Sendim: Carnaval continua a gerar animação e convívio

Na Terça-feira de Carnaval, dia 21 de fevereiro, a população de Sendim voltou a “engalanar-se” para participar no desfile de Carnaval e no enterro do entrudo, duas tradições que continuam a trazer muita animação, convívio e espírito comunitário à vila sendinesa.

Na apresentação na praça de Sendim, o humor e a sátira deram alegria e animação à tarde de Carnaval.

O espetáculo de Carnaval, inteiramente realizado pela população local, iniciou-se às 14h30, com a concentração e o desfile dos grupos participantes, desde a capela de São Sebastião até à praça central da vila sendinesa.

Aí chegados, os grupos representantes das várias ruas, apresentaram-se ao público com os seus disfarces, máscaras e sátiras.

De acordo com o presidente de União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, no dia de Carnaval, “os sendineses fazem uso do humor e brindam a população local, com histórias engraçadas, inspiradas nos acontecimentos da vila ao longo do ano que terminou”.

Ao final da tarde, e após o desfile e as apresentações dos vários grupos, realizou-se o tradicional enterro do entrudo, com o cortejo fúnebre pelas ruas da vila até ao adro da igreja.

HA

Finanças: Validação de faturas termina a 27 de fevereiro

Para beneficiar das deduções no IRS, tem de validar as faturas do ano passado, através do portal e-Fatura, sendo que o prazo termina a 27 de fevereiro.

Para validar as faturas basta visitar o e-Fatura, na página online ou na app, cujos dados de autenticação são os mesmos que os usados para aceder ao Portal das Finanças.

Aí, há que colocar as faturas pendentes, numa das 12 categorias disponíveis: saúde, educação, lares, habitação, reparação de automóveis, reparação de motociclos, restauração e alojamento, cabeleireiros, atividades veterinárias, passes mensais, ginásios e despesas gerais familiares.

As restantes faturas emitidas no nome do contribuinte já foram encaixadas automaticamente nas categorias corretas, mas convém verificá-las, para assegurar que as deduções estão aproveitadas ao máximo. Pode também ver se constam todas as faturas de que tem memória, podendo faltar algumas que não tenham sido comunicadas.

Se tem filhos, deve consultar também as páginas deles no que diz respeito às faturas, validando-as e encaixando-as as categorias adequadas.

A validação das faturas é importante para o apuramento do imposto a pagar, já que é através das faturas que o Fisco calcula as deduções à coleta (pelas despesas com saúde, educação, rendas, ou gerais familiares) e a dedução do IVA por exigência de fatura (obtida com os gastos em oficinas, restaurantes, passes ou cabeleireiros por exemplo).

A data limite desta validação é segunda-feira, dia 27 de fevereiro.

Posteriormente, a entrega da declaração anual do IRS arranca a 1 de abril de 2023.

Fonte: Eco e HA

Economia: Grupo francês Engie aumentou lucros para 5.200 ME

Em 2022, o grupo francês Engie obteve lucros de 5.200 milhões de euros, um aumento de 78,4% em relação ao ano anterior (2.900 milhões) explicado pelo aumento dos preços do gás e eletricidade na sequência da guerra na Ucrânia.

Num comunicado divulgado, o grupo energético declarou que o volume de negócios no ano passado atingiu 93.900 milhões de euros, um aumento de 62,2%, enquanto o EBIT (Earnings Before Interest and Taxes) aumentou 47,2% para 9.000 milhões.

A CEO (Chief Executive Officer) da Engie, Catherine MacGregor, disse que durante 2022 o grupo acelerou os investimentos em energias renováveis, uma trajetória que pretende acelerar nos próximos dois anos, garantindo o fornecimento de energia aos seus clientes.

A empresa irá propor o pagamento de um dividendo de 1,40 euros por ação, o que representará uma distribuição de 65% do lucro líquido.

O grupo afirmou que as contas foram negativamente afetadas pela sua contribuição para o gasoduto Nord Stream 2, que foi paralisado por uma fuga, e por provisões para combustível nuclear belga, perdas parcialmente compensadas pela mais-valia resultante da venda da EQUANS.

