Vimioso: Apicultores recebem formação sobre combate à vespa velutina

No serão do dia 15 de junho, no auditório do pavilhão multiusos, em Vimioso, foi ministrada uma sessão de esclarecimentos aos apicultores do concelho sobre a vespa velutina, uma espécie invasora que se alimenta de abelhas e que causa graves prejuízos ao setor apícola.

A sessão de esclarecimento realizada em Vimioso insere-se no âmbito do plano estratégico de gestão definido pela Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT) e contou com a participação do presidente desta entidade, o autarca, Jorge Fidalgo.

Na abertura da sessão, o também presidente do município de Vimioso, apelou aos apicultores do concelho para que se organizem numa associação local, de modo a beneficiarem de apoios municipais e comunitários.

“Temos conhecimento de que os apicultores têm sido muito prejudicados com as alterações climáticas, com a seca e agora com a praga das vespas velutinas que se alimentam de abelhas. Sabemos também da importância das abelhas para a natureza, pois são os principais polinizadores”, disse.

De seguida, Carlos Ruas, da Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho informou que estas sessões visam informar as comunidades e em particular, os apicultores, sobre esta espécie invasora, que é oriunda do sudeste asiático e foi introduzida na Europa (França) em 2004, tendo depois chegado ao norte de Portugal em 2011.

“A nível europeu foi definida uma estratégia de combate à propagação da vespa velutina ou asiática, que difere na vespa crabro, por ser mais escura. Como as demais espécies  de vespas, reage de forma agressiva, se perturbada, sendo ainda mais reativa se se encontrar nas proximidades do ninho, pelo que não deve ser perturbada, exceto por profissionais qualificados”, informou.

Dirigindo-se aos apicultores presentes na sessão, em Vimioso, Carlos Ruas, sublinhou a importância de colocar armadilhas nos apiários, sobretudo nos meses de fevereio e março, de modo a evitar a propagação desta espécie que se alimenta de abelhas.

“As vespas velutinas causam desiquilíbrios ambientais ao reduzirem significativamente o número de abelhas”, explicou.

Ainda sobre os impactos na apicultura, o membro da Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho, indicou que esta espécie invasora provoca vários prejuízos, entre os quais: a morte prematura das abelhas e a consequente redução dos enxames; perdas da rainha; o aumento dos custos para os apicultores com a aquisição de armadilhas e outros equipamentos; uma quebra da produção de mel na ordem dos 25%.

Para apoiar os apicultores, a CIM-TT definiu uma estratégia de atuação, que consiste na aquisição de equipamentos para o controlo desta praga e destruição dos ninhos da vespa asiática.

“A CIM-TT distribuiu quatro mil armadilhas pelos apicultores dos nove municípios”, informou.

Simultaneamente, são realizadas ações de esclarecimento junto das populações, para a adoção de boas práticas. Entre estas práticas, recomenda-se a comunicação imediata à proteção civil dos municípios, sobre o aparecimento de ninhos nas localidades.

De acordo com Francisco Bruçó, do serviço municipal de proteção civil de Vimioso, até ao momento, no concelho vimiosense foram identificados três ninhos de vespa asiática, dois em Matela e um em Santulhão.

Segundo a Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho, é no litoral que ocorre o maior aparecimento de ninhos de vespa velutina, dado que esta espécie prefere temperaturas mais amenas.

No município de Vimioso, para comunicar a detecção de ninhos de vespa velutina
contacte a Proteção Civil Municipal através do número
966747403 ou aceda ao site STOP vespa.

HA

Férias: GNR reforça patrulhamento e fiscalização nas estradas até setembro

A GNR reforçou o patrulhamento e a fiscalização nas estradas com o objetivo de garantir a segurança rodoviária durante as deslocações na época de verão, numa operação que vai decorrer até 10 de setembro.

Em comunicado, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adianta a operação “Hermes – Viajar em Segurança” visa contribuir para a “redução da sinistralidade rodoviária, garantir a fluidez do tráfego e apoiar todos os utentes das vias”.

