Em 2022, a produção de azeite rondou os 1,375 milhões de hectolitros, o que corresponde a uma diminuição de 40% face à campanha anterior, divulgou o INE.
“As previsões agrícolas apontam para uma produção de azeite, na campanha de 2022, a rondar os 1,375 milhões de hectolitros (cerca de 126 mil toneladas), o que corresponde a uma diminuição de 40% face à campanha anterior”, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Ainda assim, apontou a autoridade estatística, “num ano com condições meteorológicas e hidrológicas muito desfavoráveis e após a produção recorde de azeite de 2021 (com 2,29 milhões de hectolitros), a produção de 2022 deverá ser a quarta maior de sempre”.
Segundo a entidade, “de um modo geral, o azeite produzido apresenta boa qualidade, com baixa acidez e boas características organoléticas”.
Já quanto aos cereais de inverno, as dificuldades sentidas na instalação das searas devido ao encharcamento dos solos, que impediram a entrada das máquinas nos terrenos para a realização das sementeiras, levaram à diminuição da área de trigo mole (-15%), de trigo duro (-25%), de cevada (-5%) e de triticale (-10%).
“De referir que, apesar da tendência de estabilização em redor dos 100.000 hectares das últimas campanhas, o cenário previsto corresponde à menor área de cereais de inverno desde que há registos sistemáticos”, realçou o INE.
Todos queremos um Deus de amor até ao momento em que nos sentimos injustiçados, atraiçoados, feridos. Aí, o que desejamos é um deus que vem em fúria para julgar e castigar aqueles que nos fizeram mal. E ressentimo-nos com a sua inação.
O nosso Pai «faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos». Para verdadeiramente sermos seus filhos, devemos amar os nossos inimigos e rezar pelos que nos perseguem. Mas não é isto insensato? Não será loucura? É sim! Para a sabedoria do mundo, isto não tem nenhum sentido, porque o mundo, e nós mesmos, nos tornámos insensíveis à matéria com que se teceu a Criação: a bondade!
O nosso coração tornou-se impermeável ao mandamento do Senhor a amar os nossos inimigos. Optamos por uma versão «descafeinada», para não perder o sono, algo como «não lhe desejo mal» ou «Deus com ele e Deus comigo». E talvez funcione. Talvez desta forma não percamos o sono. Mas também não vivemos despertos, porque ficamos aquém do Evangelho e, por isso mesmo, privados da alegria de fazer caminho com Jesus.
Amar os nossos inimigos não é um conselho que Cristo nos dá e do qual podemos prescindir. Amar os inimigos é a vida de Cristo.
Nestas vésperas da Quaresma, olhemos a Paixão. Desde que é preso até à sua morte na cruz, Cristo não condena quem o persegue nem quem o abandona. Quando o procuram para lhe fazer mal, não foge nem se esconde. Quando lhe batem, pergunta-lhes porquê. Quando é humilhado, gozado e tido por pouco, não se ouve a sua voz. E pregado na Cruz, pede ao Pai que perdoe os que o condenaram e torturaram.
Amar os nossos inimigos não é uma frase de postal, um sentimento delicodoce que proferimos quando o sol brilha e que descartamos mal as nuvens surgem no horizonte. É o caminho da santidade, pois só o amor pelo outro o resgatará às cadeias do pecado, à armadilha do mal, aos enganos do mundo… e a nós com ele.
Comprometamo-nos, uns com os outros, a tornar este mandamento uma realidade. Ajudemo-nos no caminho de santidade. Deitemos fora o ressentimento, o cinismo, o desejo de vingança, pois todos estes sentimentos são veneno para o nosso coração e ladrões de alegria.
