Segurança: GNR com investimento de cinco milhões de euros no distrito de Bragança

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, indicou que está em curso um investimento de cinco milhões de euros no distrito de Bragança para melhoria das condições de trabalho da Guarda Nacional Republicana (GNR).

O governante falava nas comemorações do Dia da Unidade do Comando Territorial de Bragança, que decorreram em Carrazeda de Ansiães, onde falou do investimento que está a ser feito nas forças de segurança e que, nesta região, contempla seis quartéis da GNR.

O investimento estimado é de cerca de cinco milhões de euros, embora o ministro tenha advertido para o contexto das obras públicas que “estão a ser adjudicadas acima do que era previsto, dado os efeitos da inflação”.

Dos investimentos previstos para o distrito de Bragança, um já está em curso, o quartel da GNR de Vimioso, e cinco estão em projeto de execução, nomeadamente os de Vinhais, Rebordelo, Carrazeda de Ansiães, Argozelo e Alfandega da Fé.

Não havendo imprevistos, segundo José Luís Carneiro, os projetos de execução deverão estar concluídos até março, abril, os contratos com as câmaras municipais serão feitos entre abril e junho, e haverá condições para lançar as obras a concurso entre junho e julho.

Depois disso, será necessário contar “com cerca de seis meses em termos de concurso público”, como acrescentou, o que implicará a conclusão de todo o processo administrativo só no final do ano.

Estes investimentos nos quartéis da GNR do distrito de Bragança fazem parte das obras em curso em todo o país, que totaliza 607 milhões de euros, 123 milhões dos quais estão em execução.

O ministro lembrou que o distrito de Bragança foi também reforçado, em 2022, com 34 novos militares da GNR e disse que para 2023 irão ser avaliadas “as necessidades e se é necessário reforçar os meios”.

O governante destacou que Bragança é um dos distritos portugueses que contribuiu para que Portugal seja considerado um país seguro, com níveis de criminalidade baixos, e o registo de menos 100 ocorrências em 2022, quando comparado com 2019, o ano antes da pandemia.

A GNR é responsável pela maior parte do território do distrito de Bragança, com um efetivo de 625 elementos que o comandante distrital, Lobo de Carvalho, disse que “são suficientes para prestar um serviço de qualidade e de segurança”.

O comandante indicou que o propósito é esta força crescer, nesta região, em áreas como o apoio ao patrulhamento e “qualificar ainda mais as especialidades dos serviços, nomeadamente na investigação criminal” ou no serviço de proteção do ambiente e da natureza.

“Nós não podemos esquecer que este território é um território vastíssimo que tem características e assimetrias notórias e a Guarda Nacional República tem que estar preparada em todos esses contextos”, considerou.

“Implica e exige um elevado grau de prontidão para estar no terreno e junto do cidadão, mitigar tudo aquilo que de nefasto possa ocorrer, mas significa também qualificar ainda mais os nossos homens”, acrescentou.

O comandante salientou ainda que a Guarda tem a “perceção de que na generalidade existe um sentimento de segurança reforçado, para lá dos indicadores formais da criminalidade”, nesta região.

“Nós vemos isso no nosso dia a dia no contacto permanente que temos com a sociedade do distrito de Bragança”, referiu.

Fonte: Lusa

Ensino: Congresso junta diretores das escolas públicas, privadas e profissionais

O Congresso das Escolas realiza-se nos dias 3 e 4 de março, em Braga, e vai voltar a juntar diretores das escolas públicas, privadas e profissionais para discutirem preocupações comuns, pela primeira vez desde a pandemia da covid-19.

“O nosso objetivo foi juntar, no mesmo espaço, os diretores de todo o tipo de estabelecimentos de ensino: escolas públicas, privadas e das escolas profissionais. Todos juntos e a discutir os mais diversos temas que preocupam as escolas”, explicou o diretor executivo da Associação dos Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), Rodrigo Queiroz e Melo.

Organizado pela AEEP, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) e a Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO), o primeiro Congresso de Escolas realizou-se em 2017, em Lisboa, com o alto patrocínio do Presidente da República, e novamente em 2019.

