Cultura: Final do campeonato de Jogos Tradicionais

Cultura: Final do campeonato de Jogos Tradicionais

Cerca de 500 pessoas são esperadas, no próximo domingo, dia 18 de setembro, em Bragança, para disputar a final do campeonato de jogos tradicionais, um evento organizado pela Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT) e que é apresentado como “único no país”.

A CIM-TT desafiou as comunidades dos nove municípios que representa, com o intuito de “recuperar e valorizar” jogos como o fito, raiola, relha, corrida de sacos, tração à corda, jogo do burro e dança das cadeiras, que noutros tempos eram motivo de lazer, convívio e festa.

Depois de realizados vários encontros concelhios, está marcada para domingo, dia 18 de setembro, na cidade de Bragança, a final deste Campeonato de Jogos Tradicionais “com perto de 500 participantes” dos concelhos de Bragança, Alfândega da Fé, Mirandela, Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso, Vinhais, Vila Flor e Macedo de Cavaleiros.

“Pelo que conseguimos apurar junto da Federação Portuguesa de Jogos Tradicionais, este é o único campeonato intermunicipal do país”, segundo Rui Caseiro, primeiro secretário da CIM Terras de Trás-os-Montes.

O responsável destaca a “enorme satisfação” por esta iniciativa ter assegurado “a aproximação e o convívio entre pessoas, pelo simples prazer de jogar, revitalizar tradições e ter uma participação ativa, numa iniciativa inclusiva, num ambiente de festa e alegria”.

Na fase final participam “dezenas de equipas”, e a organização acredita que esta “competição intermunicipal tem uma dimensão diferente” e que “vai ter um impacto muito grande no território”, no sentido da valorização destes jogos coletivos.

Com este vento a CIM-TTM pretende recuperar e valorizar os jogos tradicionais, património imaterial de enorme importância para a memória coletiva, que noutros tempos eram motivo de lazer, convívio e até de festa entre os elementos das comunidades, mas com forte tendência para se perderem, algumas praticamente em extinção.

O objetivo é também “envolver os mais jovens e as crianças, para que os jogos tradicionais recuperem o peso que tiveram”.

O projeto, integrado no programa Cultura para Todos e financiado pelo Programa Operacional NORTE 2020, contribui também para “reanimar a Associação de Jogos Tradicionais” do distrito de Bragança, há alguns anos adormecida, e que agora ganhou novo impulso”, garante a organização.

A associação é parceira no campeonato, nomeadamente na elaboração dos regulamentos, que teve também o apoio da Federação de Jogos Tradicionais Portuguesa.

A inclusão está também nos objetivos deste Campeonato de Jogos Tradicionais, que conta com a participação de “equipas oriundas de sete instituições de apoio a pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade”.

Em todas as modalidades é atribuído um troféu aos três primeiros classificados, assim como um certificado de participação a todos os jogadores.

Fonte: Lusa

Ensino: Aumenta o número de alunos a estudar mirandês

Ensino: Aumenta o número de alunos a estudar mirandês

A maior parte dos alunos que vão frequentar o próximo ano letivo no Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD), escolheu a disciplina de Língua e Cultura Mirandesa, informou o diretor do agrupamento.

“Neste ano letivo de 2022/2023, num universo de 575 alunos que frequentarão este agrupamento de escolas, 79% optaram pela disciplina de Língua e Cultura Mirandesa, o que significa um aumento considerável em relação a anos anteriores”, afirmou António Santos.

Para o responsável, a língua mirandesa “é um fator identitário importantíssimo ao nível da região do Nordeste Transmontano e que não se pode perder”.

“Para nós, é um motivo de orgulho porque os alunos poderiam não optar pela disciplina de Língua e Cultura Mirandesa e ocupar os seus tempos livres de outra forma, mas preferem estudar esta língua com o apoio dos pais e encarregados de educação”, disse o responsável escolar.

No seu entender, “sem dúvida que voltou a ‘proua’ (vaidade) e a vontade em aprender mirandês desde tenra idade”.

