Miranda do Douro: Antigo Paço episcopal é agora um centro de acolhimento e exposições

Miranda do Douro: Antigo Paço episcopal é agora um centro de acolhimento e exposições

“Termus – Territórios Musicais” é a primeira exposição patente ao público, no Antigo Paço Episcopal de Miranda do Douro, inaugurado a 10 de dezembro e agora convertido numa estrutura de acolhimento e exposição da Concatedral.

A inauguração do novo espaço ocorreu a 10 de dezembro e contou a participação da Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, do Diretor Geral do Património Cultural, João Carlos Santos e da Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.

Segundo a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), a intervenção implicou “não só a recuperação do edifício pré-existente, mas também a construção de um novo edifício”.

Na sua intervanção, a diretora regional de Cultura do Norte, Laura Castro disse que “a abertura ao público do antigo edifício do Paço Episcopal de Miranda do Douro faz parte da Rota das Catedrais, que a Direção Regional de Cultura do Norte está a coordenar desde 2016 e que compreendeu requalificações em edifícios de Braga, Bragança, Lamego, Miranda do Douro, Porto, Vila Real e Viana do Castelo.

Com um investimento de perto de 2,5 milhões de euros, cofinanciado pelo FEDER, a intervenção beneficiou também do apoio financeiro da Câmara Municipal, segundo protocolo assinado em 2016.

Segundo, Laura Castro, nas ruínas do antigo Paço foram realizados trabalhos arqueológicos e criada uma estrutura de acolhimento e exposição.

“Ainda no âmbito da intervenção ocorreu o restauro do importante retábulo do altar de Nossa Senhora dos Remédios, na Concatedral”, acrescentou.

A intervenção em Miranda do Douro dota a cidade de Miranda do Douro de mais um equipamento que permite reforçar a oferta e a prática cultural no território.

No novo espaço foi inaugurada a exposição “Termus – Territórios Musicais”, que valoriza e divulga o legado cultural das regiões fronteiriças de Espanha e Portugal.

Sobre as obras de ampliação do Museu da Terra de Miranda, a diretora regional de Cultura do Norte adiantou que o objetivo “seria reabrir o novo Museu da Terra de Miranda no próximo ano, quando se completarem 40 anos da sua criação.”

Por sua vez, a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, congratulou-se com a inauguração do novo espaço cultural, no antigo Paço Episcopal, que inicialmente vai servir para albergar exposições do Museu da Terra de Miranda.

Contudo, a autarca de Miranda do Douro expressou também a sua insatisfação pelo parecer não favorável da Direção Geral do Património Cultural, de colocar a Fonte dos Namorados no sítio original, dado que a antiga fonte foi removida em 2010, aquando do início das obras no paço episcopal.

“Fico triste pela decisão da não colocação da Fonte dos Namorados no sítio original, ainda mais quando o município tem colaborado ativamente com a Direção Regional de Cultura do Norte. Lembro que só com a colaboração de todos é que as coisas se realizam e concretizam”, disse a autarca.

Questionada sobre a ausência de um espaço cultural na cidade, com dimensões suficientes para a realização de eventos culturais, Helena Barril respondeu que apesar da baixa densidade populacional do concelho, esse é um propósito da autarquia pois a cultura atrai visitantes.

“Sim, temos que ser ambiciosos pois Miranda do Douro ainda não tem um espaço cultural com dimensões para albergar um centro cultural, um cinema e um palco que possa projetar a atividade cultural da cidade e do concelho”, disse.

Sobre a inauguração do espaço de acolhimento e exposições no antigo Paço Episcopal, a diretora do Museu da Terra de Miranda, Celina Pinto, disse que este é um momento “muito importante” pois assinala a primeira experiência de cooperação internacional com o museu de Castela e Leão, em Zamora.

Este projeto transfronteiriço “ambicioso”, foi iniciado há dois anos e tem um grande número de atividades programadas.

“O projeto começou com o trabalho de campo, o que permitiu recolher e alargar as coleções etnográficas dos museus, tais como os instrumentos musicais”, informou.

