Sociedade: Portugal voltou a ultrapassar a barreira dos 80 mil nascimentos

Em 2022, Portugal voltou a ultrapassar a barreira dos 80 mil nascimentos, após a quebra histórica da natalidade em 2021, revelam dados baseados no “teste do pezinho”, segundo os quais nasceram mais 4.219 bebés no ano passado, comparativamente ao anterior.

Segundo os dados do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), que cobre a quase totalidade de nascimentos em Portugal, foram estudados 83.436 recém-nascidos em 2022, um aumento de 5,3% relativamente a 2021 (79.217), ano em que Portugal registou o menor número de nascimentos.

Antes deste mínimo registado em 2021, o número mais baixo tinha sido verificado em 2014, com 83.100 exames realizados no país, e o mais alto no ano de 2000 (118.577), segundo dados consultados pela Lusa.

Setembro foi o mês que registou o maior número de “testes do pezinho” no ano passado (7.979), seguido de agosto (7.862), novembro (7.544), outubro (7.147), março (7.097), maio (6.915), junho (6.904), dezembro (6.744), julho (6.763), janeiro (6.482), fevereiro (6.049) e abril (5.950), precisam os dados avançados à agência Lusa pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), coordenador do programa de rastreio.

Os dados indicam que os Açores foram a única região do país que rastreou menos recém-nascidos em 2022 face ao ano anterior, totalizando 1.997, menos seis do que em 2021, e Portalegre igualou o número de nascimentos (584).

Lisboa foi a cidade que rastreou mais recém-nascidos, totalizando 24.842, mais 1.348 comparativamente a 2021, seguida do Porto, com 15.255, mais 519 face ao ano anterior.

Braga registou 6.407 nascimentos em 2022, mais 574 relativamente a 2021, e Setúbal 6.373, mais 454, adiantam os dados do “teste do pezinho”, realizado a partir do terceiro dia de vida e que permite detetar 27 doenças, possibilitando uma atuação precoce e um desenvolvimento mais saudável das crianças.

Comentando estes dados, a demógrafa Maria João Valente Rosa destacou o facto de Portugal ter voltado a ultrapassar a barreira dos 80.000 nascimentos, “o número psicológico” que se tem na cabeça quando se fala de poucos nascimentos.

A professora universitária da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa adiantou que estes dados e os dados do Instituto Nacional de Estatística, que reportam a novembro de 2022, também indicam que o saldo natural (a diferença entre os que nascem e os que morrem) será “menos baixo do que em 2021”, ano em que morreram mais de 45.000 do que aquelas que nasceram.

“Em 2022, em virtude deste aumento dos nascimentos, que não é muito significativo, e também pela evolução dos óbitos, podemos concluir que o saldo natural não seja tão negativo quanto foi em 2021, mas mesmo assim vai ser muito negativo”, sublinhou.

Segundo a demógrafa, o que se está a assistir “é o resultado de algo que aconteceu no passado muito recente, que levou ao retardar do projeto de parentalidade” na altura da pandemia de covid-19 por medo, insegurança, instabilidade, nomeadamente laboral, entre outras razões.

Na sua perspetiva, estes nascimentos são em parte resultado dessa decisão que acabou por se concretizar ainda em 2021 com resultados em 2022.

“Este retardar do projeto pode também fazer com que, em muitos casos, um segundo e terceiro nascimento não venha a acontecer mesmo que as pessoas queiram, porque o período fértil da mulher é limitado e a capacidade biológica para se ter filhos vai diminuindo a partir dos 35”, explicou.

Fonte: Lusa

Igreja: “Peregrinos por 1 dia” continuam a aprofundar a fé e a amizade

No Sábado, dia 14 de janeiro, cerca de 100 peregrinos portugueses e espanhóis percorreram mais uma etapa da rota dos santuários marianos existentes na raia, desta vez entre a igreja da Virgem de La Salud, em Alcañices até à capela da Virgen de La Soledad, em Trabazos.

A iniciativa denominada “Peregrinos por 1 dia” surgiu em 2014, graças à colaboração entre a paróquia de Miranda do Douro e a delegação da religiosidade popular da diocese de Zamora.