Façamos como Santa Teresa de Calcutá quando, um dia, lhe cuspiram na cara por ter pedido um pão para uma criança com fome. Ela agarrou num lenço, limpou a sua cara e disse a quem a humilhou: «Obrigado por aquilo que me deu. E para a criança, tem alguma coisa?». Este seu gesto converte mais corações do que cem vergastadas nas costas de quem a humilhou, do que toda a maledicência nas esquinas das ruas e do que todos os «cancelamentos» tão na moda hoje em dia.
Em breve escutaremos as palavras «arrepende-te e acredita no Evangelho». Até à Quarta-Feira de Cinzas, que nos espera esta semana, preparemo-nos para a imposição das cinzas começando por acreditar em Jesus, na sua Palavra e na sua vida. A conversão espera-nos e a santidade está ao nosso alcance. Basta amar.
Miranda do Douro: «Existe uma grande variedade de plantas medicinais na nossa região” – Raquel Afonso
Estão abertas as inscrições para o curso de curta duração (25 horas) em “Plantas aromáticas, medicinais e condimentares”, uma iniciativa do município de Miranda do Douro, em colaboração com a CoraNE, com o objetivo de sensibilizar a população local para a valorização dos recursos naturais da região.
De acordo com a bióloga do município de Miranda do Douro, Raquel Afonso, as plantas aromáticas, medicinais e condimentares estão subvalorizadas na região.
“Dada a existência de uma grande variedade de plantas autótones no concelho, a formação pretende dar conhecer e fazer um bom aproveitamento destas espécies vegetais”, justificou.
Na Terra de Miranda, as plantas medicinais mais comuns são o Canelheiro Caneleiro, sabugueiro (Sambucus nigra L), Fiolho, funcho, erva-doce (Foeniculum vulgare L), Junciana, aristolóquia, erva-bicha ( Aristolochia paucinervis Pomel), Rabo-de-raposa, Conyza canadensis (L.), Dente-de-leão (Taraxacum o$cinale), Borrage ( Borago officinalis L), Serrão do pastor (Capsella bursa-pastori), Erva-loba, alcária (Tuberaria lignosa), umbigo-de-vénus (Umbilicus rupestres) ou Carqueja (Pterospartum tridentatum)”.
Segundo Raquel Afonso, algumas destas plantas, como a cidreira, são historicamente muito utilizadas para fins medicinais, em chá, por exemplo, para combater o colesterol e a hipertensão.
“O consumo destas plantas no dia-a-dia é uma mais-valia para a saúde”, disse.
A técnica do muniípio de Miranda do Douro acrescentou ainda que para além do consumo doméstico, estas plantas podem ser uma fonte de rendimento extra nas explorações agrícolas do concelho de Miranda do Douro.
“Outro dos objetivos desta formação em Plantas aromáticas, medicinais e condimentares é promover o uso sustentável, a boa gestão e a conservação dos recursos naturais”, indicou.
A formação certificada em “Plantas aromáticas, medicinais e condimentares” tem início previsto para o dia 14 de março, no Ecocentro Micológico Terra de Miranda, onde vai decorrer em horário pós laboral e contempla ainda uma saída de campo.
“A saída de campo vai realizar-se em São Pedro da Silva, dado que é uma zona de elevado valor ecológico e onde existe uma grande variedade de plantas medicinais”, adiantou.
A formação “Plantas aromáticas, medicinais e condimentares” destina-se a todas as pessoas empregadas; às pessoas empregadas no sector agrícola; e às pessoas desempregadas há menos de 1 ano e com habilitações iguais ou superiores ao 12º ano.
Os interessados em participar na formação devem inscrever-se no Gabinete de Apoio ao Agricultor e Desenvolvimento Rural – GAADR, Cabanais do Castelo – Miranda do Douro ou através do envio da respetiva ficha de inscrição para o email: ecomicologico.miranda@cm-mdouro.pt
Para realizar a pré-inscrição é necessário preencher, assinar e enviar a ficha de pré-inscrição, juntamente com a copia do Certificado de habilitações (nível igual ou superior ao 12º ano de escolaridade) e de documento que ateste a situação face ao emprego.