A ideia era repetir a cada dois anos, mas a pandemia da covid-19 obrigou a adiar a terceira edição, que decorre, dois anos após previsto, nos dias 3 e 4 de março, em Braga, contando já com mais de 400 inscritos.

O público-alvo, explica o presidente da ANDAEP, Filinto Lima, são todos os membros da comunidade educativa, e não apenas os diretores, para uma discussão abrangente sobre diferentes temas que importam às escolas, independentemente do setor.

Pedagogia, o perfil dos docentes, literacia, os media e o papel da arte nas aprendizagens são alguns dos temas que vão estar em discussão durante os dois dias, além de outros, como a felicidade e bem-estar, a inovação pedagógica ou educação inclusiva, que acabarão por refletir as experiências durante a pandemia da covid-19.

“Enquanto escolas, temos muito mais que nos une do que aquilo que nos divide”, sublinhou Rodrigo Queiroz e Melo, considerando que os diretores, sejam do público, privado ou profissional, preocupam-se, sobretudo, com o ensino dos alunos e essa “é uma preocupação comum”.

Manuel Pereira, presidente da ANDE, concorda: “Cada um tem o seu objetivo, o seu trabalho, mas quilo que nos une, neste caso, é a qualidade da educação e do trabalho que fazemos nas escolas”.

Para o diretor do Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto, em Cinfães, o Congresso é uma oportunidade para partilhar visões e experiências em que todos têm em vista a melhoria da qualidade do ensino.

“Todos querem o melhor para o público que servem, que são os nossos alunos”, acrescentou Filinto Lima, considerando que a competição em que muitas vezes parecem ser colocadas não existe.

Além dos membros das quatro associações, vão também participar no Congresso Licínio Lima, investigador e professor na Universidade do Minho, Henrique Leitão, historiador na Universidade de Lisboa, e Paulo Baldaia, jornalista.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Município apela à participação de todos para salvar o mirandês

A presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, apelou à participação de todos na defesa do futuro da língua mirandesa, após a revelação de um estudo que dá conta de que este idioma está numa “situação crítica”.

“Não podemos enterrar a cabeça na areia e fazer de conta que não há problemas com a língua mirandesa. É natural que olhemos para este estudo da Universidade de Vigo com preocupação. Por este motivo é importante a participação de todos na defesa da nossa língua mãe”, disse a autarca.

De acordo com um estudo revelado pela Universidade de Vigo, a língua mirandesa está numa situação “muito crítica” devido ao abandono desta forma de falar por parte de entidades públicas e privadas.

“Enquanto autarca, assumo esta questão grave e dramática. Mas historicamente também há responsabilidades que têm de ser apontadas a vários quadrantes e quem poderia ter feito mais e não o fez. Agora, e em colaboração com várias entidades, que achamos que são as mais indicadas, todos juntos vamos unir esforços para a defesa e promoção da língua mirandesa como sendo uma obrigação”, vincou Helena Barril.

No que toca ao ensino da língua mirandesa, a autarca disse que tem havido “melhoria substancial” nos últimos anos e que se deu “um passo em frente”.

“Apesar de estar inscrita no Orçamento do Estado (OE) uma verba de 100 mil euros para a criação de um organismo de defesa da língua mirandesa, pretendemos que o assunto não fique só pelo papel. Exigimos a criação do Instituto da Língua Mirandesa”, defendeu a autarca de Miranda do Douro.

Para Helena Barril, é também importante a assinatura da Carta Europeia das Língua Minoritária.

“O mirandês é o mais notável elemento de união e de coesão de todos os mirandeses e é também a nossa principal marca identitária e distintiva. É, ao mesmo tempo, um poderoso fator de desenvolvimento económico, é a base da nossa cultura, que também nos distingue, e desempenha um papel de integração social fundamental. Não exageramos se dissermos que o mirandês é a maior de muitas das nossas vantagens competitivas no contexto nacional, europeu e internacional”, enfatizou.

A autarca desafiou ainda universidades e institutos politécnicos a juntar-se à defesa da língua mirandesa.

