Mogadouro: Bemposta tem novas piscinas públicas

Mogadouro: Bemposta tem novas piscinas públicas

Bemposta, no concelho de Mogadouro, passa a dispor de um novo complexo de piscinas públicas que resulta de um protocolo assinado entre aquela autarquia e o município de Mogadouro no valor 200 mil euros.

“Trata-se de um equipamento público que traz mais valias à freguesia e neste momento já está ao serviço da população. A construção desta piscina pública era uma ambição antiga da população e que agora se tornou numa realidade”, disse o presidente da Junta de Freguesia de Bemposta, António Martins.

Trata-se de uma piscina com um comprimento de 12 metros por seis metros de largura “e que obedece à atual legislação em vigor para este tipo de estrutura pública”.

Também, em obras de requalificação, está a piscina do antigo bairro da EDP, situada no Cardal do Douro, o que vai permitir melhorar as condições operacionais do equipamento para esta época balnear.

Fonte: Lusa

Vimioso: Palombar apresenta app para conhecer a natureza

Vimioso: Palombar apresenta app para conhecer a natureza

Na próxima sexta-feira, dia 1 de julho, vai ser apresentada no PINTA – Parque Ibérico de Natureza e Aventura, em Vimioso, a aplicação para dispositivos móveis (app) “Passaporte Natura 2000”, uma aplicação informática que vai permitir aos utilizadores descobrir a natureza, as comunidades e o património da Rede Natura 2000 em Portugal.

No ano em que a Rede Natura 2000 completa três décadas, a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural vai lançar às 14h00, do dia 1 de julho, a aplicação (app) para dispositivos móveis “Passaporte Natura 2000”.

Segundo a Palombar, esta app é um guia inovador que vai ajudar os utilizadores a descobrir no território nacional, a biodiversidade, o património e as comunidades na área da Rede Natura 2000.

Recorde-se que a “Rede Natura 2000” é o principal instrumento de conservação da natureza e da biodiversidade na União Europeia.

Ainda sobre a nova aplicação, a Palombrar descreve-a como um convite para uma viagem e a descoberta de locais fascinantes, onde estão localizados QR Codes que permitem carimbar o Passaporte digital e ter acesso a informação relevante.

A sessão de apresentação da app “Passaporte Natura 2000” no dia 1 de julho, em Vimioso, será seguida de uma saída de campo, às 16h15, com visita a locais da Rede Natura 2000 para experimentação da app.

HA

Vimioso: Gisela João vai cantar na igreja matriz

Vimioso: Gisela João vai cantar na igreja matriz

No próximo dia 9 de julho, a Igreja matriz de Vimioso vai ser o palco do concerto da fadista, Gisela João, um evento que faz parte do “Festival Improvável” promovido pela comunidade intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), com os objetivos de divulgar o património cultural dos nove municípios que a integram e promover o turismo na região.

A partir de 8 de julho, os municípios de Mogadouro, Vimioso, Bragança, Mirandela, Miranda do Douro, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Vinhais e Vila Flor vão ser palcos de concertos e de outras atividades culturais, com o propósito de destacar o património aí existente e promover o turismo nos nove municípios que integram a Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT).

O festival vai iniciar-se no dia 8 de julho, com a atuação de Miguel Moura, no largo do Convento de São Francisco, em Mogadouro.

No dia 9 de julho é a vez de Vimioso acolher o “Festival Improvável Terras de Trás-os-Montes, às 20h00, com a visita teatral à Igreja matriz de Vimioso. No decorrer desta visita guiada o público poderá conhecer um pouco mais da história do templo do século XVII. Finalizada a visita segue-se o “Espetáculo Bitocas com a comunidade local”. E o grande destaque do festival em Vimioso é o concerto da fadista, Gisela João, às 21h30.

Nos dias seguintes, o festival prossegue em Bragança (dia 15 de julho), Mirandela (22 de julho), até chegar a Miranda do Douro, no dia 23 de julho.

Na cidade de Miranda do Douro, está agendada uma visita à Concatedral, seguida do espetáculo “Coração nas mãos”, com a comunidade local. Às 21h30, vai realizar-se o concerto do grupo “Cais do Sodré Funk Connection”.

