HASTA PÚBLICA PARA VENDA DOS LOTES DE TERRENO N.º 3, 6, 7, 8 e 9 do LOTEAMENTO das EIRAS de BAIXO – PALAÇOULO
Gualdino Manuel Fernandes Raimundo, Presidente da Freguesia de Palaçoulo, torna público que, de acordo com a deliberação tomada na reunião Junta de Freguesia, realizada no dia 30 de Outubro de 2021, no uso da competência e respeitando o Regulamento de Alienação de Lotes do Loteamento das Eiras de Baixo, vai proceder-se à venda, por hasta pública, de cinco lotes de terreno, sitos no referido loteamento, propriedade desta Freguesia.
A venda será efetuada de acordo com as respetivas condições previstas no regulamento de venda, nomeadamente as bonificações, art.º 9, disponível na página da freguesia em, https://palacoulo.jfreguesia.com/regulamentos.php, assim descriminados:
Lote nº
Área do Lote
Valor base de licitação
3
294 m2
24,00€/m2
6
280 m2
24,00€/m2
7
280 m2
24,00€/m2
8
280 m2
24,00€/m2
9
360 m2
40,00€/m2
São admitidos apenas lanços mínimos 1,00 € (1 Euro) por metro quadrado.
Após o término da praça da Hasta Pública, os arrematantes têm que prestar o pagamento de 50% do valor global de arrematação do lote, sendo os restantes 50% pagos no ato de escritura.
São da responsabilidade dos adjudicatários, as obrigações fiscais respeitantes à transmissão dos bens, nomeadamente o pagamento do Imposto Municipal sobre Transmissão de imóveis e do imposto de Selo, bem como as despesas inerentes à celebração da escritura de compra e venda.
A praça da Hasta Pública realizar-se-á na Sede da Junta de Freguesia de Palaçoulo, sito no Largo da Cruz, Palaçoulo, no dia 28 de Novembro de 2021, iniciando-se pelas 15 horas.
Palaçoulo, 5 de Novembro de 2021
O Presidente: Gualdino M.F. Raimundo
Freguesia de Palaçoulo Largo da Cruz s/n, 5225-032 Palaçoulo
No jogo da 5ª jornada, o Grupo Desportivo Sendim sofreu a primeira derrota no campeonato distrital sénior, na receção ao ACD Rebordelo, que mostrou ser uma equipa sólida e inteligente.
Sobre o jogo realizado no Domingo, dia 7 de novembro, no estádio Valentim Guerra, em Sendim, a equipa visitante entrou de rompante e surpreendeu a equipa da casa.
Logo aos 10 segundos, o Rebordelo conseguiu mesmo efetuar o primeiro remate, o qual levou a bola a rasar o poste direito da baliza do Sendim.
Esta ousadia inicial dos forasteiros confundiu a equipa da casa e aos 3’30 minutos, na sequência de um canto direto, o Rebordelo inaugurou o marcador (0-1). No lance, o guarda-redes do Sendim, Armando, protestou veementemente, sobre uma possível falta dentro da pequena área, que o impediu de chegar à bola.
O golo dos visitantes deu-lhes ainda mais confiança e a partir daí souberam gerir o jogo. Os seus jogadores posicionáram-me bem ao longo do campo, raramente cometeram erros, pressionaram muito a equipa do Sendim dificultando assim a sua construção do jogo e sempre que surgia uma oportunidade atacavam com objetividade.
Nesta primeira parte, a melhor ocasião de golo voltou a pertencer aos visitantes: foi aos 27′ minutos, num lance em que o central sendinês, Valentim, perdeu a bola numa zona de perigo que deu aso a uma arrancada e um forte remate de um avançado do Rebordelo, que obrigou Armando a defender com segurança.
Na segunda parte do jogo, o Rebordelo optou por impor um ritmo de jogo mais pausado e isso aumentou a ansiedade dos jogadores sendineses, que procuravam aproximar-se da baliza adversária para anular a desvantagem no marcador.
Mas o jogo não estava a ser bem interpretado pelos sendineses e aos 60′ minutos, os visitantes aumentaram o marcador para 0-2. Foi através de uma jogada bem desenhada, que correu de flanco para flanco, com um primeiro remate a embater na trave da baliza do Sendim e na recarga, o Rebordelo fez o seu segundo golo.
