Opinião: E agora?

D. Nuno Almeida, Bispo de Bragança-Miranda

Agradecemos a Deus e a Maria a maravilhosa experiência da Jornada Mundial da Juventude. Dizemos obrigado a todos os jovens que fizeram parte, de tantos modos, desta aventura: a Jornada foi e é dos jovens! Agradecemos a D. Manuel Clemente, D. Américo, D. Joaquim, aos voluntários e a todos (Autoridades, Entidade Públicas e Privadas, Forças de Segurança …) a todos os que deram vida e deram um pouco da sua vida pela JMJ! Dizemos um enorme obrigado ao Papa Francisco!

Será preciso voltar a todas as palavras do Papa Francisco nesta JMJ, mas antes disso, aqui partilho alguns pontos de interpelação, pois o Papa Francisco pôs em prática, nesta JMJ, muitas propostas do Sínodo dos Jovens e do que nos legou em “Christus vivit”.

Partimos da JMJ com a certeza de que Deus está presente e operante na vida dos jovens, reconhecendo que o Espírito Santo atua na sua vida. Como nos convida a fazer o Papa Francisco: “o coração de cada jovem deve ser considerado «terra sagrada», diante da qual nos devemos «descalçar» para poder aproximar-nos e penetrar no Mistério” (Christus vivit, nn. 66-67).

Os jovens têm necessidade, antes de tudo, que tenhamos confiança neles, que saibamos identificar os pontos acessíveis de bem presentes na sua vida, que procuremos sem descanso espaços de escuta e de diálogo com eles. No fundo, que os olhemos com o mesmo olhar de Jesus Cristo, de Maria e do Papa Francisco.

Por tudo o que vimos, ouvimos, lemos e experimentámos nesta JMJ, destacam-se alguns aspetos particularmente evidentes que nos desafiam a tornarmo-nos seus companheiros de viagem:1.Existe uma forte busca de sentido; 2.Existe um grande desejo de autenticidade; 3.Existe uma busca espiritual profunda; 4.Existe, enfim, uma renovada “ânsia de comunidade” no mundo juvenil.

Destes pontos esquemáticos nascem muitas perguntas: em que modo iremos prestar realmente atenção à busca de sentido dos jovens? Conseguiremos acompanhar os jovens na direção de uma correta personalização da sua fé? Como propor hoje aos jovens o Evangelho da liberdade, convictos de que só na verdade e na caridade esta liberdade pode ser plena? Como anunciar hoje aos jovens o Senhor Jesus como plenitude de vida e de esperança para eles? Através de que experiências poderemos ajudar os jovens a saborear a comunidade, a fraternidade, a familiaridade?

“Reconhecemos, no episódio dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), um texto paradigmático para compreender a missão eclesial relativamente às jovens gerações.

Esta página exprime bem aquilo que gostaríamos que cada uma das nossas dioceses, paróquias, movimentos … pudesse viver na sua relação com os jovens.

O evangelista mostra a necessidade que os dois viandantes tinham de procurar um sentido para os acontecimentos que viveram. Ressalta-se a atitude de Jesus, que Se põe a caminho com eles. O Ressuscitado deseja percorrer o caminho com cada jovem, acolhendo as suas expetativas, mesmo que sejam desiludidas, e as suas esperanças, ainda que sejam inadequadas. Jesus caminha, escuta, partilha! Interroga-os e escuta com paciência a sua versão dos acontecimentos, para os ajudar a reconhecer aquilo que estão a viver. Depois, com afeto e energia, anuncia-lhes a Palavra, levando-os a interpretar à luz das Escrituras os factos que viveram. Aceita o convite para ficar com eles ao anoitecer: entra na noite deles. Enquanto O escutam, os seus corações abrasam-se e as suas mentes iluminam-se; na fração do pão, abrem-se os seus olhos. São eles mesmos que decidem retomar sem demora o caminho na direção oposta, para regressar à comunidade e compartilhar a experiência do encontro com o Ressuscitado” (DF, 4).

