Miranda do Douro: Conselho Geral apresentou propostas para a promoção do mirandês

Miranda do Douro: Conselho Geral apresentou propostas para a promoção do mirandês

Na tarde do dia 27 de dezembro, realizou-se em Miranda do Douro, o primeiro Conselho Geral para a Língua Mirandesa, uma iniciativa do município que tem como objetivo definir um plano estratégico para a salvaguarda da língua, auscultando as várias entidades e personalidades que se dedicam ao estudo, preservação e divulgação do mirandês.

O músico, Paulo Meirinhos, deu a conhecer o trabalho dos Galandum Galundaina na salvaguarda e promoção da língua mirandesa.

Na abertura deste primeiro encontro, que decorreu no miniauditório, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril desafiou os vários intervenientes – o Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM), a FRAUGA – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, a Associação da Língua e Cultura Mirandesas e a associação Galandum Galundaina – assim como outras personalidades a indicarem medidas concretas para revitalizar o mirandês.

“É o primeiro conselho geral dedicado à língua mirandesa e tem como objetivo escutarmo-nos uns aos outros, para assim definir um plano estratégico conjunto para a defesa e promoção do mirandês”, justificou.

Como exemplo de uma medida concreta para a promoção da cultura e língua mirandesas, a autarca de Miranda do Douro informou que estão e decorrer negociações entre o município e a empresa Cafés Delta, para divulgar a região através dos pacotes de açúcar, com imagens da região e mensagens escritas em mirandês.

Ao longo da tarde em Miranda do Douro foram abordadas várias dimensões afetas à língua mirandesa, como a atual situação do mirandês, o valor cultural e económico da língua, o ensino do mirandês no ensino superior, a comunicação em mirandês no quotidiano, entre outros âmbitos.

Sobre o atual estado do mirandês, foi invocado um estudo da Universidade de Vigo, que conclui que atualmente existem 3500 pessoas que conhecem e língua, mas apenas 1500 a falam regularmente. E esta realidade é ainda mais preocupante, perante o ininterrupto despovoamento das aldeias do concelho de Miranda do Douro.

O presidente da Associação da Língua e Cultura Mirandesas (ALCM), Alfredo Cameirão destacou que o mirandês é uma marca identitária da região, à semelhança da Capa d’Honras Mirandesa.

“Sem investimento, a língua não sobrevive e não se desenvolve. Atualmente, o número de professores de mirandês é insuficiente para a transmissão e ensino da língua”, alertou.

Por sua vez, o secretário da FRAUGA – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, o professor António Bárbolo Alves, sublinhou as bases científicas da língua mirandesa.

“O mirandês começou a ser estudado há mais de 100 anos. E esta língua é o corpo da cultura da Terra de Miranda, nas suas várias expressões, como são a música, as danças dos pauliteiros, os rituais de solstício de inverno, os ditos e dezideiros. Por isso, é determinante preservar a língua mirandesa”, explicou.

Paulo Meirinhos, dos Galandum Galundaina, falou da experiência do grupo musical, cujos concertos e trabalhos discográficos são cantados em mirandês.

“A nossa missão é cantar e recriar memórias em mirandês. E através da música conseguimos divulgar a língua a milhares de pessoas”, partilhou.

Em representação do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCMT), José Maria Pires, criticou a “falta de vontade política” para defender e promover a língua e relembrou o trabalho realizado por António Maria Mourinho, Júlio Meirinhos e Amadeu Ferreira.

“A língua e a cultura mirandesas são as principais atrações turísticas da Terra de Miranda. Por isso, felicito a iniciativa do município de Miranda do Douro em criar este conselho e assim juntar os intervenientes na preservação e divulgação deste valioso património cultural”, disse.

No âmbito da cultura, a diretora do Museu da Terra de Miranda, Celina Pinto, avançou que aquando da reabertura do remodelado museu, prevista para o primeiro trimestre deste ano, os funcionários do museu vão acolher os visitantes em língua mirandesa.

Também a pintora, Balbina Mendes, referiu que na inauguração das suas exposições faz questão de que a língua mirandesa seja ouvida, na declamação de poemas ou através da música.

Para assegurar a transmissão da língua, o historiador, António Rodrigues Mourinho sublinhou a importância da família na partilha deste legado linguístico aos mais novos.

