Vimioso: Município entregou cheques de 1000 euros aos bébés nascidos no presente ano

Vimioso: Município entregou cheques de 1000 euros aos bebés nascidos no presente ano

Cumprindo uma tradição de quase 20 anos, a Câmara Municipal de Vimioso realizou na tarde de 22 de dezembro, a entrega do apoio financeiro de 1000 euros aos pais que vivem no concelho e que no corrente ano de 2021 tenham tido filhos.

Na cerimónia deste ano, o auditório da Casa da Cultura de Vimioso acolheu 17 bebés e as suas famílias, para serem presenteadas pelo executivo camarário, liderado pelo presidente, Jorge Fidalgo.

Na sua intervenção, o autarca vimiosense, referiu que a entrega do apoio financeiro aos pais é “um dos momentos mais felizes para o município de Vimioso”, pois as crianças asseguram o futuro da comunidade.

Segundo a autarquia de Vimioso, anualmente nascem no concelho entre 20 a 30 bebés.

Reconhecendo que o problema da natalidade e da demografia é um problema recorrente de muitos concelhos do interior do país, Jorge Fidalgo, referiu que mesmo sendo poucos, a autarquia de Vimioso procura oferecer as melhores condições para que as crianças possam crescer e as suas famílias possam desenvolver os seus projetos de vida.

A propósito do apoio financeiro de 1000 euros por cada bebé nascido no concelho, Jorge Fidalgo lembrou que no próximo ano, esta medida de apoio à natalidade vai fazer 20 anos.

“Iniciámos esta medida em 2002, com o objetivo de apoiar os jovens casais que vivem no concelho de Vimioso”, explicou.

Para além deste apoio financeiro de 1000 euros, que acontece habitualmente na quadra do Natal, o presidente do município de Vimioso indicou que a autarquia vimiosense apoia também as famílias, na administração das vacinas não comparticipadas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), cujo custo ronda os 500 euros.

Na cerimónia de 22 de dezembro, Jorge Fidalgo informou os pais que a partir de 1 de janeiro próximo, a autarquia de Vimioso vai suportar, na íntegra, as despesas com a creche das crianças, ou seja, a creche será inteiramente gratuita para as famílias.

“A aposta na educação é o melhor investimento que o município pode fazer”, justificou o autarca.

No decorrer da cerimónia realizada no auditório da Casa da Cultura de Vimioso, as 17 famílias e os seus bebés receberam ainda presentes provenientes da colaboração das farmácias locais, farmácia Liberal e farmácia Barreira e também dos supermercados, Meu Super e Lurdinhas.

Por causa da atual situação pandémica, este ano não houve o tradicional lanche convívio entre as famílias e o executivo camarário.

HA

Vimioso: Mercearia Terra Fria já abriu ao público

Vimioso: Mercearia Terra Fria já abriu ao público

A 19 de dezembro, um jovem casal de emigrantes abriu a nova mercearia Terra Fria, em Vimioso, um espaço inovador onde é possível adquirir produtos regionais ou tão simplesmente tomar um café.

A mercearia Terra Fria situa-se na rua Conselheiro José de Alpoim, a conhecida rua de Trás, em Vimioso.

Os novos comerciantes são o jovem casal Ana Cavaleiro e o marido, que são naturais de São Martinho de Angueira e de Cicouro.

Anteriormente, o jovem casal estava emigrado em Bordéus (França).

O surgimento da pandemia e as restrições que condicionavam a sua vida em França, fizeram-nos tomar a tão desejada decisão de regressaram a Portugal.

A proximidade à família, os pais de Ana Cavaleiro vivem em São Martinho e os sogros vivem em Cicouro, também pesou na decisão de regressar a Portugal.

“A proximidade familiar ajuda-nos muito, sobretudo na educação dos filhos”, disse.

Ana Cavaleiro e o marido são pais de dois filhos. Um rapaz de dois anos e meio, que está na creche, e de uma menina com 7 anos, que frequenta o 2º ano de escolaridade.

Quando regressaram a Portugal, Ana Cavaleiro revelou que já pensavam criar um negócio.

“Quando surgiu a oportunidade de abrir uma loja de produtos regionais, em Vimioso, decidimos arriscar, dado que não existia nada do género em Vimioso”, disse.

A aventura comercial começou logo na remodelação do novo espaço. E os trabalhos de construção, pintura e organização da mercearia/cafetaria foi tudo da autoria do jovem casal.