“Para além disto, este ano estamos a preparar em conjunto com benfeitores e organismos a atribuição de alguns prémios destinados aos alunos finalistas, que acabam o 12.º ano de escolaridade, como um incentivo para a inscrição nesta disciplina”, indicou o também professor.

Quanto ao recrutamento de professores de Língua e Cultura Mirandesa, que são dois, “este ano letivo também há novidades, já que não é necessária uma autorização especial para fazer a sua contração, como acontecia até aqui”.

De acordo com os responsáveis escolares, o ensino do mirandês está “consolidado” nas escolas de Miranda do Douro como disciplina opcional, que começou a ser lecionada no ano letivo de 1986/87.

Desde o ano letivo 2009/2010 que o ensino do mirandês é feito de forma contínua, desde o pré-escolar até ao secundário.

Apesar do reconhecimento oficial, feito com a publicação de legislação que ficou conhecida como a Lei do Mirandês, aprovada em novembro de 1998 e promulgada em janeiro de 1999, a língua continua “a não ter um enquadramento institucional adequado”, apontam os linguistas que se dedicam ao seu estudo.

Fonte: Lusa

Palaçoulo: Escola inicia ano letivo com apenas dois alunos

Palaçoulo: Escola inicia ano letivo com apenas dois alunos

A escola do 1.º ciclo, em Palaçoulo, vai iniciar o novo ano letivo com apenas dois alunos, na perspetiva de manter aberto o estabelecimento no próximo ano.

No caso da escola de Palaçoulo, a situação de “fecha e não fecha” começou no ano letivo 2010/2011, quando 12 alunos frequentaram o estabelecimento de ensino. Volvidos 11 anos, o número de crianças “é o mais baixo de sempre”, com apenas dois alunos que vão frequentar o 2.º e 3.º anos, do 1.º ciclo do ensino básico.

Para assegurar o ensino a estes dois alunos haverá seis professores, designadamente para o ensino básico, educação física, tecnologias de informação e comunicação, educação musical, inglês e mirandês.

“A escola de Palaçoulo é um caso ‘sui generis’. Este estabelecimento de ensino está em regime especial de funcionamento desde 2010. Significa isto que carece de uma autorização anual do senhor secretário de Estado [da Educação] para poder continuar a funcionar. Não há dúvida que é um caso único, e que tem a ver com a resiliência dos pais e encarregados de educação desta freguesia” em manter o estabelecimento de ensino aberto, explicou o diretor do Agrupamento de Escola de Miranda do Douro (AEMD), António Santos.

O responsável referiu que tem sido “uma luta” manter a escola aberta, o que envolve o AEMD, município, pais e encarregados de educação.

“Para nós, cada aluno é uma preciosidade. Estamos numa região do interior onde o declínio da população é notório e tentamos preservar e apoiar todos os alunos que temos. O nosso lema é que nenhum deles fica para trás”, concretizou António Santos.

O diretor está ciente que na escola do 1.º ciclo de Palaçoulo há muito poucos alunos e aqui colocam-se “questões importantes do foro pedagógico”.

“Trabalhar com um número de alunos tão reduzido, em termos pedagógicos, é uma questão que nos preocupa e levanta questões sérias. Por outro lado, aumenta as nossas obrigações porque nós temos de prestar aos dois alunos o mesmo apoio e atividades extracurriculares e experiência pedagógicas da mesma forma que numa escola grande e com muitas turmas, e vamos fazê-lo porque não queremos perder estes alunos”, vincou o responsável.

De acordo com António Santos, a escola continua a ser “símbolo” da freguesia, onde há “pessoas muito resilientes, e tudo tem a ver com o dinamismo industrial da própria aldeia”.

Do lado do município de Miranda do Douro acredita-se que o número de alunos poderá aumentar já no próximo ano letivo, estando mesmo programadas “para breve” obras de requalificação da escola do 1.º ciclo de Palaçoulo.