Apesar do aumento da desvantagem no marcador, os jogadores do Sendim não desanimaram e continuaram a lutar. Nem sempre bem é certo, mas continuaram à procura da baliza do Rebordelo. E este esforço foi recompensado aos 84′ minutos. Na sequência de um livre dirigido para a área do Rebordelo, a bola foi ao segundo poste, onde estava um jogador do Sendim que efetuou um passe que apanhou em contrapé a defesa do Rebordelo, permitindo que outro jogador do Sendim reduzisse a desvantagem, com um cabeceamento fácil para fazer o 1-2 final.
Suplentes: Bruno, Beto, Edilzo, Leandro, Manuel João, Rodrigo, Alexander
Treinador: André Irulegui
“O golo inicial é antecedido de falta sobre o guarda-redes e isso condicionou o jogo todo. Se o desafio já era difícil, com esse erro grave, tudo se tornou mais complicado ainda. Perante esta adversidade tivemos que ir à procura do golo e abrimos muito o jogo. Apesar de tudo lutámos até ao final.”
André Irulegui
ADC Rebordelo: Bruno Rato, Governor, Maki, Quintá, Toni, Ronaldo, Rabisco, Pedrinho, Clemente (cap.), Ednan e Cícero.
Suplentes: Eurico, Vitó, Gabriel, Cavalo, David, Tiago e Lucas.
Treinador: Nuno Loureiro
“Sabíamos que íamos defrontar uma equipa muito bem organizada e orientada. Tínhamos por estratégia não dar muito espaço ao Sendim e ter a posse de bola. A espaços conseguimos controlar o jogo. Pela coesão e personalidade que a equipa teve, acho que fomos justos vencedores.” Nuno Loureiro
Igreja: Miranda do Douro acolheu o encontro dos bispos de Bragança-Miranda e de Zamora
O bispo de Zamora, Dom Fernando Valera Sanchez veio a Miranda do Douro, agradecer a Dom José Cordeiro, bispo de Bragança-Miranda, a presença na ordenação episcopal realizada em dezembro de 2020, na Catedral de Zamora.
Os bispos português e espanhol encontraram-se no dia 4 de novembro, na estação Biológica Internacional do rio Douro, em Miranda do Douro, onde se juntaram aos visitantes portugueses e espanhóis, que diariamente vêm conhecer a fauna, a flora nesta reserva natural.
A pandemia e o encerramento das fronteiras adiou o encontro entre os bispos das dioceses vizinhas, de Bragança-Miranda e Zamora.
Segundo Dom Fernando Valera Sanchez, este encontro teve por objetivo conhecerem-se melhor e partilhar experiências pastorais e acima de tudo disfrutar de um dia de convívio, de contemplar a extraordinária paisagem do rio Douro e de almoçar em conjunto
“É uma alegria puder partilhar juntos esta beleza natural”, disse.
Sobre o ano jubilar que a diocese de Zamora está a celebrar para comemorar os 900 anos da restauração da diocese, o bispo espanhol disse que por causa da situação pandémica, muitas das comemorações, tais como as peregrinações do caminho de Santiago ou as celebrações arciprestais e paroquiais tiveram que ser restringidas. Ainda assim, Dom Fernando Valera Vasquez informou que conseguiram realizar algumas iniciativas graças aos canais digitais.
Agora que a situação pandémica está mais controlada, Dom Fernando, adiantou que nesta reta final do ano jubliar, que vai concluir-se a 19 de março de 2022, estão programadas muitas atividades, tais como as peregrinações, encontros e está também agendado um grande concerto na cidade de Zamora.
Ao longo deste ano jubilar na diocese de Zamora, o Papa Francisco está a conceder a Indulgência Plenária a todos os fiéis que celebrando este aniversário cumpram as condições próprias de todo o jubileu. A este propósito, o bispo de Zamora disse que “os anos jubilares são momentos e espaços de Graça de Deus, que já estão presentes no Antigo Testamento.”
Segundo Dom Fernando Valera Sanchez, “o jubileu é a oportunidade para aproximar-se da misericórdia e do perdão de Deus”.
E a indulgência plenária é como “um bónus que Deus concede, com as condições de rezar pelo Santo Padre Francisco, de visitar a Sé Catedral de Zamora, de receber o Sacramento da Reconciliação ou Perdão e participar na Eucaristia”, indicou.
“A indulgência plenária pode ser recebida para si e também para os familiares e amigos que já faleceram”, explicou.
A diocese de Zamora foi fundada no ano 900 por São Atilano. Em 986, Almanzor conquistou a cidade e só em 1121 é que a diocese foi restaurada, tendo como bispo Bernardo de Perigord.