O festival “Improvável Terras de Trás-os-Montes” é uma iniciativa da CIM-TT e é co-financiado pelo programa Norte 2020 e UE, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

HA

Opinião: “Gratidão e Orgulho Mirandês” – Por Fernando Vaz das Neves

Opinião: “Gratidão e Orgulho Mirandês” – Por Fernando Vaz das Neves

É normal e corriqueiro dizer-se que as pessoas estão afastadas da política e que a tendência é para se afastarem ainda mais. Não tenho para mim isso como uma verdade absoluta. Prefiro colocar a questão doutro modo… São as pessoas que se afastam da política, ou é a política que afasta as pessoas? Mas não é sobre isto que vos quero falar. Deixo isso para os especialistas na matéria. Hoje, quero-vos falar de uma coisa de que gosto muito, pela qual tenho o máximo de respeito e de consideração.

Quero-vos falar de Sociedade Civil. Assim, quando o objectivo das pessoas é fazer actividades em prol da sociedade, encontram solução para as suas concretizações na sociedade civil, nas associações, nos grupos formais e informais, etc.

E é assim que tenho sido, positivamente, surpreendido pela Sociedade Civil Mirandesa. Apesar de todas as dificuldades inerentes à nossa posição, apesar de toda a interioridade, apesar de todo o desprezo por parte do poder central, apesar de toda a idiotice de quem nos tem governado, a Sociedade Civil Mirandesa faz coisas extraordinárias, ao nível do que melhor se faz por esse mundo fora. Por clara limitação de espaço, citarei apenas alguns exemplos, mas com eles quero, aqui, deixar um reconhecimento público a todos os eventos, sem excepção, que a Sociedade Civil Mirandesa tem organizado: as provas de todo o terreno de São Martinho, Palaçoulo e Sendim, as caminhadas, os lançamentos de livros, as festas de entrudo, as machorras, os casamentos, os torneios de cartas e de jogos tradicionais, os trails, etc. Ter a sociedade civil a organizar eventos que trazem, a Miranda do Douro, mais 400 pessoas, a esmagadora maioria de fora, da minha parte só pode merecer reconhecimento, respeito e consideração. Ter assim uma sociedade civil pró activa enche-me de orgulho. Mas, para fazer tudo isto, é preciso muito trabalhar, muito batalhar, a muita porta bater, muito tempo roubar aos amigos, à família etc. No meio desta nova dinâmica haverá sempre quem não a compreenda, quem tenha dificuldade em se adaptar a estas novas realidades, a estas novas formas de fazer, e quem olhe para elas com desconfiança e medo. Mas apesar de todos os medos e desconfianças, nada impedirá este novo rumo da sociedade civil. Como nada impedirá a sociedade Civil Mirandesa de continuar a fazer e a fazer cada vez melhor.

As provas de todo o terreno de São Martinho, Palaçoulo e Sendim, as caminhadas, os lançamentos de livros, as festas de entrudo, as machorras, os casamentos, os torneios de cartas e de jogos tradicionais, os trails, etc. Ter a sociedade civil a organizar eventos que trazem, a Miranda do Douro, mais 400 pessoas, a esmagadora maioria de fora, da minha parte só pode merecer reconhecimento, respeito e consideração.

Mas, para que isto tudo se realize, há também que agradecer a quem permite que isto aconteça. Apesar de todas as quebras de rendimento e de receitas provocadas pela COVID19, apesar de todas as quebras de rendimentos e receitas decorrentes da Guerra na Ucrânia, ter um conjunto de empresários, associações, entidades e pessoas a título pessoal que patrocinam estes eventos, e que assim tornam possível a sua realização, também só pode merecer reconhecimento, respeito e consideração. Perante esta nova dinâmica da sociedade civil, julgo chegada a hora de a política encarar esta realidade com outro olhar. O desafio que se coloca, que julgo ser um desafio de sociedade, é o estabelecimento de uma parceria estratégica inclusiva com a sociedade civil, que contribua para ao seu fortalecimento, de modo a que os próximos eventos realizados tragam, ainda, mais gente à nossa terra, contribuindo deste modo para o seu desenvolvimento, para melhorar a vida das nossas gentes, que é, na minha modesta opinião, o imperativo categórico da politica. Se não conseguimos dar este salto qualitativo e inclusivo, perdemos todos.

O desafio que se coloca, que julgo ser um desafio de sociedade, é o estabelecimento de uma parceria estratégica inclusiva com a sociedade civil, que contribua para ao seu fortalecimento, de modo a que os próximos eventos realizados tragam, ainda, mais gente à nossa terra, contribuindo deste modo para o seu desenvolvimento, para melhorar a vida das nossas gentes, que é, na minha modesta opinião, o imperativo categórico da politica.