A GNR justifica esta operação com o aumento “substancial de tráfego” durante esta altura do ano face ao afluxo de turistas estrangeiros, de emigrantes e das deslocações de cidadãos nacionais para locais de féria.

As estatísticas dos acidentes de viação “continuam a apresentar números preocupantes no que diz respeito a crianças, jovens e adultos que se fazem transportar nos bancos da retaguarda dos veículos ligeiros de passageiros e nos veículos pesados de mercadorias e de passageiros, sem fazerem uso de sistemas de retenção”, lembra a guarda.

A GNR alerta igualmente para o aumento em 2022 da percentagem de condutores em estado de embriaguez, com uma taxa de álcool no sangue (TAS) superior a 1,2 g/l.

Durante a operação, a GNR vai incidir a fiscalização aos “comportamentos de risco” que colocam em causa a segurança rodoviária, como manobras perigosas de ultrapassagem, condução sob o efeito do álcool e de substâncias psicotrópicas, condução sem habilitação legal, excesso de velocidade, incorreta ou não utilização do cinto de segurança e uso do telemóvel ao volante.

Fonte: Lusa

Saúde: 18 urgências de pediatria abertas 24 horas no verão

11 urgências de pediatria da região Norte e sete da região Centro vão estar a funcionar de forma ininterrupta no verão, entre julho e setembro, revelou a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Na região Norte, estarão a funcionar em pleno: ULS Nordeste – Bragança; CHTMAD – Vila Real; ULS Alto Minho – Viana do Castelo; Hospital de Braga – Braga; Hospital Nossa Senhora da Oliveira – Guimarães; CH Médio Ave – Vila Nova de Famalicão; CHPV/VC – Póvoa de Varzim; CHTS – Penafiel; Urgência Integrada de Pediatria do Porto (UPIP) – CHUSJ – Porto; CHVNG/E – Vila Nova de Gaia e CHEDV – Santa Maria da Feira.

Com funcionamento ininterrupto na região Centro estarão: CHBV – Aveiro; CHUC – Coimbra; CHTV – Viseu; CH Leiria – Leiria; ULS Guarda – Guarda; ULS Castelo Branco – Castelo Branco e CHUCB – Covilhã.

Esta decisão da direção executiva do SNS é válida para os meses de julho, agosto e setembro e os resultados deste plano estratégico serão avaliados para decisões futuras.

“O reforço do trabalho em rede entre as equipas de instituições hospitalares e dos cuidados de saúde primários, assim como o planeamento estratégico atempado da resposta, é uma das missões centrais da direção executiva do SNS”, explicou ainda na nota de imprensa.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Jornadas de arqueologia com oficinais experimentais

No âmbito das Jornadas Europeias de Arqueologia que decorrem nos dias 16, 17 e 18 de junho, o município de Miranda do Douro vai desenvolver no sábado, dia 17 de junho, entre as 10 e as 17 horas, na alcáçova do castelo de Miranda do Douro, oficinas de arqueologia experimental.

O município de Miranda do Douro informa que na atividade vão realizar-se oficinas de arte rupestre, talha lítica, cerâmica do Neolítico, missangas e arqueologia.

A iniciativa vai integrar ainda uma breve exposição e explicação por parte de investigadores da Universidade de Valladolid e da Universidad Nacional de Educación a Distância (UNED) de algum espólio arqueológico, proveniente de intervenções arqueológicas, no concelho de Miranda do Douro.

Segundo a autarquia, esta atividade tem a colaboração da Rede dos Castros e da Sociedade Ibérica de Arqueologia (projetos transfronteiriços em construção) e destina-se ao público em geral.