Além disso, afirmou que os impostos sobre lucros inesperados adotados por alguns países, nomeadamente Bélgica e França, os dois países onde produz a maior parte da sua eletricidade, mas também em Itália, custaram 900 milhões de euros.

Fonte: Lusa

Língua: Mirandês em situação “muito crítica”

A língua mirandesa está numa situação” muito crítica” devido ao abandono por parte de entidades públicas e privadas, conclui um estudo elaborado pela Universidade de Vigo (UVigo), em Espanha.

Iniciado em 2020, o estudo estimou em cerca de 3.500 o número de pessoas que conhecem a língua, com cerca de 1.500 a usá-la regularmente, identificando uma rotura com este idioma, sobretudo nas gerações mais novas, através de uma “forte portugalização linguística”, assente em particular na profusão dos meios de comunicação nas últimas décadas, e na identificação do mirandês com ruralidade e pobreza locais.

“A língua mirandesa está numa situação muito crítica, dado o abandono das intuições públicas e privadas. A utilização do mirandês teve uma quebra de 50% no que se refere ao número de falantes. A este ritmo, este idioma desaparece em menos de 20 anos”, disse o investigador Xosé-Henrique Costas, professor catedrático da UVigo, que coordenou o estudo “Presente e Futuro da Língua Mirandesa”.

Este estudo tem por base 350 inquéritos feitos à população do concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, em março de 2020, por uma equipa de alunos da UVigo, designada por “Brigada da la Léngua” (Brigada da Língua).

Esta é também, e de acordo com o docente universitário, a primeira vez que uma universidade espanhola edita um trabalho de investigação escrito em mirandês, com versão em português destinada ao público e a investigadores que tenham dificuldades de compreensão da segunda língua oficial em Portugal.

Os responsáveis pelo estudo, apontam para a ratificação da Carta Europeia das Línguas Minoritárias e para a necessidade de uma nova Lei do Mirandês, atualizada de acordo com ações e medidas planificadas e orçamentadas em educação, justiça, administração local e regional, serviços públicos, meios de comunicação, atividades e equipamentos sociais, economia e intercâmbios transfronteiriços, como ponto de partida para que “a língua mirandesa ganhasse de novo vitalidade”, garante filólogo, especialista nas línguas portuguesa e galega.

Para os responsáveis pelo estudo “Usos, Atitudes i Cumpetencias Lhenguíticas de la Populacon Mirandesa”, as autoridades portuguesas “têm a obrigação de proteger e salvaguardar o mirandês para toda a humanidade, como protege e investe no lince ibérico ou nas florestas autóctones”.

“Este estudo pretende ser um retrato atual da vitalidade da língua mirandesa, dos seus usos, atitudes linguísticas e conhecimento dos habitantes da Terra de Miranda”, vincou o investigador.

As conclusões do estudo a que a Lusa teve acesso apontam que a rotura com este idioma transmontano se dá “sobretudo nos nascidos entre 1960-1980”, quando “se operou uma forte portugalização linguística”, através “da imprensa, rádio, TV, escola e administração pública”.

“Isso contribuiu para o seu desprestígio [da língua Mirandesa], e para a identificação do mirandês com a ruralidade, a pobreza e a ignorância. Houve nesta época uma terrível rutura da transmissão entre gerações”, frisou Xosé-Henrique Costas.

De acordo com o professor catedrático da UVigo, os falantes de mirandês andam por volta dos 3.500, embora apenas 1.500 o possam falar regularmente, no dia-a-dia.

“Mas o uso entre menores de 18 anos é só de 2%”, indicou o especialista, acrescentando que a língua “só é utilizada em ambientes familiares e vizinhos nas freguesias do Norte do concelho de Miranda do Douro”.

Para os investigadores da UVigo, as medidas concretas tomadas até agora a favor do mirandês, como o ensino opcional ou o uso bilingue da Câmara local e de outros serviços públicos e privados, “foram um placebo para manter viva esta secular forma de falar”.