“A comunidade não abdica da escola na freguesia. É compreensível que pais, encarregados de educação e a população em geral, pretendam que a escola se mantenha em Palaçoulo. Estamos convictos que já a partir do próximo ano letivo, a escola vai ter mais alunos e vamos avançar em breve com obras de requalificação do edifício”, disse o vice-presidente e vereador da educação, da Câmara de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues.

Segundo o autarca, a escola de Palaçoulo vai continuar a lecionar, oferecendo aos alunos todas as atividades extracurriculares.

Nuno Rodrigues referiu ainda que “a existência de uma escola é um chamariz para quem se queira fixar nesta localidade industrial”, havendo casais jovens de outros países à procura de trabalho que naquela freguesia pretendem constituir família.

Já Sérgio Gonçalves, pai e encarregado de educação de um dos dois alunos que vai frequentar aquela escola, indicou que o convívio entre as crianças vai continuar e que as novas tecnologias os mantêm em contacto, e as brincadeiras na praça da aldeia não acabam porque o dia não é passado toda na escola, garantindo que estes estudantes “são privilegiados”, porque têm um professor do 1.º ciclo só para eles.

“Apesar de agora serem poucos alunos, já no próximo ano, provavelmente, a estes dois irão juntar-se mais seis e a escola segue o seu percurso normal. Tenho uma filha que frequenta o último ano do pré-escolar e vai manter-se em Palaçoulo, caso a escola se mantenha aberta”, afirmou o pai, empresário do ramo da tanoaria.

Sérgio Gonçalves dá como exemplo a sua empresa que dá trabalho a meia centena de pessoas e defende que para cativar mais mão de obra é “necessário ter uma escola para fixar pessoas”.

O presidente da Junta de Freguesia de Palaçoulo, Gualdino Raimundo, lembrou que as escolas são importantes em todas as freguesias, e considerou que existirem neste ano letivo dois alunos no 1.º ciclo é uma situação transitória.

“Independentemente do número de alunos, a escola em Palaçoulo faz todo o sentido. Há uma maior proximidade entre pais/encarregados de educação com os alunos”, enfatizou.

O autarca garante que também há pais que entendem que os seus filhos têm outras possibilidades noutras escolas. O agrupamento é todo o mesmo e existe a possibilidade de escolha entre as escolas do 1.º ciclo: na sede do concelho, na vila de Sendim e na freguesia de Palaçoulo.

“Todos acreditam que a escola não irá fechar e que o número de alunos vai mesmo aumentar”, concluiu.

De acordo com os dados provisórios dos Censos 2021, Palaçoulo conta com 567 habitantes, dos quais 35 são crianças dos 0 aos 14 anos.

Fonte: Lusa

Sendim: Vindimas iniciam-se a 16 de setembro

Sendim: Vindimas iniciam-se a 16 de setembro

Na véspera do início das vindimas, realizou-se no Domingo, dia 11 de setembro, em Sendim, uma assembleia geral ordinária da cooperativa agrícola Ribadouro, C.R.L., para informar os associados das datas para entrega das uvas e aprovar um pedido de empréstimo à banca, para financiamento da cooperativa.

A assembleia da cooperativa Ribadouro realizou-se no salão nobre da junta de freguesia de Sendim, onde marcaram presença, cerca de meia centena de produtores.

Sobre as datas para entrega das uvas, a direção da cooperativa Ribadouro definiu que de 16 a 20 de setembro devem ser entregues as uvas brancas.

A partir de 20 de setembro é a vez dos produtores entregarem as uvas tintas.

E no dia 24 de setembro vão ser entregues as uvas para produção de vinho regional ou DOC (Denominação de Origem Protegida).

Nesta sessão. a direção da Ribadouro alertou os produtores que o mercado do vinho está cada vez mais competitivo. E regista-se um aumento dos custos de produção para os viticultores, nos combustíveis, herbicidas, jornadas de trabalho, assim como nas embalagens, vidro, rolhas e rótulos.