De acordo com a autarquia de Miranda do Douro, “as instituições locais, municipais, nacionais e europeias, mas acima de tudo o povo da ‘Terra de Miranda’, em conjunto, individualmente ou em grupo, têm o dever e o direito de se envolver e todos colaborar nesta missão, incluindo aqueles que não sabendo falar mirandês reconhecem a sua importância e o seu valor”.

Iniciado em 2020, o estudo da universidade galega estimou em cerca de 3.500 o número de pessoas que conhecem a língua, com cerca de 1.500 a usá-la regularmente, identificando uma rotura com este idioma, sobretudo nas gerações mais novas, através de uma “forte portugalização linguística”, assente em particular na profusão dos meios de comunicação nas últimas décadas, e na identificação do mirandês com ruralidade e pobreza locais.

Este estudo tem por base 350 inquéritos feitos à população do concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, em março de 2020, por uma equipa de alunos da Universidade de Vigo, designada por “Brigada da la Léngua” (Brigada da Língua).

Para os responsáveis pelo estudo “Usos, Atitudes i Cumpetencias Lhenguíticas de la Populacon Mirandesa”, as autoridades portuguesas “têm a obrigação de proteger e salvaguardar o mirandês para toda a humanidade, como protege e investe no lince ibérico ou nas florestas autóctones”.

As conclusões do estudo apontam que a rotura com este idioma transmontano se dá “sobretudo nos nascidos entre 1960-1980”, quando “se operou uma forte portugalização linguística”, através “da imprensa, rádio, TV, escola e administração pública”.

Mantendo-se a situação, “a este ritmo é possível que o mirandês morra antes [dos próximos] 30 anos”, conservando-se apenas como “um latim litúrgico para celebrações”, sem ser “língua para viver a diário”, indicou o estudo que ainda não tem data para a sua apresentação oficial.

Este trabalho contou com a colaboração da Associação de Língua e Cultura Mirandesa e do município de Miranda do Douro.

A língua mirandesa é uma língua oficial de Portugal desde 29 de janeiro de 1999, data em que foi publicada em Diário da República a lei que reconheceu oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.

Fonte: Lusa

I DOMINGO DA QUARESMA

Decisões

Gen 2, 7-9; 3, 1-7 / Slm 50 (51), 3-6a.12-14.17 / Rom 5, 12-19 / Mt 4, 1-11

E, por fim, teve fome (Evangelho).

Cristo é tentado quando tem fome. Não estava num bom momento, não estava na posse de todas as suas capacidades. Estava fragilizado.

O mau espírito aguarda estes tempos para nos tentar. Quando tudo está bem, raramente surge com toda a sua força, vindo manipular-nos, de forma insinuante e discreta, rumo à egolatria e às suas consequências. Mas, mais que tudo, ele esperará pela fragilidade, pela vulnerabilidade, pelo momento em que tenhamos fome. Aí sim, ele atacará em força.

Até podemos ser as pessoas mais confiantes e virtuosas do mundo, com nervos de ferro e preparadas para tudo. Contudo, quando nos sentimos frágeis, quando nos sentimos despidos, como Adão e Eva, desarmados, expostos a toda a espécie de intempéries e feras, caímos na conta de para quão pouco somos. E aí somos presa fácil.

Quando me deixo encontrar por esta passagem das tentações de Jesus, acabo sempre por parar neste subtil pormenor que torna palpável a dimensão da luta de Jesus com o Diabo: Cristo estava com fome. Como lutar quando me sinto sem forças? Como Cristo, pois aqui há também uma boa notícia: Ele resistiu à tentação. Não foi imune, mas resistiu-lhe. E fê-lo recorrendo à Sagrada Escritura.

As suas respostas diante do Tentador partiam sempre da Escritura. Jesus repetia, sem cessar, a fórmula «está escrito». No tempo da fome, Jesus alimentou-se da Sagrada Escritura. Aproveitemos esta Quaresma para voltar à Bíblia, à história da Humanidade com Deus, fortalecendo-nos com as palavras de vida que o Senhor profere. De forma sistemática, começando pelos Evangelhos ou pelo Génesis, ou abrindo a Bíblia ao acaso, façamos a viagem até ao mundo da Palavra e deixemos que Deus nos fale. Se nós escutarmos a sua Palavra, a sua voz ganhará carne na nossa vida.