Como forma de aproveitar o potencial turístico e económico da língua e cultura mirandesas, o presidente da FRAUGA, Jorge Lourenço, sugeriu a criação de um programa turístico “passaporte”, para convidar pessoas a conhecer a Terra de Miranda.

Para conferir mais notoriedade e qualidade aos setores da restauração e do comércio local, sublinhou-se a mais valia que seria a apresentação em língua mirandesa no acolhimento do público, nas ementas e na apresentação dos produtos e serviços.

No âmbito do ensino da disciplina de Língua e Cultura Mirandesas, o diretor do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, o professor António Santos, indicou que atualmente 80% dos alunos frequentam a disciplina.

“Atualmente a disciplina de Língua e Cultura Mirandesa é opcional, mas seria de equacionar a obrigatoriedade desta disciplina no programa curricular”, avançou.

Nos momentos finais deste primeiro Conselho Geral para a Língua Mirandesa, o presidente d Assembleia Municipal de Miranda do Douro, Óscar Afonso, participou por videoconferência e criticou a inoperância do atual governo em atribuir os apoios financeiros prometidos para a criação do Instituto da Língua Mirandesa.

“Quando o IMI das barragens for pago ao município de Miranda do Douro, uma parte desse valor será destinado à defesa e promoção da língua”, adiantou.

Os trabalhos deste primeiro Conselho Geral para a Língua Mirandesa encerraram com uma síntese feita pela presidente do município de Miranda do Douro, que agradeceu a participação dos intervenientes e as propostas apresentadas para a definição do Plano Estratégico.

A presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, fez uma síntese das medidas apresentadas para a defesa e promoção do mirandês.

“Pelo que ouvimos ao longo desta tarde, a língua mirandesa precisa do envolvimento de todos, a começar pelas famílias que transmitem a língua aos mais novos, mas também pelas instituições, as associações, o agrupamento de escolas e também pelos vários setores de atividade, sobretudo os ligados ao turismo como o comércio, a hotelaria e a restauração. Com estas primeiras propostas vamos começar a elaborar o plano de ação para a promoção da língua”, sintetizou.

Helena Barril indicou que o segundo Conselho para a Língua Mirandesa, está agendado para o dia 27 de março de 2024.

HA

Política: Conselho Nacional do PSD aprova coligação com CDS-PP a 4 de janeiro

Política: Conselho Nacional do PSD aprova coligação com CDS-PP a 4 de janeiro

O Conselho Nacional do PSD vai reunir-se a 4 de janeiro, em Braga, para aprovar a coligação com o CDS-PP e novamente no dia 15 de janeiro para aprovar os candidatos a deputados, indicou fonte da direção social-democrata.

O Conselho Nacional do Partido Social Democrata (PSD) vai decorrer no primeiro dia do “Sentir Portugal”, desta vez em Braga, uma iniciativa que tem levado o presidente do PSD, Luís Montenegro, a percorrer os vários distritos de Portugal Continental e as Regiões Autónomas.

A 21 de dezembro, os presidentes do PSD e do CDS-PP, Luís Montenegro e Nuno Melo, anunciaram que iriam propor aos órgãos nacionais dos seus partidos uma coligação pré-eleitoral, a Aliança Democrática, para as legislativas de março e as europeias de junho, que incluirá também “personalidades independentes”.

“Os presidentes do Partido Social Democrata e do CDS-Partido Popular acordaram hoje propor aos órgãos nacionais dos respetivos partidos a celebração de um acordo político para a formação da Aliança Democrática, uma coligação pré-eleitoral com o horizonte do atual ciclo político, abrangendo as eleições legislativas e europeias de 2024”, refere um comunicado conjunto dos dois partidos.

Na nota à imprensa, intitulado “Constituição da Aliança Democrática” (o nome das primeiras coligações celebradas entre PSD e CDS-PP nos anos 80, mas que está a ser contestada pelo PPM, que também as integrou então), refere-se que este acordo está “em sintonia com os compromissos regionais para as eleições nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores de 2023 e 2024, respetivamente, e com os entendimentos de base local para as eleições autárquicas de 2025”.