Por sua vez, Dom José Cordeiro, referiu que este encontro com o bispo de Zamora há muito que estava agendado. “É um primeiro de muitos encontros que se hão-de seguir, numa boa relação interdiocesana de Zamora com Bragança-Miranda”, adiantou.
Dom José Cordeiro lembrou que a Igreja não tem fronteiras. «Somos a mesma e única Igreja, como professamos no credo “Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica”», disse.
O bispo de Bragança-Miranda fez também alusão ao sínodo 2021-2023 que já está a decorrer em toda a Igreja e referiu que impulsionados pelo processo sinodal (que convida a uma maior “participação, comunhão e missão”), este processo deve começar com os que estão ao nosso lado, como é o caso da diocese de Zamora.
“São nossos vizinhos, já existem muitos encontros informais, mas agora queremos estabelecer cada vez mais pontes e uma maior presença e proximidade entre nós, em todas as áreas que nos for possível, para testemunhar a unidade da Igreja”, concluiu.
Dom José Cordeiro lembrou que a Igreja não tem fronteiras. «Somos a mesma e única Igreja, como professamos no credo: “Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica”», disse.
Visita dos bispos, Dom José Cordeiro e Dom Fernando Valera Sanchez à Estação Biológica Internacional (EBI) Duero Douro.
Entrevista: «Quando nos disponibilizamos para servir são-nos dadas responsabilidades» – Jorge Fidalgo
Jorge Fidalgo foi recentemente reeleito presidente da Câmara Municipal de Vimioso e como autarca foi também o escolhido para presidir a Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), uma comunidade de municípios que tem a missão de pensar, definir e implementar políticas conjuntas de desenvolvimento regional.
Terra de Miranda – Notícias: Nas eleições autárquicas de 26 de setembro, foi reeleito presidente da Câmara Municipal de Vimioso, com 63,38% dos votos. Para quem não sabe, o que faz um presidente de um município? Quais são as suas funções e responsabilidades no dia-a-dia?
Jorge Fidalgo: Uma autarquia é um governo local e nessse âmbito local, o trabalho de um presidente de Câmara é muito abrangente, pois trata de assuntos de várias áreas, como são a saúde, a educação, o ambiente, o urbanismo, o apoio e a atração de investimento, etc., etc.. E mesmo em áreas que não são da competência direta de um município, como é o caso da justiça e da segurança, que são competência do Estado central, mesmo aí há uma articulação e colaboração com os órgãos locais de justiça e de defesa, como acontece com a Guarda Nacional Republicana (GNR).
T.M.N.: A governação de um concelho é um trabalho de equipa?
J.F.: Sim, obviamente que é um trabalho de equipa. É um trabalho realizado pelo executivo, mas também pela assembleia municipal, pelas juntas de freguesia e pelos funcionários da Câmara Municipal. O presidente da Câmara é apenas o porta-voz ou representante de toda esta vasta equipa, que trabalha diariamente para o bem-estar das populações. O nosso objetivo é criar melhores condições de vida, para que as pessoas possam realizar-se pessoal e profissionalmente neste território. Mas o nosso trabalho autárquico nunca está concluído, porque todos os dias aparecem novas necessidades e desafios.
T.M.N.: E quais são os desafios ou prioridades da sua equipa para o quadriénio 2021/25?
J.F.: Nestes territórios do interior do país, o grande desafio continua a ser a demografia. Para combater o despovoamento, a estratégia exige uma colaboração próxima entre todos decisores. Recordo que o problema demográfico não é só do interior, é também nacional, dado que houve um decréscimo da população em todo o país. Para estes territórios do interior a estratégia poderá passar pela definição de mínimos populacionais, de modo a assegurar a sustentabilidade destes territórios. Porque regiões sem população ou abandonadas trazem mais problemas e custos do que quando são habitadas.
T.M.N.: Com o despovoamento surgem outros problemas associados como é o encerramento de escolas, dos centros de saúde e outros serviços.
J.F.: Sim, por isso o grande desafio é o de fixar a população, sobretudo os jovens e atrair a vinda de outros. No ensino, Vimioso continua a reivindicar ao governo a oferta de escolaridade obrigatória, ou seja, o 12º ano. É um imperativo que os jovens tenham a oportunidade de continuar a estudar no seu concelho e não sejam obrigados a migrar. Na minha perspetiva, a educação é a base do desenvolvimento de qualquer território, pois se tivermos jovens com mais formação, teremos melhores trabalhadores, melhores empresários e portanto mais e melhor desenvolvimento no concelho. A par da educação, também a saúde é uma área prioritária, porque interfere diretamente com a vida e o futuro das pessoas.