Para competir no exigente mercado vitivinícola, o presidente da cooperativa agrícola Ribadouro, C.R.L., Óscar Afonso, adiantou que, em colaboração com o enólogo da cooperativa, estão a procurar novos mercados para comercializar os vinhos produzidos em Sendim.

“Em colaboração com o enólogo da Ribadouro queremos produzir vinhos de melhor qualidade, para depois os comercializar para mercados como o Brasil e outros destinos. Em Portugal, conseguimos comercializar 300 mil litros do vinho ´Pauliteiros` para a cadeia de supermercados ALDI”, informou.

Nesta sessão de esclarecimento, a direção da cooperativa Ribadouro apresentou associados uma proposta de empréstimo à banca, no valor de 200 mil euros, que foi aprovada por maioria, tendo-se registado seis abstenções.

HA

Cultura: Diretora de Museu da Terra de Miranda reconduzida no cargo

Cultura: Diretora de Museu da Terra de Miranda reconduzida no cargo

A atual diretora do Museu da Terra de Miranda (MTM), Celina Bárbaro Pinto, foi reconduzida nos cargos, na sequência de um processo concursal para os próximos três anos, foi divulgado em Diário da República (DR).

Celina Bárbaro Pinto é licenciada em Antropologia pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, mestre em Museologia pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa e doutoranda em Museologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Em declarações, a responsável adiantou que as grandes apostas para os próximos três anos passam pelas obras de remodelação do MTM e pela abertura ao público das Torres da Concatedral, antiga Sé de Miranda, no distrito de Bragança.

“Esta minha nomeação é um compromisso para com a divulgação e salvaguarda do património cultural da Terra de Miranda, através do MTM e da Concatedral”, vincou a responsável.

Celina Bárbaro Pinto exerce funções desde 1993 no Museu da Terra de Miranda, no qual desempenha as funções de técnica superior desde 2007. É, desde 2014, diretora da instituição.

O despacho hoje publicado em Diário da República dá ainda conta de que Celina Bárbaro Pinto tem coordenado vários projetos no campo da investigação e da museologia, incluindo alguns projetos transfronteiriços.

“Tem-se dedicado ao estudo e investigação do património cultural imaterial sobre o qual tem escrito e publicado alguns artigos. Tem interesse pela análise da presença do património imaterial nos discursos museológicos, bem como no envolvimento das comunidades e dos públicos na identificação e definição desta categoria de património”, pode ler-se no despacho da diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro.

O MTM está inserido na Rede Portuguesa de Museus e acolhe, além de peças arqueológicas de interesse, um acervo de cariz etnológico, “testemunho social e cultural de uma região de forte identidade, inclusive marcada pela língua mirandesa (a segunda língua oficial de Portugal desde 1998)”, pelo que importa garantir a salvaguarda do imóvel e de todo o seu espólio, como frisam os responsáveis.

O MTM foi fundado em 1982 pelo etnógrafo, etnólogo e arqueólogo e especialista em museologia António Maria Mourinho, que dirigiu a instituição até 1991.

Fonte: Lusa

Vimioso: Município reforça apoios sociais à população

Vimioso: Município reforça apoios sociais à população

No atual contexto de crise económica e demográfica, o município de Vimioso decidiu reforçar os apoios à natalidade e infância, aos estudantes do ensino superior e às pessoas mais desfavorecidas que residem no concelho.

Segundo o novo regulamento publicado em Diário da República, o apoio à natalidade e infância visa agir contra “a preocupante situação demográfica”, agravada pela reduzida taxa de natalidade e a consequente diminuição da população residente no concelho de Vimioso.

As medidas de apoio à natalidade e infância destinam-se às crianças que nasçam no concelho de Vimioso. O incentivo concretiza-se na atribuição de 2000 euros, distribuídos pelos três primeiros anos de vida. A primeira prestação é dada no ano de nascimento do bebé onde são atribuídos 1000 euros. A segunda prestação de 500 euros concretiza-se num valor reembolsável de compras efetuadas no concelho. E a terceira prestação, também de 500 euros, é atribuída no ato da primeira matrícula da criança no pré-escolar.