Tiremos o pó às nossas Bíblias. Arranquemo-las às nossas estantes e libertemo-las do seu cativeiro. E saboreemos a salvação que nos traz o Espírito de Deus, que nos habita e vem em nosso auxílio.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Ensino: Portugal matriculou na escola 4.488 crianças ucranianas

Portugal recebeu pedidos de proteção temporária de 14.265 crianças ucranianas desde a invasão russa àquele país, há um ano, estando 4.488 matriculadas em escolas portuguesas, mas é desconhecida a informação sobre as restantes, informou a Unicef.

Numa nota, no dia que se assinala um ano desde o início da guerra, o Fundo das Nações Unidas para a Infância em Portugal (Unicef Portugal) sublinha que “relativamente à situação das restantes 9.777 crianças que deram entrada em Portugal, não existe informação sobre a sua situação”.

Nesse sentido, lança um apelo urgente ao Governo para que estas crianças sejam inscritas em escolas portuguesas por considerar que esse é “um fator crucial para a sua proteção e integração social”.

Quando se assinala um ano sobre a invasão russa à Ucrânia, que afetou a vida de cerca de 7,8 milhões de crianças ucranianas, a Unicef apela igualmente ao Governo para que garanta que todas as crianças que estão em território nacional estão inscritas na escola e que lhes seja a assegurado o “reforço da aprendizagem de português como língua de acolhimento e serviços de mediação cultural nas escolas”.

O organismo das Nações Unidas apela ainda ao executivo português para um apoio psicossocial nas escolas, a criação de oportunidades para adolescentes, em particular entre os 15 e os 17 anos, que apresentam, frequentemente, maiores desafios na integração nos sistemas de ensino de acolhimento, bem como apoio e informação às famílias sobre os serviços educativos e sociais disponíveis.

A Unicef Portugal pede também que se “assegure a devida articulação entre todas as áreas governativas relevantes (Administração Interna, Igualdade e Migrações, Justiça, Educação, Saúde e Solidariedade, Trabalho e Segurança Social), e a todos níveis (central e local), para que sejam ultrapassadas as barreiras regulamentares e/ou administrativas que podem estar a condicionar ou impedir a identificação das crianças que estão em território nacional e não inscritas nas escolas”.

No âmbito deste apoio, a organização pede ao executivo que mobilize e dote os municípios de capacidade para intervir com as famílias refugiadas, de forma regular, através da criação de serviços próximos da comunidade que permitem acompanhar as famílias e garantir que acedem aos serviços locais.

Sugere ainda que seja criada “uma norma de exceção no Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, para que seja possível garantir a segurança destas crianças e não seja um entrave à sua proteção”.

A Unicef diz que “está também a trabalhar com o Ministério da Educação e Ciência da Ucrânia para que conceda o pleno reconhecimento das qualificações obtidas no estrangeiro para tranquilizar as famílias e crianças quanto à sua transição suave de volta às escolas ucranianas, sem perda de tempo e créditos no seu regresso à Ucrânia, como muitos ambicionam”.

No documento, a diretora executiva da Unicef Portugal, Beatriz Imperatori, aproveita para afirmar que “é fundamental que o Governo português assegure as condições de proteção e integração destas crianças e acompanhe e avalie, de forma rigorosa e integrada, a sua situação, para que seja possível atuar no imediato e prevenir riscos, como os de abuso, tráfico humano ou abandono escolar”.

“Uma criança que não se sabe onde está, é uma criança potencialmente em risco. Este é uma necessidade que ganha ainda mais pertinência e importância tendo em conta a enorme probabilidade deste conflito militar se estender no tempo, bem mais do que inicialmente era esperado. Temos de estar preparados e equipados para garantir os direitos das crianças, invariavelmente as maiores vítimas em cenários de conflito”, acentua.

Fonte: Lusa

Ucrânia: Cáritas Portuguesa distribuiu 400 mil euros no apoio a vítimas da guerra

A Cáritas Portuguesa distribuiu 400 mil euros no apoio às vítimas da guerra na Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2022, com a invasão russa, informou a organização católica, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

Organização católica  assinala primeiro aniversário do conflito.