“Um doente de cancro não pode ser tratado com aspirinas e orações uma vez ao ano. Há que diagnosticar bem, operar, medicar e avaliar no tempo a evolução da doença até ao coração. E tudo contra o relógio”, disse o investigador estabelecendo a gravidade da “doença” que afeta o mirandês.

Outra das conclusões aponta que a introdução optativa do estudo da língua mirandesa nas escolas do concelho, limitada a uma hora por semana, não tem livros de texto, materiais pedagógicos, nem vagas próprias de professorado especializado.

“Não se consegue deter a hemorragia nem recuperar novos falantes”, disse Costas num diagnóstico da situação atual, admitindo, porém, que é possível e urge “criar boas atitudes face à língua”, com menos preconceitos negativos” e estabelecer bons conhecimentos “como compreender, ler e escrever” o mirandês.

Mantendo-se a situação, “a este ritmo é possível que o mirandês morra antes [dos próximos] 30 anos”, conservando-se apenas como “um latim litúrgico para celebrações”, sem ser “língua para viver a diário”, indica o estudo que ainda não tem data para a sua apresentação oficial.

No trabalho de campo, o estudo do Departamento de Filologia da UVigo verificou que a população mais nova pede “condições para se sociabilizar em língua mirandesa”.

“Salvar o mirandês é uma questão de vontade política e de economia linguística”, concluiu a investigação.

Este trabalho contou com a colaboração da Associação de Língua e Cultura Mirandesa e do município de Miranda do Douro.

A língua mirandesa é uma língua oficial de Portugal desde 29 de janeiro de 1999, data em que foi publicada em Diário da República a lei que reconheceu oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.

A 21 de fevereiro assinalou-se o Dia Internacional da Língua Materna, estabelecido no âmbito das Nações Unidas.

Fonte: Lusa

Apicultura: Projeto para aumentar resiliência na criação de abelhas

Um projeto internacional do qual faz parte a Universidade de Coimbra (UC) quer aumentar a resiliência da apicultura a fatores de stress abióticos, como mudanças climáticas, perda de habitat e compostos químicos, nomeadamente pesticidas.

O projeto denominado ‘Better-B’ é financiado pelo Horizonte Europa, um programa para o financiamento da investigação e da inovação, na União Europeia, que junta 17 instituições de vários países e foi contemplado com cerca de seis milhões de euros, divulgou a UC.

Nos próximos quatro anos, os investigadores vão abordar diferentes tipos de fatores de stress através de monitorização, experimentação e modelação ecológica, explica a academia.

Citado numa nota de imprensa, o investigador José Paulo Sousa, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC e coordenador do projeto nesta universidade, explicou que “as colónias de abelhas melíferas estão muitas vezes mal-adaptadas para lidar com estes fatores de stress, em grande parte devido às práticas modernas de apicultura”.

“A chave para uma apicultura resiliente é aproveitar o ‘poder da natureza’ para restaurar a harmonia e o equilíbrio dentro das colónias e entre as colónias e o meio ambiente, ambos perturbados pelas atividades humanas”, referiu.

José Paulo Sousa sustentou que a solução passa por “compreender os processos e mecanismos que se aplicam na natureza e adaptar as práticas apícolas modernas e a tomada de decisões em conformidade, e quando adequado, utilizando os benefícios das tecnologias avançadas”.

O também docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia adiantou que no âmbito do ‘Better-B’ vai ser feita uma “avaliação da qualidade dos recursos florais em diferentes habitats e ainda as interações entre planta-polinizador”, para “compreender melhor os fenómenos de competição entre as abelhas melíferas e espécies de polinizadores selvagens em situações de abundância e escassez de recursos, recorrendo a monitorização e experimentação”.

Os dados recolhidos vão servir “para alimentar modelos para avaliar a ‘capacidade de carga’ de diferentes tipos de habitats e, ainda, para desenvolver ferramentas de tomada de decisão sobre como melhorar a estrutura do habitat em termos de recursos alimentares e balancear a atividade apícola e conservação/aumento da biodiversidade de polinizadores”, informa a UC.