T.M.N.: Outro fator de desenvolvimento das localidades são as acessibilidades. Há muito que Vimioso e os concelhos vizinhos de Miranda do Douro, Mogadouro e até Freixo de Espada à Cinta pedem financiamento para a construção da ponte Vimioso-Carção, de modo a encurtar e facilitar a chegada à capital de distrito, Bragança. Porque razão não se concretiza esta obra?
J.F.: É uma pergunta que devemos fazer ao governo. Porque é que esta obra, que contribui para a coesão territorial, não está inscrita no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)? E à última hora foi inscrita no plano nacional de investimentos? Esta obra é a única no distrito que já tem um projeto praticamente concluído na Infraestruturas de Portugal. De seguida, o relatório de conformidade ambiental vai ser enviado para a Agência Portuguesa do Ambiente. Espero que até ao final do ano, seja aprovado todo o projeto para que possa ser lançada a empreitada. Esta obra é fundamental, porque os territórios que têm boas acessibilidades, conseguem atrair investimento particularmente privado.
T.M.N.: Recentemente foi eleito presidente da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM TTM), um agrupamento constituído por nove municípios: Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais. Que importância tem este agrupamento de municípios? E como presidente que responsabilidades acrescidas vai assumir?
J.F.: A comunidade intermunicipal está a trabalhar para definir políticas conjuntas de desenvolvimento regional e este trabalho dos nove municípios é fundamental. Gostaria também que os municípios de Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães, que pertencem ao distrito de Bragança, integrassem a CIM – Terras de Trás-os-Montes. Estou convencido que a comunidades intermunicipais vão ter um papel cada vez mais importante na definição das políticas nacionais e regionais. Como presidente da CIM- Terras de Trás-os-Montes vou ser apenas o porta-voz e representante das posições dos nove municípios.
T.M.N.: Como presidente da CIM-Terra de Trás-os-Montes pretende constituir um conselho estratégico. Do que se trata?
J.F.: As comunidades intermunicipais são constituídas por vários órgãos: a assembleia intermunicipal, o conselho intermunicipal e o conselho estratégico. Até ao momento, o conselho estratégico ainda não foi constituído. Este órgão tem por finalidade reunir diferentes perspetivas e ideias que contribuam para o desenvolvimento desta região. Para isso, o conselho estratégico há-de reunir pessoas de variadíssimas áreas, com mérito reconhecido e que possam trazer um pensamento estruturado, que ajude a definir e planificar a médio prazo, as políticas que respondam aos nossos problemas regionais.
T.M.N: Na política nacional estamos a viver uma crise, com a provável dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições legislativas antecipadas. Que análise faz da atual situação política?
J.F.: Obviamente que todas as crises são de evitar. Mas há crises que podem ser oportunidades de clarificação. Esperemos, fundamentalmente, que desta crise resulte um momento clarificador para o país e que a solução proveniente das próximas eleições legislativas seja uma solução estável. Portugal precisa de estabilidade governativa e de definição de políticas claras.
T.M.N.: O PSD está em condições para ganhar as eleições legislativas e ser o próximo governo?
J.F.: O PSD é um dos partidos fundadores da democracia e juntamente com o partido socialista são os dois maiores partidos nacionais. Todos os dias, o partido social-democrata está preparado para assumir responsabilidades de governação. E obviamente que é possível ganhar as eleições. Nas recentes eleições autárquicas, também não se pensava que o PSD pudesse ganhar Lisboa e ganhou. Hoje, ao contrário do que se possa pensar, os cidadãos estão bem informados e sabem aquilo que querem para os seus territórios, para o país e quais são as melhores soluções. Após as eleições, o partido que for chamado a formar governo deve criar todas as condições para criar estabilidade governativa.
Perfil:
Perfil:
António Jorge Fidalgo Martins, nasceu a 20 de setembro de 1970. É casado e pai de dois filhos. Licenciou-se em História, Variante Arte – Ramo Educacional – pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto; e obteve um Mestrado em Educação, especialidade em História da Educação e da Pedagogia, pela Universidade do Minho.