“As pessoas empregadas devem entregar uma declaração da entidade empregadora ou a declaração de início de atividade. Os empregados no setor agrícola devem entregar o IE da exploração agrícola. E os desempregados de curta duração entregam uma declaração do IEFP.”, especificou.
Futsal/ Taça: Mirandeses avançam para a final four da Taça Distrital
O Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) confirmou a passagem à final four da Taça Distrital de Futsal, apesar da derrota desta quarta-feira, em Vimioso, por 3-2, beneficiando porém da vitória da primeira mão (6-4) e da vantagem de golos (8-7) nos dois jogos.
No jogo em Vimioso, os mirandeses adiantaram-se no marcador, por intermédio de Finha.
O segundo jogo dos quartos de final da taça distrital foi antecipado para o serão desta quarta-feira, dia 15 de fevereiro, no pavilhão multiusos, em Vimioso.
No começo do desafio, os visitantes até entraram melhor e aos 3 minutos, Finha abriu o marcador, 0-1, numa jogada de insistência, na qual o possante jogador mirandês rematou rasteiro e colocado levando a bola para o fundo da baliza vimiosense.
Aos 6 minutos, a equipa de Miranda do Douro voltou criar perigo num remate de Diogo, que testou a atenção do guarda-redes vimiosense, Rafael Neves.
Do lado do Vimioso, aos 10 minutos, destaque para o gesto técnico de Pedro Diz que recebeu a bola no peito e sem a deixar cair no chão, rematou de pronto mas a bola não levou a direção da baliza adversária.
Os mirandeses voltaram a aproximar-se da baliza vimiosense, graças ao bom entendimento entre Nickas e Vitor Hugo, com o remate final a embater na barra da baliza.
No seguimento desta jogada, os mirandeses voltaram a atacar, através de uma recuperação de bola de Diogo, que assistiu Gaby para o 0-2, aos 18 minutos.
Chegados ao final da primeira parte, a vantagem dos mirandeses premiava a boa organização defensiva e o ataque mais objetivo. Do outro lado, os vimiosenses mostraram alguma impaciência e falta de objetividade no seu jogo.
Na segunda parte, a equipa de Vimioso, orientada pelo treinador Bruno Sobrinho entrou mais focada na baliza adversária.
Aos 26 minutos, os “bileiros” obrigaram o guardião, Pina, a uma extraordinária defesa, só com uma mão, evitando o golo a Rafael Esteves.
No minuto seguinte, o mesmo Rafael Esteves, numa iniciativa individual assistiu Ricardo, para dentro da área mirandesa fazer o 1-2, para o Vimioso.
Neste jogo, a reviravolta vimiosense começou aos 27 minutos, com o golo de Ricardo.
Aos 28 minutos, o mirandês, Castro, viu o duplo amarelo e foi expulso. Esta contrariedade fez com que a equipa de Miranda do Douro tivesse que jogar num 4 contra 5 e o Vimioso aproveitou a superioridade numérica para chegar ao empate, 2-2, por intermédio de Sérgio Miranda.
A equipa mirandesa ainda estava a recompor-se da expulsão de Castro e o companheiro Renato, deixou-se levar pelo nervosismo e foi também ele expulso, na sequência de um desentendimento com um adversário.
Noutra superioridade numérica, o Vimioso concretizou a reviravolta no marcador, fazendo o 3-2, através de Luís Gonçalves, aos 38’30 minutos.
Até ao final do jogo, o Vimioso tentou fazer pelo menos mais um golo para empatar a eliminatória, mas os mirandeses souberam defender a sua baliza.
Apesar da derrota neste jogo, os mirandeses carimbaram a passagem para a Final Four da Taça Distrital de Futsal, da Associação de Futebol de Bragança.
As outras três vagas para a Final Four da Taça Distrital AF Bragança de Futsal são ocupadas por Sporting Moncorvo, Torre Dona Chama e E.F. Arnaldo Pereira.