Se assim é, então, tudo fazer para que os jovens cruzem o seu olhar com Jesus Cristo! Tudo fazer para que os jovens escutem a Voz e Chamamento de Jesus Cristo! Tudo fazer para juntos seguirmos Jesus!

Jesus acompanhou o grupo dos seus discípulos, partilhando com eles a vida de todos os dias. A experiência comunitária põe em evidência qualidades e limites de cada pessoa, aumentando a consciência humilde de que, sem a partilha dos dons recebidos para o bem de todos, não é possível seguir o Senhor.

Esta experiência continua na prática da Igreja, que prevê os jovens inseridos em grupos, movimentos e associações de vários tipos, onde experimentam o ambiente caloroso e acolhedor e a intensidade de relações que desejam.

Possivelmente os jovens, nesta JMJ, não pediram, antes de tudo, para ser “instruídos”. Também não pediram que “os deixássemos em paz”. Nem que organizássemos algumas coisas para eles. Pediram-nos e pedem-nos, agora, que sejamos uma Igreja que caminha com eles. Pedem-nos que sejamos “companheiros de viagem”, como no caminho de Emaús.

São duas, segundo o Papa Francisco na ChV, as principais linhas de ação da pastoral dos jovens. Uma é caraterizada pela busca, a convocação, o chamamento, a atração dos jovens para a experiência de relação com Jesus Cristo. Para isto é necessário aproximarmo-nos dos jovens com a gramática do amor, não com uma atitude de proselitismo (ChV 211). Trata-se, também, de despertar em cada jovem a sua identidade de discípulo-missionário feliz, fiel e fiável: atrever-se a semear o primeiro anúncio nessa terra fértil que é o coração de outro jovem (ChV 210).

A outra desenvolve-se no crescimento, no desenvolvimento de um caminho de amadurecimento daqueles que se deixaram tocar e convidar (ChV 209).

Os jovens precisam de ser respeitados na sua liberdade, mas também precisam de ser acompanhados. A comunidade desempenha um papel muito importante no acompanhamento dos jovens, e é a comunidade inteira que se deve sentir responsável por acolhê-los, motivá-los, animá-los e estimulá-los.

+Nuno Almeida, Bispo de Bragança-Miranda

Fonte: Ecclesia

Ensino: Mais de 56 mil candidaturas ao ensino superior

Na primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior que decorreu até 7 de agosto, mais de 56 mil estudantes apresentaram a candidatura ao ingresso neste sistema de ensino.

De acordo com os dados atualizados diariamente na página da Direção-Geral do Ensino Superior, até ao dia 6 de agosto, a primeira fase do concurso contava já com 56.434 candidatos.

O número é ligeiramente mais baixo do que aquele registado no ano passado quando, a um dia do término do prazo, tinham-se candidatado 58.110 jovens.

No primeiro dia da abertura do concurso, apresentaram a candidatura 12.939 estudantes, para um total de 54.311 vagas.

Este ano, as instituições de ensino superior tem mais 275 lugares disponíveis do que inicialmente anunciado e mais 671 do que no ano passado.

Os resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior vão ser divulgados a 27 de agosto, mais cedo do que nos anos anteriores, de forma a assegurar um intervalo mínimo de 15 dias, entre a colocação na primeira fase e o início das aulas.

Outra das novidades do concurso é a disponibilização, pela primeira vez, de um contingente prioritário de estudantes economicamente carenciados (beneficiários de escalão A da ação social escolar), com 2.028 vagas, para cursos em todas as instituições de ensino superior públicas.

Por outro lado, foi alargado, para cerca de 3.800 vagas, o contingente prioritário para emigrantes, familiares e lusodescendentes para a segunda fase, que começa a 28 de agosto.

No ano passado, entraram no ensino superior 50.315 estudantes através do concurso nacional de acesso, entre os mais de 61 mil candidatos.