“Continuamos empenhados no apoio à Ucrânia nesta fase em que o apoio humanitário continua a ser uma emergência, mas estamos também conscientes de que muito do trabalho da rede Cáritas será necessário na fase de reconstrução e não perdemos isso de vista na nossa forma de olhar para o papel da Cáritas Portuguesa nesta intervenção”, refere Rita Valadas, presidente da Cáritas Portuguesa.

A organização católica assinala que mantém o seu empenho de colaboração, através da ‘Caritas Internationalis’, no apoio à Cáritas na Ucrânia, nos países vizinhos e também no apoio às famílias deslocadas em Portugal.

“Até ao momento foi possível responder com um total de 400 mil euros para o apoio nestas três vertentes assumidas desde o início do conflito, mas o trabalho não terminou”, precisa a nota, intitulada “Reconstruir e Restaurar a Esperança”.

A Cáritas Portuguesa continua a receber donativos, destinados à “resposta de emergência e de futuro para garantir a todos os que são vítimas deste conflito um horizonte que é feito de Esperança, mas acima de tudo que é feito de Dignidade Humana”.

“A Confederação Cáritas, na qual a Cáritas Portuguesa se inclui, continua a responder ao seu compromisso de promover uma abordagem baseada nos direitos humanos para garantir que todas as pessoas afetadas por conflitos armados e violência se sintam seguras, protegidas, acolhidas e respeitadas”, acrescenta a organização católica.

Este foi um ano muito difícil que mudou a vida de milhões de ucranianos, mas foi também um ano de muita generosidade, esperança, fé e amor. Como Cáritas Ucrânia acreditamos que somos no terreno a expressão de tudo isto. Somos os corações, as mãos, os braços de todos os que nos ajudam a concretizar este trabalho” – Tetiana Stawnychy presidente da Cáritas Ucrânia.

Um ano após o início do conflito na Ucrânia, a Cáritas Portuguesa sublinha que o impacto da guerra “continua a ultrapassar as fronteiras do país e da região da Europa, afetando pessoas e países em todo o mundo”.

Durante os últimos 12 meses, a Cáritas na Ucrânia, com o envolvimento de toda a rede e dos países vizinhos – Polónia, Roménia, Moldávia, República Checa, Eslováquia, Bulgária e Hungria – ofereceu ajuda humanitária a mais de 5,3 milhões de pessoas.

“Estamos a trabalhar para que estas pessoas que sofrem como resultado desta guerra, possam ter uma perspetiva de recuperação do seu país e, acima de tudo, nunca percam a esperança. Acreditamos que todas as pessoas têm direito a um lugar onde não estão sozinhas ou excluídas, mas pertencem a uma comunidade”, indica a instituição católica de solidariedade e ação humanitária.

Fonte: Ecclesia

Desporto: Sendim, Paradela e Vimioso investem no turismo desportivo

Nos dias 8, 23 e 30 de abril, Sendim, Paradela e Vimioso, respetivamente, vão organizar corridas de montanha (trails) com os propósitos de dar a conhecer a beleza natural dos seus territórios, promover turisticamente a região e assim gerar uma maior atividade comercial nas localidades.

No nordeste transmontano há condições excecionais para a prática do desporto.

Cada vez mais, as autarquias e associações locais estão a investir no turismo desportivo, como uma atividade que atrai a vinda de pessoas e por conseguinte promove o desenvolvimento local regional. É o caso dos trails runnings (corridas de montanha) que a associação Mirai q’Alforjas (Sendim), Furões (Vimioso) e Alírio Sebastião (Paradela) estão a preparar para o mês de abril.

“Atualmente, há cada vez mais pessoas a deslocarem-se para uma determinada localidade para praticar uma atividade desportiva ou assistir a um evento desportivo. A preocupação com a saúde, o bem estar e o interesse em sair das zonas urbanas explica o crescente interesse do público pelo desporto nas zonas rurais”, justificou Alírio Sebastião, atleta do Ginásio Clube de Bragança.