A Final Four está agendada para os dias 4 e 5 de março, em local ainda a designar.
Equipas:
Águia Futebol Clube de Vimioso: Rafael Neves, Tiago, Luís, Nuno, Sérgio, Ricardo, Pedro Diz (cap.), Diogo e David Choupina.
Treinador: Bruno Sobrinho
“Neste jogo tínhamos apenas sete jogadores disponíveis e mais uma vez conseguimos recuperar de uma desvantagem e alcançar a vitória. Faltou-nos apenas um golo para empatar a eliminatória. Por isso, é com tristeza e frustração que não vamos na final-four. Ainda assim, dou os parabéns ao Clube Desportivo de Miranda do Douro” – Bruno Sobrinho
Clube Desportivo de Miranda do Douro: Pina, Rúben, Vitor Hugo, Couto (cap.), Castro, André, Nickas, Finha, Diogo, Cristal, Caio, Renato e Gaby.
Treinador: Luís Gonçalves
“Entrámos bem no jogo e conseguimos fazer o 0-2. Na segunda parte, prevíamos que o Vimioso criasse muitas dificuldades porque é uma equipa forte e que nunca se dá por vencida. O primeiro golo do Vimioso deu-lhes ânimo e nós recuamos muito. Depois, as duas expulsões na nossa equipa condicionaram muito o nosso jogo e desgastámo-nos ainda mais. Ainda assim, conseguimos defender bem e segurar a vantagem da primeira mão. Pelo que fizemos nos dois jogos, considero que merecemos seguir em frente na Taça distrital de futsal” – Vitor Hugo.
Vimioso: Bordalo II instala dois murais dedicados ao burro de Miranda
O artista plástico Bordalo II concluiu a elaboração de dois murais dedicados ao burro de Miranda, no Parque Ibérico Natureza e Aventura (PINTA), instalado em São Joanico, no concelho de Vimioso.
O trabalho do artista português está inserido no projeto “Big Trash Animals” (Grandes Animais do Lixo) que Bordalo II tem levado a cabo um pouco por todo o país e pelo mundo, constituído por retratos de animais em vias de extinção ou emblemáticos de cada região, feitos com aquilo que os põe em risco e destrói, como plástico ou outros detritos.
“Estes dois trabalhos representam o burro mirandês, uma espécie que se encontra ameaçada de extinção, devido à falta de utilização por parte das populações, havendo porém projetos que mantêm a sua preservação”, como a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), explicou o artista.
O dois murais foram elaborados após a recolha de materiais recolhidos no lixo urbano das aldeias de Serapicos e Vilar Seco, do Planalto Mirandês.
“O objetivo do projeto [‘Big Trash Animals’] é criar imagens das vítimas da civilização do mal. Estes trabalhos são elaborados com desperdícios de plásticos, peças automóveis, como pára-choques, materiais que acabam por contaminar a natureza e que são nocivos, especialmente para os animais”, vincou Bordalo II.
O artista plástico terminou, igualmente, no início desta semana, em Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, uma outra peça inserida no mesmo projeto e que representa uma cabra.
A elaboração dos painéis representativos do burro mirandês levou entre quatro e cinco dias a ser preparado desde o trabalho em estúdio até a colocação.
O secretario técnico da AEPGA, Miguel Nóvoa, disse que em 2021 foi aprovado um projeto através do Fundo Ambiental, denominado “Eco Dankey”, em que o burro serviu de “embaixador” para o aumento de taxa de reciclagem, em algumas aldeias do concelho de Vimioso.
“Fizemos uma recolha porta a porta de resíduos e chegámos à conclusão que há muito plástico no meio ambiente fruto da habituação da sociedade a este material. Para fomentar a economia circular e valorizar o burro de Miranda, avançámos com estes dois trabalhos, agora concluídos”, frisou o técnico.