A peregrinação do dia 14 de janeiro iniciou-se com uma oração da manhã, na igreja da Virgen de La Salud, em Alcañices, orientada pelo padre espanhol Fernando Ruiz.

Ainda na igreja de Alcañices, o sacerdote espanhol, deu a conhecer aos peregrinos, espanhóis e portugueses, algumas das imagens que aí existem, com destaque para o Cristo românico e a imagem da Virgem de la Salud.

“A atual imagem da Virgen da La Salud data de 1920. A imagem original foi destruída num incêndio em 1917 que evocava a aparição da Virgem Maria nesta região”, explicou.

Depois da oração da manhã e da visita guiada à igreja da Virgem de La Salud, em Alcañices, os peregrinos iniciaram a caminhada em direção ao santuário da Virgem de La Soledad, em Trabazos.

Uma das peregrinas, a espanhola, Mercedes Martin, explicou que a grande participação dos espanhóis nestas caminhadas deve-se à grande ligação de “nuestros hermanos” ao Caminho de Santiago.

“Na década de 1990 houve uma grande promoção do Caminho de Santiago e não só do caminho ou percurso vindo de França, mas também de outros percursos como o caminho português, que é percorrido desde a Idade Média”, explicou.

Mercedes Martins, informou que a atividade “Peregrinos por 1 dia” insere-se no propósito de percorrer, mensalmente, uma etapa do Caminho de Santiago.

“Esta atividade conjunta da diocese de Zamora com a paróquia de Miranda do Douro é um modo de continuarmos a percorrer e promover o Caminho de Santiago”, acrescentou.

Na peregrinação do dia 14 de janeiro, uma centena peregrinos percorreu a distância de 14,5 quilómetros, entre Alcañices e Trabazos, sempre por caminhos rurais e atravessando campos e florestas.

Nestas peregrinações mensais, para além do exercício físico, os peregrinos têm a oportunidade de conviver e de conhecerem-se entre si, bem como de desfrutar de momentos de contemplação na natureza e de reflexão enquanto caminham.

Após a caminhada e chegados ao santuário da Virgen de La Soledad, em Trabazos, os peregrinos portugueses e espanhóis, participaram na missa, presidida pelo padre Javier Campos.

Na homília, o sacerdote espanhol, evocando a soledade da Virgem Maria, lembrou que Cristo quis assumir a cruz e a nossa fragilidade.

Na capela dedicada à Mãe de Deus, o padre Javier Campos, animou os peregrinos a olhar uns para os outros com compaixão e a ser consoladores nos momentos de dor e solidão.

A atividade “Peregrinos por 1 dia” vai prosseguir no próximo dia 25 de fevereiro, com a etapa entre o santuário da Virgen de La Salud, em Trabazos, e o santuário de Nossa Senhora da Ribeira, em Quintanilha.

HA

Sociedade: Fatura da Sorte já distribuiu 18,7 ME em prémios

Até dezembro passado, o sorteio Fatura da Sorte já distribuiu quase 18,7 milhões de euros em prémios, desde a sua criação em 2014, segundo informação enviada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

O sorteio ‘Fatura da Sorte’ foi criado em 2014 pelo governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho, para premiar “a cidadania fiscal dos contribuintes” e combater a economia paralela, anunciou então o executivo.

De início eram sorteados carros de alto valor e, em 2016, o governo socialista de António Costa manteve o sorteio, mas deixou de atribuir carros e passou a distribuir Certificados do Tesouro Poupança Mais.

Segundo a informação do fisco em resposta à Lusa, foram sorteados 105 carros em sorteios regulares (Audi A4, de cerca de 35 mil euros) e 12 em sorteios extraordinários (Audi A6, de cerca de 50 mil euros), no valor total de 4,275 milhões de euros.

Já certificados foram sorteados 394 vezes (353 em sorteios regulares de 35 mil euros e 42 sorteios extraordinários no valor de 50 mil euros), no total de 18,695 milhões de euros.

Segundo a informação, os prémios não reclamados foram novamente sorteados como segundos prémios, em simultâneo com os sorteios extraordinários seguintes. Já os sorteios extraordinários são dois e acontecem no final de cada semestre.

Até dezembro de 2022, houve seis prémios não reclamados no valor total de 210 mil euros.