Outra das atividades do projeto transfronteiriço foi reedição do cancioneiro Tradicional Mirandês, da autoria de António Maria Mourinho e do cancioneiro tradicional zamorano.

Também o catálogo da exposição “Termus – Territórios Musicais”, que será apresentado no próximo mês de janeiro é uma iniciativa desta cooperação entre os museus português e espanhol.

Segundo a diretora do Museu da Terra de Miranda, para o próximo ano estão ainda programados concertos, congressos e jornadas.

Celina Pinto, concluiu a sua intervenção referindo-se à temática da música, na exposição “Termus – Territórios Musicais”.

“A música é infinitamente importante. A música fala de nós, do folclore, do trabalho, da festa, dos ciclos agrícolas, da geografia e do território”, disse.

Já o diretor do Museu de Castela e Leão, disse que esta primeira experiência de cooperação transfronteiriça está a ser muito proveitosa.

“Estamos a aprender muito com esta experiência de cooperação entre os museus da Terra de Miranda e de Castela e Leão”, disse.

Paulo Meirinhos, músico dos Galandum Galundaina, um dos grupos de música tradicional que mais e melhor tem conseguindo conjugar a tradição com a modernidade, disse que a inauguração do novo centro de acolhimento e exposições da concatedral, é uma mais valia para Miranda do Douro, pois traz ainda mais cultura para a Terra de Miranda.

“Vamos poder visitar exposições novas, alargar o nosso conhecimento e os próprios artesãos e construtores de instrumentos musicais têm aqui um novo espaço para expor os seus trabalhos”, indicou.

Sobre a exposição “Termus – Territórios Musicais”, Paulo Meirinhos disse que é uma coleção que mostra que a música e a cultura não têm fronteiras neste território luso-castelhano.

“Há um convívio muito salutar entre portugueses e espanhóis”, disse.

Sobre as possíveis diferenças e semelhanças na música tradiconal da raia, Paulo Meirinhos referiu que a grande diferença é a facilidade dos portugueses em cantarem em espanhol, ao passo que os espanhóis têm muita dificuldade em fazê-lo em português.

Sobre as semelhanças, o vocalista dos Galandum Galundiana deu o exemplo dos instrumentos musicais, que são muito parecidos nos dois lados da fronteira.

“A gaita-de-foles, a flauta pastoril e as caixas são muito semelhantes.”, concluiu.

HA

Palaçoulo: Associação Caramonico celebrou 41 anos de atividade

Palaçoulo: Associação Caramonico celebrou 41 anos de atividade

No final da tarde do dia 8 de dezembro, o bar da associação Caramonico foi o ponto de encontro para celebrar o 41º aniversário desta associação que tanto tem contribuído para o desenvolvimento cultural, desportivo, económico e social de Palaçoulo.

“No dia 8 de dezembro, cantamos sempre os parabéns e confraternizamos entre nós com a partilha do bolo-rei, de umas chouriças e umas cervejas”, descreveu Alfredo Delgado.

De acordo com o presidente da Caramonico – Associação para o Desenvolvimento Intregrado de Palaçoulo, a 8 de dezembro de 1980 foi inaugurado o edifício que permitiu reativar grupos como o dos Pauliteiros, o clube de caça e pesca e a dinamização de atividades desportivas.

“Foi com o contributo de todos os sócios, que pouco a pouco se foi construindo o edifício, desde o bar, os escritórios, o salão, a esplanada”, contou.

Se é verdade que os Pauliteiros de Palaçoulo são o grupo mais conhecido da associação, também há que destacar o contributo do clube de Caça e Pesca, que organiza atividades ao longo de todo o ano, tais como as montarias aos javalis, os convívios de pesca e os torneios de tiro ao prato, atividades estas que trazem muita gente à aldeia.

No próximo dia 19 de dezembro, os cerca de 200 associados da Caramonico programaram um novo momento de convívio para a atualização das quotas e para um almoço convívio com a tradicional matança do porco.