O projeto “Big Trash Animals” está espalhado pelo território nacional e pelo mundo, nomeadamente pela América do Norte, América Latina e Europa, entre outros continentes.
Artur Bordalo (Bordalo II – o primeiro era o avô, o artista plástico Real Bordalo), nascido em Lisboa, em 1987, onde foi aluno da Faculdade de Belas Artes, começou pelo ‘graffiti’, que o preparou para o trabalho pelo qual se tornou conhecido: esculturas feitas com recurso a lixo e desperdícios.
O próximo projeto de Bordalo II em maior escala traduzir-se-á numa exposição individual, em São Paulo, com murais espalhados por toda a cidade brasileira.
Os murais estão instalados no Parque Ibérico de Natureza e Aventura (PINTA), em São Joanico (Vimioso).
Missão País: «Pode ser só uma semana ou o início de uma vida» – António Sequeira Lopes
António Sequeira Lopes, designer de profissão, diz que a experiência da Missão País, que consiste numa semana de voluntariado de estudantes universitários numa localidade do interior do país, marcou o seu regresso à Fé e à prática cristã.
“O que melhor descreve a minha experiencia de fé é a simplicidade. Na Missão País estão 50 miúdos a falar de coisas sérias enquanto riem, cantam e choram. Como é que isto é possível? Isto é para quê? Não pode ser para nós e para nosso benefício. Tem algo mais. Como é que Deus se encontra aqui? Está em todo o lado, em cada conversa e partilha. E nessa simplicidade, os pontos começam a conectar-se e Deus diz «sempre estive aqui»”, recorda à Agência ECCLESIA.
A Missão País é um projeto católico de universitários que tem como objetivo a evangelização através do testemunho da fé, do serviço e da caridade, desenvolvido em missões de uma semana em diferentes localidades do interior do país tendo sido protagonizado, até ao momento, por mais de 3500 jovens.
«Alegra-te, Ele está contigo» é o tema de 2023, ano em que se assinalam 20 anos de edições, e estão programadas 64 Missões em 58 faculdades diferentes provenientes das cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Aveiro, Braga, Leiria, Santarém, Algarve, Madeira, Covilhã e Setúbal.
Foi no ano de 2018, quando estudava na faculdade de Belas Artes, em Lisboa, que António Sequeira Lopes foi desafiado por amigos que já tinham participado em edições anteriores.
“Fui ao engano. Conhecia algumas pessoas com quem me dava bem e que faziam missões, e diziam ser a minha cara, e eu queria era descansar. Mas lá me convenceram comigo. Foi o início e foi muito bom”, explica.
António esteve em Chão de Couce, localidade perto de Pedrogão grande, no ano seguinte aos incêndios de 2017 e ficou a fazer missão num lar, tendo sido, explica, a sua última opção.
“Nessa altura, o tema ‘idosos’ era sensível na minha vida. O meu avô estava mal e eu não me sentia à vontade para estar com ele nessa altura, sentia-me constrangido, e de repente estava num lar com pessoas idosas e comecei a sentir-me um ingrato – se não faço isto na minha família porque é que o faço aqui?”, indica.
Depois da Missão em 2018, António foi convidado a chefiar a missão de Belas Artes, em 2019, com o desafio de “dar aos outros a possibilidade de viver o que tinha vivido no ano anterior”, agora numa nova localidade, Azinhaga.
Em 2021, foi convidado a ser chefe nacional de oração, com o tema «Porque temes? Sou eu.»
“Ser chefe de oração, tendo começado um caminho mais sério em 2018, parece uma responsabilidade muito grande – temos o alinhamento espiritual da semana nas mãos. Fiquei muito contente e emocionado e é uma confirmação do que este caminho que faço”, entende.
António Sequeira Lopes cresceu com “grandes exemplos de fé”, em especial junto dos avós, mas nos anos de catequese afastou-se, deixando, “com naturalidade de percorrer esse caminho”.