Ainda não são conhecidos os termos do acordo de coligação, mas várias fontes apontam que o CDS-PP – que perdeu representação parlamentar nas últimas legislativas – terá direito a dois lugares elegíveis (e mais dois na zona cinzenta de eleição) nas listas de candidatos a deputados.

Essas listas só serão aprovadas numa outra reunião do órgão máximo do partido entre Congressos, provavelmente a realizar em Lisboa, a 15 de janeiro.

Inicialmente, o cronograma aprovado pela Comissão Política Nacional (CPN) previa que esse Conselho Nacional se realizasse no dia 12, mas a campanha para as regionais antecipadas dos Açores fez alterar a data.

Segundo o cronograma, as Comissões Políticas Regionais e Distritais fazem chegar até 5 de janeiro à Comissão Política Nacional as suas propostas de candidaturas à Assembleia da República, ouvidas as Assembleias Regionais, Distritais e as Secções, tal como está previsto nos estatutos do partido.

As decisivas reuniões entre a direção nacional e as distritais estão marcadas para o período entre 8 e 11 de janeiro.

O PSD prevê entregar as listas aprovadas entre 23 e 25 de janeiro nos vários tribunais de comarca, antes do prazo final determinado pela lei eleitoral, a 29 do mesmo mês.

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 7 de novembro, alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.

A campanha eleitoral para as legislativas vai decorrer entre 25 de fevereiro e 8 de março.

Fonte: Lusa

Vimioso: Município aprova orçamento municipal para 2024

Vimioso: Município aprova orçamento municipal para 2024

A Assembleia Municipal de Vimioso aprovou, por maioria, o orçamento municipal para 2024, no valor de 12,3 milhões de euros, mais 270 mil euros do que o deste ano, indicou o presidente da autarquia, Jorge Fidalgo.

O documento contou com os votos a favor da maioria PSD e de um eleito do PS, dois votos contra do PS e três abstenções, duas do PS e uma do deputado do movimento Unidos por Vimioso, que é presidente de junta de freguesia.

“Quando foi elaborado este orçamento não foram contabilizadas as transferências de Estado para 2024, e obviamente que também não foram contabilizados aquilo que serão os fundos comunitários, porque na verdade ainda não estão contratualizados. Contudo, sabemos que o município terá cinco milhões de euros de fundos europeus para lá de outras candidaturas que possam ser feitas”, explicou o autarca social-democrata, Jorge Fidalgo.

De acordo com o presidente do município de Vimioso, uma das pretensões da autarquia passa por concluir as obras que estão em curso, como é o caso das bacias de retenção de água e a beneficiação dos edifícios do Agrupamento de Escolas.

“Vamos continuar numa política virada para a educação e ação social, que são para nós áreas fundamentais e prioritárias. Na área social, a relevância vai para as residências autónomas que serão construídas em Carção e onde o investimento previsto ronda 1,5 milhões de euros, cujo concurso público foi lançado e em breve terá a sua adjudicação, após o visto do Tribunal de Contas”, vincou Jorge Fidalgo.

No campo dos impostos, o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para prédios urbanos fica no valor mínimo (0,3%), enquanto para prédios rústicos fixa-se no máximo (0,8%).

“Trata-se de um orçamento municipal para 2024 absolutamente realista e complemente exequível que será reforçado com cerca quatro milhões de euros. No momento em que orçamento foi elaborado, a lei foi cumprida escrupulosamente”, indicou Fidalgo.

O orçamento foi votado em sede de executivo municipal com quatros votos a favor do PSD e um voto contra do PS.

A vereadora eleita pelo PS, Débora Alves, considerou que “se verifica, mais uma vez, através deste orçamento, que no concelho [de Vimioso] reina uma gestão financeira já tolhida de movimentos e sem capacidade de fazer investimento reprodutivo para a economia local”.

“É um orçamento passivo e incompreensível, que não apresenta soluções novas, nem dinâmicas para o desenvolvimento e crescimento do nosso concelho. É um orçamento onde faltam inovação e novos horizontes a trilhar, pela necessidade premente de dinamismo empresarial e económico, e de emprego”, sublinhou a eleita pelo PS.

De acordo Débora Alves, “no âmbito das políticas de criação de emprego não se está a tirar qualquer benefício das potencialidades resultantes do posicionamento geoestratégico de Vimioso. A fraca procura do território pelos investidores é visível na ausência de crescimento empresarial e industrial”, disse.