Quanto à evolução do número de faturas, este valor foi crescendo ao longo dos anos.

Nos sorteios regulares, em 2014, a média mensal foi de 39 milhões de faturas, em 2015 de 59 milhões de faturas mensais, em 2016 de 78,6 milhões de faturas, em 2017 foram 84 milhões de faturas de média mensal e em 2018 foram 89,7 milhões de faturas na média mensal.

Em 2019 foram 98,7 milhões de faturas, em 2020 96,8 milhões de faturas, em 2021 103,8 milhões de faturas e 119 milhões de faturas em 2022.

Quanto à distribuição de prémios por distrito, foram 153 em Lisboa e 79 no Porto. De resto, foram seis em Angra do Heroísmo, 35 em Aveiro, seis em Beja, 34 em Braga, seis em Bragança, oito em Castelo Branco, 28 em Coimbra, nove em Évora, 23 em Faro, nove no Funchal, oito na Guarda, um na Horta, 18 em Leiria, cinco em Ponta Delgada, quatro em Portalegre, 23 em Santarém, 28 em Setúbal, 10 em Viana do Castelo, sete em Vila Real e 11 em Viseu.

Fonte: Lusa

Saúde: Programa quer atrair jovens médicos a hospitais de zonas pouco populosas

Em 2024, o Governo vai lançar um programa de formação partilhada para atrair jovens médicos aos hospitais de territórios pouco povoados, um modelo que dará aos interessados benefícios salariais e de habitação.

O programa chama-se “Mais Médicos” e aplicar-se-á às sete unidades hospitalares localizadas em Bragança, Guarda, Covilhã, Castelo Branco, Portalegre, Santiago do Cacém e Beja.

Em declarações aos jornalistas, no Porto, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, avançou que está a trabalhar com a Ordem dos Médicos para que o Modelo de Formação Partilhada arranque no início do próximo ano.

Na prática, a ideia passa por permitir que os médicos “mais jovens” trabalhem um período de tempo num hospital destas zonas e outro num hospital do litoral.

Ao Estado caberá premiar esta escolha, majorando a remuneração dos médicos que adiram quando estes estiverem no hospital de uma zona de baixa densidade populacional.

O ministro da Saúde não adiantou valores sobre a majoração das remunerações.

Quanto à habitação, Manuel Pizarro adiantou que as autarquias e os hospitais serão envolvidos para que sejam criadas condições de alojamento que “minorem a despesa excessiva de quem tem de trabalhar em dois sítios diferentes”.

“Na semana passada anunciamos que a contratação dos médicos especialistas será feita por cada instituição. Temos de reconhecer que há hospitais que partem em desvantagem. Há hospitais, cuja localização geográfica faz com que seja mais difícil atrair profissionais. Esses hospitais precisam de um programa especial para atraírem médicos não só especialistas, mas para o período de formação das especialidades”, descreveu Manuel Pizarro.

Em causa estão especialidades como Medicina Interna, Cirurgia Geral, Anestesia, Ortopedia, Ginecologia, Obstetrícia, Pediatria e Radiologia.

As especialidades de Psiquiatria e Psiquiatria da Infância e da Adolescência podem vir a ser incluídas no plano.

O programa será adaptado à realidade e necessidades de cada hospital.

“Nas especialidades onde há idoneidade formativa, estes hospitais mantém capacidade de atração de jovens especialistas. Por exemplo em Bragança não temos problemas com Medicina Interna porque há capacidade formativa e o serviço mantém-nos. Em Portalegre não temos problemas com Cirurgia Geral. Os problemas são distintos em cada hospital”, descreveu o governante.

O programa arrancará no início de 2024 que é quando começa o próximo processo de formação de especialistas.

O ministro da Saúde mostrou-se otimista no sucesso desta ideia, salvaguardando, no entanto que este terá de ser um processo “continuado ao longo do tempo” porque “não se resolve em 2024 défices acumulados ao longo de décadas”.

“Isso seria irrealista”, atirou Manuel Pizarro, acrescentando que este programa que junta o Estado e a Ordem dos Médicos “vai resolver o problema a médio prazo”.