No apoio aos estudantes do ensino superior, o novo regulamento do município de Vimioso prevê o pagamento de propinas e destina-se aos estudantes economicamente carenciados que residem no concelho de Vimioso. Este apoio que era apenas atribuído aos estudantes de licenciatura, foi agora alargado aos alunos que frequentem o mestrado.

Por fim, também houve alterações do regulamento municipal de apoio às famílias e pessoas mais desfavorecidas, em áreas como a saúde, habitação, deficiência e a terceira idade, subsistência e educação.

O município de Vimioso justifica estas alterações com o propósito de melhorar a qualidade de vida das famílias com dificuldades “garantindo-lhes o acesso a recursos, bens e serviços, atenuando a pobreza e a exclusão social”.

HA

Miranda do Douro: Nossa Senhora do Naso atraiu um mar de gente

Miranda do Douro: Nossa Senhora do Naso atraiu um mar de gente

O Santuário de Nossa Senhora do Naso, na aldeia da Póvoa, acolheu milhares de pessoas para participar na Missa da Natividade da Virgem Santa Maria, uma celebração assinalada anualmente a 8 de setembro.

A procissão realizou-se após a missa campal, no Santuário de Nossa Senhora do Naso.

A celebração religiosa iniciou-se com a procissão dos andores de Nossa Senhora do Naso e da Imaculada Conceição, acompanhada musicalmente pela banda da Associação Filarmónica Mirandesa.

A homília da missa campal foi proferida pelo padre, Tiago Alves, natural da Póvoa. Perante milhares de fiéis, o jovem sacerdote lembrou que a festa do 8 de setembro evoca o nascimento de Maria, Mãe de Jesus.

“Vir ao Naso é renascer. Cada um de nós é um santuário aberto, onde Nossa Senhora quer repousar. E como é bonito ver este mar de gente vir ao Naso visitar Nossa Senhora”, disse.

De seguida, o padre Tiago Alves, sublinhou que todos precisamos de razões para viver e Nossa Senhora é o modelo para a vida e para a fé.

“Maria, em hebraico, significa senhora da luz. Que Maria ilumine a nossa vida e com o seu exemplo ensine-nos a amar, elogiar e agradecer a vida uns dos outros”, concluiu.

Após a procissão final e o sermão, a festa em honra de Nossa Senhora do Naso prosseguiu com a realização da feira anual no recinto do santuário e do programa musical.

HA

Economia: Criados mais de 4.000 empregos no interior do país

Economia: Criados mais de 4.000 empregos no interior do país

Mais de 4.000 postos de trabalho foram criados no interior do país, em quase três anos, na sequência de medidas do Programa de Valorização do Interior (PVI), revelam dados disponibilizados pelo Governo.

Segundo informação avançada pelo ministério da Coesão Territorial (MCT), relativa ao final de junho, o eixo do PVI “Captar Investimento e Pessoas para o Interior” permitiu a criação de 4.060 postos de trabalho, 274 dos quais em regime de teletrabalho.

A maior ‘fatia’ ficou a cargo do programa +CO3SO Emprego, que possuía uma dotação inicial, para o interior do país, de 60 milhões de euros, com a criação de 1.100 postos de trabalho, mas que foi reforçado para mais do dobro (135,8 milhões de euros), levando à criação de 2.670 postos de trabalho.

Já o programa Trabalhar no Interior, articulado com a medida Emprego Interior MAIS, viu serem aprovadas 605 das 1.070 candidaturas recebidas, resultando em 1.090 pessoas abrangidas.

A estes dados, juntam-se mais 50 postos de trabalho, resultantes da criação de novos espaços de ‘coworking’ em 89 municípios do interior Norte (21), Centro (35), Alentejo (19) e Algarve (14).

