Trás-os-Montes: Associação reforça proposta da linha de alta velocidade

A Associação Vale d’Ouro acrescentou duas variantes, no Douro e em Terra de Miranda, ao estudo que propõe a construção da linha de alta velocidade ferroviária por Trás-os-Montes, num documento entregue ao ministro das Infraestruturas.

A associação, sediada no Pinhão, concelho de Alijó, divulgou em outubro um estudo que propõe uma linha de alta velocidade ferroviária que colocaria o Porto a três horas de Madrid, em Espanha, passando pelas capitais transmontanas Vila Real e Bragança, e por Zamora, onde ligaria à rede de alta velocidade espanhola.

O estudo foi desenvolvido com o objetivo de contribuir para a discussão pública do Plano Nacional Ferroviário.

Segundo um comunicado divulgado, o projeto foi apresentado na quarta-feira, dia 4 de maio, numa reunião com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, e em que também esteve presente o coordenador do Plano Nacional Ferroviário, Frederico Francisco.

Neste encontro, de acordo com o presidente da direção da Associação Vale d’Ouro, Luís Almeida, foram apresentadas duas propostas complementares ao estudo inicial, que “resultaram da continuidade da análise que a instituição tem feito ao ecossistema ferroviário a norte do Douro”.

Estes memorandos incidem sobre “uma alternativa ao traçado inicial da Linha de Trás-os-Montes na zona da Terra de Miranda que garante uma maior coesão territorial e sobre uma ligação à Linha do Douro na zona de Vila Meã que permitiria encurtar os tempos de viagem entre a Régua/Pinhão/Pocinho e o Porto/Aeroporto Francisco Sá Carneiro em cerca de 30 a 40 minutos”.

“Tivemos oportunidade de apresentar o racional por detrás da linha de alta velocidade entre o Porto e Madrid por Trás-os-Montes, bem como os detalhes técnicos e económicos associados à proposta”, afirmou Luís Almeida, citado no comunicado.

O estudo inicial prevê a construção de uma nova linha de alta velocidade entre o Porto – Vila Real – Bragança – Zamora, de tráfego misto, com velocidades entre os 160 e os 250 quilómetros por hora.

A viagem do Porto a Vila Real seria de 43 minutos, enquanto até Bragança seria de uma hora e 14 minutos e a capital espanhola, Madrid, ficaria a três horas do Porto.

O traçado está orçado em 3,7 mil milhões de euros, valor que inclui cerca de 400 milhões de euros relativos ao troço a construir em Espanha.

Segundo a associação, na variante Terra de Miranda, agora apresentada, são incluídas as localidades de Vimioso e de Miranda do Douro no corredor ferroviário de Trás-os-Montes.

Esta solução, explicou, foi apresentada na sequência de uma sugestão da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes que pretendia “estudar a possibilidade de maior agregação do seu território neste importante corredor ferroviário”.

Segundo a associação, na variante Terra de Miranda, agora apresentada, são incluídas as localidades de Vimioso e de Miranda do Douro no corredor ferroviário de Trás-os-Montes.

Esta opção significaria um acréscimo de extensão na ordem dos 26 quilómetros de obra nova, a qual representa uma redução da extensão a percorrer entre Bragança e Zamora de cerca de 34 quilómetros, aos quais corresponde uma diminuição do tempo de viagem nos serviços alta velocidade Porto-Madrid para cerca de duas horas e 45 minutos.

O aumento de custo de construção seria na ordem dos 330 milhões.

A Associação Vale d’Ouro estudou ainda a viabilidade técnica de criação de um ramal de ligação entre a Linha do Douro e a linha de alta velocidade, na zona de Vila Meã (Amarante), através do qual diz que “será possível encurtar tempos de viagem entre o Porto e Barca D’Alva, e criar um acesso direto do Douro vinhateiro ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro”.

“A ligação desenvolve-se em via única eletrificada ao longo de cerca de 3,7 quilómetros, entre a linha Porto-Madrid e a entrada da estação de Vila Meã com uma velocidade máxima de 100 quilómetros hora num investimento a rondar os 35 milhões de euros”, explicou.

No encontro com o ministro, foi ainda abordada a reabertura da Linha do Douro até Barca d’Alva, considerada pela associação como “o investimento imediato e prioritário a concretizar nos próximos três a cinco anos”.

Fonte: Lusa

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