“Concluindo, é um orçamento em que nada de novo há a apresentar. Apenas a mesma retórica vã, com continuados adiamentos do desenvolvimento do concelho. O orçamento que deveria retratar as propostas colocadas nas mãos de todos, continua nas mãos da elite do ‘mignon’”, vincou.

Débora Alves retirou que é sua obrigação enquanto oposição responsável continuar a defender o progresso e o desenvolvimento do concelho de Vimioso.

A vereadora acrescentou ainda constatar “que ao terceiro orçamento a que se propõem [os eleitos do PSD] não conseguiram atingir a execução de 50% daquilo a que se alvitraram”.

“A construção/reconstrução do açude do rio Angueira é uma obra que já tem teias. As despesas associadas às termas da Terronha já as consideram despesas correntes. A beneficiação da cobertura da escola EB 2,3 está coberta de esqueletos. Não havia necessidade, mas agora há necessidade. A escola manifesta a necessidade de uma cobertura para o recreio nos dias de chuva e o executivo não quer estragar a estética do edifício”, observou.

José Ventura, do movimento Unidos por Vimioso, justificou a abstenção com o facto de não confiar neste orçamento.

A Assembleia Municipal de Vimioso conta com 25 deputados, 19 do PSD, cinco do PS e um do movimento Unidos por Vimioso.

Fonte: Lusa

Saúde: Preço dos medicamentos deixa de constar nas embalagens

Saúde: Preço dos medicamentos deixa de constar nas embalagens

A partir de janeiro, o preço dos medicamentos vai deixar de constar nas embalagens, sendo as farmácias obrigadas a prestar a informação na fatura ou recibo emitido, segundo um decreto-lei publicado em Diário da República.

De acordo com o documento, na fatura ou recibo emitido deverá constar tanto a informação do preço de venda ao público, como o preço de referência, se aplicável, a percentagem de comparticipação do Estado e o custo suportado pelo Estado e pelo utente.

O preço de venda ao público, tal como figura nas apresentações dos medicamentos, “não corresponde, em regra, ao custo do medicamento para o cidadão”, refere o decreto-lei, explicando que este custo é influenciado “pela eventual comparticipação” e está dependente, em parte, “da condição económica do cidadão”, designadamente no caso dos pensionistas, e da aplicação do sistema de preços de referência aos medicamentos para os quais haja genéricos.

Neste último caso, “a comparticipação não incide sobre o preço de venda ao público do medicamento, mas sobre um preço de referência que varia em função dos medicamentos disponíveis para cada substância ativa e do seu preço”, acrescenta o documento, sublinhando que, por isso, a menção ao preço na embalagem do medicamento “propicia informação pouco relevante ou mesmo difícil de interpretar”.

“Acresce que o preço dos medicamentos é suscetível de alteração, designadamente no âmbito da aplicação das regras da revisão anual de preços, o que aumenta o risco de desatualização da informação aposta na embalagem”, refere o decreto, justificando desta forma a retirada da informação sobre os preços de medicamentos nas embalagens, à semelhança do que acontece na generalidade dos países da União Europeia.

Além desta alteração ao regime jurídico dos medicamentos de uso humano, o decreto-lei define que as farmácias terão sempre de ter disponíveis para venda, no mínimo, três medicamentos com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem, de entre os que correspondem aos cinco preços mais baixos de cada grupo homogéneo e devem dispensar o de menor preço, “salvo se for outra a opção do doente”.

Já relativamente à abertura e transferência de farmácias, o decreto-lei confere maior participação nestes processos “às entidades com maior conhecimento das realidades e necessidades locais” e condiciona os pedidos à verificação de determinados requisitos, onde se inclui o parecer das autarquias locais.

A partir de janeiro, as transferências de farmácias dentro do mesmo município podem acontecer desde que existe uma outra, ou um posto farmacêutico móvel, a menos de um quilómetro da sua localização atual, que a distância mínima de 500 m entre farmácias na localização de destino seja cumprida e que a câmara municipal dê parecer favorável.