Desde sempre, desenvolveu em si o gosto e a vontade pela participação cívica, sobretudo através da participação associativa. Aos 18 anos, filiou-se no PSD e com o passar dos anos, assumiu vários cargos políticos, concelhios e distritais. “Quando nos dispomos para servir e as pessoas acham que temos capacidade para isso, são-nos dadas responsabilidades”, disse.
É presidente da Câmara Municipal de Vimioso desde 2013.
No dia 31 de outubro, o professor Serafim do Rosário apresentou na junta de freguesia de Santulhão, um livro sobre a história e as tradições da aldeia, com o propósito de registar por escrito a herança cultural de Santulhão.
Em 1993, o Dr. José Rodrigues lançou-lhe o desafio de escrever um livro sobre Santulhão. Mas naqueles anos, o exercício da docência não lhe permitiu dedicar-me por inteiro a esse projeto. Em vez disso, acabaram por publicar uma revista anual, a “Santulhana”.
Mas o projeto do livro foi retomado há quatro anos atrás. O falecimento da esposa, a solidão e para ocupar melhor o tempo dediciu lançar mãos à obra. Muito do trabalho já estava feito graças às recolhas efetuadas ao longo dos anos.
“Ao longo dos anos, consultei documentos históricos e falei sobretudo com as pessoas idosas da terra, fazendo recolhas, como canções”, revelou.
O contato com as pessoas idosas foi (e continua a ser) para o professor Serafim muito gratificante. Graças ao trabalho desenvolvido nos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Santulhão, também como provedor, um dos seus passatempos preferidos era conversar com as pessoas idosas.
“Por um lado, fazia-lhes companhia, conversávamos e recordávamos os tempos de infância e juventude na aldeia. E por outro ia registando a sua sabedoria popular”, contou.
Em Santulhão, ao longo dos anos, viveram-se grandes mudanças, com destaque para a emigração. O despovoamento e também a cultura veiculada pelos meios de comunicação social, em particular a televisão, relegou para segundo plano as tradições da aldeia.
E segundo o professor Serafim Rosário, Santulhão tinha grandes tradições no Natal e na Semana Santa, destacando-se, por exemplo, a grande devoção ao Senhor da Misericórdia.
Antigamente, também o Natal era vivido com muita devoção.
“A feitura do Presépio era muito importante. Assim como a devoção à Senhora do Rosário. Depois da consoada, em casa, a Missa do Galo, à meia-noite, não podia faltar, com os cânticos tradicionais. Após a celebração da Missa, havia o convívio das pessoas à volta da fogueira, no qual havia sempre alguém que oferecia nozes ou algo para comer. No dia de Natal, havia a tradição do Ramo, com ofertas para a festa de Nossa Senhora. Ofertas essas que eram leiloadas no adro da Igreja, tais como galinhas, coelhos, salpicões, doces, bolos, etc.”, contou.
De acordo com o professor Serafim Rosário, atualmente os jovens de Santulhão estã a interessar-se mais pelas tradições da aldeia e a comemoração do Entrudo é um bom exemplo deste renovado envolvimento da juventude.
“Há uns anos atrás pensava-se que o tradicional era coisa de analfabetos. Mas agora vejo que os jovens querem saber mais sobre as suas raízes e estão a recuperar as tradições”, congratulou-se.
A casa da cultura de Vimioso inaugurou a exposição “Máscaras rituais de Portugal”, do colecionador Roberto Afonso, através da qual o investigador dá a conhecer ao público as festas e rituais com mascarados que existem em Portugal.
A exposição, que vai estar em Vimioso até 31 de janeiro de 2022, está organizada cronologicamente e pretende dar a conhecer as festas e rituais com máscaras, que existem em Portugal, bem como os seus artesãos.
“Sem os artesãos não seria possível a continuidade destas festas, já que as máscaras são o elemento fundamental”, disse o investigador.
Segundo Roberto Afonso, as festas de Inverno com mascarados, em Portugal, têm o seu início no dia 31 de outubro, em Cidões – Vinhais, com a Festa da Cabra e do Canhoto.
Seguem-se as festas de dezembro, na sua maior parte dedicadas a Santo Estêvão, o protomártir do cristianismo e padroeiro dos rapazes, altura em que as máscaras assumem maior protagonismo, continuando durante o mês de janeiro e, depois, durante o Carnaval – sendo agora apresentado nesta coleção, pela primeira vez, o Entrudo de Santulhão, no concelho de Vimioso.
As mascaradas culminam na Quarta-feira de Cinzas, com o Dia dos Diabos, data em que a Morte e os Diabos saem à rua em Vinhais e em Bragança.