“Neste encontro anual, habitualmente escolhemos uma data próxima do Natal”, disse.

Referindo-se aos projetos que gostaria de realizar à frente da associação Caramonico, Alfredo Delgado, referiu-se ao festival de folclore, que se realiza anualmente na aldeia, o qual gostaria de abrir as portas aos grupos internacionais.

“Não é fácil, mas tornar o festival de folclore internacional é um dos nossos objetivos”, adiantou.

HA

Santulhão: “Este ano há azeite de qualidade e em quantidade” – Adrião Rodrigues

Santulhão: “Este ano há azeite de qualidade e em quantidade” – Adrião Rodrigues

A boa qualidade da azeitona deste ano e a maior quantidade, comparativamente com os anos anteriores, fazem com que haja uma boa produção de azeite nos lagares da região, como é o caso do Lagar de Azeite de Santulhão (Vimioso).

De acordo com o responsável pelo lagar de Santulhão, Adrião Rodrigues, o ano está a ser muito bom na produção de azeite.

Sobre a “muito boa qualidade da azeitona”, o responsável explica que esta se deve à quase inexistência da praga de moscas nos olivais, o que faz com que as colheitas cheguem ao lagar com muita sanidade.

Outra razão apontada para a boa qualidade da azeitona são as condições cilmatéricas, tais como a existência de menos geadas, o que diminuiu a oxidação da azeitona.

A laborar desde 2006, ao lagar de azeite de Santulhão acorrem produtores dos concelhos de Vimioso, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Miranda do Douro e Bragança.

Este ano, os custos ou a maquia para transformação da colheita de azeitona em azeite estão a 20%. Ou seja, cada agricultor do total da sua produção de azeite deixa no lagar 20%.

“Em cada 100 litros de azeite, o produtor entrega 20 litros ao lagar”, explicou.

Adrião Rodrigues explicou que a designada maquia aos produtores aumentou em consequência do aumento de custos no transporte do bagaço da azeitona para Mirandela. Os bagaços destinam-se a outros fins, como o aquecimento, a extração de óleos refinados, etc.

A azeite produzido no lagar de Santulhão tem três marcas próprias.

“Produzimos o azeite Terras do Sabor e o Oliveiras Gold. E neste momento estamos a criar uma terceira marca que se chama Quinta de Arufe”, indicou.

Segundo o responsável pelo lagar de Santulhão, o azeite é comercializado para quase todo o mundo.

Sobre o preço do azeite, Adrião Rodrigues explicou que o preço varia consoante a qualidade.

“Há azeites extraídos a frio, há azeites maduros e há inclusivé azeites com alguns defeitos, dado que ainda há produtores que não têm o devido conhecimento para procurar a qualidade do produto”, referiu.

Por esta razão, o preço por litro do azeite varia dos 2,50€ a 3,00€ na venda a granel.

“O azeite de melhor qualidade tem um preço, por litro, que ronda 10,00€ a 11,00€”, disse.

Desde que o lagar de azeite de Santulhão, começou a laborar, há quinze anos atrás, Adrião Rodrigues acompanhou algumas mudanças na olivicultura, sendo que a mais evidente é a mecanização na apanha da azeitona.

“A grande mudança é a mecanização na apanha da azeitona. E isso explica-se pela falta de mão-de-obra na região e também pelos elevados custos associados à apanha manual. Por estas razões, cada vez mais a apanha da azeitona é feita com recurso a máquinas”, referiu.

HA

Extração do azeite, no lagar de Santulhão (VImioso)

Picote: Recomeçaram as obras de ampliação do Eco-Museu Terra Mater

Picote: Recomeçaram as obras de ampliação do Eco-Museu Terra Mater

O Ecomuseu Terra Mater – Ecomuseu de la Tierra de Miranda, localizado em Picote (Miranda do Douro), vai ser ampliado com um espaço inovador, que junta a modernidade à arquitetura tradicional e onde se aproveita a luz solar.

De acordo com o presidente da freguesia de Picote, Jorge Lourenço, o projeto que já deveria estar em fase de conclusão, teve de ser interrompido durante um ano, por causa da pandemia.