Já quanto às transferências para municípios limítrofes, as farmácias situadas em municípios com uma capitação inferior à exigível podem transferir-se para os concelhos com capitação superior desde que existam farmácias a menos de 500 metros daquela que se pretende transferir e que a capitação nesse município não se torne superior à legalmente exigível para a abertura de novas farmácias.

Deve igualmente verificar-se uma distância mínima de 500 metros entre farmácias na localização de destino.

Fonte: Lusa

Sociedade: Mais de 60 mil nascimentos até novembro

Sociedade: Mais de 60 mil nascimentos até novembro

Até final de novembro, nasceram mais de 60 mil crianças nasceram, em instalações do Serviço Nacional de Saúde (SNS), um crescimento de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com dados divulgados pela Direção Executiva do SNS (DE-SNS) nasceram 60.613 bebés, quando no fim de novembro do ano passado tinham nascido 59.171.

Mesmo no período de junho a novembro, altura mais crítica devido a férias mas também a limitações decorrentes da indisponibilidade de médicos em assegurar o serviço de urgência além das 150 horas anuais, o SNS realizou este ano mais partos do que no ano passado: 34.274 este ano contra 33.903 em 2022.

Apenas na Região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), excluindo o Centro Hospitalar do Oeste (encerrado parte do ano para a realização de obras no seu bloco de partos), “de janeiro a novembro de 2023, nasceram 22.629 crianças versus 22.018 em 2022 (ou seja, um crescimento de cerca de 3%)”, nota a DE-SNS em comunicado.

Nos meses de julho a novembro o INEM orientou 111 grávidas para hospitais privados (convencionados) da região LVT, menos de uma grávida por dia. “Como todos os dias são efetuados cerca de 69 partos nesta região, tal significa que 99% dos casos tiveram resposta no SNS”, assinala ainda o comunicado.

A DE-SNS salienta que apesar de todos os problemas a rede do SNS funcionou, que não houve nenhuma grávida sem resposta e que todos os partos mais complexos foram feitos no SNS, e, “excluindo algum caso pontual por deficiência na utilização do sistema, a resposta teve sempre um caráter de proximidade”.

No comunicado, a direção executiva do SNS fala da carência de médicos de ginecologia/obstetrícia a nível internacional, do “planeamento complexo” que é preciso fazer, e pede para que as grávidas, antes de se deslocarem para uma instituição de saúde, contactem sempre a linha SNS24 ou o INEM, em caso de urgência/emergência.

Fonte: Lusa

Segurança rodoviária: Operação Natal e Ano Novo

Segurança rodoviária: Operação Natal e Ano Novo

Entre 22 e 25 de dezembro, a GNR registou 786 acidentes nas estradas, que causaram dois mortos e 243 feridos, dos quais 23 graves, segundo dados provisórios da operação Natal e Ano Novo.

Em comunicado, a GNR precisa que a segunda vítima mortal – um homem – resultou de um despiste ocorrido no dia de Natal, na Estrada Nacional, em Louredo, Vieira do Minho (Braga).

A primeira vítima mortal registada pela GNR nesta operação tinha sido uma mulher, atropelada no domingo na localidade de Turquel, no concelho de Alcobaça.

O balanço provisório da GNR adianta ainda que, entre as 00:00 de sexta-feira e as 23:59 de segunda-feira (dia 25), no âmbito da operação Natal e Ano Novo 2023/2024, foram fiscalizados 30.583 condutores, dos quais, 303 conduziam com excesso de álcool e, destes, 159 foram detidos por conduzirem com uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l, valor considerado crime.

Foram ainda detidas 65 pessoas por conduzirem sem habilitação legal.

No mesmo período, foram detetadas 5.268 contraordenações rodoviárias, das quais 2.038 por excesso de velocidade, 171 por falta ou incorreta utilização do cinto de segurança e/ou cadeirinhas para crianças, 119 por uso indevido do telemóvel durante a condução, 452 por falta de inspeção periódica obrigatória e 146 por falta de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

Na nota, a GNR lembra que, durante a operação Natal de Ano Novo 2023/24, vai continuar a dar prioridade à fiscalização da condução sob a influência do álcool e de substâncias psicotrópicas, excesso de velocidade, utilização indevida do telemóvel, utilização correta do cinto de segurança e das cadeirinhas para crianças, à falta de inspeção periódica obrigatória e de seguro de responsabilidade civil obrigatório e à incorreta execução de manobras de ultrapassagem, mudança de direção e cedência de passagem.