8 de abril – Trail Arribas do Douro, em Sendim

A quarta edição do Trail Arribas do Douro, em Sendim, está agendada para o dia 8 de abril. Tal como nas edições anteriores, a prova contempla a modalidade de trail (15,5km) e caminhada (12 km).

Segundo Fernanda Castro, da associação Mirai q’Alforjas, organizadora da prova, uma das novidades de trail deste ano é a oferta de um kit mais completo para os participantes, com camisola, meias, gola e fita.

Dada a crescente notoriedade do Trail das Arribas do Douro, à vila de Sendim acorrem atletas e caminhantes de várias regiões do país e muitos da vizinha Espanha.

Com a realização desta prova desportiva, a associação Mirai q’Alforjas, pretende promover o turismo na região.

“Na vila de Sendim, o grande destaque é a beleza das paisagens das arribas do rio Douro, mas também a nossa gastronomia, o vinho e a cultura sendinesa, com as nossas tradições, como são os pauliteiros e gaiteiros locais”, indicou.

O Trail das Arribas do Douro conta com o apoio do Município de Miranda do Douro, da União de Freguesias de Sendim e Atenor, da Associação de Atletismo de Bragança e ainda do patrocínio de empresas e pessoas locais.

As inscrições encerram no dia 4 de abril.

23 de abril – Trail Contrabando do Café, em Paradela

A 23 de abril vai realizar-se a I edição do Trail Contrabando do Café, com um percurso circular na localidade de Paradela (Miranda do Douro).

Segundo Alírio Sebastião, a prova é organizada em parceria com o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), em pleno Parque Natural do Douro Internacional.

“Paradela é a aldeia raiana mais oriental de Portugal e é onde o rio Douro entra em Portugal”, destacou.

Com o passar dos anos, as trocas comerciais com Espanha foram-se esvanecendo, mas na história ficaram as aventuras dos contrabandistas, bem como as taxas que se pagavam no mercado transfronteiriço.

“Daí surgiu o nome desta prova desportiva, em homenagem aos antepassados desta povoação”, explicou.

O trail Contrabando do Café vai decorrer ao longo de 16 quilómetros. Já a caminhada tem a distância de 7 km.

“As arribas ou encostas do rio Douro proporcionam uma prova desportiva espetacular e queremos proporcionar a todos os participantes a oportunidade de contemplar a beleza desta região, onde o rio Douro separa Portugal de Espanha”, disse.

O Trail do Contrabando do Café conta com os apoios da freguesia de Paradela, do município de Miranda do Douro, da Associação Distrital de Atletismo de Bragança e de outros patrocinadores.

“Vamos ter um apoio bastante significativo dos Cafés Palmeira. Os responsáveis pela empresa mostraram-se muito entusiasmados com esta prova desportiva, que faz alusão à história do café outrora contrabandeado para Espanha”, adiantou.

A organização informa que as inscrições abriram a 1 de março.

De acordo com o atleta do Ginásio Clube de Bragança, Alírio Sebastião, após os dois anos de pandemia regista-se uma crescente procura pelo desporto ao ar livre, pelas caminhadas e pelas corrida em montanha (trails).

30 de abril – II Vales de Vimioso Trail Run

Finalmente, a 30 de abril vai realizar-se a II edição do Vales de Vimioso Trail Run, uma prova certificada pela federação portuguesa de atletismo e está incluída no circuito distrital de Trail.

O evento desportivo é organizado pela associação Furões, de Vimioso, em colaboração com o município de Vimioso e contempla a modalidade de trail curto (15 km), longo (30 km) e a caminhada.

De acordo com Claudio Martins, dos Furões de Vimioso, para além do objetivo desportivo, este evento pretende promover turisticamente o concelho de Vimioso, destacando a beleza natural dos vales dos rios Maçãs e Angueira, assim com o património cultura e gastronómico.

“Convidamos todas as pessoas que gostem de caminhar ou correr a visitar Vimioso, no fim-de-semana de 29 e 30 de abril”, disse.

Segundo a organização, uma das novidades da II edição do Trail Vales de Vimioso é o aumento no valor dos prémios, sendo que há 2 mil euros destinados aos vários escalões, masculino e feminino.