HA

Malhadas: Concurso de bovinos mirandeses visa homenagear os criadores

No dia 24 de junho, o mercado de gado, em Malhadas, volta a ser o recinto do Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa, um evento que visa homenagear os criadores desta raça autóctone, que antes da mecanização da agricultura foram a principal força motriz nos trabalhos agrícolas e atualmente dão origem à Carne Mirandesa, um produto considerado de excelente qualidade.

Após o dia de pastoreio nos lameiros, a manada de bovinos mirandeses regressa ao estábulo ao final da tarde.

Em 2022, no concelho de Miranda do Douro existiam cerca de 50 explorações, com um total de 2000 animais jovens e adultos e 1100 fêmeas adultas. No entanto, segundo a Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM), entre maio de 2022 e maior de 2023, houve um decréscimo de animais, devido à seca e à falta de forragens nos campos, o que obrigou os criadores a vender ou abater alguns dos seus animais.

Em Malhadas, Inês Filomena tem uma exploração com 40 bovinos mirandeses, que descreve como animais inteligentes, enérgicos e dóceis no maneio.

Se noutros tempos, a pecuária e a agricultura contribuíram para a fixação de pessoas na aldeia, hoje em dia, Inês Filomena afirma que é preciso gostar muito destas atividades e em particular do maneio dos animais, para que haja pessoas e sobretudo jovens que se dediquem à pecuária.

No dia-a-dia, os criadores de bovinos mirandeses são também agricultores, pois têm que que cultivar os campos para obter alimento para os animais. Dos campos retiram erva, aveia, milho, nabos, abóboras e outras hortícolas, para que sirvam de suplemento ao pastoreio.

“Este ano, as chuvas de maio e início de junho vieram vieram ajudar a produção de erva nos lameiros. Mas por outro lado, estragaram as colheitas da aveia e do feno”, informou.

Para ajudar noutras despesas, o município de Miranda do Douro apoia os criadores com o pagamento dos custos da sanidade animal, que consiste na realização das análises sanguíneas para despiste de doenças como a tuberculose, a brucelose e outras.

“O município paga ainda as despesas com a desparazitação de todos os animais do concelho (bovinos, caprinos, suinos, asininos, etc.) e assegura a vacinação anual. O município está também a estudar formas de novos apoios aos criadores das raças autóctones”, especificou o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues.

Segundo o município de Miranda do Douro, os apoios concedidos aos criadores de animais de todo o concelho atingem um custo anual de mais de 83 mil euros.

Relativamente ao concurso concelhio dos bovinos mirandeses, agendado para o dia 24 de junho, em Malhadas, o vice-presidente do município destacou que este evento é sobretudo um dia de festa para os criadores e também para o público que visita o certame.

Por sua vez, o presidente da freguesia de Malhadas, Camilo Raposo, reconheceu a importância do concurso concelhio dos bovinos mirandeses, para a localidade, onde está edificado o posto zootécnico, a sede da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa e o mercado de gado.

“Quando falamos de Malhadas temos que referir-nos obrigatoriamente às raças autóctones, como são os bovinos mirandeses e os ovinos de raça churra galega mirandesa, que dão origem a dois produtos ímpares deste território, como são a carne mirandesa e o cordeiro mirandês”, indicou.

Sobre o concurso dos bovinos mirandeses, o autarca local, destacou que o certame atrai a vinda de muitos visitantes à localidade e confere-lhe um maior dinamismo económico.

“O concurso tem duas partes: durante a manhã decorre a exibição, avaliação e entrega dos prémios aos criadores. À tarde e após o almoço convívio, realizam-se as chegas dos touros, que constituem um espetáculo taurino que desperta o interesse e a visita de milhares de pessoas”, disse.

Todos os anos, o concurso concelhio de bovinos de raça mirandesa proporciona não só o encontro e o convívio entre os criadores do concelho de Miranda do Douro, mas é também uma oportunidade para o público conhecer mais de perto esta raça originária da Terra de Miranda.

O Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa e Chega de Touros é uma parceria entre o município de Miranda do Douro e a ACBRM – Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa, sob a orientação técnica da Direção Geral de Alimentação e Veterinária e da Direção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes.

