Viseu/Salamanca.
O governante alega que “todo o trabalho já foi feito sobre esta ligação”, enquanto a nova linha prevista para Trás-os-Montes “está agora a ser colocada de novo”.
“Se esta é mais viável, não é no âmbito do Plano Ferroviário que se vai chegar a essa questão”, referiu, indicando que com as novas metas europeias para os corredores internacionais de mercadorias, as duas linhas poderão vir a ser necessárias para esse fim.
O que a Associação Vale D´ouro pretende, como referiu o presidente Luís Almeida “é que se possa passar os próximos dois, três anos a discutir, a estudar, qual das duas soluções é que deve ser executada prioritariamente.
O secretário de Estado remeteu para futuros governos esta e outras decisões, nomeadamente a calendarização e prioridades de execução do plano “de acordo com a capacidade de investimento que o país tiver”.
“O que este plano ferroviário é suposto definir é se o país tivesse dinheiro infinito, qual é que era a rede ferroviária que nós construíamos de hoje para amanhã, que é a adequada para servir o território”, acrescentou.
Miranda do Douro: CDMD quer chegar à final da taça distrital
Na próxima sexta-feira, dia 3 de março, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) vai participar na Final Four da Taça Distrital de Futsal, da Associação de Futebol Bragança (AFB) e no jogo das meias-finais (21h30) vai jogar contra o Sporting de Moncorvo.
A fase final da taça distrital vai realizar-se no pavilhão municipal de Macedo de Cavaleiros e na outra meia-final, a Escola de Futsal Arnaldo Pereira vai defrontar o Grupo Desportivo Torre Dona Chama (19:30).
Depois, às 21h30 é a vez da equipa de Miranda do Douro defrontar o Sporting de Moncorvo.
Na presente época, a equipa de futsal do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), ocupa o 2º lugar no campeonato, com 24 pontos (menos dois que o líder Torre Dona Chama) e alcançou a final four da taça. O presidente do clube mirandês, Nuno Martins, mostrou-se orgulhoso pelo desempenho da sua equipa.
“Dada a grande competitividade entre a maioria das equipas, estou muito satisfeito com o trabalho que estamos a realizar. Destaco que no campeonato estamos a lutar pelo primeiro lugar. E na taça conseguimos o objetivo de chegar final four. E aqui chegados, tal como as outras três equipas, queremos conquistar um lugar na final. Mas para isso, temos que vencer a meia-final de sexta-feira, diante do Sporting de Moncorvo”, disse.
Se vencer a meia-final, a equipa de Miranda do Douro vai disputar a final da taça distrital no dia seguinte, sábado, dia 4 de março, às 21h45, defrontando o vencedor do encontro entre EF Arnaldo Pereira vs Torre Dona Chama.
A equipa que vencer a taça distrital, vai suceder ao atual detentor do troféu, o Águia FC Vimioso.