Jorge Lourenço adiantou que o novo espaço vai ter duas funções: a de complemento ao centro interpretativo do Eco Museu e vai também servir como espaço de exposições.

“O novo espaço poderá acolher as exposições no âmbito dos Encontros Primavera, que já se realizam em Picote há quatro anos e vão na XVI edição na Terra de Miranda”, informou.

Segundo o autarca, outra componente do novo espaço vai ser a existência de gabinetes de trabalho, para investigadores, por exemplo, no decorrer das escavações arqueológicas.

“Pela sua arquitetura, como equipamento cultural, será uma referência não só em Picote, mas em toda a Terra de Miranda”, sublinhou.

Os obras do novo edifício são financiadas pelo programa Norte 2020 e tem um custo adjudicado na ordem dos 96 mil euros.

“Esperamos que na próxima Primavera o novo edifício esteja concluído, para que possa contribuir para o desenvolviemnto turístico, juntamente com os outros equipamentos e ações, como os precursos pedestres e a recuperação dos socalcos nas arribas do Douro”, indicou.

Para o inverno, que habitualmente é uma época com menos turismo, a junta de Freguesia de Picote e do Barrocal do Douro, pretende dinamizar exposições temáticas e permanentes, de modo que os turistas, para além da visita ao conhecido miradouro da Fraga do Puio, possam também usufruir de outros pontos de interesse, prolongar a sua estadia e assim dinamizar a economia local.

HA

Vimioso: Vai começar a laborar o novo lagar de azeite

Vimioso: Vai começar a laborar o novo lagar de azeite

Vai começar a laborar o novo lagar de azeite, construído na zona industrial de Vimioso, uma obra de um milhão de euros que é vista como uma mais-valia para os produtores de azeite dos concelhos de Vimioso, Miranda do Douro e Mogadouro.

O novo lagar de azeite de Vimioso é um investimento do empresário Estolano Pires, que trabalha na extração de azeite há 30 anos, até aqui no lagar de Frieira, freguesia de Macedo de Cavaleiros.

Ao decidir instalar um novo lagar na zona industrial de Vimioso, o empresário apetrechou a infraestrutura com a mais moderna maquinaria de limpeza, lavagem da azeitona e extração do azeite.

Segundo o empresário, o novo lagar de azeite visa servir os produtores dos concelhos de Vimioso, Mogadouro e Miranda do Douro.

Sobre as colheitas deste ano, Estolano Pires, inidicou que são de ótima qualidade e quantidade. “A azeitona está ótima e tem pouco bicho”, informou.

Para vários dos produtores de azeite da região, a abertura de um novo lagar de azeite em Vimioso é vista como uma mais valia, dado que encurta a distância entre os olivais e o lagar e facilita a vida aos produtores, que anteriormente se viam obrigados a deslocarem-se para Santulhão, Argozelo, Izeda, Talhas, Frieira, etc.

Para Luís Ferreira, por exemplo, produtor de azeite natural Algoso, o novo lagar é “uma obra de primeira necessidade”, que vem responder aos anseios de muitos produtores da região. Quando questionado sobre o estado da azeitona deste ano, o produtor disse que o fruto tem boa qualidade. No entanto Luís Ferreira, estranhou que os produtores da região estão a iniciar a colheita cada vez mais cedo.

“Não estou certo, mas dizem que o azeite proveniente da azeitona ainda verde é de melhor qualidade”, disse.

Por sua vez, Adérito Gonçalves, produtor de azeite de Vimioso, mostrou-se muito contente com a abertura deste novo lagar na sua terra natal, indicando que com esta nova empresa, se evitam as incómodas deslocações para os lagares mais distantes de Argozelo, Santulhão, etc.

“Na minha opinião, para os agricultores e produtores de azeite, este lagar é a melhor obra que se poderia ter feito em Vimioso”, disse.