Mas hoje entende, que nunca deixou a procura espiritual de lado, porque nunca deixou de fazer perguntas e procurar sentido nas coisas.
“Sempre me considerei uma pessoa espiritual e nessa fase dava por mim a pensar nas questões maiores da vida e colocava as minhas questões para o ar, não sabia bem para onde mas sentia a necessidade de o fazer, de partilhar, de ter comunidade, ter alguém com quem falar destas coisas e acabava por lançar perguntas para o ar”, recorda.
A missão país de 2018 foi para António o início de uma “caminho de fé adulto”.
“Se não tivesse acontecido missões na minha vida, muita coisa não tinha sido vivida. Há sempre mais questões que respostas mas ainda bem que há um espaço onde as posso colocar. A missão país não é uma conversão direta, mas pode ser o início de algo. Ser católico é difícil: é um trabalho constante de superação, de continuidade, de conversa, diálogo e que requer alguma rotina”, admite.
A conversa com António Sequeira Lopes pode ser acompanhada esta noite no programa Ecclesia na Antena 1, estando depois disponível no portal de informação e no podcast «Alarga a tua tenda».
Comunicações: Governo prevê investimento de 24 ME em banda larga para Trás-os-Montes
O Governo prevê investir 24 milhões de euros para dotar de banda larga os territórios de Trás-os-Montes que ainda não beneficiam de redes de última geração, avançou a secretária de Estado da Valorização do Interior.
“Por haver necessidade de investimento em termos de banda larga neste território é preciso 24 milhões de euros de investimento, para garantir que todas as casas, todas as empresas e todos os serviços desta CIM [Comunidade Intermunicipal] tenham cobertura”, indicou Isabel Ferreira, ouvida hoje na comissão de Administração Pública, Ordenamento do Território e Poder Local, na Assembleia da República, em Lisboa.
A governante disse ainda que o dinheiro para assegurar este investimento “está garantido” e que vai ser lançado até final do primeiro trimestre o concurso internacional.
A audição na Assembleia da República, em que participou também a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, aconteceu a requerimento do PS e do PSD, depois de uma deslocação dos deputados da comissão parlamentar de Administração Pública Ordenamento do Território e Poder Local à CIM de Terras de Trás-os-Montes, no distrito de Bragança, onde visitaram nove municípios.
Numa intervenção inicial, Ana Abrunhosa congratulou-se com a visita da comissão a este território e apresentou vários indicadores do Instituto Nacional de Estatística (INE) que demonstram que “tem havido dinâmica”, com o “número de empresas e exportações a duplicar, a taxa de desemprego a descer”.
“Eu não quero aqui colocar um cenário que não tenha em conta todos os problemas que conhecemos, quero evidenciar que nem tudo é mau. Tem havido uma dinâmica neste território”, sublinhou, recusando, contudo, desenhar um “quadro cor-de-rosa”.
Maioritariamente, o debate sobre esta matéria gerou consensos à exceção do Chega que, através do deputado Bruno Nunes acusou o Governo de vir à Assembleia da República “embelezar a região”.
Em resposta, Ana Abrunhosa acusou o deputado do Chega de não saber “nada de nada do que é o interior”, voluntariando-se a acompanhá-lo numa visita.
Já a deputada do PS Berta Nunes realçou o investimento que vai ser realizado naquele território no âmbito da transição digital, de forma a “acabar com as ‘zonas brancas’ [que não beneficiam de redes de última geração]” e facilitar o acesso à Internet.
Por seu turno, o deputado social-democrata José Silvano elogiou o trabalho que está a ser desenvolvido “em prol da região”, pedindo, no entanto, mais apoio ao regadio.
“O regadio tem de ser mais apoiado, em Trás-os-Montes se queremos uma agricultura mais competitiva”, frisou.