“Não tenho nenhuma dúvida que, no médio prazo, isto vai resolver o problema porque uma parte destes médicos vai fixar-se ali (…). Temos de atrair os médicos e tratar com carinho estas situações. Seguramente que se as pessoas forem para lá numa idade mais jovem, antes de constituírem família, antes de estabilizarem a sua vida, é mais fácil que uma parte delas se fixe”, concluiu.

Fonte: Lusa

Ensino: Professores iniciam greve de 18 dias por distritos

Iniciou-se a 16 de janeiro a greve de professores que se vai prolongar durante 18 dias por todos os distritos.

A greve foi convocada por uma plataforma de oito organizações sindicais: Fenprof, a ASPL, a Pró-Ordem, o SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU.

Depois do primeiro dia em Lisboa, a paralisação prossegue em Aveiro, Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, terminando no Porto no dia 08 de fevereiro.

À semelhança do que vai acontecer em Lisboa, estão previstas concentrações nas capitais de distrito para o dia em que estiverem em greve.

Os oito sindicatos, que inicialmente tinham considerado que não era o “momento adequado” para uma greve, uma vez que decorria o processo negocial com o Ministério da Educação sobre o regime de concursos, decidiram convocar a paralisação depois de terem dado à tutela um prazo para recuar em algumas das propostas apresentadas nas negociações anteriores e abrir novos processos negociais sobre outras matérias.

O prazo terminou no dia 10 de janeiro, sendo que, na véspera, o Ministério da Educação tinha convocado a terceira ronda negocial para os dias 18 e 20, em que se discutiriam também uma proposta de calendário negocial sobre outros temas.

No entanto, o secretário-geral da Fenprof explicou que as ações de luta agendas iriam manter-se como previstas, porque “a convocação de uma reunião, por si só, não altera nada”.

Na sexta-feira, no final do acampamento que ocupou, durante quatro dias, a frente do Ministério da Educação, Mário Nogueira disse ainda que a partir do dia 20 de janeiro está tudo em aberto.

“Diria que é um dia chave”, afirmou, acrescentando que o Ministério tem de ir ao encontro das reivindicações dos docentes porque “reuniões sem soluções não dão resposta aos problemas”.

“Queremos que a reunião de dia 20 seja marcante e se não houver as respostas que queremos, prosseguimos até ao dia 11 de fevereiro”, acrescentou, recordando que nesse dia se realiza uma manifestação em Lisboa.

Nessa altura, os professores avaliam novas ações de protesto que juntem, preferencialmente, as várias organizações sindicais.

A greve por distritos realiza-se ao mesmo tempo em que decorrem outras duas paralisações: uma greve por tempo indeterminado, convocada pelo STOP, que se iniciou em 09 de dezembro e vai manter-se, pelo menos, até ao final do mês, e uma greve parcial ao primeiro tempo de aulas convocada pelo SIPE, deverá prolongar-se até fevereiro.

Os professores contestam algumas das propostas apresentadas pelo Ministério da Educação no âmbito da negociação da revisão do regime de mobilidade e recrutamento de pessoal docente, mas reivindicam também soluções para problemas mais antigos, relacionados com a carreira docente, condições de trabalho e salariais.
 

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Rui Rio sai do “recato” para pedir justiça para a população

O ex-presidente do PSD, Rui Rio, abriu uma exceção ao “recato” político para ir a Miranda do Douro pedir justiça para as populações da região, onde estão edificadas as barragens vendidas pela EDP ao grupo francês Engie.

O ex-líder do PSD, Rui Rio, foi um dos convidados da assembleia municipal extraordinária para discutir a falta do pagamento de impostos decorrentes da venda da concessão das barragens.

Dois anos depois da transação de 2,2 milhões de euros, as populações ainda não receberam os impostos reclamados pelo negócio, o que levou hoje a Assembleia Municipal de Miranda do Douro a convocar uma sessão extraordinária para lembrar a reivindicação e para a qual convidou políticos e personalidades envolvidas na defesa das reivindicações locais.

Rui Rio foi uma das vozes da questão levantada pelo movimento cívico Cultural da Terra de Miranda, e decidiu abrir “uma exceção ao recato” que determinou para ele próprio, depois de deixar a presidência do PSD, para ir a Miranda do Douro.