Fora deste período associado ao solstício de inverno, a única festa de verão com mascarados em Portugal, designada a “Bugiada”, realiza-se em Sobrado – Valongo (Porto), a 24 de junho.
Na exposição, agora patente na Casa da Cultura de Vimioso, estão representadas mais de 40 festas, sendo que 30 são do nordeste transmontano, mais concretamente dos concelhos de Vinhais, Bragança, Vimioso, Miranda do Douro, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros e Mirandela.
Sobre o significado das máscaras, o investigador disse que a máscara é uma marca distintiva da cultura popular no nordeste transmontano.
“O seu significado poderá estar relacionado com o período de inverno, em que há menos luz, há mais frio e escuridão e estas festas de inverno ajudavam a “exorcizar” os males e o frio, na esperança de que o sol e a luz regressassem”, explicou.
Por outro lado, na análise do colecionador “o esconder-se atrás de uma máscara permitia cometer excessos e subverter as normas e o poder instituído.”
“Estas festas terminam na altura do carnaval quando luz do dia aumenta e estação da primavera se aproxima”, disse.
Questionado sobre o que o motivou a iniciar a coleção de máscaras, Roberto Afonso respondeu que tudo começou com o interesse pela tradição das festas no concelho de Vinhais, de onde é natural e onde ainda se realizam dez festas com mascarados.
Segundo o historiador, Vinhais é o concelho do país que abre e encerra as festas com mascarados. “Iniciam-se a 31 de outubro e terminam na Quarta-feira de Cinzas#, informou.
Outro aspeto nas máscaras que desperta muito o interesse do professor Roberto Afonso é o lado artístico destes objetos.
“Há máscaras de madeira, de lata, de couro, etc.”, indicou.
Para quem pretenda visitar a coleção “Máscaras rituais de Portugal”, o investigador informa que “a exposição não é somente uma mostra de máscaras, é também um roteiro das festas ou rituais com mascarados que existem em Portugal”.
“Cada máscara está acompanhada de uma pequena placa onde está escrita a data da festa, a localidade, uma breve descrição da festa e a identificação do artesão”, concluiu.
A coleção de Roberto Afonso, investigador e colecionador que, desde 2014, assume a presidência da Assembleia Geral da Academia Ibérica da Máscara, estará patente ao público, na Casa da Cultura de Vimioso, entre 29 de outubro de 2021 e 31 de janeiro de 2022.
Perfil:
Roberto Afonso é professor e investigador. Tem 49 anos e é natural de Vinhais. Atualmente é presidente da Assembleia-geral da Academia Ibérica da Máscara.
A exposição “Máscaras Rituais de Portugal” vai estar patente na Casa da Cultura de Vimioso, de 29 de outubro a 31 de janeiro de 2022.
Igreja: Procissão de velas conclui mês do rosário em Miranda do Douro
A procissão de velas em honra de Nossa Senhora de Fátima está agendada para o próximo Domingo, dia 31 de outubro, às 21h00, na Capela de Santa Cruz, informou Pedro Manhonho, pertencente aos mordomos de Nossa Senhora de Fátima.
Após um mês de oração diária do Terço, na capela de Santa Cruz, em Miranda do Douro, os fiéis vão agora culminar o mês de outubro, mês de Maria, com a celbração da procissão de velas pelas ruas de Miranda do Douro.
De acordo com o padre Manuel Marques, pároco de Miranda do Douro, Nossa Senhora do Rosário, cuja festa celebramos no mês de outubro, recorda-nos que “a devoção mariana é muito querida em toda a Igreja e em particular pelos leigos”.
Muitos santos e santas foram grandes devotos de Maria e do Rosário.
Dizia o Beato Bártolo Longo: «Tal como dois amigos, que se encontram constantemente, costumam configurar-se até mesmo nos hábitos, assim também nós, conversando familiarmente com Jesus e a Virgem, ao meditar os mistérios do Rosário, podemos vir a ser, por quanto possível à nossa pequenez, semelhantes a Eles, e aprender d’Eles a vida humilde, paciente e perfeita».
No próximo sábado, dia 30 de Outubro, vai celebrar-se a festa em honra de São Simão, na aldeia de Pena Branca, em Miranda do Douro.
De acordo com Marisa Ortega, da organização da festa, o programa inclui a celebração de Missa Solene em Honra de São Simão, às 17 horas.