O produtor vimiosense recordou, inclusive, o tempo passado em que Vimioso já teve um lagar de azeite, o qual se viu obrigado a encerrar por motivos de saneamanto de águas residuais.

Agora, com a existência deste novo lagar, Adérito Gonçalves, encara com um renovado ânimo a prática da olivicultura, dado que os seus olivais estão bem próximos da nova unidade de transformação da azeitona e extração de azeite.

Sobre a colheita deste ano, o produtor de Vimioso disse que a azeitona está boa, há muita quantidade e vão iniciar a apanha no próximo fim-de-semana.

HA

Pandemia: Sociedade de Pediatria diz que vacinas são seguras nas crianças

Pandemia: Sociedade de Pediatria diz que vacinas são seguras nas crianças

A Sociedade Portuguesa de Pediatria considera que as vacinas contra a covid-19 são seguras no grupo etário dos 5 aos 11 anos, mas defende que a decisão de vacinar deve ter em conta outros dados, como a prevalência da infeção nas crianças.

“A vacinação contra SARS-CoV-2 foi avaliada num ensaio clínico em crianças dos 5 aos 11 anos de idade, no qual foram vacinadas 1.517 crianças. Os resultados mostraram que é segura e eficaz contra a covid-19, tal como noutros grupos etários”, considera a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), num parecer divulgado.

A SPP lembra que, nas crianças, a covid-19 “é habitualmente uma doença assintomática ou ligeira e, felizmente, continuam a ser raros os casos graves que obrigam a internamento ou admissão em unidades de cuidados intensivos”, ocorrendo estes “maioritariamente em crianças com fatores de risco”.

Sublinha que as crianças “têm sido fortemente prejudicadas na pandemia devido aos confinamentos sucessivos, que afetam seriamente a sua aprendizagem e saúde mental e aumentam o risco de pobreza e de maus-tratos” e defende que, provada a segurança e eficácia da vacina, “poderá ser considerada a sua aplicação neste grupo etário, se isso permitir trazer normalidade à vida das crianças”.

“A vacinação dos 5 aos 11 anos está a ser avaliada pela comissão técnica da DGS, que tem acesso aos dados em tempo real sobre o número de casos por grupo etário, os surtos nas escolas e ambiente familiar e a seroprevalência neste grupo etário. Na decisão irá certamente pesar a disponibilidade das vacinas no nosso país, bem como a premência de fazer doses de reforço aos adultos de maior risco”, acrescenta.

Fonte: Lusa

Desenvolvimento: Movimento Cultural da Terra de Miranda com plano estratégico assente em 34 projetos

Desenvolvimento: Movimento Cultural da Terra de Miranda com plano estratégico assente em 34 projetos

O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) aprovou um plano estratégico assente em 34 projetos para valorizar os “extraordinários recursos” deste território como a língua e a cultura, a pecuária e a produção de energia, foi divulgado.

“O objetivo do Plano Estratégico da Terra de Miranda (PETM) é a valorização dos extraordinários recursos que só a nossa terra possui e que nos distinguem, nomeadamente sete raças animais autóctones, condições excelentes de produção agrícola, um património histórico riquíssimo e os melhores recursos a nível mundial para a produção de energia elétrica. Mas, acima de tudo, uma língua e uma cultura próprias, que exprimem a alma e são a identidade de um povo. Todos estes recursos têm um valor económico incalculável”, concretizou José Maria Pires, membro do movimento.

Segundo os elementos que integram o MCTM , o PETM assenta numa visão para o futuro da Terra de Miranda no médio prazo que a torne uma terra próspera, das mais desenvolvidas do país. Para isso apresenta uma visão, uma estratégia e identifica 34 projetos cuja implementação conduzirá a esse resultado, no médio prazo.

Para os representantes, este plano não assenta numa reivindicação de transferências de recursos do Estado nem do resto do país, mas na valorização e rentabilização de todo o enorme potencial destes recursos da Terra de Miranda.

Este Plano Estratégico identifica seis fatores de bloqueio e de empobrecimento, que impedem esses recursos de produzirem toda a riqueza que está no seu potencial, e exige o seu levantamento.