A razão para quebrar o silêncio, como disse, é por considerar “ser de elementar justiça” evidenciar o que se está a passar.

“É uma matéria de elementar justiça, nós em Portugal temos uma carga fiscal absolutamente brutal, o cidadão vive asfixiado em impostos e depois assistimos aqui a uma simulação, uma engenharia jurídica que leva ao não pagamento de impostos, tentando um perdão fiscal”, afirmou aos jornalistas.

Rui Rio salientou que a presença em Miranda do Douro foi para “dar continuação ao contributo” que já deu sobre esta matéria, “a ver se há alguma justiça e se os grandes, aqueles que têm mais dinheiro, também pagam os seus impostos tal como os pequenos”.

Para Rio “é absolutamente claro que há um favorecimento” aos protagonistas do negócio, na medida em que o que está “em causa é a venda e tem que pagar impostos e não está a pagar”.

“Estamos a falar de uma transação de 2,2 mil milhões de euros, as pessoas até têm alguma dificuldade em perceber o que são 2,2 mil milhões”, enfatizou.

O antigo presidente do PSD disse que quando estava na Assembleia da República, como deputado, confrontou o primeiro-ministro com esta questão e que António Costa afirmou que a Autoridade Tributária estava a estudar o assunto e que iria “produzir um parecer rapidamente sobre esta questão”.

“Já lá vão dois anos, não se entende, ou melhor, entende-se porque tecnicamente os impostos são devidos e há ali um certo receio em escrever que não são devidos e também não querem provavelmente escrever que são devidos”, acrescentou.

Para Rui Rio, o Estado “é conivente” neste processo, “para não dizer que em algumas circunstâncias quase pareceu o advogado de defesa”.

Rui Rio não quis comentar a atualidade política nacional e disse aos jornalistas que não irá ter mais “intervenção pública”, além deste “contributo pontual” em Miranda do Douro.

“Este não pagamento de impostos prejudica os portugueses como um todo, mas particularmente os portugueses mais esquecidos, as pessoas mais abandonadas pelo poder central”, afirmou.

O negócio da venda da concessão das barragens está a ser investigado pelo Ministério Público, depois de o movimento cívico Cultural da Terra de Miranda ter levantada a questão da cobrança de imposto e colocado a questão no plano nacional.

A EDP vendeu, há dois anos, seis barragens em Portugal (Picote, Miranda do Douro, Bemposta, Sabor, Feiticeiro e Tua, todas no distrito de Bragança) a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.

Em dezembro de 2020 foi criada a empresa MOVHERA, que faz parte do grupo Engie e para a qual foi transferido aquele que é “o segundo maior portfólio hidroelétrico de Portugal”, segundo a descrição feita pelo próprio grupo.

Os contestatários do negócio reclamam o pagamento de impostos, nomeadamente de 100 milhões de euros realtivos à transação e e do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

Fonte: Lusa e HA

Miranda do Douro: Município vai avançar para tribunal contra Autoridade Tributária

A Câmara Municipal de Miranda do Douro anunciou que vai avançar com uma ação judicial contra a Autoridade Tributária (AT), no sentido de exigir o registo das barragens nas matrizes prediais, para que seja possível cobrar impostos sobre estas infraestruturas.

“Vamos intentar uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Mirandela, contra a AT, no sentido de obrigar esta entidade fiscal a inscrever os centros eletroprodutores, na matriz”, disse o vereador Vítor Bernardo.

A Assembleia Municipal de Miranda do Douro aprovou por unanimidade uma moção que apoia esta iniciativa da câmara, no decorrer da assembleia extraordinária que teve como único ponto a discussão da cobrança dos impostos, pela venda da concessão das duas barragens instaladas no concelho: em Miranda do Douro e em Picote

A presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, adiantou que a ação deverá dar entrada no TAF de Mirandela no primeiro trimestre do ano.

“A ação será interposta no TAF de Mirandela e temos já vários autarcas deste território que se vão constituir assistentes no processo. Com esta ação pretendemos defender os direitos das populações da Terra de Miranda ou dos municípios”, afirmou a autarca social-democrata.