A equipa do ‘Better-B’ vai também avaliar o impacto da “complexidade da paisagem e da contaminação por pesticidas no desempenho das colónias”, utilizando métodos de avaliação desenvolvidos e testados no âmbito do projeto ‘B-Good’, do qual a faculdade faz parte. Este último, divulgado em dezembro de 2019, passava pela realização de testes com colmeias inteligentes de baixo custo, para melhorar a gestão dos apiários.

“Serão avaliados os efeitos de determinados fatores abióticos na sensibilidade a pesticidas, realizando ensaios ecotoxicológicos com abelhas melíferas para avaliação de efeitos letais e subletais. A UC é a única instituição de ensino superior em Portugal a realizar este tipo de ensaios”, destacou José Paulo Sousa.

Neste projeto será igualmente avaliado o impacto da vespa asiática nas colónias de abelhas.

“Aqui, utilizaremos métodos de monitorização e será uma extensão de dois projetos da UC em parceria com as comunidades intermunicipais das regiões de Coimbra e Viseu Dão Lafões”, acrescentou o investigador.

Fonte: Lusa

Cidadania: MCTM diz que impostos das barragens são assunto de todos

O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) disse que a aprovação, na Assembleia da República, da resolução que recomenda a liquidação de impostos sobre as barragens deixou de ser um assunto regional, passando a ser “causa de todos os portugueses”.

“O sentido desta votação só foi possível porque o poder político compreendeu que a nossa luta tem a solidariedade do país profundo. Esta votação representa também um consenso parlamentar, unânime, numa causa que se tornou de todos os portugueses, porque se vai poder proceder à tributação de todas barragens que existem no país em sede de IMI [Imposto Municipal sobre Imóveis] e construídas no país depois da Lei da Água, antes de 2005”, explicou José Maria Pires, membro fundador do MCTM.

De acordo com os representantes do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM), “os portugueses não percebem, nem aceitam que a EDP e a Movhera, a coberto do seu poder económico, tenham um estatuto fiscal privilegiado”.

“Todos os que pagam os impostos que lhe são exigidos e cumprem a sua quota-parte da responsabilidade social não aceitam que a EDP e a Movhera não tenham o mesmo sentido de compromisso social que o comum dos portugueses”, vincou

Os deputados aprovaram a 17 de fevereiro um projeto de resolução do PS que recomenda ao Governo que assegure a captação das receitas associadas às barragens, mas chumbaram projetos do PCP, BE, PAN e Livre sobre questões fiscais relacionadas com barragens.

O projeto de resolução do PS foi aprovado com os votos favoráveis do PS, PSD, PCP, BE, PAN e Livre e a abstenção do Chega e Iniciativa Liberal, após um debate em que deputados de vários partidos da oposição acusaram os socialistas de apresentarem uma iniciativa que não tem valor e de apenas quererem salvar a face.

Em causa está um projeto de resolução que recomenda ao Governo que assegure as condições necessárias para a captação para os municípios de receitas no quadro da exploração económica dos aproveitamentos hidroelétricos.

“Das votações resulta também uma orientação firme no sentido de a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) proceder à cobrança dos impostos devidos pela venda das seis barragens da bacia do Douro, designadamente Miranda, Picote, Bemposta, Feiticeiro, Baixo Sabor e Foz Tua”, vincou José Maria Pires.

O MCTM espera agora que esta orientação “seja cumprida pela AT e seja devidamente interpretada pela EDP e pela Movhera”.

“O comportamento da AT relativamente à cobrança do IMI, com avanços e recuos inexplicáveis, deixa-nos expectantes quanto ao que farão agora relativamente ao pagamento dos impostos devidos com a transmissão das barragens e estranhamos que, decorridos mais de dois anos, ainda não tenha dado nota do resultado da inspeção tributária ao negócio da venda das barragens”, acrescentou.