Fernando Vaz das Neves

(Deputado Municipal na Assembleia Municipal de Miranda do Douro)

Carção: Apresentação da Banda Desenhada “Contos de Miguel Torga”

Carção: Apresentação da Banda Desenhada “Contos de Miguel Torga”

No passado Domingo, dia 26 de junho, o Museu Judaico de Carção foi o local de apresentação do livro de banda desenhada “Contos de Miguel Torga”, da autoria de Jorge Marinho.

Jorge Marinho, artista plástico, inspirou-se nos contos de Miguel Torga “Um roubo” e “Natal” para compor o livro de banda desenhada.

“Em primeiro lugar, dediquei-me à leitura dos contos e depois fui em peregrinação aos locais que Miguel Torga descreve nas suas narrativas”, disse.

Segundo o autor, as personagens da banda desenhada “Contos de Miguel Torga” são inspiradas em pessoas reais, que vivem nas aldeias de São Martinho da Anta e Sabrosa, no distrito de Vila Real.

Já os textos são transcrições originais dos contos de Miguel Torga.

Referindo-se à apresentação do livro no Museu Judaico de Carção, António Santos, vice-presidente do município de Vimioso disse que eventos como este visam dar vida ao espaço museológico.

“Miguel Torga foi um escritor que deu visibilidade à província de Trás-os-Montes. Ao acolhermos a apresentação do livro em Carção pretendemos homenagear Miguel Torga e ao mesmo tempo dar visibilidade ao Museu Judaico de Carção”, explicou.

Outra personalidade presente, em Carção, aquando da apresentação do livro “Contos de Miguel Torga”, foi o diretor do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, António Santos.

Questionado sobre a importância da banda desenhada nos hábitos de leitura das crianças e jovens, o professor António Santos, respondeu este é um dos géneros literários preferidos dos mais novos.

“A banda desenhada é uma boa estratégia para despertar o gosto pela leitura e para dar a conhecer aos mais jovens autores portugueses como é o caso de Miguel Torga”, disse.

O libro de banda desenhada “Contos de Miguel Torga” beneficiou do apoio da Direção Regional de Cultura do Norte, da Câmara Municipal de Coimbra, do Espaço Miguel Torga e do Município de Sabrosa.

O livro de banda desenhada “Contos de Miguel Torga”, de Jorge Marinho.

HA

Sendim: Mulheres e crianças sendinesas recuperam o rancho etnográfico local

Sendim: Mulheres e crianças sendinesas recuperam o rancho etnográfico local

No serão do dia 24 de junho, o pavilhão multiusos, em Sendim, foi o local de mais um concorrido e animado ensaio do Renascer Grupo Etnográfico de Sendim, uma antiga coletividade que as mulheres e crianças sendinesas querem pôr novamente a dançar e a representar a vila de Sendim.

No seguimento da reunião realizada no passado dia 15 de maio, um grupo de pessoas de Sendim, liderado por Sandra Nobre, está a conseguir reanimar o grupo Etnográfico de Sendim, com o objetivo maior de recuperar o rancho folclórico local.

Após a realização de vários ensaios, Sandra Nobre, informou que o processo está a correr bem, dado que há muitas crianças e mulheres que são assíduas participantes nos ensaios, embora haja a dificuldade em convencer os homens a participar.

“Estamos a ensaiar com o propósito de atuar na festa de elevação de Sendim a vila, no próximo dia 13 de julho. E depois, esperamos atuar também na festa de Santa Bárbara, no mês de agosto”, informou.

Semanalmente, os ensaios do Renascer Grupo Etnográfico de Sendim decorrem aos serões de segunda-feira e sexta-feira, às 21h30, no pavilhão multiusos de Sendim.

“É muito gratificante ver a participação e a assiduidade de tanta gente nos ensaios! Isto faz-nos acreditar que vamos conseguir reerguer o grupo etnográfico de Sendim!”, disse Sandra Nobre.

Por seu lado, José Mourinho, o responsável pelo ensaio das crianças, mostrou-se também ele entusiasmado com a participação dos mais novos. Questionado sobre como consegue motivar os mais pequenos a dançar as músicas tradicionais, o professor respondeu que basta despertar o seu centro de interesse.

“As crianças aprendem a dançar se conseguirmos despertar o seu interesse. E para que isso aconteça, há que dar o exemplo. Primeiro danço eu, exemplifico, e depois elas seguem-me”, explicou.

Sobre o repertório das músicas que costumam ensaiar, José Mourinho informou que provêm do cancioneiro tradicional mirandês, elaborado pelo seu tio, António Maria Mourinho.