Já a funcionar desde 19 de dezembro, a mercearia Terra Fria, em Vimioso, oferece ao público o duplo serviço de cafetaria e de mercearia.

Na mercearia, Ana Cavaleiro diz que a sua intenção é dar a conhecer os produtos locais e regionais, como são os produtos hortícolas, as leguminosas, o azeite, o vinho, os frutos secos, o pão, o fumeiro, o artesanato, os doces, a fruta, as compotas, a fruta, etc..

Sobre o problema do despovoamento e o desafio de ter que enfrentar a falta de gente e a escassez de clientes, Ana Cavaleiro mostrou-se realista e otimista:

“Vai ser difícil, mas havemos de conseguir!”, disse.

Quando a questionámos sobre a recetividade das pessoas e em particular dos vizinhos à chegada da jovem família a Vimioso, Ana Cavaleiro, respondeu que a receção tem sido acolhedora e encorajadora.

A jovem referiu que os vizinhos lhe dizem que o novo espaço comercial está muito bonito e recheado de produtos alimentares inovadores e que vão fazer a diferença no comércio local.

Relativamente ao apoio concedido pela Câmara Municipal de Vimioso, a jovem empresária disse que a autarquia tem sido muto prestável, nomeadamente através da incubadora local de empresas, a 3INT (Incubadora para a Inovação do Interior e Negócios Transfronteiriços) que tem prestado apoio na criação do logotipo da nova empresa, dos cartões de visita, etc.

A 3INT (Incubadora para a Inovação do Interior e Negócios Transfronteiriços) tem prestado apoio na criação do logotipo da nova empresa, dos cartões de visita, etc.

As compras de Natal

A mercearia Terra Fria abriu as portas ao público em plena quadra natalícia. Sobre a data da abertura, Ana Cavaleiro disse que o proposito é oferecer uma escolha mais diversificada de presentes, no comércio local, aos vimiosenses e às pessoas que visitam Vimioso pelo Natal.

Entre os presentes que aí pode encontrar estão os vinhos, o azeite, o artesanato, sabonetes e champôs artesanais e muitos outros produtos.

No serviço de cafetaria, para além do café, do chá, dos bolos, também é possível pedir petiscos como as moelas, orelha, tortilha, bifanas, pregos, etc..

Diariamente, a mercearia Terra Fria está aberta ao público das 7h30 até às 19h00. Ao Domingo encerra às 12h00. E o dia de descanso é à segunda-feira.

A reação dos vizinhos comerciantes

Sobre a abertura da mercearia Terra Fria, a vizinha Maria Vara, proprietária de uma loja de flores, mostrou-se muito agradada com a novidade.

“Acho muito bem! E espero que a mercearia traga mais gente e movimento para esta rua, que sublinhe-se, já foi a mais movimentada de Vimioso pelo comércio que tinha outrora”, disse.

Animada pela chegada do jovem casal, Maria Vara, expressou o desejo de ver regressar mais jovens a Vimioso.

Por sua vez, a filha, Rita Vara, é da mesma opinião da mãe. E disse que a abertura da nova mercearia é uma mais-valia para Vimioso, pois vem diversificar a oferta de produtos existente e pode também servir de inspiração à criação de outros negócios.

“Dado que os jovens têm muita dificudade em permanecer em Vimioso, pela inexistência de empresas, talvez esta iniciativa possa inspirar e encorajar outros jovens a criar o seu próprio negócio”, disse.

Sobre o conceito do novo espaço comercial, que concilia mercearia e cafetaria, Rita Vara, sublinhou que até ao momento não existia em Vimioso nenhum espaço comercial que se dedicasse, exclusivamente, à comercialização de produtos regionais.

“Quando visitei a mercearia Terra Fria constatei que vendem produtos da nossa terra e da região e isso é motivo de satisfação”, disse.

Rita Vara indicou que quem visita Vimioso, sejam os turistas, os emigrantes ou os mesmo os vimiosenses que vivem noutras localidades, todos gostam de adquirir os produtos de qualidade da região.

“Dado que os jovens têm muita dificudade em permanecer em Vimioso, pela inexistência de empresas, talvez esta iniciativa possa inspirar e encorajar outros jovens a criar o seu próprio negócio” – Rita Vara

Fernando Ferreira, que trabalha há quase 60 anos como comerciante em Vimioso, disse que a abertura da mercearia Terra Fria traz mais valor para a vila.