Fonte: Lusa

Meteorologia: Distrito de Bragança em aviso vermelho por causa do calor

Os distritos de Bragança, Castelo Branco e Guarda estão sob aviso vermelho, o mais grave, por causa do calor, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

No distrito de Bragança, o aviso vermelho estende-se até ao final do dia de quarta-feira, dia 9 de agosto.

Por causa da persistência de valores elevados da temperatura máxima, o IPMA colocou ainda sob aviso laranja (o segundo mais grave) os distritos de Vila Real, Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém, Portalegre e Évora.

Estes avisos passam a amarelo a partir das 23:00 de hoje e, pelo menos, até final do dia de quarta-feira em Vila Real, Viseu, Santarém, Portalegre e Évora.

Já em Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Lisboa e Setúbal está ativo até final do dia de hoje o aviso amarelo (o terceiro mais grave) e em Beja este aviso prolonga-se até às 23:00 de quarta-feira.

Dos 18 distritos de Portugal continental, Faro é o único que não se encontrará nos próximos dias sob qualquer tipo de aviso, segundo o IPMA.

Para esta terça-feira, dia 8 de agosto, o IPMA prevê a continuação do tempo quente, com uma pequena subida de temperatura no nordeste transmontano e uma descida da temperatura máxima no litoral, que será acentuada em alguns locais do litoral Centro.

Quanto a temperaturas, as mínimas vão variar entre os 17º Celsius (Bragança) e os 24ºC (Beja) e as máximas entre os 28ºC (Sagres) e os 41ºC (Castelo Branco).

Fonte: Lusa

Sendim: Festival de pauliteiros deu início à festa

Como já é tradição em Sendim, as Festas em Honra de Santa Bárbara iniciaram-se no Domingo, dia 6 de agosto, com o Festival de Pauliteiros, um evento cultural que este ano, para além dos grupos locais, contou com a participação dos grupos convidados de Duas Igrejas e dos Antigos Alunos do Orfeão da Universidade do Porto (AAOUP).

Os pauliteiros de Miranda – Sendim encerraram o IX Festival Ibérico de Pauliteiros.

O IX Festival de Pauliteiros iniciou-se às 17h00, na praça central de Sendim e o adro da igreja foi o palco das atuações para os vários grupos de pauliteiros. O festival começou com a atuação das jovens pauliteiras de Sendim. Seguiu-se a atuação dos pauliteiros de Duas Igrejas, um grupo fundado em 1945, sob a orientação do saudoso padre António Maria Mourinho.

A surpresa do festival deste ano foi a atuação dos mordomos da comissão de festas de Santa Bárbara, que num grupo constituído por homens e mulheres, presentearam o público com a dança de vários “llaços”.

A terceira atuação da tarde foi a dos Antigos Alunos do Orfeão da Universidade do Porto (AAOUP), que após anos de interregno decidiram recuperar a tradição da dança dos pauliteiros.

A última atuação coube aos anfitriões, os pauliteiros de Sendim, que assumem a missão dar a conhecer a tradicional dança dos paus, em Portugal e no estrangeiro. No corrente ano, os pauliteiros sendineses atuaram em Bimenes (Espanha) e em Zagreb (Croácia), aquando das comemorações do Dia de Portugal.

Após as atuações, a Casa do Pauliteiro de Sendim, homenageou os ex- pauliteiros e dirigentes, David Jantarada e Henrique Fernandes, pela dedicação e o serviço prestados à associação e à promoção da cultura local.

De acordo com o presidente da Casa do Pauliteiro de Sendim, David Brás, o festival de pauliteiros visa promover esta dança tradicional da Terra de Miranda e ganha especial relevo numa fase em que o município de Miranda do Douro apresentou a candidatura “Danças dos pauliteiros nas festividades”, ao Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial.

No mesmo sentido, o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, sublinhou a importância dos pauliteiros de Miranda, na defesa da identidade deste território e aproveitou o festival em Sendim, para apelar à unidade e ao trabalho conjunto dos grupos de pauliteiros do concelho.