HA

Ambiente: Zero quer metade da energia renovável em 2030

A associação ambientalista Zero considera possível que em 2030, pelo menos metade da energia produzida em Portugal, seja de fonte renováveis e pede ao Governo que estabeleça metas nesse sentido.

A Zero apela para que a incorporação de energias renováveis em todo o sistema aumente para, pelo menos 50% até 2030 e, numa perspectiva de mais longo-prazo, para pelo menos 90% em 2040”, diz a associação em comunicado.

O documento agora divulgado diz respeito ao Plano Nacional de Energia e Clima 2021-2030 (PNEC), cuja versão preliminar terá de ser apresentada à Comissão Europeia até final do mês de junho.

O PNEC, aprovado em 2020, é o principal instrumento das políticas energéticas e climáticas para esta década, com metas para a redução de gases com efeito de estufa (GEE), eficiência e segurança energética ou incorporação de energias renováveis.

No comunicado a Zero considera que a revisão que agora se apresenta é essencial para os Estados assegurarem planos mais exigentes, e diz que o PNEC “deve ser suficientemente ambicioso para ir além das metas estabelecidas pela União Europeia e, desta forma, alinhar-se com o compromisso estabelecido pelo Acordo de Paris”.

É essencial, sublinha a Zero, “que Portugal demonstre liderança e vontade política para enfrentar a crise climática e proteger o ambiente para as gerações presentes e futuras”.

E para garantir o cumprimento do Acordo de Paris (de reduzir emissões de GEE para que o aquecimento global não vá além dos 1,5 graus celsius em relação à época pré-industrial) é preciso que em 2030, na União Europeia, haja uma redução de 65% de emissões de GEE, em relação a 1990.

E em Portugal pelo menos uma redução de 60% em relação a 2005, diz a Zero, que considera importante refletir e rever os objetivos estabelecidos no PNEC, aumentando as energias renováveis sim, mas preservando a paisagem, promovendo a biodiversidade e garantindo o enriquecimento dos solos.

A Zero defende no comunicado a promoção do armazenamento partilhado de energia renovável e a introdução no PNEC de um novo objetivo, de promoção da economia de partilha, um modelo económico em que os diferentes atores e atividades partilham recursos, diminuindo-se assim as necessidades de consumo e a pressão sobre os recursos.

Seria o caso de produção partilhada de eletricidade, ou uso comum de eletrodomésticos como máquinas de lavar roupa.

E considera que o mais importante a rever no PNEC é a suficiência e eficiência energética, que é preciso melhorar, e a segurança energética, porque as secas deverão reduzir a produção de energia hídrica, pelo que são importantes políticas que levem ao desenvolvimento das capacidades de armazenamento de energia.

No documento, a Zero pede ainda a revisão do Simplex Ambiental, para haver critérios rigorosos de sustentabilidade, a antecipação para antes de 2040 do fim da produção de eletricidade a partir de gás fóssil (começando pelo fim da central da Tapada do Outeiro cuja licença termina em 2026), a proibição da compra de novos autocarros a gás natural e prioridade ao uso interno de hidrogénio verde, orientado para setores onde não é possível usar a eletricidade.

Fonte: Lusa

Apicultura: Projeto BeeLand quer preservar as abelhas e recuperar a produção de mel

Foi apresentado em Mirandela, um novo projeto que se propõe estudar e procurar soluções para preservar as abelhas e recuperar o estatuto do mel em Portugal, com um financiamento de quase um milhão de euros para a realização de várias ações.

O projeto, denominado BeeLand, é financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e envolve 16 parceiros entre empresas, academia e organizações do setor apícola, com um prazo de execução até 2025.

O propósito, como foi expresso, em Mirandela, é estudar o setor e mudanças provocadas por fatores como as alterações climáticas, os incêndios ou a seca, e procurar soluções para as novas realidades que acarretam, nomeadamente ao nível dos méis portugueses com Denominação de Origem Protegida (DOP).