“É claro que fico contente com a abertura deste novo espaço comercial. No entanto, preocupa-me a falta de gente e por conseguinte a falta de clientes em Vimioso”, disse.

Ainda assim, Fernando Ferreira exteriorizou a sua satisfação por ver uma jovem família mudar-se e investir em Vimioso.

Também o jovem comerciante, de nacionalidade chinesa, Zhu, que há vários anos vive e trabalha em Vimioso, corroborou da opinião que a abertura de novos comércios em Vimioso é benéfica. Sobre a mercearia, Zhu, disse que ter gostado do café do espaço.

Alcino do Fundo, proprietário de um talho, partilhou da opinião dos outros comerciantes, ao sublinhar que quanto mais comércio houver em Vimioso, mais gente haverá na vila e todos os comerciantes ganharão com isso.

HA

Igreja: Servas Franciscanas Reparadoras têm nova Superiora Geral

Igreja: Servas Franciscanas Reparadoras têm nova Superiora Geral

As Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, congregação criada na primeira metade do século XX, na diocese de Bragança, cidade onde tem sede, anunciou a eleição da irmã Emília Seixas como Superiora Geral para o próximo triénio.

Emília Seixas substitui no cargo a religiosa Teresa Fernandes, sendo acompanhada pelas freiras Dulce Ramos (vigária geral), Cristina Nangolo, Maria do Céu, Estela Morais e Conceição Borges (conselheiras) no governo da congregação para os próximos anos.

A Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado está a realizar o seu XIX Capítulo Geral, com a participação de religiosas de Portugal, Angola, Brasil e Moçambique, países onde tem atividade.

Atualmente integram a congregação 150 membros distribuídos por 30 comunidades, que se dedicam a várias obras sociais, com incidência na educação, no apoio à juventude em risco e à terceira idade.

A congregação tem ainda 19 jovens na formação inicial.

A congregação viu a sua criação aprovada em 15 de agosto de 1950, por Abílio Augusto Vaz das Neves, então bispo de Bragança-Miranda.

Fonte: Lusa

Comunicado: Os cidadãos da Terra de Miranda não desistem

Comunicado: Os cidadãos da Terra de Miranda não desistem

O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) emitiu um comunicado, através do qual denuncia e protesta contra a inoperância da Autoridade Tributária (AT) na cobrança dos impostos associados à venda das seis barragens da bacia do rio Douro.

No dia 17 de dezembro de 2020, a EDP vendeu por 2.200 milhões de Euros, seis barragens da bacia do Douro.


Hoje é público que o Governo de Portugal autorizou a venda:

  • sem exigir qualquer contrapartida financeira nem acautelar os interesses financeiros e patrimoniais do Estado;
  • sem que fossem sequer pagos os impostos devidos para este tipo de negócios, nomeadamente o IRC, o IMT e o Imposto do Selo, no montante estimado de 400 milhões de Euros.

Porque estava alertado para isso por este Movimento, o Governo bem sabia que devia ter exigido o cumprimento de todos esses deveres pelas partes do negócio.


Decorrido um ano, apesar do clamor público e da manifesta e evidente injustiça desta borla financeira e fiscal, tudo continua na mesma.


A única diligência que se conhece da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) foi a instauração de um processo de inquérito disciplinar a um dos membros deste Movimento, que é seu funcionário qualificado, só porque teve a ousadia de, no seio do MCTM, alertar o Estado para a operação de planeamento fiscal agressivo que se adivinhava e tudo fez para que fossem pagos os impostos devidos.


Em tudo o mais, o Governo e a AT têm-se mostrado coniventes e cúmplices da EDP e do adquirente. Não se lhes conhece um gesto ou uma ação que vise obter a cobrança dos impostos que são devidos aos cidadãos da Terra de Miranda e aos contribuintes Portugueses.


Quando se passa um ano sobre essa enorme vergonha, queremos que o Governo e a AT saibam que os cidadãos da Terra de Miranda não vão desistir da sua luta.

Tudo faremos para que o Estado cobre o dinheiro dos impostos que nos são devidos e sabemos muito bem o que é necessário para isso, incluindo nos tribunais portugueses e internacionais.


Mas, mais do que a nossa luta, esta é a luta de todos os Portugueses contra a opacidade, contra a injustiça e contra o desbaratar dos recursos públicos.