A operação Natal e Ano Novo 2023/2024 da GNR começou em 15 de dezembro e termina no dia 2 de janeiro.

Fonte: Lusa

Sendim: Ramo de Natal e recital embelezaram a Missa do Galo

Sendim: Ramo de Natal e recital embelezaram a Missa do Galo

Na noite de Consoada, dia 24 de dezembro, em Sendim, realizou-se a tradição do Ramo de Natal para oferecer ao Menino Jesus, seguido de um recital ou declamação do Anjo aos Pastores, anunciando-lhes o Nascimento do Deus Menino.

A representação da Anunciação do Anjo Gabriel aos Pastores, sobre o Nascimento do Deus-Menino, antecedeu a celebração da Missa do Galo, em Sendim.

De acordo com o mordomo do Ramo de Natal, José Mourinho, esta é uma tradição de muitas gerações, na vila de Sendim, que importa preservar e transmitir aos mais novos.

“Após o interregno por causa da pandemia, este ano decidimos voltar a confecionar os doces típicos como os económicos, as rosquilhas, as cavacas e os bolinhos de pão-de-ló para enfeitar o Ramo de Natal. E para o recital que antecede o início da Missa do Galo, conseguimos reunir e ensaiar as crianças”, disse.

Segundo José Mourinho, este trabalho de preparação do Ramo de Natal e do recital do Nascimento de Jesus tem por objetivo embelzar a celebração religiosa e presentear população local e as muitas pessoas que regressam a Sendim nesta época festiva, fomentando asssim uma maior comunhão entre os sendineses.

Sobre o significado do Ramo de Natal, que estava ornamentado de doces típicos, José Mourinho revelou que é um modo de louvar e agradecer a Deus.

“Assim como os pastores e os magos ofereceram presentes ao Menino Jesus, também esta tradição do Ramo de Natal visa presentear o Deus Menino, com produtos tradicionais como o pão e os frutos”, explicou.

No início da Missa do Galo, o padre celebrante começou por elogiar a tradição do Ramo de Natal e o recital protagonizado pelas crianças.

“Nem o frio desta noite impediu a união de esforços entre a população de Sendim para continuar com esta bonita tradição, que dá mais significado e beleza ao Nascimento de Jesus! Cada um de nós é chamado a ser presença do amor divino que se fez homem. Jesus veio mostrar-nos que vale a pena viver, segundo os valores do Evangelho!”, disse.

No final da Missa do Galo, no adro da Igreja matriz, seguiu-se o leilão do Ramo de Natal dedicado ao Menino Jesus.

O dia Consoada, em Sendim, foi repleto de várias atividades organizadas pela mordomia da Fogueira do Galo. O programa começou ao início da tarde, com a arruada de Gaiteiros pelas ruas da vila.

Ao final da tarde, os mordomos acenderam a Fogueira do Galo, que foi o ponto de encontro dos sendineses antes da Missa do Galo, agendada para as 23h30.

À volta da fogueira, os pauliteiros sendineses realizaram ainda a “Queimada do Pau Velho”, uma tradição que assinala o fim das atuações e ensaios ao longo do ano e prepara os gaiteiros e dançadores para o novo ano.

A noite de consoada prosseguiu à volta da Fogueira com a música e as danças do pauliteiros, seguida de uma Ceia de Natal com caldo verde e bifanas, oferecidos pela mordomia da Fogueira do Galo.

A festa da Fogueira do Galo contou com o apoio da União de Freguesias de Sendim e Atenor, da Casa de L’ Pauliteiro, do Município de Miranda do Douro e da cooperativa Ribadouro.

De acordo com o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, as festas de Natal vão prosseguir no dia 7 de janeiro, com o Cantar do Reis, no pavilhão multiusos.

“Em Sendim, todos aos anos cabe à comissão de festas de Santa Bárbara oferecer os Reis à população. Este ano, em conjunto com o município de Miranda do Douro, foi escolhida a vila de Sendim, para acolher o festival do Cantar dos Reis e vamos receber a visita de grupos de todo o concelho”, informou.