Segundo o Governo, os programas relativos à criação de emprego são dirigidos às PME e organismos da Economia Social e envolvem as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), em articulação com as comunidades intermunicipais e municípios, e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

O programa +CO3SO Competitividade, que pretende “tornar os territórios do interior mais competitivos”, é aquele que reúne mais medidas de apoio, cerca de uma dezena, e que congrega o maior montante de investimento aprovado, cerca de 3,63 mil milhões de euros, entre fundos europeus e nacionais.

Destes, foram pagos, até ao momento, 994 milhões de euros de apoio.

Já na valorização dos recursos endógenos e capacidade empresarial do interior, o programa +CO3SO Conhecimento resultou, até ao momento, num investimento aprovado de mais de 250 milhões de euros, quase 120 milhões dos quais pagos e 103 milhões executados.

Quanto ao Plano de Ação para a Transição Digital, visa assegurar a cobertura de banda larga fixa e móvel nas freguesias de baixa densidade (envolvendo 75% da população até 2023 e 90% até 2025).

Ainda na área tecnológica, a Universalização da Escola Digital possui um investimento aprovado de cerca de 60 milhões de euros (54 milhões dos quais para o interior), envolvendo 106 municípios.

No âmbito da criação de serviços públicos de maior proximidade, os dados do MCT apontam, sem especificar, para 80 operações concretizadas no total, 34 das quais no interior, num investimento aprovado de cerca de 20 milhões de euros.

Já na área da Saúde, o Governo destaca a criação, desde dezembro de 2020, de 110 balcões SNS24 “que funcionam como centros de saúde à porta de casa”, a maioria (95) na região Norte.

No interior, o número de balcões do SNS24 criados ascende a 47 (40 no Norte e sete no Centro), cerca de 43% do total.

Na medida Cultura +Próxima, a Programação Cultural em Rede, “medida que possibilita e promove a realização de atividades culturais e artísticas, permitindo que as associações culturais apresentem projetos em parceria com os municípios e de forma articulada entre os vários atores locais”, envolveu, até 30 de junho e em territórios do interior, 58 candidaturas (de um total de 122), correspondentes a 18,5 milhões de euros de investimento e 16,6 milhões de apoio.

A região Centro liderou o número de candidaturas aprovadas para o interior (39), seguida do Norte (15) e Alentejo (4).

Já a medida Cultura para Todos, destinada a “promover a integração social e combater a pobreza e qualquer discriminação, com vista à promoção da igualdade de oportunidades e da participação ativa e a melhoria da empregabilidade”, resultou em 30 candidaturas aprovadas no interior (23 no Norte e sete no Alentejo) com um apoio de 5,7 milhões de euros.

Na agricultura, pela campanha “Alimente quem o Alimenta”, que incide sobre 1.019 produtores no interior, foram atribuídos 627 títulos do estatuto de Jovem Empresário Rural e 185 do estatuto de Agricultura Familiar.

A cooperação transfronteiriça com Espanha viu aprovados 238 projetos, correspondentes a 717 beneficiários portugueses e um investimento em Portugal de cerca de 85 milhões de euros, suportado por fundos europeus.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: «O convívio do canto alimenta-nos» – Pedro Mestre

Miranda do Douro: «O convívio do canto alimenta-nos» – Pedro Mestre

Está a decorrer nos dias 6, 7 e 8 de setembro, na Casa da Música Mirandesa, em Miranda do Douro, uma residência artística, com os músicos Pedro Mestre e Paulo Meirinhos, dedicada ao cante alentejano e às modas mirandesas, com o objetivo de incentivar os participantes a cantar as modas ou cantigas tradicionais.

Pedro Mestre, músico alentejano, é o primeiro convidado da residência artística, na Casa da Música Mirandesa.

De acordo com Paulo Meirinhos, hoje em dia há muita gente nova a aprender música, mas há uma lacuna no canto e em particular, na interpretação vocal nas modas da Terra de Miranda.

O vocalista dos Galandum Galundaina, acrescentou que nas últimas décadas não se acautelou a transmissão oral das cantigas tradicionais aos mais jovens.

“Por isso, é importante recuperar as músicas cantadas, que se ouviam nas aldeias, registá-las e transmitir essa herança cultural”, disse.