Nesta luta, somos mais do que nós! Representamos todos os Portugueses de honra que se sentem ultrajados e envergonhados perante um Estado que escolheu servir a EDP em vez de servir Portugal.

Agora, em véspera de eleições, os Portugueses, que são vítimas de um comportamento vergonhoso por parte de alguns representantes do Estado que foram mansos com os poderosos e persecutórios com quem defendeu o Interesse Público, saberão daí extrair as devidas conclusões e não aceitar que jamais situações como esta se venham a repetir.


Este Movimento considera este negócio um caso exemplar e inadmissível de abuso pelo Governo, da legitimidade que lhe foi conferida pelo povo, que em vez de prosseguir os interesses para que foi mandatado, tirou milhões aos mais fracos e deu-os de mão beijada a uma empresa privada.

Situações como esta não se podem repetir nunca mais.
Não contem com a nossa complacência nem com a nossa desistência.
Vamos conseguir!

Terra de Miranda, 19 de dezembro de 2021

Bragança: Servas Franciscanas Reparadoras estão em capítulo geral

Bragança: Servas Franciscanas Reparadoras estão em capítulo geral

A Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado (SFRJS) está em Capítulo Geral, de 17 a 22 deste mês, na cidade de Bragança, um encontro “de restruturação, avaliação e de análise” onde vai ser eleita uma nova superiora geral.

Na reunião magna participam irmãs provindas de Portugal e de vários países lusófonos, onde a Congregação está radicada, e a irmã Emília Seixas realça à Agência ECCLESIA que estes encontros servem para a congregação “consciencializar-se das mudanças, das alterações e de tudo o que acontece a nível social e poder responder de forma positiva e efetiva a essas alterações”.

Os trabalhos em agenda passam inicialmente por um tempo de avaliação do triénio precedente, mediante a apresentação e análise de vários relatórios referentes à missão das SFRJS e desta avaliação vão sair propostas, coadjuvadas pela reflexão que as comunidades foram fazendo ao longo do ano e serão apresentadas para concretização ao governo-geral.

A diretora do Colégio de Santa Clara, em Bragança, uma das consagradas das SFRJS, realça que a visão “de futuro é sempre de esperança, serviço e disponibilidade fundamentadas na memória”.

capítulo geral vai ter também como missão a eleição da superiora geral e suas conselheiras que vão governar o instituto nos seis anos seguintes.

“O novo governo-geral vai ter decisões importantes a tomar, adaptações a fazer e estruturas a alterar”, disse a irmã Emília Seixas.

Atualmente, fazem parte da Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras 150 membros distribuídos por 30 comunidades, radicadas em Portugal, Angola, Brasil e Moçambique e dedicam-se a várias obras sociais, com incidência na educação, no apoio à juventude em risco e ao apoio à terceira idade.

Nos últimos seis anos, a congregação tentou responder “de forma eficaz” aos problemas do dia-a-dia e, sobretudo, no último triénio foi “um desafio maior colocado pela pandemia”.

A Congregação tem ainda 19 jovens na formação inicial, ou seja em preparação para assumirem este Carisma, dado a Alzira da Conceição Sobrinho no ano de 1916 e que seria concretizado na vida comunitária dos primeiros elementos a partir do ano de 1941.

A Congregação foi erecta canonicamente a 15 de agosto de 1950, por D. Abílio Augusto Vaz das Neves, Bispo da Diocese de Bragança-Miranda e em 1 de novembro de 1991 foi reconhecida como Instituto de Direito Pontifício.

Fonte: Ecclesia | CB/LFS

Miranda do Douro: “Nunca existiu candidatura dos Pauliteiros de Miranda a património da UNESCO” – autarca

Miranda do Douro: “Nunca existiu candidatura dos Pauliteiros de Miranda a património da UNESCO” – autarca

A presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, disse que se vendeu uma ideia “errada” sobre uma candidatura dos Pauliteiros de Miranda a Património Imaterial da Humanidade, afirmando que “não existe nada neste sentido”.

“Quando cheguei à Câmara, encontrei esse dossiê de uma forma que me deixou muito triste. Quase que se andou a vender uma ideia, de que a candidatura dos Pauliteiros estava encaminhada, mas o que me deixou mais triste é que a candidatura dentro da Matriz PCI (Inventário Nacional do Património Cultural em Portugal), não está feita. Jamais se poderá falar de uma candidatura a Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência [UNESCO] sem haver uma candidatura interna”, explicou a autarca de Miranda do Douro

Na opinião de Helena Barril, “andaram a vender gato por lebre”, acrescentando que ficou “um bocado triste por isso, por tudo isto”.