Para Helena Barril, é urgente a cobrança do imposto de selo, do IMI e IRS sobre o negócio da concessão das barragens da bacia hidrográfica do Douro.

A EDP vendeu, há dois anos, seis barragens em Portugal (Picote, Miranda do Douro, Bemposta, Sabor, Feiticeiro e Tua, todas no distrito de Bragança) a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.

As centrais hídricas, localizadas na bacia hidrográfica do rio Douro, totalizam 1.689 megawatts (MW) de capacidade instalada.

Em causa estão três centrais a fio de água, em Miranda, Bemposta e Picote, com 1,2 gigawatts (GW) de capacidade instalada, e três centrais de albufeira, com bombagem em Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro, com 0,5 GW de capacidade.

Já o Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM), que se fez representar nesta Assembleia Municipal extraordinária, reiterou que a transmissão de concessões do domínio público está sujeita à cobrança de um imposto de 5%.

“Perante estes factos, a venda de concessões requer sempre a autorização prévia do Estado”, disse José Maria Pires, fiscalista e membro do MCTM.

De acordo com José Maria Pires, “é preciso assegurar que o Estado defenda o interesse público, nacional e local”, e o MCTM vai continuar a alertar a sociedade portuguesa, os órgãos de soberania nacional e os eleitos locais para defesa do interesse público”.

Fonte: Lusa e HA

Futsal: Mirandeses vencem e recuperam o 1º lugar no campeonato

No jogo grande da 9ª jornada, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) recebeu a visita do até então líder, Torre Dona Chama e num jogo de superação, os mirandeses conseguiram a reviravolta ao conquistar uma vitória por 3-2, que lhes devolveu o primeiro lugar no campeonato.

O experiente, Vitor Hugo, repôs a igualdade, 1-1, ao fechar da primeira parte.

O jogo realizado na sexta-feira, dia 13 de janeiro, às 21h30, no pavilhão multiusos, em Miranda do Douro, não começou da melhor maneira para a equipa da casa, já que a equipa de Torre Dona Chama, moralizada pelo primeiro lugar que ocupava no campeonato distrital de futsal, entrou autoritária e aos 2 minutos rematou para defesa atenta do guardião mirandês.

No minuto seguinte, os mirandeses responderam com Vitor Hugo, a rematar de pé esquerdo para defesa apertada do guarda-redes visitante.

Estes primeiros minutos de jogo foram intensos e jogados num ritmo muito elevado, com ambas as equipas a procurar ultrapassar a defesa contrária.

E aos 9 minutos, a equipa de Torre Dona Chama, por intermédio de Filipe, conseguiu mesmo furar a muralha mirandesa, num remate surpresa e bem direcionado que fez o 0-1.

Os mirandeses responderam com uma desmarcação de Vitor Hugo para Diogo, mas o remate final não levou a direção da baliza adversária.

Nestes minutos iniciais, a estratégia dos visitantes, a jogar com rapidez, movimentações rápidas e a aproveitar toda a profundidade do campo dificultou muito as marcações e o posicionamento da equipa de Miranda do Douro, que até então jogava mais pausadamente e por isso era mais previsível.

Foi por isso que a equipa mirandesa demorou a responder ao golo dos visitantes.

Aos 18 minutos, o mirandês, Castro, rematou e levou a bola a pentear a barra da baliza do Torre Dona Chama.

A escassos 30 segundos do intervalo, aos 19 minutos e 30 segundos, na sequência de um livre bem próximo da linha da área adversária, Vitor Hugo, num remate colocado, repôs a igualdade (1-1).

Este golo mirandês veio premiar a combatividade da equipa, na oposição ao líder do campeonato, com destaque para o desempenho do experiente Vitor Hugo, que veio aportar mais maturidade e consistência à equipa.

A equipa de Torre Dona Chama havia inaugurado o marcador (0-1), aos 8 minutos.

Na segunda parte, o jogo voltou a não começar da melhor maneira para os mirandeses, dado que aos 23 minutos, a equipa de Torre Dona Chama voltou a adiantar-se no marcador (1-2), através de Luciano, ao aproveitar uma descoordenação defensiva dos mirandeses.