Segundo o representante do Movimento, “esses bloqueios podem ser rapidamente eliminados, porque são de natureza política. São opções políticas erradas, da responsabilidade de vários governos, que é urgente corrigir”.

“Entre eles estão as políticas extrativas promovidas ou consentidas pelo Estado, nomeadamente a imensa riqueza retirada da energia hidroelétrica produzida na região, a necessidade de reforma do quadro legal em que assenta o minifúndio, que faliu há mais de 50 anos, a reabilitação do cadastro fundiário, entre outros, tudo responsabilidades de um Estado que parece ter abandonado a região. O Plano identifica ainda as medidas necessárias à superação desses bloqueios”, indica o documento.

O MCTM sublinha no PETM que nos últimos 60 anos o Planalto Mirandês perdeu dois terços da população, “essa perda continua acelerada atualmente” e a base agrícola da economia local “sofreu idêntico desgaste”.

José Maria Pires explicou à Lusa que o MCTM não vai deixar que a língua e a cultura da região do Planalto Mirandês entrem num processo de extinção devido o despovoamento deste território.

“Sofremos um colapso populacional nas últimas seis décadas e não há cultura sem população. Mas este Plano contém as medidas que conduzirão ao regresso do crescimento populacional e a um surto de crescimento económico no território”, justificou.

Para os promotores do documento, “o PETM é um grito da sociedade civil, iniciado por um conjunto de cidadãos e associações inconformadas com o rumo insustentável para onde estão a conduzir a nossa terra”.

Os autores do documento acrescentam que “oferecem ao país e aos responsáveis políticos locais, nacionais e da União Europeia, no exercício do seu dever de cidadania”.

“O Plano Estratégico da Terra de Miranda (PETM) será dado a conhecer às três autarquias desta região (Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso), bem como da respetiva Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os -Montes, seguindo-se depois idênticos pedidos aos responsáveis do Estado português e da União Europeia”, explicou José Maria Pires, um dos representantes deste movimento cívico, acrescentando que o PETM  será depois colocado em discussão pública.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Dia da Florestas Autóctones vai ser assinalado com apresentação de livro infantil

Miranda do Douro: Dia da Florestas Autóctones vai ser assinalado com apresentação de livro infantil

O município de Miranda do Douro vai assinalar esta terça-feira, o Dia da Floresta Autóctone, com a apresentação de um livro infantil para destacar a importância da conservação das florestas naturais, foi divulgado.

Consciente de que os livros são uma poderosa ferramenta de comunicação, de promoção da leitura e de desenvolvimento da linguagem, o município de Miranda do Douro vai proceder ao lançamento da obra infantil “Descobre o mundo dos cogumelos com o Mirko””, informou a autarquia em comunicado.

Esta iniciativa é parte integrante de uma estratégia de Educação Ambiental, promovida pelo Ecocentro Micológico Terra de Miranda, em colaboração com o agrupamento de escolas da região.

Esta atividade terá como destinatários os alunos do 3º ao 6º ano de escolaridade do concelho, aos quais o livro será oferecido.

Para além da apresentação da obra, será também realizada uma atividade de observação das diferentes espécies de cogumelos silvestres, recolhidas durante as VII Jornadas Micológicas, realizadas no dia 20 de novembro

Fonte: Lusa

Igreja: Portugueses e espanhóis voltam a peregrinar em conjunto

Igreja: Portugueses e espanhóis peregrinam juntos

No sábado, dia 13 de novembro, voltou a realizar-se a atividade “Peregrinos por um dia”, uma iniciativa organizada pela delegação de religiosidade popular da diocese de Zamora e as paróquias de Miranda do Douro e de Quintanilha e que junta portugueses e espanhóis em peregrinações mensais, nos dois lados da fronteira.

A primeira peregrinação mensal deste ano realizou-se entre as localidades espanholas de Videmala e Carbajales de Alba, onde se encontra a imagem da Virgen de Árboles.