O MCTM garantiu ainda que vai continuar “a pôr a nu a arrogância, a prepotência, a insensibilidade e falta de sentido de compromisso social enquanto este comportamento se mantiver”, e espera que, de uma vez por todas, “EDP e Movhera oiçam os ecos que vêm da votação na Assembleia da República que é voz do Portugal inteiro”.

“Não deixaremos que a AT ceda mais a pressões, seja de quem for, nem a influências de quem nos corredores próximos do ‘poder’ advoga a causa da EDP e da Movhera. Esperamos também que estas duas empresas tenham compreendido o significado e o alcance do consenso que a nossa luta gerou no país”,sustenta.

Na opinião dos membros que integram este movimento cívico, “os cidadãos da Terra de Miranda e todos os portugueses esperam destas empresas sentido de compromisso social e de responsabilidade perante toda a comunidade e que regularizem a sua situação tributária, corrigindo os comportamentos inaceitáveis e perigosos que têm adotado”.

Fonte: Lusa

Ensino: Professores e Ministério tentam acordo

Sindicatos de professores e Ministério da Educação retomam esta semana as negociações sobre um novo regime de recrutamento e colocação de professores, depois de o ministro ter garantido “total disponibilidade” para discutir a valorização da carreira.

Desde setembro de 2022 que representantes dos docentes e do Governo tentam chegar a acordo quanto a um novo modelo de seleção e colocação de professores, que também vinha sendo pedido pelos sindicatos.

Na quinta-feira, dia 23 de fevereiro, arranca a 6.ª ronda negocial e os sindicatos já fizeram saber que poderão pedir reuniões complementares visto existirem ainda matérias sem acordo à vista.

A possibilidade de os diretores poderem colocar alguns professores a trabalhar em duas escolas do mesmo Quadro de Zona Pedagógica (QZP) é um dos principais pontos de discórdia.

O atual anteprojeto prevê a criação de equipas de diretores – “Conselhos de Quadro de Zona Pedagógica” – responsáveis por distribuir o serviço e com poderes para colocar professores a dar aulas em dois agrupamentos quando se tratem de contratados ou de docentes do quadro com menos de oito horas letivas no horário.

No final da 5.ª ronda negocial, na passada sexta-feira, dia 17 de fevereiro, os sindicatos disseram que se a medida não caísse não haveria acordo. Para os sindicatos, os conselhos de diretores devem manter apenas as funções de seleção quando há necessidades transitórias de colocação.

O outro motivo que tem levado os sindicatos a recusar qualquer acordo é a recusa do Governo em recuperar o tempo de serviço congelado durante a Troika.

Os professores dizem não desistir dos cerca de seis anos e meio de serviço, lembrando que o Governo “devolveu” esse tempo a quem trabalha nas escolas dos Açores e da Madeira.

Enquanto a tutela não avançar com uma proposta de calendarização para debater o assunto, os professores vão continuar em protesto, participando em manifestações e greves.

“Neste momento, o que existe da nossa parte é a total disponibilidade para, assim que fecharmos este assunto do recrutamento, continuarmos sentados à mesa com as organizações sindicais para trabalharmos questões gerais da valorização da carreira e questões muito concretas como o combate à burocracia”, anunciou o ministro da Educação, João Costa, na sexta-feira, sem esclarecer se a negociação poderá chegar à recuperação do tempo de serviço.

Entre as medidas já acordadas estão a realização anual de concursos internos, a integração nos quadros de mais de 10 mil professores ainda este ano e o aumento dos atuais dez Quadros de Zona Pedagógica para 63.

No caso dos docentes que se mantenham a contrato, a tutela promete que passará a haver três escalões salariais para que possam progredir consoante os anos de serviço.

Até agora os docentes recebiam sempre como se estivessem no 1.º escalão, mesmo que estivessem a dar aulas há várias décadas.

A proposta da tutela prevê que após 1.095 dias de serviço (equivalente a três anos), o docente sobe para o equivalente ao 2.º escalão e passados outros três anos pode voltar a subir.

Mas existem requisitos para subir na carreira como ter concorrido a escolas de pelo menos dez QZP, ter aceitado todas as colocações e cumprido integralmente os contratos nos dois anos anteriores.