“Mais uma vez, utilizaram os pauliteiros de uma forma negativa”, frisou.

O anterior executivo municipal de Miranda do Douro, liderado pelo socialista Artur Nunes, tinha garantido que estava em curso desde 2018 um processo de “execução” de candidatura dos Pauliteiros de Miranda a Património Municipal da Humanidade da UNESCO.

“Esta questão da candidatura a Património Imaterial da UNESCO não existe neste momento. Pode ter havido uma intenção, mas o trabalho não está concluído, nem de perto nem de longe”, disse Helena Barril.

Contudo a autarca social-democrata afirmou que vai continuar a apostar neste processo de candidatura e a pessoa que estava a tratar deste assunto vai conduzi-lo internamente.

“Teremos de avaliar a melhor forma de candidatar os Pauliteiros de Miranda a Património Imaterial da Humanidade. Isto não é uma concretização que se consubstancia num curto espaço de tempo. É um processo que vai demorar anos”, vincou.

Questionada se é uma proposta que vai ser colocada de lado,  a Helena Barril respondeu que “não, não, longe disso”.

Contactada pela Lusa, a Direção Geral do Património Cultural (DGPC) adiantou que até à data não recebeu nenhum pedido de inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial desta manifestação dos Pauliteiros de Miranda.

Também contactado pela Lusa, o ex-presidente Câmara de Miranda do Douro Artur Nunes disse preferir não se pronunciar sobre este assunto.

Em 24 de outubro os Pauliteiros de Miranda apresentaram-se na Expo Dubai 2021

“A ida à Expo Dubai deu visibilidade mundial aos pauliteiros de Miranda”, vincou Helena Barril.

A origem da dança dos Pauliteiros não reúne consenso entre os investigadores.

“Esta terá nascido durante a idade do ferro, na Transilvânia, espalhando-se posteriormente pela Europa”, afiançam alguns.

Alguns autores, tal como o Abade de Baçal, defendem que a sua origem se deve à clássica dança pírrica guerreira dos gregos.

Este investigador, já falecido e tido como uma das maiores referências etnografia do Nordeste Transmontano, dizia que via poucas diferenças entre esta dança e a dança dos Pauliteiros tais como a substituição das túnicas pelas saias, o escudo pelo lenço sobre os ombros, os chapéus enfeitados e a utilização da flauta pastoril.

Mas a dança dos pauliteiros manifesta também vestígios de danças populares do sul de França e na dança das espadas dos Suíços na idade média.

Fonte: Lusa

Música: Sara Mendes oferece recital na Concatedral

Música: Sara Mendes oferece recital na Concatedral

Amanhã, sábado, dia 18 de dezembro, a população de Miranda do Douro e os seus visitantes poderão assistir, na Concatedral, a um recital da música de Tchaikovsky protagonizado pela pianista Sara Mendes, com histórias e poesia a acompanhar.

O recital de piano inicia-se às 16h00 e tem como elemento central a projeção das 12 pinturas do século XVI, que constituem o famoso calendário do pintor flamengo Pieter Balten, descoberto recentemente nos arquivos da Concatedral.

A pianista Sara Mendes vai interpretar a obra “Estações“, de Piotr Ilitch Tchaikovsky, um ciclo de doze peças, referentes aos doze meses do ano e inspiradas em poemas de autores russos contemporâneos do compositor.

Realce-se que dois destes poemas serão ditos em mirandês.

Com raízes em Malhadas, Sara Mendes. criou em 2011, o Miranda Ensemble, um evento que realizou a primeira semana de música clássica em Miranda do Douro, que envolveu a população, o coro infantil de Miranda, vários concertos com músicos de craveira internacional, culminando com um concerto lotado na Concatedral.

Sara Mendes, com atual residência na Suiça, tem atuado em diversas cidades, entre as quais S. Petersburgo, Zurique, Sidney, Luzern, Vila Nova de Gaia, Lisboa e Porto.

O próximo concerto, em Portugal, está agendado para dia 9 de janeiro, em Coimbra.

O concerto de amanhã, em Miranda do Douro, insere-se no programa Promenade 21- ciclo de concertos de piano e música de câmara, promovido pela Associação António Fragoso.