Perante este novo revés, a equipa mirandesa demorou sete minutos a responder e a restabelecer novamente o empate. Foi aos 30 minutos, no seguimento de uma jogada coletiva, efetuada com rapidez e o mirandês, Finha, bem posicionado junto à baliza adversária, apenas teve que encostar para fazer o 2-2.

Este segundo golo animou muito a equipa mirandesa, bem como o público que encheu por completo as bancadas do multiusos, em Miranda do Douro.

Nos últimos dez minutos de jogo, os mirandeses, mais confiantes, acreditaram que seria possível alcançar um melhor resultado.

E aos 35 minutos de jogo, Vitor Hugo, voltou a fazer a diferença, ao receber a bola com o pé direito, puxou para o esquerdo e rematou com rapidez e a meia altura para fazer assim o 3-2. Estava concretizada a reviravolta.

Antes do final do jogo, realce para um livre direto a favor do Torre Dona Chama, que poderia ter dado o empate, com Luciano a rematar forte levando a bola a embater com estrondo no poste da baliza mirandesa.

Segundos depois a equipa de arbitragem apitou para o final do jogo.

Esta vitória foi muito saborosa para o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), dado que os mirandeses recuperaram, por duas vezes, da desvantagem e com o golo da vitória ascenderam ao primeiro lugar do campeonato, ultrapassando o seu adversário direto, o Torre Dona Chama.




Equipas

Clube Desportivo de Miranda do Douro: Guilherme, Nikas, Ricky, Vitor Hugo, Miguel, Pina, André, Vitó, Finha, Diogo, Caio, Gaby e Cristal.

Treinador: Paulo Gonçalves

“Neste encontro, duas boas equipas protagonizaram um bom jogo de futsal, com muito equilíbrio e alternância no marcador. O Clube Desportivo de Miranda do Douro foi muito competente, quer defensiva quer ofensivamente. A vitória veio premiar o nosso esforço e concentração ao longo de todo o jogo. Realço que conseguimos recuperar da desvantagem e acreditámos sempre que podíamos vencer.” – Vitor Hugo

GD Torre Dona Chama: Márcio, Carlos Miguel, Barraca, Luciano, Valter, Moutinho, João Pedro, José Alves, Filipe, Marco, Paulo Conde e Rui.

Treinador: Pedro Miguel

“Foi um excelente jogo de futsal, ao longo do qual estivemos sempre em vantagem, até aos últimos seis minutos finais. Notei algum cansaço na minha equipa e tivemos duas lesões durante o jogo, o que condicionou o nosso jogo. Mesmo no fim do jogo dispusemos de um livre direto para voltar a empatar o jogo, mas a bola foi ao poste. Pelo que demonstrámos não vai ser fácil vencer-nos. E o campeonato está a ser muito competitivo” – Pedro Miguel.

Equipa de arbitragem

1º Árbitro: Diogo Silva

2º Árbitro: David Machado

Cronometrista: Ricardo Sapage

9ª jornada – resultados

13/01CSP Vila Flor4-5GD Sendim
 Arnaldo Pereira (Bragança)2-3Sp. Moncorvo
 Águia FC Vimioso1-4Pioneiros Bragança
 CD Miranda Do Douro3-2GD Torre Dona Chama
 ACRD Ala2-3Alfandeguense

CLASSIFICAÇÃO

PJVEDGMGSDG
1CD Miranda Do Douro1795223219+13
2GD Torre Dona Chama1795223525+10
3GD Sendim1695133028+2
4Sp. Moncorvo1594323930+9
5ACRD Ala1494233226+6
6Águia FC Vimioso1494233432+2
7Arnaldo Pereira (Bragança)1293332825+3
8Pioneiros Bragança1093152630-4
9CSP Vila Flor692073044-14
10Alfandeguense692071946-27

10ª jornada (3 de fevereiro de 2023)

03/02ACRD AlavsCSP Vila Flor
 Arnaldo Pereira (Bragança)vsGD Sendim
 Águia FC VimiosovsSp. Moncorvo
 CD Miranda Do DourovsPioneiros Bragança
 AlfandeguensevsGD Torre Dona Chama

II DOMINGO DO TEMPO COMUM

Aprender a santidade

Is 49, 3.5-6 / Slm 39 (40), 2.4ab.7-8a.8b-9-11ab / 1 Cor 1, 1-3 / Jo 1, 29-34

Já começou há uns dias, mas talvez só hoje, domingo, caímos na conta de que entrámos no Tempo Comum. É agora na trivialidade e banalidade dos dias que somos chamados a recordar a dignidade da nossa vocação filial: sermos testemunhas de Cristo.