Na peregrinação do dia 13 de novembro, a manhã de sábado esteve envolta em nevoeiro, mas nada fez demover os muitos peregrinos espanhóis e portugueses de participara na peregrinação.

Celso da La Fuente Ribera, natural de Zamora, tem 81 anos e diz que a sua principal motivação para participar nestas peregrinações é sobretudo o convívio com os amigos. Depois, diz que as caminhadas fazem bem à saúde, sobretudo quando se tem uma idade mais avançada e é necessário um maior cuidado com a alimentação. O peregrino espanhol revelou também que gosta de sair do dia-a-dia na cidade e vir caminhar para o campo.

Sobre a convivência entre os peregrinos espanhóis e portugueses, Celso Ribera, disse apreciar muito este encontro com os vizinhos lusos.

“São encontros que já realizamos há vários anos e gosto muito da convivência com os portugueses. Somos uma grande família!”, disse.

Por sua vez, a portuguesa, Isabel Maria Fernandes, também ela uma assídua participante nestas peregrinações “ibéricas”, disse que gosta muito destas atividades e sobre a convivência com os vizinhos espanhóis aprecia sobretudo a sua alegria. “Eles são muito alegres!”, disse.

A peregrinação de 13 de novembro iniciou-se na Igreja paroquial de Videmala, onde os peregrinos rezaram em conjunto a oração da manhã e pediram a Nossa Senhora a graça de uma boa peregrinação.

Ao longo de percurso de 12 quilómetros da peregrinação entre Videmala e Carbajales, os peregrinos portugueses e espanhóis tiveram a oportunidade de conversar e de se conhecerem enquanto caminhavam.

No percurso visitaram a Igreja do Castelo de Alba e a fortificação não foi possível avistar por causa do nevoeiro. Atravessaram montes e planícies e à medida que se iam aproximando de Carbajales de Alba, os sinos da Igreja de São Pedro davam as boas -vindas aos peregrinos.

Aí chegados, os peregrinos contemplaram a imagem da Virgen de Árboles e celebraram a Eucaristia, presidida pelo padre Javier Fresno Campos, que recordou que uma peregrinação é acima de tudo uma caminhada ao encontro de Deus e dos outros.

Segundo Valentín Coria Mateos, autor do livro “Rotas Ilustradas das Sete Virgens Irmãs”, Nossa Senhora é patrona de Carbajales e da comarca de Alba.

Segundo reza a tradição oral, Nossa Senhora terá aparecido no século X, entre os ramos de um olmo, no lugar das ruínas da fortificação que foi palco de lutas entre mouros e cristãos pela conquista desta região estratégica e fértil.

A festa de Nossa Senhora de Árboles realiza-se a 8 de setembro, com a celebração da Eucaristia e procissão pelas ruas de Carbajales, sendo que a imagem de Nossa Senhora vai vestida com o traje tradiconal carbalajino, assim como a grande maioria da população, em especial, as mulheres. Estes trajes remontam ao século XVI.

Foi graças a esta investigação e à publicação do livro “Rotas Ilustradas das Sete Virgens Irmãs”, dedicado aos santuários marianos que existem nos dois lados da fronteira, que o padre Javier Campos e o padre Manuel Marques, pároco de Miranda do Douro, começaram a organizar estas peregrinações em 2014.

O padre Javier Campos explicou que o que motiva espanhóis e portugueses a participar, é o grande desejo de encontro e de convívio entre as pessoas.

“Nestes encontros há um magnífico ambiente de convivência entre espanhóis e portugueses, o que promove a construção de muito boas amizades”, disse.

Sobre os santuários e outros locais que costumam visitar, o sacerdote espanhol disse que acabam por descobrir lugares impressionantes, que evocam a transcendência e revelam muitas afinidades entre a prática religiosa nas dioceses de Zamora e de Bragança – Miranda.

Segundo o sacerdote espanhol, também a convivência ao longo do dia e o almoço em conjunto remetem para a dimensão religiosa, pois promovem o encontro e reforçam a comunhão entre todos os participantes.