Picote: Frauga assinala 25 anos de atividade

Picote: Frauga assinala 25 anos de atividade

No dia 18 de dezembro, a Frauga – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, celebra 25 anos de atividades dedicadas à preservação, promoção e valorização de uma das aldeias mais pitorescas e turísticas da Terra de Miranda.

A associação FRAUGA foi constituída a 18 de dezembro de 1996, por um conjunto de jovens que na altura estudavam no Conservatório de Vila Nova de Gaia. Entre eles, figuravam Jorge Lourenço, o atual presidente da freguesia de Picote, Ernesto Galego, Adelino Alves, Pedro Garcia e muitos outros.

A missão da associação

O que levou à constituição da associação FRAUGA foi a colocação de placas toponímicas em língua mirandesa na aldeia de Picote. O sucesso desta iniciativa motivou os seus autores a desenharem um plano de médio e longo prazo para o desenvolvimento da aldeia, a que chamaram Plano Integrado de Desenvolvimento de Picote.

De acordo, Jorge Lourenço, este plano foi apresentado a diversas instituições, contudo não foi considerado muito pertinente. Perante este parecer, os desenhadores do plano decidiram constituir-se como uma associação para pôr em prática uma série de atividades.

“Passados 25 anos, conseguimos realizar algumas daquelas ações iniciais. E o tempo acabou por demonstrar que a visão daquele grupo de jovens, embora diferente, era uma mais-valia para a aldeia”, disse.

“Passados 25 anos, conseguimos realizar algumas daquelas ações iniciais. E o tempo acabou por demonstrar que a visão daquele grupo de jovens, embora diferente, era uma mais-valia para a aldeia”, disse.

A missão da FRAUGA consiste no desenvolvimento integrado de Picote, ou seja, as atividades desta associação não são só culturais. São mais abrangentes e têm por objetivo preservar e valorizar os recursos naturais da aldeia e também as pessoas que aí vivem.

As atividades mais emblemáticas

Ao longo dos 25 anos de existência, a FRAUGA tem realizado inúmeras atividades em várias áreas.

Na defesa e promoção da língua mirandesa, por exemplo, já se organizou um congresso de Línguas Regionais e Minoritárias. E procedeu-se à recolha de literatura oral mirandesa.

No âmbito do património foram recuperados muitos edifícios e realizou-se a requalificação urbana da zona antiga da aldeia.

Também houve uma estreita colaboração com a implantação do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), onde Picote está localizado.

Foram aprovadas várias candidaturas a projetos comunitários e nacionais para publicação de livros. Uma destas obras literárias descreve as espécies vegetais existentes ou em vias de extinção no Parque Natural do Douro Internacional.

Também foram realizados projetos de escavações arqueológicas.

“Todas estas iniciativas tiveram e têm um grande impacto na promoção da aldeia de Picote”, salientou.

Os projetos mais recentes são os percursos pedestres e a atual ampliação do Eco Museu Terra Mater, que segundo Jorge Lourenço, vai oferecer mais qualidade à oferta cultural na aldeia, com o centro de interpretação e a sala de exposições.

“A FRAUGA foi reconhecida como um exemplo de boas práticas na aplicação dos fundos europeus, pela Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), destacou.

Este reconhecimento é para Jorge Lourenço um motivo de alento para continuar a trabalhar não só em prol do desenvolvimento de Picote, mas também do concelho de Miranda do Douro.

Os associados

Atualmente, a FRAUGA tem cerca de 220 associados e na sua maioria são pessoas naturais de Picote que vivem noutras localidades e no estrangeiro.

“Os associados da FRAUGA São pessoas que se interessam pelas várias atividades e iniciativas que vamos desenvolvendo”, explicou.

Jorge Lourenço acrescentou que a Frauga tem a preocupação de desenvolver atividades que vão ao encontro dos interesses dos associados, como é a notoriedade e crescente visibilidade da aldeia.

O aniversário

Um dos projetos da FRAUGA é o de promover anualmente um convívio entre todos os associados. Entretanto, esta pretensão foi suspensa por causa da pandemia.

Também por causa da atual situação pandémica, o aniversário do próximo sábado, dia 18 de dezembro, vai ser assinalado de forma simbólica nas redes sociais.