Águas Vivas: Os roscos de Nossa Senhora das Candeias
Em Águas Vivas, a tradicional festa em honra de Nossa Senhora das Candeias iniciou-se no passado Domingo, dia 12 de fevereiro, com a apanha das “xaras” e decorre até ao próximo sábado, dia 18, dia da celebração da Missa e do leilão dos ramos e dos saborosos roscos.
A confeção dos roscos é um trabalho comunitário que envolve a população de Águas Vivas.
De acordo com Dilar Neto, da comissão de festas em honra de Nossa Senhora das Candeias, no passado Domingo, dia 12 de fevereiro, cerca de 30 homens e mulheres iniciaram os preparativos da festa, com a apanha das “xaras” ou “estevas” para acender os fornos da aldeia, onde são confecionados os roscos e os ramos.
“A apanha das xaras é sobretudo um dia de convívio. Nesta tarefa muito simples, há que arrancar com as maõs os arbustos mais secos, que produzem boas brasas”, explicou.
Apanhadas as xaras, o trabalho prosseguiu na terça-feira, dia 14 de fevereiro, com o árduo trabalho de preparação da massa e dos ovos, uma tarefa realizada pelas mulheres coadjuvadas pelos homens.
“A receita inclui 130 dúzias de ovos, 80 quilos de açúcar, 12 litros de leite, 600 quilos de farinha, manteiga, azeite e anis”, indicou.
Depois de preparada a massa, esta fica a levedar durante a noite.
Na manhã seguinte, dia 15 de fevereiro, as mulheres, distribuídas pelos vários fornos da aldeia, iniciaram o trabalho de enformar e cozer os roscos e os ramos – estes, são uns bolos retangulares, que vão dar forma ao andor, de oferta, a Nossa Senhora das Candeias.
Este trabalho no forno é organizado em várias tarefas: algumas mulheres, manuseiam a massa e dão forma aos roscos e aos ramos. Outras pincelam com os ovos batidos. Há uma mulher responsável por introduzir as bandejas dos roscos e dos ramos no forno e retirá-los quando já estão cozidos. A tarefa final consiste em retirar os roscos das bandejas e guardá-los em cestos.
Segundo Dilar Neto, em Águas Vivas, todos os anos são confecionados entre 500 a 600 quilos de roscos, que são vendidos num ápice, o que demonstra o grande interesse da população local (e das localidades vizinhas) por este doce tradicional.
Na quinta-feira, dia 16 de fevereiro, a comissão de festas em honra de Nossa Senhora das Candeias vai fazer a montagem do andor de oferta a Nossa Senhora das Candeias com os roscos, os ramos e laranjas.
Concluídos todos estes preparativos, a festa em honra de Nossa Senhora das Candeias, inicia-se na sexta-feira, dia 17 de fevereiro, com o convívio dos “Perneiros”.
“Os jovens mordomos organizam uma festa, com o propósito de escolher os “perneiros”, isto é, as cinco pessoas que pela generosidade da esmola doada, vão ter a honra de transportar os andores de Nossa Senhora das Candeias e o andor de oferta com os ramos”, explicou.
Para o sábado, o dia da festa, vai realizar-se a Missa, com a exposição do andor ornamentado com os ramos. No final desta celebração religiosa, o andor é colocado no átrio da Igreja, onde os rapazes o apregoam. Mas o leilão só acontece à meia-noite, na casa do povo, onde são vendidos os roscos, cuja receita reverte para a festa de Nossa Senhora das Candeias.
Em Águas Vivas, esta festividade é tão apreciada, que a freguesia local ergueu mesmo um monumento evocativo da tradição que lhe está associada.
«O monumento dos “Cinco Ramos” simboliza a oferta que as famílias de Águas Vivas fizeram a Nossa Senhora das Candeias, pelo regresso, sãos e salvos, dos soldados vindos da guerra”, explicou.
Os preparativos da Festa em Honra de Nossa Senhora das Candeias, em Águas Vivas.