Assim, a residência artística, agora promovida pela Casa da Música Mirandesa, tem por objetivo juntar as pessoas, jovens a adultos, em torno de um interesse comum, o canto.

Se antigamente, as músicas tradicionais eram transmitidas no decorrer dos trabalhos coletivos, como a agricultura, o artesanato ou mesmo a extração mineira, atualmente os contextos propícios à transmissão oral são a escola, as associações e as tertúlias entre amigos e familiares.

No final dos três dias da residência artística, Paulo Meirinhos disse que gostaria que os participantes adquirissem o gosto pelo canto das músicas tradicionais e fossem à descoberta de outras músicas.

“Felizmente, na Terra de Miranda, ao longo de várias décadas, foi realizada muita pesquisa e há muitas gravações de músicas e cantigas tradicionais. O investigador, Mário Correia, por exemplo, tem uma coleção significativa destes registos”, indicou.

Músicas como o “Tirioni”, interpretada pela Dulce Pontes, “A ronda dos quatro caminhos” ou o “Galandum” são alguns exemplos das músicas caraterísticas deste território, que podem também ser encontradas no Cancioneiro Tradicional Mirandês.

Por sua vez, Pedro Mestre, quando questionado sobre o que há em comum entre o cante alentejano e as modas mirandesas, o convidado da residência artística, disse que ambos os estilos musicais refletem a identidade de cada território.

“São músicas genuínas de cada região. Quer no Alentejo, quer aqui na Terra de Miranda, estamos a recuperar este legado cultural, para que não desapareça, possa ser conhecido e cantado”, disse.

Hoje em dia, Pedro Mestre corrobora da opinião de que a transmissão oral das cantigas tradicionais acontece sobretudo nas escolas, nos convívios dos jovens com as gerações mais velhas, nas tabernas do Alentejo e na difusão através da internet.

“Estamos a incentivar os jovens a ouvir estas cantigas e a fazer parte de novos projetos musicais. Felizmente, há uma série de associações e de entidades que está a trabalhar pela dinamização do Alentejo. Já estava na moda ser alentejano e agora está na moda ser alentejano e saber o cante alentejano”, afirmou.

Segundo Pedro Mestre, a maior dificuldade na transmissão deste saber oral é a convivência entre os jovens e as gerações mais velhas.

“É difícil ter os jovens nos grupos corais dos adultos, dado que a junção de gerações é sempre mais complexa”, indicou.

Paulo Meirinhos, como professor de música, tem desenvolvido um assinalável trabalho de divulgação da música tradicional junto dos mais novos e também com os adultos da Universidade Sénior.

O músico alentejano deu como exemplo o projeto de valorização da viola campaniça, em São Martinho das Amoreiras, no concelho de Odemira, onde se procura, com muita insistência, juntar os mais novos com os mais velhos.

“Aí, procuramos que haja troca de experiências e de conhecimento. É sempre bom que os mais velhos ouçam e valorizem a opinião dos mais novos. Para depois partilharem com eles o seu conhecimento”, explicou.

De acordo com Pedro Mestre, antes da pandemia, os encontros entre os mais velhos e os mais jovens eram muito frequentes, para cantar, contar histórias e experiências.

“É um hábito que pretendemos voltar a implementar, dado que o convívio que do canto aproxima-nos, cria coesão entre nós e alimenta-nos!”, disse.

Esta primeira residência artística, na Casa da Música Mirandesa, decorre até quinta-feira, dia 8 de setembro.

HA

Miranda do Douro: Burro de Miranda é cada vez mais valorizado

Miranda do Douro: Burro de Miranda é cada vez mais valorizado

O recinto do Santuário do Naso acolheu a 6 de setembro, o Concurso Nacional do Burro de Miranda, um evento anual que tem por objetivo incentivar os criadores no cuidado e preservação desta raça autóctone da Terra de Miranda, que é cada vez mais valorizada pela sua docilidade e utilidade.