“No próximo ano, aquando da conclusão da ampliação do Eco Museu Terra Mater, esperamos celebrar presencialmente o aniversário da FRAUGA com a realização de algumas atividades, como os Encontros da Primavera”, adiantou.

Para concluir, Jorge Lourenço, lembrou que a FRAUGA – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote é considerada uma Instituição de Utilidade Pública.

“É para nós outro motivo de alegria e satisfação porque esta distinção de utilidade pública reconhece o trabalho que desenvolvemos ao longo destes 25 anos”, concluiu.

HA

Vimioso: Biblioteca municipal acolhe exposição de presépios

Vimioso: Biblioteca municipal acolhe exposição de presépios

De 11 de dezembro até 6 de janeiro é possível visitar a coleção de presépios “Sinal Admirável”, de Maria Manuela Fonseca Santos, presentes na Biblioteca Municipal de Vimioso.

Na casa dos pais de Maria Manuela Fonseca Santos sempre se celebrou o Natal.

E segundo a colecionadora o Nascimento do Menino Jesus era a principal ocupação e alegria dos mais novos, que iam apanhar musgo e pequenas pedras para construir a cabana onde colocavam o Menino e os seus pais: Maria e José.

No guia da exposição, a colecionadora revela que no serviço de pediatria, onde trabalhou como enfermeira, também se fazia o presépio.

“Era uma alegria para os mais novos e era também uma oportunidade para dar conhecer o Deus-Menino às crianças”, escreve.

O tempo do Natal era caraterizado pela “paz, pela alegria, pela família reunida e o encontro com os amigos, pela oração e a partilha que sempre tiveram um grande significado para Maria Manuela Fonseca Santos.

Foi por isso, que ao longo da sua vida foi adquirindo e recebendo presépios como presentes.

Maria Manuela Fonseca Santos assegura que muitos desses presépios são verdadeiras obras de arte, que permitem contemplar o amor que unia a sagrada família de Nazaré: Jesus, Maria e José.

Laura Machado, responsável pela Biblioteca Municipal de Vimioso, disse que a exposição de presépios “Sinal Admirável” tem por objetivo assinalar esta data festiva do Natal e simultaneamente dar vida à Biblioteca, que abriu recentemente ao público após obras de requalificação.

A exposição de presépios “Sinal Admirável” é uma iniciativa conjunta do município de Vimioso e da Unidade Pastoral de Nossa Senhora da Visitação.

HA

Miranda do Douro: Antigo Paço episcopal é agora um centro de acolhimento e exposições

Miranda do Douro: Antigo Paço episcopal é agora um centro de acolhimento e exposições

“Termus – Territórios Musicais” é a primeira exposição patente ao público, no Antigo Paço Episcopal de Miranda do Douro, inaugurado a 10 de dezembro e agora convertido numa estrutura de acolhimento e exposição da Concatedral.

A inauguração do novo espaço ocorreu a 10 de dezembro e contou a participação da Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, do Diretor Geral do Património Cultural, João Carlos Santos e da Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.

Segundo a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), a intervenção implicou “não só a recuperação do edifício pré-existente, mas também a construção de um novo edifício”.

Na sua intervanção, a diretora regional de Cultura do Norte, Laura Castro disse que “a abertura ao público do antigo edifício do Paço Episcopal de Miranda do Douro faz parte da Rota das Catedrais, que a Direção Regional de Cultura do Norte está a coordenar desde 2016 e que compreendeu requalificações em edifícios de Braga, Bragança, Lamego, Miranda do Douro, Porto, Vila Real e Viana do Castelo.

Com um investimento de perto de 2,5 milhões de euros, cofinanciado pelo FEDER, a intervenção beneficiou também do apoio financeiro da Câmara Municipal, segundo protocolo assinado em 2016.

Segundo, Laura Castro, nas ruínas do antigo Paço foram realizados trabalhos arqueológicos e criada uma estrutura de acolhimento e exposição.

“Ainda no âmbito da intervenção ocorreu o restauro do importante retábulo do altar de Nossa Senhora dos Remédios, na Concatedral”, acrescentou.

A intervenção em Miranda do Douro dota a cidade de Miranda do Douro de mais um equipamento que permite reforçar a oferta e a prática cultural no território.

No novo espaço foi inaugurada a exposição “Termus – Territórios Musicais”, que valoriza e divulga o legado cultural das regiões fronteiriças de Espanha e Portugal.

