Miranda do Douro: Capa d’Honras Mirandesa continua a identificar a Terra de Miranda

Celebrou-se no passado Domingo, dia 26 de março, em Miranda do Douro, a cerimónia de Exaltação da Capa d’Honras Mirandesa, um evento que este ano contou com a participação de 150 pessoas, devidamente trajadas com as tradicionais capas da Terra de Miranda e das regiões espanholas de Aliste e da Sanabria.

A 15 de novembro de 2022, a Capa d’Honras Mirandesa foi inscrita no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial.

A cerimónia de Exaltação da Capa d’Honras Mirandesa iniciou-se na manhã de Domingo, dia 26 de março, com o desfile pelas ruas do centro histórico da cidade de Miranda do Douro até à concatedral.

O desfile foi animado pelas atuações dos pauliteiros de Malhadas, do grupo de Danças Mistas de Prado Gatão, do Grupo de Gaiteiros da Póvoa e do Agrupamento Folclórico de Monteros e Monteras de Aliste (Espanha).

Às 11h00, celebrou-se a Missa domincal, durante a qual o pároco de Miranda do Douro, o padre Manuel Marques, deu as boas-vindas às autoridades locais e aos participantes portugueses e espanhóis. Na homília, o sacerdote, referindo-se à Capa d’Honras Mirandesa disse que é importante preservar e promover a cultura e a identidade local.

“Quem visita Miranda do Douro vem à procura do que nos identifica, do que é original e diferente, como é o caso da Capa d’Honras Mirandesa”, disse.

O pároco de Miranda do Douro prosseguiu dizendo que “como cristãos também temos de dever de preservar a nossa identidade, os nossos valores, como são a fé, a esperança e a caridade.

“Ser cristão também deve ser motivo de proua! Se o formos teremos muito mais força, alegria e vida para dar aos outros!”, exortou.

Após a celebração religiosa, realizou-se a sesão solene da Exaltação da Capa d’Honras Mirandesa.

No seu discurso, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, falou em mirandês e sublinhou que esta cerimónia visa celebrar um dos traços mais identitários da Terra de Miranda.

“Com esta celebração em torno da Capa d’Honras Mirandesa recordamos a história do nosso território e das nossas gentes, com os invernos rigorosos, a pastorícia, a lã, os artesãos e a manufatura desta peça de vestuário. Hoje, é uma honra vestir esta capa!”, disse.

Por sua vez, o historiador António Rodrigues Mourinho, ensinou que com a lá dos rebanhos de ovelhas, pastoreados no planalto mirandês, fazia-se quase tudo: meias, saias, calças, mantas, capas e capotes.

“Em memória dos nossos pais e avós é uma obrigação preservar este legado cultural que é a Capa d’Honras Mirandesa”, disse.

No final da sessão, o etnógrafo, Mário Correia, recordou que desde 15 de novembro de 2022, a Capa d’Honras Mirandesa está inscrita como salvaguarda urgente no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial.

“Agora cabe-nos fazer a inventariação e registar novos dados, como o número de Capas d’Honra Mirandesas existentes, a sua antiguidade, o nome dos artesãos, para validar a inscrição junto da Direção Geral do Património Cultural”, indicou.

A cerimónia de Exaltação da Capas d’Honras Mirandesa concluiu-se com a já tradicional fotografia dos participantes nas escadas do adro da concatedral de Miranda do Douro.

HA

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