“Outra novidade no trail deste ano é a modalidade da caminhada. Chegaram-nos muitas solicitações a manifestar interesse em participar no evento através da caminhada. E já há bastantes inscritos, não só os acompanhantes dos atletas, mas também a população local” – informou.

Claudio Martins adiantou que na II edição do Trail Vales de Vimioso espera contar com a participação de 300 pessoas.

As inscrições decorrem até 20 de abril.

HA

Miranda do Douro: Quarta-feira de Cinzas deu início à Quaresma

Iniciou-se a 22 de fevereiro, o tempo da Quaresma, com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, na igreja da Misericórdia, em Miranda do Douro, onde o padre Manuel Marques disse que este é o tempo favorável para os católicos se aperfeiçoarem na capacidade de servir e amar.

O rito da bênção e imposição das cinzas marca a celebração que dá início à Quaresma.

A Eucaristia que assinala o início da Quaresma, celebrou-se às 18h00, com o rito da bênção e imposição das cinzas.

Na homília, o pároco de Miranda do Douro, disse que “o tempo quaresmal não é um período triste e penoso. É sim um tempo que Deus concede para a conversão, ou seja, para o aperfeiçoamento na capacidade de servir, de amar e de crescer espiritualmente”.

Para operar esta conversão, o sacerdote indicou que o jejum, a oração e a esmola (caridade) são os meios recomendados pela Igreja Católica.

“São como um treino e esforço mais intenso que nos leva a ser santos, isto é, a ser melhores pessoas, mais disponíveis para os outros e portanto mais alegres”, disse.

Segundo o padre Manuel Marques, a conversão é um processo contínuo ao longo da vida e a Quaresma é o tempo propício para reiniciar esta mudança de coração e aproximação a Deus.

“Facilmente esquecemos que somos pó. Pensamos que somos autossuficientes, fortes, invencíveis. E a Quaresma ajuda-nos a regressar ao essencial, a reconciliarmo-nos com Deus e os irmãos”, disse.

Para a Igreja Católica, a Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início na Quarta-feira de Cinzas e serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, que este ano se vai celebrar no dia 9 de abril.

HA

Ferrovia: Ligação Lisboa-Madrid pelo Porto tem vantagens

O presidente da Associação Vale D’ouro, Luís Almeida, defendeu que a proposta de alta velocidade ferroviária com um serviço “a passar no Porto para chegar a Madrid” tem vantagens.

“O facto de ter de passar no Porto para chegar a Madrid é irrelevante se isso for menos tempo de viagem. Nós quando olhamos para um sistema de transportes, temos que olhar do ponto A ao ponto B o mais rapidamente possível”, disse hoje Luís Almeida aos jornalistas, no final da conferência “Que ferrovia para a região Norte?”, que decorreu a 22 de fevereiro na secção Norte da Ordem dos Engenheiros, no Porto.

Luís Almeida defendeu que “de uma vez por todas” o país deve “deixar de ter esse tipo de pensamentos regionalistas”, pois “é demasiado pequeno para isso”.

“Aqui não há uma ponta de regionalismo, o que está em causa é o interesse do país. Se de Lisboa, por algum motivo, para chegar mais rápido a Madrid, tiver que passar pelo Porto, qual é o problema?”, questionou.

Em causa está uma proposta da Associação Vale D’Ouro, sediada no Pinhão (Alijó, concelho de Vila Real), para fazer com que a ligação de alta velocidade ferroviária no corredor internacional norte passe a norte do rio Douro, e não a sul, e chegue a Espanha via Trás-os-Montes, passando por Amarante, Vila Real e Bragança.

Além da passagem pelo Porto da ligação Lisboa – Madrid, a associação argumenta que “a solução por Trás-os-Montes implica um investimento de 40 quilómetros que, à partida, será sempre mais fácil de, entre aspas, convencer Espanha a fazer”, para ligar à rede espanhola em Zamora, até com recurso a fundos transfronteiriços da União Europeia.

Também para o presidente da secção regional do Norte da Ordem dos Engenheiros (OE), Bento Aires, a opção por Trás-os-Montes “é uma opção que deve ser considerada sem qualquer prurido regionalista”.