HA

Miranda do Douro: Festival Geada promove a língua e a cultura mirandesas

Miranda do Douro: Festival Geada promove a língua e a cultura mirandesas

Nos dias 29 e 30 de dezembro, o festival de música Geada, que acontece em Miranda do Douro, vai destacar a língua e cultura mirandesa, por serem os maiores ativos deste território nordestino.

“Pretendemos valorizar a língua e cultura mirandesas, no seio deste festival de inverno, que queremos que seja uma referência cultural e musical no país por esta altura do ano”, disse o presidente da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM), Henrique Granjo, responsável da entidade promotora do evento.

Este festival de inverno é tido, pela organização, como “único”, dado o seu compromisso com as tradições do Planalto Mirandês, no distrito de Bragança e as novas apostas que surgem ano após ano, recebendo algumas centenas de jovens oriundos de todo o país e da vizinha Espanha

“Este é o único festival de inverno no país que tem língua minoritária, o mirandês, nas suas mais diversas atividades, sendo esta uma forma de os mais jovens terem contacto como o nosso idioma secular”, vincou Henrique Granjo.

Pelas ruas da cidade haverá textos e frases em mirandês para um melhor entendimento dos visitantes e para se verificarem diferenças com o português.

A grande novidade para este ano do festival Geada é a iniciativa realizar-se na sua maioria ao ar livre, tendo como cenário as adegas e estabelecimentos do centro histórico da cidade de Miranda do Douro.

 A “Buolta a las Adegas” ou a “Volta às Adegas”, em língua portuguesa, promete animar os visitantes pelas ruas da cidade quinhentista de Miranda do Douro, encerradas ao trânsito durante os dias do Festival Geada, para dar a conhecer toda animação típica deste burgo raiano.

“Os festivaleiros desde que entram no centro histórico da cidade vão conhecer o património desta histórica localidade, que já foi sede de diocese, e depois apreciar a gastronomia típica dos dias frios de inverno, que vai desde os enchidos à posta mirandesa, ao cordeiro churro mirandês ou à bola doce mirandesa. No campo das adegas que se localizam no casco histórico estão todas abertas para receber os visitantes”, indicou a organização do Geada.

Este festival, promete a organização, estará repleto de animação de rua e atividades culturais, com atuações de bandas como os Quinta do Bill, OMIRI, os mirandeses Pica & Trilha e Urze de Lume, para dar um toque ‘folk’ ao festival.

Ao longo dos dois dias, os participantes terão a possibilidade de conhecer algumas “das mais belas tradições” de inverno do Planalto Mirandês, da dança à volta da fogueira do galo às danças dos pauliteiros e ao som da gaita-de-foles.

Outras das propostas do festival Geada passam pela oportunidade de tocar instrumentos tradicionais, como gaita de foles, caixa e bombo.

O Geada, que vai cumprir a 13.ª edição, tem como lema, em mirandês, “Bamos derretir l caraimbelo!” (“Vamos derreter o gelo”, em português) e pretende ser uma referência dos festivais de inverno no Norte de Portugal.

Fonte: Lusa

Mogadouro: Ritual do Velho de Vale de Porco resiste ao despovoamento

Mogadouro: Ritual do Velho de Vale de Porco resiste ao despovoamento

Em algumas aldeias do concelho de Mogadouro, os rituais profanos do solstício de inverno continuam a resistir ao despovoamento, tornando-se mesmo num cartaz turístico nos tempos de natal e ano novo.

A aldeia de Vale de Porco continua a apostar na tradição do Velho, como figura singular, que resiste à erosão dos tempos, tendo sido mesmo criada uma associação para a sua salvaguarda e divulgação.

Ana Maria Martins, uma das mentoras deste projeto de salvaguarda do Velho de Vale de Porco, disse que este ritual do Velho se estava a perder, sendo o objetivo desta coletividade revitalizar a tradição e todo o ritual.

“É necessário transmitir estas tradições aos mais jovens, porque achamos que ainda não é sentida como fazem os mais velhos da aldeia. A continuidade da tradição é um dos objetivos”, disse.

Em Vale de Porco, concelho de Mogadouro, a figura do Velho protagoniza todos os rituais da festa do Natal, associadas ao Solstício de Inverno, muito enraizadas na cultura e etnografia da região do Planalto Mirandês.