Portugal tem nove regiões DOP onde o mel produzido obedece a uma série de regras definidas há 30 anos e que não se adequam aos tempos atuais com mudanças, nomeadamente ao nível da vegetação, que altera a cor e sabor, como explicaram os responsáveis pelo projeto.

Muitos apicultores não conseguem cumprir os requisitos e o mel certificado tem vindo a perder terreno, com uma queda de cerca de 450 mil quilos em 2010 para 15 mil quilos em 2020, embora a produção total nacional de mel tenha aumentado até 2019.

Os dados foram avançados por Cristofe Espírito Santo, do Centro Nacional de Competências da Apicultura e Biodiversidade, uma das entidades envolvidas no projeto BeeLand.

“A culpa não é do apicultor, nem das abelhas”, enfatizou, explicando que uma das prioridades do projeto é atualização do caderno de encargos dos méis DOP, de forma a que responderam às condições atuais.

Além disso, “o selo DOP indica a tradicionalidade do produto, mas a tecnologia evoluiu. Hoje, as variedades de mel têm a mesma qualidade, a que se acrescentam 30 anos de experiência”, segundo o presidente da Federação Nacional de Apicultores de Portugal, Manuel Gonçalves.

“Estamos a aperceber-nos que vamos ter que valorizar os nossos méis DOP, de produção biológica, para conseguirmos manter-nos no mercado. O nosso mercado é o das lojas de produto de qualidade e das lojas de bairro, não é para a grande distribuição”, afirmou.

A federação, também parceira do projeto, destaca que, “neste momento, com a grande transformação que está a acontecer na agricultura, com a plantação de espécies que necessitam de polinização, as condições climáticas, a procura de polinização de abelhas, é necessário começar a ordenar o território”.

Para o efeito, defende que é preciso criar em Portugal “uma bolsa de polinização para em qualquer momento estar disponível, para organizar o setor” para que, em situações de crise como a atual, não haja quebras no setor.

Os apicultores falam de um dos piores anos de sempre para a produção, com quebras de 80% num setor que não conseguiu recuperar a tempo das sequelas deixada nas colmeias pela seca de 2022.

O projeto BeeLand procurará saber “se nas nove regiões DOP a caracterização do mel se mantém igual ou se houve alteração” devido, por exemplo, à mudança de vegetação, com plantas que desaparecem e invasoras que se instalam.

Outro objetivo é fazer crescer a comercialização dos méis DOP, concretamente “que os produtores consigam que pelo menos 50% da sua produção seja vendida em locais onde tenha uma mais-valia

O representante dos apicultores considerou ainda ser imperioso criar em Portugal uma “bolsa de polinizadores para responder à muita procura”, que atualmente está a recorrer a estrangeiros.

O trabalho das abelhas assegura “a maior parte dos alimentos”, como salientou Cristofe Espírito Santo, apontando que o projeto BeeLand visa “apoiar, dar inovação e dinamizar o setor através da regeneração de áreas ardidas, atualização dos cadernos de encargos das DOP e criação de plataformas digitais que sirvam de repositório de informação de trabalhos científicos, investigação aplicada, casos concretos/reais”.

O projeto prevê ainda o desenvolvimento de métodos rápidos para análise de mel e a instalação no polo de inovação da Direção Regional de Agricultura, em Mirandela, de campos experimentais para regenerar áreas incultivável com espécies autóctones, como rosmaninho, urze, para aumentar os efetivos de abelhas e ajudar a polinização desta área”.

“Os resultados que vão ser obtidos aqui, depois também podem ser replicados noutros pontos do país ou mesmo aplicados noutras explorações”, afirmou.

Fonte: Lusa

Política: Eixo Atlântico define cinco áreas para desenvolver o interior

O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular elegeu como áreas prioritárias para desenvolver os territórios de baixa densidade, a governação, as medidas institucionais e o financiamento e as área social, económica e ambiental, propondo linhas de atuação nestas áreas, segundo um relatório agora divulgado.