A proposta da tutela prevê também o agravamento da penalização aos docentes que recusem um horário, passando a ficar dois anos impedidos de ser colocado (agora é um).

As negociações têm decorrido num ambiente tenso, com os sindicatos a convocar greves, que começaram em dezembro e estão previstas até março, e o Ministério da Educação a pedir a convocação de serviços mínimos.

Depois de o Tribunal Arbitral ter decidido pela convocação de serviços mínimos para as greves por tempo indeterminado decretadas pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP), o ME decidiu agora pedir também para as duas greves regionais decretadas para 2 e 3 de março, que foram organizadas por uma plataforma de estruturas sindicais.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Santuário do Naso associou-se à JMJ 2023

No âmbito da preparação para a Jornada Mundial da Juventude 2023, celebrou-se este Domingo, dia 19 de fevereiro, no Santuário de Nossa Senhora do Naso, na Póvoa, a missa e a plantação de uma oliveira, pelos jovens do concelho de Miranda do Douro.

Na celebração da eucaristia, o padre Manuel Marques, exortou a assembleia e em particular os jovens mirandeses, presentes na capela de Nossa Senhora da Naso, a serem santos.

“Precisamos mudar a ideia de que os santos são uns coitadinhos que vivem fechados nas igrejas! Ser santo é ser virtuoso! Ser santo é exercitar-se nas virtudes e praticar a bondade, a justiça e a fortaleza de alma”, disse.

De acordo com o pároco do Santuário de Nossa Senhora do Naso, ao agir assim, os cristãos fazem a diferença no mundo e transmitem a fé, a esperança e a caridade.

Após a celebração religiosa, realizou-se no recinto do santuário a plantação de uma árvore. Esta iniciativa teve como objetivo sensibilizar os mais jovens para a importância da preservação do ambiente.

“A sustentabilidade ambiental é um dos três eixos do compromisso sustentável da JMJ 2023”, refere o comunicado.

Aquilino Ginjo, membro da Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Naso, acrescentou que a missa e a plantação da oliveira visam assinalar e perpetuar na memória dos jovens e do povo mirandês, a realização, inédita, em Portugal, da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

“O Santuário do Naso quis associar-se à Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com a plantação desta oliveira e de uma placa comemorativa, que são um registo para a posteridade deste grande encontro mundial de jovens”, disse.

Quem também se associou a esta iniciativa foi a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, e no momento da plantação da árvore, a autarca, comparou a resiliência da oliveira à tenacidade do povo mirandês.

“Assim como a oliveira resiste em terrenos menos férteis, também o povo e os jovens mirandeses resistem diante das dificuldades do isolamento e de êxodo demográfico”, disse.

A iniciativa “Plantação de uma árvore no âmbito das JMJ 2023” foi promovida pelo município de Miranda do Douro, em colaboração com a Confraria de Nossa Senhora do Nazo e Picão e a Junta de Freguesia da Póvoa.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.

A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

A próxima edição da Jornada Mundial da Juventude vai realizar-se em Lisboa, de 1 a 6 agosto de 2023.

HA

Vimioso: Jovens expõem trabalhos sobre a beleza

A exposição “Ensaio sobre a perfeição estética” foi inaugurada no dia 17 de fevereiro, na casa da cultura de Vimioso e contou com a presença dos autores, os alunos do Agrupamento de Escolas Emídio Garcia, de Bragança, que deram a conhecer o conceito de beleza e os seus enganos, através da arte.

A exposição é constituída por 30 estatuetas, máscaras, painéis e pinturas feitas pelos alunos do 1º, 2º e 3º anos, dos cursos profissionais Técnico Animador Sociocultural e Técnico Auxiliar de Saúde, da escola Emídio Garcia, de Bragança.

Na inauguração, o curador da exposição, Acácio Pradinhos, explicou que ao longo dos anos, o agrupamento de escolas brigantino acolhe muitos alunos do concelho de Vimioso, pelo que acharam oportuno dar a conhecer estes trabalhos à comunidade vimiosense.