O concurso da raça asinina iniciou-se ao início da manhã, do dia 6 de setembro, com a chegada dos criadores e dos seus burros ao recinto do santuário do Naso, na aldeia da Póvoa.

Após a inscrição, os criadores, maioritariamente provenientes dos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro tiveram a oportunidade conviver entre si e de participar numa gincana, que consistiu numa prova de agilidade e destreza com os seus animais.

Às 12h00, iniciou-se uma mesa redonda dedicada ao tema “Contributo das raças autóctones para a sustentabilidade do mundo rural”.

Nesta sessão de esclarecimento participaram o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, Miguel Nóvoa, da Associação para ao Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), Carla Alves, da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAP Norte) e Pedro Vieira, da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

O vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, agradeceu a presença dos criadores da raça asinina no concurso e elogiou a sua tenacidade na criação destes animais.

“O município de Miranda do Douro dedica uma grande atenção às raças autóctones, como é o caso do Burro de Miranda, dado que estes animais são imagens de marca e uma mais valia diferenciadora do nosso território. Felicito todos os criadores da raça asinina, que tratam estes animais com muito carinho”, disse.

De seguida, a engenheira, Carla Alves, da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAP Norte), destacou que estes concursos são um estímulo para os criadores e uma oportunidade de dignificar a raça do burro de Miranda.

Dirigindo-se aos criadores, a governante, agradeceu a sua resiliência e mostrou-se compreensiva e solidária com as atuais dificuldades que enfrentam, resultantes da seca, do ano de pouca colheita e do aumento dos custos de produção.

“O ministério da Agricultura está a fazer um esforço para apoiar os agricultores. E no mês de outubro vão abrir candidaturas no valor de 57 milhões de euros, para a pecuária extensiva e as pastagens permanentes, por isso estejam atentos”, informou.

A diretora regional da agricultura concluiu a sua intervenção afirmando que as raças autótcones, como o burro de Miranda, contribuem para a fixação de pessoas no mundo rural.

“No novo quadro comunitário que entra em vigor a 1 de janeiro de 2023, o apoio às raças autóctones vai aumentar para 250€, por cabeça, ao ano”, adiantou.

Por sua vez, Pedro Vieira, da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) começou por sublinhar que o burro de Miranda é um embaixador deste território.

Por esta razão, o dirigente, apelou aos criadores para que assegurem a pureza genética da raça, registando a genealogia dos seus animais, junto das entidades competentes.

Na sua intervenção, Miguel Nóvoa, da Associação para o Estudo e Proteção do do Gado Asinino (AEPGA) disse que o atual desafio da raça asinina de Miranda é promover o seu rejuvenescimento e melhorar a qualidade dos animais.

“A maioria dos atuais criadores tem uma idade avançada, sendo por isso urgente transmitir a sua sabedoria aos mais jovens”, concluiu.

Finalizada a sessão de esclarecimento, seguiu-se um momento musical protagonizado pelos gaiteiros da associação Lérias e o almoço convívio entre todos os criadores, oferecido pelo município de Miranda do Douro.

À tarde, realizou-se o concurso propriamente dito, com a seleção dos melhores burros de Miranda e a entrega de prémios aos criadores.

José Torrado Ildefonso, residente na aldeia de Paradela, no concelho de Miranda do Douro, é criador de três burros de Miranda, com idades de 1, 5 e 14 anos.

“Os burros vivem, em média 25 a 30 anos”, informou.

O criador de Paradela disse que estes animais são dóceis e continuam e ser muito úteis, pois continua a semear e arrancar as batatas, graças à tração dos seus burros.

Sobre a alimentação, o criador informou que os burros de Miranda alimentam-se de palha, feno e aveia.

“Diariamente são levados a pastar para os lameiros”, disse.

Se antigamente, os burros eram muito utilizados nos trabalhos agrícolas, hoje em dia, estes animais são valorizados na limpeza de matos, manutenção de lameiros, prevenção de incêndios, atividades terapêuticas e nas atividades de lazer e turismo.

HA