Após o jantar (21h30), o grupo L’s Sorriagos vai animar musicalmente o serão.
São Simão
Simão era natural de Caná, na Galileia. São Mateus apelida-o de ‘Cananeu’ e São Lucas denomina-o ‘o Zelote’ no seu Evangelho e nos Atos dos Apóstolos. Encontra-se no décimo primeiro lugar na lista dos Apóstolos. Pouco se sabe sobre a sua atividade apostólica. Foi martirizado na era do imperador Trajano (98-117).
Após dois anos consecutivos suspensa por causa da pandemia, a Feira dos Gorazes, na vila de Sendim, está preparada para receber, nos dias 30 e 31 de outubro, cerca de 200 feirantes e milhares de visitantes vindos de todo o planalto mirandês e da vizinha Espanha, informou Luís Santiago, o novo presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor.
Nesta tradicional feira anual é possível comprar vestuário, calçado, máquinas e alfaias agrícolas e também árvores de fruto para plantar nesta altura do ano. Dado que o Dia de Todos os Santos (1 de novembro) e o Dia dos Fiéis Defuntos (2 de novembro) coincidem com a feira dos Gorazes é de prever que o comércio de flores, velas e outros artigos também tenha grande procura.
Habitualmente, a Feira dos Gorazes de Sendim, tem uma grande afluência de visitantes. Na perspetiva, do presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, esta afluência deve-se em primeiro lugar à presença de muitos feirantes. “Este ano esperamos a vinda de 150 a 200 feirantes, em Sendim, nos dias 30 e 31 de outubro”, informou.
Para além disso, Luís Santiago sublinhou que a Feira dos Gorazes é muito conhecida pela sua longevidade. “É uma feira conhecida de toda a vida”, disse. E acrescentou que o sucesso desta feira poderá estar relacionado com a época do ano. “Nesta altura do ano já acabaram os trabalhos agrícolas, como as vindimas e as sementeiras. E as pessoas habitualmente vinham à feira comprar roupa e outros bens para se prepararem para o inverno. É claro que hoje em dia já não faz tanto sentido como antigamente, porque há mais facilidade em fazer as compras em qualquer altura, mas antes era assim.”, explicou.
“Nesta altura do ano já acabaram os trabalhos agrícolas, como as vindimas e as sementeiras. E as pessoas habitualmente vinham à feira comprar roupa e outros bens para se prepararem para o inverno. É claro que hoje em dia já não faz tanto sentido como antigamente, porque há mais facilidade em fazer as compras em qualquer altura, mas antes era assim.”, explicou.
E por falar em antiguidade, reza a história que a feira dos gorazes era conhecida por ser a feira dos burros, certame no qual se compravam e vendiam estes animais, outrora tão úteis nos trabalhos agrícolas e até como meio de transporte. A este propósito, o presidente da freguesia de Sendim adiantou que há a intenção futura de aproveitar a história relacionada com os burros de raça mirandesa, para dar um cunho mais tradicional à feira dos Gorazes. “O cartaz deste ano, com a figura de um burro, já remete para esse significado histórico”, indicou.
Outra inovação que Luís Santiago pretende implementar na Feira dos Gorazes dos próximos anos é a de reservar um espaço na Feira para divulgar o artesanato local, assim como dinamizar do certame com espetáculos musicais e culturais.
Este ano ainda não foi possível introduzir estas e outras inovações, dado que os novos órgãos autárquicos iniciaram funções a 18 de outubro. “Não houve tempo para preparar e organizar a Feira dos Gorazes com a devida antecedência”, justificou.
De acordo com Luís Santiago, em 2022, a União de Freguesias de Sendim e Atenor compromete-se a organizar “uma Feira dos Gorazes com a dimensão que a vila de Sendim merece”, em colaboração com a Câmara Municipal de Miranda do Douro e as associações e entidades locais, de modo a “dar o impulso para que a economia local e nacional atinja os patamares desejados”, indicou.
No próximo fim-de-semana (30 e 31 de outubro), são esperadas muitas pessoas na feira dos Gorazes, em Sendim. “A maioria das pessoas vem da nossa região, de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro. Mas também esperamos a vinda de muitos espanhóis, vindos das localidades raianas e das províncias de Zamora e de Salamanca”, adiantou.
“Apareçam por Sendim, passeiem e não deixem de comprar!”, convidou.