Sobre as obras de ampliação do Museu da Terra de Miranda, a diretora regional de Cultura do Norte adiantou que o objetivo “seria reabrir o novo Museu da Terra de Miranda no próximo ano, quando se completarem 40 anos da sua criação.”

Por sua vez, a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, congratulou-se com a inauguração do novo espaço cultural, no antigo Paço Episcopal, que inicialmente vai servir para albergar exposições do Museu da Terra de Miranda.

Contudo, a autarca de Miranda do Douro expressou também a sua insatisfação pelo parecer não favorável da Direção Geral do Património Cultural, de colocar a Fonte dos Namorados no sítio original, dado que a antiga fonte foi removida em 2010, aquando do início das obras no paço episcopal.

“Fico triste pela decisão da não colocação da Fonte dos Namorados no sítio original, ainda mais quando o município tem colaborado ativamente com a Direção Regional de Cultura do Norte. Lembro que só com a colaboração de todos é que as coisas se realizam e concretizam”, disse a autarca.

Questionada sobre a ausência de um espaço cultural na cidade, com dimensões suficientes para a realização de eventos culturais, Helena Barril respondeu que apesar da baixa densidade populacional do concelho, esse é um propósito da autarquia pois a cultura atrai visitantes.

“Sim, temos que ser ambiciosos pois Miranda do Douro ainda não tem um espaço cultural com dimensões para albergar um centro cultural, um cinema e um palco que possa projetar a atividade cultural da cidade e do concelho”, disse.

Sobre a inauguração do espaço de acolhimento e exposições no antigo Paço Episcopal, a diretora do Museu da Terra de Miranda, Celina Pinto, disse que este é um momento “muito importante” pois assinala a primeira experiência de cooperação internacional com o museu de Castela e Leão, em Zamora.

Este projeto transfronteiriço “ambicioso”, foi iniciado há dois anos e tem um grande número de atividades programadas.

“O projeto começou com o trabalho de campo, o que permitiu recolher e alargar as coleções etnográficas dos museus, tais como os instrumentos musicais”, informou.

Outra das atividades do projeto transfronteiriço foi reedição do cancioneiro Tradicional Mirandês, da autoria de António Maria Mourinho e do cancioneiro tradicional zamorano.

Também o catálogo da exposição “Termus – Territórios Musicais”, que será apresentado no próximo mês de janeiro é uma iniciativa desta cooperação entre os museus português e espanhol.

Segundo a diretora do Museu da Terra de Miranda, para o próximo ano estão ainda programados concertos, congressos e jornadas.

Celina Pinto, concluiu a sua intervenção referindo-se à temática da música, na exposição “Termus – Territórios Musicais”.

“A música é infinitamente importante. A música fala de nós, do folclore, do trabalho, da festa, dos ciclos agrícolas, da geografia e do território”, disse.

Já o diretor do Museu de Castela e Leão, disse que esta primeira experiência de cooperação transfronteiriça está a ser muito proveitosa.

“Estamos a aprender muito com esta experiência de cooperação entre os museus da Terra de Miranda e de Castela e Leão”, disse.

Paulo Meirinhos, músico dos Galandum Galundaina, um dos grupos de música tradicional que mais e melhor tem conseguindo conjugar a tradição com a modernidade, disse que a inauguração do novo centro de acolhimento e exposições da concatedral, é uma mais valia para Miranda do Douro, pois traz ainda mais cultura para a Terra de Miranda.

“Vamos poder visitar exposições novas, alargar o nosso conhecimento e os próprios artesãos e construtores de instrumentos musicais têm aqui um novo espaço para expor os seus trabalhos”, indicou.

Sobre a exposição “Termus – Territórios Musicais”, Paulo Meirinhos disse que é uma coleção que mostra que a música e a cultura não têm fronteiras neste território luso-castelhano.

“Há um convívio muito salutar entre portugueses e espanhóis”, disse.

Sobre as possíveis diferenças e semelhanças na música tradiconal da raia, Paulo Meirinhos referiu que a grande diferença é a facilidade dos portugueses em cantarem em espanhol, ao passo que os espanhóis têm muita dificuldade em fazê-lo em português.

Sobre as semelhanças, o vocalista dos Galandum Galundiana deu o exemplo dos instrumentos musicais, que são muito parecidos nos dois lados da fronteira.

“A gaita-de-foles, a flauta pastoril e as caixas são muito semelhantes.”, concluiu.

HA