O Renascer Grupo Etnográfico de Sendim faz parte do Centro Cultural de Sendim, considerada uma das mais antigas associações da vila, tendo sido constituída a 5 de dezembro de 1980.

Esta associação cultural e recreativa chegou a ter cerca de 200 associados. Com o passar dos anos e devido à dificuldade em fixar os jovens em Sendim, o Centro Cultural e os seus grupos sofreram um acentuado declínio nas atividades.

Para agir contra este declínio, um grupo de sendineses liderado por Sandra Nobre, pretende agora dinamizar novamente o Centro Cultural e o Renascer Grupo Etnográfico de Sendim.

HA

Miranda do Douro: Concurso de bovinos de raça mirandesa foi um dia de festa para os criadores

Miranda do Douro: Concurso de bovinos de raça mirandesa foi um dia de festa para os criadores

Realizou-se no dia 24 de junho, no mercado de gado, em Malhadas, o concurso concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa, um certame anual que reúne os criadores do concelho de Miranda do Douro, num dia de exibição dos seus animais mas também de convívio entre os criadores e promoção desta raça autóctone.

Com este encontro, as entidades organizadoras do evento – o município de Miranda do Douro e a Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM) – quiseram reconhecer e apoiar o esforço dos criadores do concelho de Miranda do Douro.

“No concelho de Miranda do Douro há cerca de 50 explorações, num total de 2000 animais jovens e adultos e 1100 fêmeas adultas”, informou Valter Raposo, da ACBRM.

Por sua vez, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, que também participou no evento, começou por realçar que os bovinos de raça mirandesa são um dos símbolos do planalto mirandês.

“Não obstante a idade avançada de muitos criadores e a dificuldade em atrair jovens para a pecuária, tudo faremos para que esta raça autóctone continue a ser um dos maiores destaques do planalto mirandês” – Helena Barril.

Segundo Helena Barril, o concurso concelhio de bovinos de raça mirandesa tem como grande propósito expressar aos criadores o apreço e reconhecimento do município de Miranda do Douro pelo seu trabalho na preservação desta raça autóctone.

“O concurso é também uma festa e um momento de convívio entre todos os criadores”, acrescentou.

Camilo Raposo, presidente da freguesia de Malhadas, referiu que o concurso de bovinos mirandeses é de grande importância no concelho.

“Este concurso já se realiza há muitos anos e é um modo de apoiar os criadores que, zelosamente, preservam e promovem esta raça autóctone de bovinos”, disse.

O autarca de Malhadas informou que no decorrer do mês de agosto, vai realizar-se o concurso nacional de bovinos de raça mirandesa, com a participação de animais vindos dos seis concelhos que compõem o solar da raça: Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Vinhais e Vimioso.

Sobre concurso realizado no dia 24 de junho, Raquel Afonso, técnica superiora do município de Miranda do Douro, explicou que os parâmetros de avaliação dos bovinos de raça mirandesa, baseiam-se sobretudo na fisionomia dos animais e na sua capacidade reprodutora.

“Os bovinos de raça mirandesa são animais robustos. As fêmeas classificam-se de acordo com a sua capacidade reprodutiva. Os machos são selecionados de acordo com a sua performance na conservação da raça. E os novilhos também são avaliados”, informou.

O concurso concelhio de bovinos de raça mirandesa foi feito por seções, consoante o género (touros, novilhos e vacas) e a idade. E os prémios atribuídos aos criadores variaram entre os 200 euros e os 50 euros.

“O valor dos prémios é simbólico. Apesar do valor acrescido da carne mirandesa, estamos consciente de que a criação do gado bovino exige um esforço financeiro por parte dos criadores”, disse.

Maria Carolina foi uma das criadoras premiadas no concurso concelhio de bovinos mirandeses. Natural de Malhadas, esta criadora disse que que a seca deste ano tem perjudicado muito as pastagens e a produção de aveia.

“Os lameiros não têm erva, há pouca água e o preço da ração aumentou muito”, indicou.

Questionada sobre a importância do concurso concelhio de bovinos de raça mirandesa, Maria Carolina respondeu que este certame é um modo de apoiar os criadores e premiar o seu esforço na preservação da raça autóctone.

“Este concurso é importante para nós, os criadores. Pena é que a juventude não se interesse pela pecuária”, alertou, temendo pelo futuro da raça autóctone.

Após a entrega de prémios, realizou-se um almoço-convívio no salão da casa do povo, em Malhadas.

E às 17h00, houve luta de touros mirandeses.

O Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa resulta de uma parceria entre o município de Miranda do Douro e a ACBRM – Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa, sob a orientação técnica da Direção Geral de Alimentação e Veterinária e da Direção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes.


HA

Pecuária: Produtores de bovinos de raça mirandesa apreensivos com falta de água nas explorações

Pecuária: Produtores de bovinos de raça mirandesa apreensivos com falta de água nas explorações

Os produtores de gado bovino de raça mirandesa estão muito apreensivos em relação ao futuro, devido à seca extrema que afeta o território do planalto mirandês e ao aumento dos custos de produção.

“A seca extrema que afeta esta região está a tornar muito complicado o dia a dia nas explorações pecuárias. O facto de não chover, o que tornou o ano atípico, complica-nos muito a vida. A terra esta seca. As charcas onde bebem os animais estão secas e os ribeiros não têm água. Temos de transportar água em cisternas que vamos buscar ao rio para dar de beber aos animais”, disse Vito Fernandes, um produtor de fonte da Aldeia, no concelho de Miranda do Douro.

O produtor transmontano desta raça autóctone garante nunca ter visto um inverno em que chovesse tão pouco como o deste ano, que deixasse as nascentes e cursos de água tão secos.

“Sentimos que a seca extrema afetou, em muito, os pastos, as colheitas de milhos, produtos hortícolas, como as abóboras e ou outras vegetais e frutos com alimentámos o nosso gado. Vai ser um verão muito difícil de gerir, porque não podemos deixar os animais morrer à fome ou à sede. Temos que ser resilientes”, explicou o produtor pecuário, que tem meia centena de bovinos de raça mirandesa na sua exploração.

Alberto Lopes, um produtor de Prado Gatão, em Miranda do Douro, refere também que não é fácil mudar de estratégia neste território do Planalto Mirandês dada as suas condições climáticas. Ou seja, verões quentes e invernos frios.

“Aqui, quando há seca, é mesmo extrema. O que se torna num problema grave para a agricultura e pecuária, como o que acontece este ano. Neste momento tenho a minha exploração com grande falta de água porque os meus poços estão secos. Tenho um furo que vai desenrascando”.

João Marcos, um produtor do concelho de Mogadouro com cerca de 90 cabeças de gado bovino, disse que a primavera foi uma estação em que não choveu e como consequência não houve forragens suficientes para alimentar os animais.

“As forragens que tínhamos guardadas para o inverno estão agora destinadas ao alimento dos animais. O próximo vai ser muito complicado, onde vamos sentir essa falta de alimentos para os animais que nessa altura estão estabulados”, frisou.

A apreensão dos produtores pecuários, generalizada face ao futuro, foi manifestada durante o concurso de Gado Bovino Mirandês que decorreu a 24 de junho, em Malhadas, e que juntou meia centena de bovinos desta raça, de um solar que abrange seis concelhos do distrito de Bragança tais como: Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Vinhais e Vimioso.

O número de associados ronda os 300 criadores a nível nacional, com um efetivo com 5.100 fêmeas adultas.

O vice-presidente da câmara de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, indicou que o município já está a abastecer com água, através de cisternas, algumas explorações do concelho e pensa-se em reduzir o preço das águas para consumos dos animais nas explorações agrícolas.

Outras das preocupações tem a ver com o aumento dos preços dos fatores de produção como os combustíveis, rações ou os nitratos.

Os agricultores estão na duvida se este aumento de se deve à guerra não Ucrânia ou concertação de preço entre os fabricantes e distribuidores.

O secretário técnico da Associação Nacional de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa, com sede em Miranda do Douro, Válter Raposo, sempre foi dizendo que estes concursos que não se realizavam há dois anos devido à pandemia, servem para os produtores conviverem e esquecer as agruras do tempo.

Fonte: Lusa

PRR: Terras de Trás-os-Montes aponta lacunas e diz que não basta haver dinheiro

PRR: Terras de Trás-os-Montes aponta lacunas e diz que não basta haver dinheiro

O presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo, apontou “lacunas” ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e alertou que “não basta haver dinheiro” para resolver problemas como os do interior de Portugal.

“O dinheiro é importante”, considerou, mas defende que “era importante que se definisse claramente qual é o modelo de desenvolvimento que queremos para o país”.

“O país precisa de ser reformado, porque o modelo de há 50 anos não se coaduna com as exigências do século XXI”, considerou, num seminário sobre “O Impacto do investimento do PRR no Desenvolvimento Regional e na Coesão Territorial”.