Vimioso: «As pessoas idosas precisam sair da rotina» – Cátia do Vale
Para comemorar o Dia Internacional do Idoso (1 de outubro), o VIMIS-Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS4G) de Vimioso está a desenvolver um conjunto de atividades, para e com as pessoas idosas, de todas as aldeias e vilas do concelho.
Ateliers de pintura em tecido, ateliers de velas aromáticas, medição do colesterol, diabetes, tensão arterial e glicémia, sensibilização para hábitos de vida saudáveis; fisioterapia em grupo, aulas de atividade física, ateliers de culinária, tecnologias da informação e comunicação (TIC) e até sessões de bingo são algumas das atividades que Cátia do Vale (coordenadora) e as técnicas Diana Martins e Ana Cameirão estão a realizar com as pessoas idosas do concelho de Vimioso, com o objetivo de combater o seu isolamento e promover um envelhecimento ativo.
“As pessoas idosas o que mais precisam é de atividades diferentes, que as tirem da rotina do dia-a-dia”, disse Cátia do Vale.
E explicou que “a maioria destas pessoas embora tenham algumas limitações físicas, continuam com capacidade e vontade para fazer mais do que a lida da casa.”
“Alguns ainda fazem um pouco de agricultura. Mas aquelas pessoas que não o fazem, o seu dia-a-dia resume-se a acordar, fazer o pequeno-almoço, arrumar a casa, almoçar, ver um bocadinho de televisão e jantar. E dado que as visitas não são muitas a pandemia veio isolá-las ainda mais”, alertou Cátia do Vale.
Entre as atividades que promovidas pelo VIMIS – CLDS4G, as que despertam maior interesse nas pessoas idosas são, segundo a coordenadora, por exemplo as vídeo chamadas, através das quais ajudam a estabelecer a comunicação visual entre as pessoas idosas e os seus familiares.
“Na pico da pandemia, estiveram privados da visita dos familiares no Natal, na Páscoa, no verão e estas vídeo chamadas ajudaram a encurtar as distâncias”, disse.
Outra preferência das pessoas idosas são as aulas de capacitação para as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), através das quais as técnicas do CLDS procuram ensinar a ver a meteorologia, a consultar o email ou procurar receitas de culinária.
De acordo com Cátia do Vale, em todas as aldeias do concelho de Vimioso, a adesão das pessoas idosas a estas atividades tem sido “muito boa”.
“Com a colaboração dos presidentes e representantes das freguesias, que têm o cuidado de avisar as pessoas idosas, porta-a-porta, a adesão a estas atividades tem sido muito boa. Eles explicam-lhes que a razão de ser destas atividades é combater a solidão e o isolamento em que vivem no seu dia-a-dia”, explicou.
Segundo a coordenadora do VIMIS – CLDS, estas atividades são também um momento de encontro, de conversa e de convívio entre as pessoas da aldeia.
“As pessoas apenas se encontram na Missa semanal e estas atividades permitem-lhes sair das tarefas rotineiras de cada dia”, justificou.
Celeste de Jesus Castanho Fonseca, professora reformada, vive na aldeia de Vale de Frades e é uma das participantes no atelier de pintura em tecido. Disse que gosta muito destas atividades.
“Neste mês de outubro saímos de casa para rezar o terço ou dar uma caminhada em grupo. Do mesmo modo, a vinda à aldeia, das técnicas do CLDS4G de Vimioso, motiva-nos a sair de casa ”, disse.
O VIMIS-Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS4G) de Vimioso iniciou atividade a 1 de julho de 2020.
“Os Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS) pretendem o desenvolvimento social de territórios que vivem situações demográficas preocupantes, como é o caso do concelho de Vimioso (e de outros concelhos no distrito de Bragança). Nestes concelhos despovoados, as pessoas idosas vivem em situação de isolamento” – explicou Cátia do Vale.
Para além do acompanhamento e apoio às pessoas idosas, o CLDS tem ainda por missão realizar atividades de capacitação das pessoas em situação de desemprego. A estas pessoas as técnicas do CLDS ajudam na procura ativa de emprego, na inserção profissional ou na criação do seu próprio emprego/empresa.
As técnicas do VIMIS-CLDS 4G de Vimioso dedicam-se ainda à sinalização e acompanhamento de situações de pobreza infantil. Entre as ações realizadas neste âmbito, destaque para a prevenção e combate ao bullying, à promoção da segurança, à parentalidade positiva e à defesa dos direitos da criança.
Toda a ação do VIMIS-CLDS 4G visa promover o desenvolvimento social e comunitário do concelho de Vimioso.