Bento Aires lembrou que a população do Norte não tem “qualquer problema em fazer um voo via Lisboa”, dizendo ter a certeza de que “a maior parte dos lisboetas não têm que o ter por fazer via Porto”.

Já o antigo presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) Luís Braga da Cruz viu como “grande vantagem” a curta ligação a Zamora, em Espanha, obrigando “muito menos que noutras zonas do país”.

“Portanto, isso pode objetivamente traduzir-se em níveis de serviço elevados e mais cómodos. Acho que a decisão final tem que ponderar todos esses aspetos”, disse aos jornalistas.

Também presente na ocasião, o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, disse que “devia existir” um envolvimento maior dos autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) na defesa desta solução, para “garantir a coesão” do Norte e “defender os interesses dos próprios empresários” da região.

O Plano Ferroviário Nacional está em consulta pública até dia 28 de fevereiro.

Fonte: Lusa

PRR: Combate à pobreza energética “muito aquém” das metas – Comissão

O programa Vale Eficiência, para combater a pobreza energética das habitações, apenas atribuiu 11% dos incentivos previstos até final de 2022, estando “muito aquém” das metas definidas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O alerta consta do relatório de 2022 da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR (CNA-PRR) agora divulgado e que recomenda a “adoção urgente das soluções” para aumentar a execução desse programa destinado a apoiar famílias economicamente vulneráveis até 2025.

“O incentivo Vale Eficiência tem ficado muito aquém da expectativa, colocando em dúvida a meta final de 100.000 vales em 2025. Em 2022 foram atribuídos quase 11.000 vales, tendo sido utilizados apenas 5.098”, refere o documento.

Até ao final de 2022 foram submetidas 17.873 candidaturas de famílias e atribuídos 10.985 vales, ou seja, cerca de 11% da meta prevista, mas apenas foram utilizados na prática 5.080 vales.

“Existem 4.383 de candidaturas não elegíveis, ou seja, um quarto das candidaturas submetidas, interessando saber quais as causas da não-elegibilidade para identificar as mais frequentes e avaliar alterações que possam evitar casos futuros de não-elegibilidade”, salienta a comissão.

Do total de vales atribuídos, a maioria foram para os distritos do Porto e Lisboa (37%), seguindo-se Braga (10,6%), Setúbal (8,4%) e Aveiro (7%), com os restantes distritos com uma adesão muito baixa, o que faz “antecipar um desconhecimento da medida e ou iliteracia na preparação da candidatura”.

Perante estes números, a CNA-PRR recomenda, entre outras medidas, que o Governo avalie a possibilidade de alargar o Vale Eficiência a arrendatários, uma vez há uma elevada probabilidade de as pessoas que estão integradas em tarifa social estarem em casa arrendada.

“Dada a baixa execução deste incentivo e o impacto potencial que pode desempenhar na redução da pobreza energética em Portugal, deve ser conferido caráter de urgência e dedicação permanente à sua resolução”, sublinha também a comissão.

Quanto à medida Eficiência Energética em Edifícios Residenciais, também prevista no PRR, o relatório adianta que em 2022 estiveram abertos avisos que mereceram uma “elevada adesão por parte das famílias”, o que determinou um reforço de dotação deste incentivo que agora totaliza 135 milhões de euros.

Até final de 2022, foram recebidas 106.131 candidaturas e pagas 70.261, num total de 122,5 milhões de euros, ou seja, 91% do valor disponível, “tendo as metas previstas para 2025 já sido largamente ultrapassadas”, indica ainda a comissão.

O montante total do PRR (16.644 milhões de euros), gerido pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal, está dividido pelas suas três dimensões estruturantes – resiliência (11.125 milhões de euros), transição climática (3.059 milhões de euros) e transição digital (2.460 milhões de euros).

Da dotação total, cerca de 13.900 milhões de euros correspondem a subvenções e 2.700 milhões de euros a empréstimos.

As três dimensões do plano apresentam uma taxa de contratação de 100%.

Este plano, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos, tendo em vista a recuperação do crescimento económico.

Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, o PRR tem ainda o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

Fonte: Lusa