Já o pároco de Miranda do Douro enfatizou que, no decorrer das peregrinações, portugueses e espanhóis convivem realmente uns com os outros e o ambiente é muito fraterno e familiar.

“É uma festa! As peregrinações têm sido momentos de partilha e convívio formidáveis!”, disse.

Outro aspeto que chama muito à atenção do pároco de Miranda do Douro é o interesse e o gosto dos espanhóis em vir conhecer o lado português.

Sobre o facto das peregrinações serem promovidas pela Igreja Católica, ambos os sacerdotes, realçaram que “a Igreja não tem fronteiras”.

O padre Javier Campos recordou, inclusive, que o bispo de Bragança-Miranda, Dom José Cordeiro, já participou em várias destas peregrinações. Quanto ao bispo de Zamora, Dom Fernando Valera Sanchez, o sacerdote informou que o prelado ainda não teve oportunidade de participar, pois foi ordenado recentemente, em dezembro de 2020.

A próxima peregrinação está agendada para o dia 11 de dezembro, entre Videmala e Villacampo, no percurso de 12 km.

Quem pretenda participar nas peregrinações “Peregrinos por um dia” deve contatar a paróquia de Miranda do Douro, na pessoa do padre Manuel Marques, através dos contatos 912 100 523 | mjlm1952@hotmail.com.

Ou em alternativa, a Delegação para a Religiosidade Popular da Diocese de Zamora, na pessoa do Padre Javier Fresno Campos, através dos contatos 034 606876098 | jfresno2000@yahoo.es

A organização informa que a participação nas peregrinações é gratuita.

Sociedade: GNR sinalizou mais de 44 mil idosos a viverem sozinhos ou isolados

Sociedade: GNR sinalizou mais de 44 mil idosos a viverem sozinhos ou isolados

Em outubro, a GNR sinalizou 44.484 pessoas idosas que vivem sozinhas, isoladas ou em situação de vulnerabilidade, no âmbito da Operação Censos 2021, anunciou esta força de segurança.

Em comunicado, a GNR diz que na edição de 2021 da “Operação Censos Sénior”, levada a cabo em todo o território nacional, realizou “172 ações em sala e 3.431 ações porta a porta, abrangendo um total de 19.812 idosos”.

“A Guarda sinalizou 44.484 idosos que vivem sozinhos e/ou isolados, ou em situação de vulnerabilidade, em razão da sua condição física, psicológica, ou outra que possa colocar em causa a sua segurança”, concluiu a GNR.

Vila Real (5.191 idosos sinalizados), Guarda (5.012)), Viseu (3.543), Faro (3.521), Beja (3.411), Bragança (3.343) e Portalegre (3.130), Évora (2.941) e Santarém (2.099) são os distritos onde a GNR sinalizou mais idosos.

Nos restantes nove distritos, o número de idosos sinalizados pela GNR situa-se entre os 946 no Porto e os 1.826 em Castelo Branco.

“Durante a operação, os militares realizaram uma série de ações que privilegiaram o contacto pessoal com as pessoas idosas em situação vulnerável, no sentido de sensibilizarem e alertarem este público-alvo para a adoção de comportamentos de segurança que permitam reduzir o risco de se tornarem vítimas de crimes, nomeadamente em situações de violência, de burla e furto, bem como para a adoção de medidas preventivas de propagação da pandemia covid-19”, refere o comunicado da GNR.

Em outubro de 2018, a GNR tinha sinalizado 45.563 idosos a viver sozinhos ou isolados em todo o país, enquanto em outubro de 2019 esse número baixou para as 41.868 sinalizações.

“Desde 2011, ano em que foi realizada a primeira edição da Operação “Censos Sénior”, a Guarda tem vindo a atualizar a sinalização geográfica, proporcionando assim um apoio mais próximo à nossa população idosa, o que certamente contribui, por um lado, para a criação de um clima de maior confiança e de empatia entre os idosos e os militares da GNR e, por outro, para o aumento do seu sentimento de segurança”, sublinha esta força de segurança.

Fonte: Lusa