Segundo alguns investigadores transmontanos, o mascarado de Vale de Porco é denominado de Velho/Belho Chocalheiro ou até mesmo de Diabo.

Um dos segredos mais bem guardados deste ritual é o nome de quem veste o traje do Velho e, pelo que disse à Lusa, prefere o anonimato, mas conta a história.

“Há um princípio em que o Velho não deve ser identificado, e sua identidade tem de ser secreta, e só conhecida pelos mordomos da festa. A máscara deve ser retirada sem público para a pessoa não ser reconhecida”, disse o protagonista da festa.

Segundo o personagem, esta identidade secreta poderá estar ligada “a certas patifarias” que o Velho faz ao longo do seu ritual.

“Mesmo aqueles que conheciam a identidade das pessoas que vestem o traje do Velhos não a podem divulgar. Era um segredo que se mantinha entre toda a rapaziada do grupo”, vincou.

Só os chamados “mancebos”, rapazes entre os 13 e os 17 ou 18 anos, é que podiam vestir o traje. “Era um ritual de passagem para a fase adulta”, disse.

No dia de natal, pelo frio da manhã, os chocalhos rompem o silêncio da aldeia e o Velho Chocalheiro, no seu fato inteiriço de serapilheira, coroado com uma careta de pau predominantemente vermelha, com pormenores em preto, encimada por chifres e de chocalhos à cinta, sai à rua para gáudio da poluição.

Moisés Falcão recorda o ano de 1947 quando vestiu a fato de serapilheira e colocou a máscara do Velho, “eram tempos diferentes, mas era uma festa em que a rapaziada participava, porque havia muita”.

“Era uma honra representar o Velho, mas era preciso pagar em vinho e outros géneros”,vincou.

Esta figura sai sempre acompanhada pelos mordomos e realiza assim o ritual do peditório.

O velho percorre a aldeia, metendo-se com a garotada que, por sua vez, o vai provocando e atingindo-o de várias formas.

No ano novo, o “Velho” volta a sair à rua. Este momento festivo liga-se à mitologia da expulsão do ano velho e preparação do novo ano.

Antigamente também saía à rua no dia de consoada, para pedir e recolher cepos para a Fogueira do Galo da praça central desta aldeia.

Os rituais são celebrados ainda hoje em várias localidades transmontanas com alguns misticismo. Inserem-se num conjunto de rituais do solstício de inverno que se estendem até ao carnaval.

Fonte: Lusa

Bragança-Miranda: “O Natal precisa de ser narrado às novas gerações”, afirma D. Nuno Almeida

Bragança-Miranda: “O Natal precisa de ser narrado às novas gerações”, afirma D. Nuno Almeida

O bispo de Bragança-Miranda afirmou na homilia da Missa do Dia de Natal que o nascimento de Jesus é a “irrupção da luz divina num mundo cheio de escuridão”, que “precisa de ser narrado às novas gerações”.

“O Natal precisa de ser narrado às novas gerações que não olham com o mesmo significado para o presépio. Muitas crianças já não sabem quem está no Presépio”, afirmou D. Nuno Almeida.

O bispo de Bragança-Miranda referiu-se à campanha “Luz da Paz de Belém”, em que os escuteiros partilham a pequena luz acesa na gruta da natividade, e à operação da Cáritas “Dez Milhões Estrelas – Um gesto pela paz”, em que cada português é desafiado a acender, em sua casa, a vela da paz, dois gestos que ajudam a compreender o Natal, a luz “fonte de vida” em contraposição “à escuridão da mentira, da ignorância, da hipocrisia, da desonestidade, da corrupção”.

“A luz faz-nos viver, indica-nos a estrada e o sentido da própria vida. Além disso, enquanto gera calor, a luz significa também amor. Onde há amor, levanta-se uma luz no mundo; onde há ódio, o mundo permanece na escuridão”.

“Há tantas coisas belas no Natal, desde que não escondam ou substituam o Natal de Jesus. Desde que não retirem do centro Jesus-Menino; pois a Palavra de Deus faz-nos compreender que o Natal é a festa do grande encontro de Deus com os homens através de um Menino”, sublinhou.

O bispo de Bragança-Miranda terminou a homilia da Missa do Dia de Natal com uma proposta de oração a rezar junto ao presépio.

Fonte: Ecclesia