“Alguns dos trabalhos inspiram-se na obra do artista suiço, Alberto Giacometti e refletem o diálogo entre a estatueta e a máscara. Outras obras inspiram-se nos caretos de Lazarim, de Podence e da zona de Bragança. Há ainda outros trabalhos que tentam expressar a procura da perfeição estética”, explicou.

O professor de Expressão Artística acrescentou que os alunos do curso Técnico Auxiliar de Saúde, procuraram também alertar para o problema dos padrões de beleza, que amiúde influenciam tanto os jovens, através dos conteúdos divulgados das redes sociais.

“Os alunos pesquisaram sobre os padrões de beleza e fizeram painéis e pinturas alusivos a este tema, que por vezes, dá origem a problemas graves de saúde como são a anorexia e a bulimia”, disse.

Para dar forma à sua inspiração, os jovens artistas utilizaram arame, pasta de papel, pasta de modelar, tintas e outros materiais.

Pedro Afonso Ferreira, frequenta o curso profissional de Animação Sociocultural e explicou que construiu uma estatueta inspirado nos trabalhos de Alberto Giacometti.

“Construí uma escultura de traços finos e com uma expressão assustada”, disse.

Por sua vez, a companheira de turma, Inês Falcão Fernandes, natural de Vimioso, que também construiu uma estatueta inspirada no artista suíço, explicou que o conceito de beleza é uma utopia, dado que “não há ninguém perfeito”.

A exposição “Ensaio sobre a perfeição estética” resultou de um trabalho paciente e sistemático dos alunos e do professor da disciplina de Expressão Artística.

Nesta exposição, os alunos aprenderam os vários elementos da linguagem visual, como são a estrutura, a forma, as texturas e a cor.

“As peças feitas pelos alunos são o resultado de um processo criativo e alegre. Neste percurso, os alunos viveram o autêntico espírito de grupo e aprenderam a não temer os desafios. Estas formas de criação artística são o modo como os jovens interpretam o mundo”, lê-se no comunicado.

De acordo com a vereadora da cultura, do município de Vimioso, Carina Lopes, a vinda desta exposição para Vimioso, resultou do entendimento entre o Agrupamento de Escolas Emídio Garcia, em Bragança e a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT).

“Dado que estudam neste agrupamento de escolas, alunos de várias localidades do concelho, como são os casos de Pinelo, Carção, Argozelo, Vimioso, etc., achamos que seria muito oportuno receber esta exposição na Casa da Cultura”, justificou.

A exposição “Ensaio sobre a perfeição estética” vai estar presente na Casa da Cultura, em Vimioso, até ao dia 31 de março.

HA

Agricultura: Produção de azeite diminuiu 40%

Em 2022, a produção de azeite rondou os 1,375 milhões de hectolitros, o que corresponde a uma diminuição de 40% face à campanha anterior, divulgou o INE.

“As previsões agrícolas apontam para uma produção de azeite, na campanha de 2022, a rondar os 1,375 milhões de hectolitros (cerca de 126 mil toneladas), o que corresponde a uma diminuição de 40% face à campanha anterior”, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Ainda assim, apontou a autoridade estatística, “num ano com condições meteorológicas e hidrológicas muito desfavoráveis e após a produção recorde de azeite de 2021 (com 2,29 milhões de hectolitros), a produção de 2022 deverá ser a quarta maior de sempre”.

Segundo a entidade, “de um modo geral, o azeite produzido apresenta boa qualidade, com baixa acidez e boas características organoléticas”.

Já quanto aos cereais de inverno, as dificuldades sentidas na instalação das searas devido ao encharcamento dos solos, que impediram a entrada das máquinas nos terrenos para a realização das sementeiras, levaram à diminuição da área de trigo mole (-15%), de trigo duro (-25%), de cevada (-5%) e de triticale (-10%).

“De referir que, apesar da tendência de estabilização em redor dos 100.000 hectares das últimas campanhas, o cenário previsto corresponde à menor área de cereais de inverno desde que há registos sistemáticos”, realçou o INE.

Fonte: Lusa