O evento promovido pelo centro Europe Direct, no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), juntou entidades locais, membros do Governo e os responsáveis pelo programa que tem 16,6 mil milhões de euros para a recuperação, na sequência da pandemia de covid-19.

“Houve pouca participação no plano que é feito de cima para baixo”, disse o presidente da CIM, que representa os concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Mogadouro, Miranda do Douro, Vimioso, Vinhais e Vila Flor.

Jorge Fidalgo é também presidente da Câmara de Vimioso, um pequeno concelho do distrito de Bragança, e afirmou que os autarcas desta CIM entendem que o PRR “está demasiadamente centralizado” e que a discussão pública que houve “foi muito curta”.

“Espero que ainda se venha a aproveitar a experiência acumulada no território”, insistiu, reclamando também “a clarificação do modelo de governança” do programa.

Para o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, o modelo do PRR “é assente em centros de média e grande dimensão” e teme que se venham “a agravar as assimetrias” existentes no país e “mesmo nos territórios dentro do próprio interior”.

“Não adianta haver território sem pessoas. Para haver coesão, nós temos que ter pessoas. Há territórios com necessidades de investimento e de um olhar especial para eles e não tem havido esse olhar”, afirmou.

O secretário de Estado do Planeamento, Eduardo Pinheiro, presente na sessão, lembrou que o PRR tem um conjunto de “32 reformas” para o país para “reduzir custos de contexto” e que “26% das medidas dirigem-se à coesão territorial”, enquanto a “média europeia é de 7%”.

Salientou que o Governo está no terreno, em sessões como a que aconteceu hoje, em Bragança, “para manter o diálogo e, se for necessário, corrigir trajetórias”.

O governante precisou que dos 16,6 mil milhões de euros alocados ao PRR, “60%” deste montante global já foi lançado em concursos e nos chamados avisos para candidaturas.

Disse também que já foram pagos “718 milhões de euros”.

“O que é preciso é ter capacidade para executar”, vincou, lembrando que o PRR “vai ser reforçado com 1,6 mil milhões de euros”.

O vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Beraldino Pinto, falou das áreas de investimentos de que pode beneficiar Trás-os-Montes.

O único valor já destinado à região é de 35 milhões de euros, 16 dos quais para a ligação rodoviária de Bragança a Puebla de Sanábria (Espanha) e os restantes para as áreas de acolhimento empresarial de Chaves e Constantim, no distrito de Vila Real.

O secretário de Estado explicou que o resto “decorrerá das candidaturas e do mérito das propostas que vierem a ser apresentadas”, destacando as majorações nos apoios que existem para as que surgirem no interior do país.

Fonte: Lusa

Carção: Apresentação do livro de banda desenhada “Contos de Miguel Torga”

Carção: Apresentação do livro de banda desenhada “Contos de Miguel Torga”

No próximo Domingo, dia 26 de junho, o Museu Judaico de Carção, vai ser o local de apresentação do livro de Banda Desenhada “Contos de Miguel Torga”, da autoria de Jorge Marinho, inspirado nos contos “Um roubo” e “Natal”.

A apresentação da Banda Desenhada vai ocorrer às 15h30, em Carção, onde o autor, Jorge Marinho, vai explicar a inspiração que encontrou nos contos de Miguel Torga.

Recorde-se que Miguel Torga era uma voz da terra de Trás-os-Montes , que descrevia como isolada e inóspita, mas de uma grandeza ímpar. Torga via o povo transmontano como rude e melancólico, mas de carácter firme e nobre.

Na sua escrita, Torga, projeta as preocupações com o ser humano, as suas limitações e a sua necessidade de transcendência.

A partir de 1941, Miguel Torga foi publicando sucessivos volumes do “Diário” que contêm as suas reflexões sobre os mais diversos acontecimentos do quotidiano e que demonstram, inequivocamente, uma reflexão madura e uma análise singular.


Para Torga, o homem deve ser capaz de realizar-se no mundo. Deve unir-se à terra, ser-lhe fiel, para que a vida tenha sentido e o próprio sagrado se exprima.

A terra é o lugar concreto e natural do Homem. Na sua terra natal, encontrou a ternura e o sofrimento, o povo concreto com as suas alegrias e as suas tristezas, a sua tranquilidade e o seu esforço.

Recorde-se que Miguel Torga era o pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha e autor de uma vasta produção literária.

Nasceu em S. Martinho de Anta, no distrito de Vila Real, a 12 de agosto de 1907, e morreu em Coimbra, a 17 de janeiro de 1995.

HA