As medidas propostas no relatório Coesão Socioterritorial e despovoamento na Eurorregião Galiza – Norte de Portugal vai ser apresentado em Mirandela, no dia 22 de junho, e foca-se na subregião das Terras de Trás-os-Montes, em Portugal, e nas províncias galegas de Lugo e Ourense, em Espanha, visando criar “uma agenda mobilizadora”.

A primeira área estratégica diz respeito à governança do território, e as quatro linhas de atuação sugerem a existência de “um documento unificado no qual figure o que está a fazer cada administração em matéria de despovoamento”, “criar um documento único com todas as linhas de ajuda” neste âmbito, a “potenciação de uma nova imagem do rural” e ainda “uma nova cultura do território”.

Segundo o Eixo Atlântico, o objetivo das linhas de atuação neste âmbito “centra-se na necessidade de dispor de informação atualizada e comparada na altura de fortalecer a governança multinível”, desde o europeu ao mais local.

Quanto às linhas de atuação relativas a medidas institucionais e financiamento, o Eixo Atlântico propõe “um quadro de vantagens fiscais para pessoas jovens e empreendedoras”, dar prioridade ao território “nas medidas de apoio direto” fiscal, “facilitar apoio financeiro a projetos empresariais” em zonas rurais e melhorar a “produtividade” desses projetos.

Já no âmbito social, as linhas de atuação propostas são 12, e vão desde “apoiar as alianças entre as entidades de economia social, intercooperação ou integração”, a “promover, através da formação ou incentivos, uma plataforma cooperativa de fornecimento de bens e serviços no meio rural”.

São também propostos “mecanismos de colaboração público-privada entre cooperativas locais e entidades públicas”, a oferta de “serviços sociais ao domicílio” com apoio tecnológico, o reforço de “programas de ajuda a cuidadores familiares” e “facilitar o envelhecimento em casa e na comunidade”.

É ainda visada a implementação, no mundo rural, de residências com assistência médica “para estadias curtas”, a facilitação de “acesso à habitação”, a criação “de um banco de casas vazias”, de “uma bolsa de informação sobre casas em condições de serem habitadas”, e a “promoção pública de casas”.

No âmbito económico, são propostas 13 linhas de atuação, como facilitar “o desenvolvimento rural”, realizar atividades “para dar a conhecer as experiências inovadoras das gentes locais” ou adotar “uma estratégia de economia social”, bem como criar polos e divulgar o seu potencial para criar “emprego de qualidade”

Também se defende um “impulso do setor artesão e do comércio local” e a “colaboração com as universidades e centros de investigação”, bem como a promoção de produtos endógenos, da indústria rural “como referente de qualidade” e a otimização do “uso dos fundos europeus” para atrair e reter talento, através de uma “estratégia integrada” para tal.

Por fim, na área ambiental o Eixo Atlântico sugere apostas num a gestão de recursos “baseada na inovação e sustentabilidade” e na agrotecnologia, bem como impulsos às cooperativas agroalimentares, ao associativismo dos produtores e à agricultura ecológica com economia circular.

É também sugerida a oferta de produtos agroindustriais “com imagem de autenticidade”, oferta turística “com forte implicação municipal”, modelos de produção “baseados na comunidade e que promovam a inclusão social”, apoio aos programas “contra o abandono e subutilização de terras”, medidas para “aproveitamento de terrenos” e registos das iniciativas municipais de agrotecnologia.

Também há referência à implementação de “serviços digitais rurais pensados para a bioeconomia”, de “feiras e mostras de produtos tradicionais, a uma “escola de pastores”, à “defesa dos montes comuns” e as “redes de colaboração intermunicipais”.

O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular é uma organização de cooperação transfronteiriça que reúne 39 municípios do Norte de Portugal e da Galiza, fundada em 1992.