Bragança: Caretos e Butelo com Casulas animam Carnaval
A gastronomia típica da época e os tradicionais mascarados animam o Entrudo de Bragança com um fim de semana alargado preenchido pelo Festival do Butelo e das Casula e pelo Carnaval dos Caretos, divulgou a Câmara Municipal.
O município informa, em comunicado, que, entre 17 de fevereiro e terça-feira de Carnaval, estão em destaque “o melhor do fumeiro trasmontano”, concretamente o enchido de ossos (butelo) acompanhado das vagens secas de feijão (casulas), e “os protagonistas da mais autêntica das tradições de inverno, os Caretos”.
O centro histórico da cidade é o palco dos dois eventos, que decorrem em simultâneo com a Semana Gastronómica do Butelo e da Casulas, em restaurantes do concelho.
O festival dedicado ao volumoso enchido de osso centra-se na Praça Camões e reúne “48 expositores” que vão comercializar fumeiro, com destaque para o butelo, outros produtos regionais, como casulas, azeite, mel, vinho, licores e artesanato.
No local, decorrem também demonstrações e degustações gastronómicas com chefes de cozinha portugueses e espanhóis, e terá lugar o concurso para eleger o melhor pastel Brigantino, com degustação aberta ao público. O pastel Brigantino, que o município ambiciona transformar num “bolo identitário de Bragança”, é confecionado com produtos locais como o mel, a castanha, a amêndoa e o azeite.
Os mais novos têm também espaço no certame com iniciativas como o ‘workshop’ “Mãos na Massa” e a atividade criativa “Butelo de Histórias”, ambos no sábado.
O Carnaval é dos Caretos, os tradicionais mascarados, oriundos de várias aldeias do concelho e da vizinha Espanha, a que se juntam alunos dos agrupamentos de escolas do concelho e utentes de várias Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), num sentido de promoção das tradições junto dos mais novos e de partilha de saberes pelos mais velhos.
O município promete “centenas de caretos” no desfile, no sábado, que termina com a recriação secular do “Diabo, Morte e Censura” e a “Queima do Mascareto”, uma figura com sete metros de altura que será simbolicamente colocada em chamas, na cidadela, junto ao Castelo de Bragança.
A fechar o Carnaval dos Caretos, na quarta-feira de cinzas, saem às ruas do centro histórico o Diabo, a Morte e a Censura, recriando uma tradição secular.
A abrir as festividades, na sexta-feira, a Câmara Municipal anunciou que vai apresentar publicamente uma candidatura à Rede de Cidades Criativas da Unesco, na categoria Gastronomia.
Agricultura: Gonçalo Caleia Rodrigues é o novo secretário de Estado
O engenheiro agrónomo Gonçalo Caleia Rodrigues é o novo secretário de Estado da Agricultura, segundo uma nota publicada no site da Presidência da República.
“O Presidente da República aceitou a proposta do Primeiro-Ministro, de nomeação do Prof. Doutor Gonçalo Rodrigues, como novo Secretário de Estado da Agricultura”, lê-se na nota publicada no portal da Presidência.
A posse vai acontecer esta quarta-feira, dia 15 de fevereiro, pelas 17h45, no Palácio de Belém, refere ainda a nota.
Gonçalo Caleia Rodrigues substitui no cargo Carla Alves, que se demitiu a 5 de janeiro poucas horas depois de ter tomado posse, na sequência de um processo judicial envolvendo o seu marido e ex-autarca em Vinhais.
Nascido no Porto em 1981, Gonçalo Caleia Rodrigues é doutorado em Engenharia dos Biossistemas, pelo Instituto Superior de Agronomia, e tem uma pós-graduação em gestão, da Nova School of Business and Economics, de Lisboa.
O novo secretário de Estado foi vice-presidente do Instituto Superior de Agronomia, instituição onde foi professor auxiliar.