Já não há grandes luzes nas ruas nem sumptuosas festas nas nossas casas, mas podemos contar com a voz de São João Batista. Ele continua a apontar Jesus como caminho, dizendo: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo».

De que forma podemos seguir Jesus no «comum» das nossas vidas? São Paulo dá o mote para este tempo: desejar a graça e a paz do Pai e de Nosso Senhor. Não poucas vezes deixamos escapar a oportunidade para pedir a presença de Deus e a tranquilidade de coração. E quando elas nos acompanham, raramente somos agradecidos. Raramente reconhecemos o tempo da graça. E esta graça, que é a companhia do Senhor em cada dia, e a paz de coração são imprescindíveis para colaborarmos na construção do Reino.

Isaías diz-nos que ouviu o Senhor dizer-lhe: «não basta que sejas meu servo… vou fazer de ti luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra». Há que crescer em amizade com o Senhor, é o que Ele nos está a dizer, para ser verdadeiramente luz, para iluminar e não ofuscar. Porque obedecer-lhe não basta: há que amar.

Para viver a santidade de Deus, há que ganhar familiaridade com ela, exercitarmo-nos nela e crescer em virtude e abertura à graça. E fazer tudo isto por nenhuma outra recompensa que não seja tornar acessível a todos a salvação de Deus, tornar possível que todos conheçam o nosso Senhor e Salvador, Jesus.

Um santo não se improvisa. Um santo tem de entrar na escola do amor e, pelo menos, aprender a trautear as escalas da virtude e a lidar com as dores do sacrifício. Mas acima de tudo amar, para que, como São Cláudio La Colombière, possamos assumir o compromisso de «ser santo para que os outros sejam santos». Deus conta com isso e o mundo está necessitado de santos.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

https://www.redemundialdeoracaodopapa.pt/meditacao-diaria/1946

Espanha: Inflação modera-se para 5,7% em dezembro

Os preços em Espanha subiram 5,7% em dezembro, comparando com o mesmo mês de 2021, o que confirma o quinto mês consecutivo de moderação da inflação, apesar da maior subida dos alimentos desde 1994.

A taxa de inflação (subida dos preços comparando com o mesmo mês do ano anterior) foi 10,5% em agosto, 8,9% em setembro, 7,3% em outubro e 6,8% em novembro em Espanha, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol.

O dado relativo a dezembro é o mais baixo desde novembro de 2021 e Espanha fechou o ano passado com a inflação mais baixa da União Europeia, depois de no primeiro semestre de 2002 ter tido dos valores mais elevados e de em julho ter registado a taxa mais alta no país desde 1984.

Isto apesar do aumento recorde dos preços dos alimentos, que em dezembro voltou a situar-se acima dos 15% (15,7%), comparando com o mesmo mês do ano passado, valores que são os mais altos desde 1994, como sublinhou hoje o INE.

Sem os preços dos alimentos não elaborados e da energia (inflação subjacente), a variação dos preços em dezembro em Espanha foi de 7%, comparando com 2021.

Já para a moderação da inflação contribuiu, como nos meses anteriores, segundo o INE, o preço da eletricidade, que subiu menos do que em 2021, e a descida dos combustíveis.

Espanha aprovou ao longo de 2022 vários pacotes de medidas para responder à inflação equivalentes a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 35.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do imposto sobre o consumo (IVA) da eletricidade e do gás para 5% ou desconto de 20 cêntimos por litro na compra de combustíveis.

Segundo tem afirmado o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, foi um dos “maiores planos de choque” da União Europeia para responder à inflação.

Para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, está em vigor desde 1 de janeiro um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA, durante seis meses, de alguns alimentos e produtos considerados básicos.

Em paralelo, o Governo acabou, no início deste ano, com o desconto de 20 cêntimos nos combustíveis para os particulares.

Fonte: Lusa