Fonte: Lusa

Picote: Livro de poesia “Picuote” realça os encantos da localidade

No âmbito do evento “Encontros Primavera 2023”, que decorreu em Picote, entre os dias 8 e 10 de junho, foi apresentado no serão de sexta-feira, dia 9 de junho, o livro de poesia “Picuote”, da autoria de Pedro Eiras, com desenhos de Bárbara Fonte e tradução para mirandês de António Bárbolo Alves.

A apresentação do livro decorreu no salão da Casa do Povo, em Picote, onde para além dos autores, estiveram presentes o presidente de junta de freguesia local, Jorge Lourenço, assim como os artistas, investigadores e demais participantes nas várias atividades dos Encontros Primavera deste ano.

Sobre o novo livro, o autor, Pedro Eiras, informou que foi escrito em 2022, no âmbito do convite para participar no programa das residências artísticas, em Picote.

“Antes de começar a escrever, perguntei-me: como é que vou partilhar esta minha experiência/ estadia em Picote, onde somos envolvidos pelo silêncio da natureza e do património edificado pelo homem?”, partilhou.

Após iniciar a escrita, Pedro Eiras, intuiu que seria fascinante traduzir os textos para a língua mirandesa. E juntar-lhes também desenhos. Foi assim, que nasceu a obra de poesia “Picuote”, da autoria conjunta de Pedro Eiras, António Bárbolo Alves e Bárbara Fonte.

Aquando da apresentação da obra “Picote”, os autores convidaram o público a ler em voz alta, os poemas em português e também em mirandês, desafio que todos aceitaram e ficaram encantados com a beleza dos poemas e a sonoridade do mirandês.

HA

Seca: Apicultores queixam-se que setor do mel está a passar a pior crise em 40 anos

Em Portugal, a produção de mel está a enfrentar o pior ano com quebras estimadas de 80%, ainda consequência das sequelas da seca de 2022, informou o presidente da Federação Nacional de Apicultores, Manuel Gonçalves.

“Estamos a passar a pior crise em 40 anos”, frisou o dirigente, em Mirandela, à margem da apresentação do novo projeto BeeLand, que foi pensado para estudar o setor e procurar soluções para os problemas, com perto de um milhão de euros financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

Sem solução, explicou o dirigente, está a produção deste ano, que não conseguiu recuperar dos danos causados pela seca em 2022, e apresenta quebras estimadas na ordem dos 80%.

Manuel Gonçalves concretizou que Portugal perdeu “cerca de 200 mil das mais de 700 mil colmeias” devido ao decréscimo do efetivo de abelhas, que vinha sendo registado desde há três anos e se agravou nas quebras do ano passado.

Segundo o presidente da federação, por colmeia é produzida uma média de nove quilos de mel num ano normal.

“Neste momento, nós não passamos dos dois quilos e meio”, indicou.

Esta realidade fará com que “muitos apicultores vão ter que optar por não extrair mel para manter o seu efetivo de abelhas” porque “se extraírem mel podem levar à morte de abelhas”, como explicou Cristofe Espírito Santo, do Centro Nacional de Competências da Apicultura e Biodiversidade.

“O setor precisa de ajuda para sobreviver este ano, que não se conseguia prever ser tão mau para as abelhas, que fazem um serviço tão importante para a comunidade, porque sem as abelhas nós não conseguimos ter fruta ou hortícolas”, alertou Cristofe Espírito Santo.

Para o presidente da federação, “isto é uma catástrofe total”.

O responsável referiu que já o dissera ao Governo, mas “até agora os apicultores não só não vislumbram ajuda para a campanha deste ano como continuam a ser, entre os parceiros europeus, os únicos sem qualquer apoio direto”.

As ajudas que existem à apicultura em Portugal, segundo disse, são dadas a organizações de produtores, e nenhuma diretamente ao apicultor.

Fonte: Lusa