“Se os vários grupos de pauliteiros trabalharem juntos e assumirem a missão de promover este território, estou convencido de que a candidatura da “Dança dos pauliteiros nas festividades” vai dar ainda mais visibilidade à nossa região”, disse.

O IX Festival Ibérico de Pauliteiro finalizou ao final de tarde de Domingo, dia 6 de agosto, mas as Festas em honra de Santa Bárbara, continuam até ao próximo dia 13 de agosto.

De acordo com o presidente da União de Freguesia de Sendim e Atenor, Luís Santiago, ao longo desta semana, são esperadas muitas pessoas na vila de Sendim, dado que é um período de férias e durante o qual se verifica o regresso e a estadia dos emigrantes e dos sendineses que vivem noutras localidades do país.

“No verão há muita gente que regressa a Sendim, para descansar e para participar nas festividades em honra de Santa Bárbara. A praça central de Sendim, por exemplo, e à semelhança do que aconteceu neste Domingo, com o IX Festival de Pauliteiros, vai estar sempre cheia de gente e muito animada! Aproveito para convidar todos a visitarem a vila de Sendim nesta semana de festa!”, disse.

No encerramento do festival, os vários grupos de pauliteiros dançaram em simultâneo.

HA

Picote: Voltou a celebrar-se a Festa em honra do Divino Santo Cristo

A festa em honra de Santo Cristo, em Picote, decorreu no fim-de-semana de 5 e 6 de agosto, num programa festivo, cujos destaques foram a assembleia comunitária no Dia da Freguesia, e no Domingo, a missa solene, seguida da procissão até à capela de Santo Cristo, acompanhada pela Banda Filarmónica Mirandesa.

Após a eucaristia realizou-se a procissão em direção à capela de Santo Cristo, em Picote.

No Domingo, dia 6 de agosto, a festa em honra de Santo Cristo iniciou-se com o peditório da comissão de festas, pelas ruas de Picote, acompanhados pela música da Banda Filarmónica Mirandesa.

Às 14h00, celebrou-se na igreja matriz de Picote, a missa solene em honra de Santo Cristo, uma celebração que contou com a participação da população local, de emigrantes e de outros picoteses, que vivem noutras localidades do país.

No decorrer da celebração, o padre António Pires, fez referência ao encerramento das Jornadas Mundiais da Juventude e elogiou os milhares de jovens que “apressadamente” viajaram para Lisboa, para partilhar a fé em Deus.

“Nesta festa de Santo Cristo também nós somos transfigurados na esperança! Para entrar na vida eterna é necessário escutar e seguir Jesus”, disse.

Após a celebração, seguiu-se a procissão até à capela de Santo Cristo, em Picote.

Finalizada a celebração religiosa, a Banda da Associação Filarmónica Mirandesa interpretou dois temas musicais, no antigo coreto da localidade, que é considerado um ícone da localidade.

Num comentário às festas da localidade, durante as quais se celebrou também o Dia da Freguesia, o autarca, Jorge Lourenço, elogiou o trabalho da comissão de festas, ao longo do ano, para voltar a celebrar a festa em honra do Divino Santo Cristo.

Na chegada à capela de Santo Cristo, foi entoado um cântico de prece a Nossa Senhora, para que interceda pelos picoteses junto de seu Filho, Jesus.

Sobre o Dia da Freguesia, assinalado a 5 de agosto, o presidente da freguesia, Jorge Lourenço, referiu que a cerimónia iniciou-se às 10h00, com o hastear da bandeira. À tarde realizou-se a assembleia comunitária, no salão da casa do povo.

“No decorrer da assembleia comunitária apresentámos alguns dos projetos que estão em curso na freguesia de Picote, como são o projeto da gestão sustentável dos terrenos baldios ou a limpeza dos terrenos não cultivados, dada a perigosidade do risco de incêndio. Para este efeito, até ao final do ano, pretendemos constituir uma cooperativa, que terá entre outras responsabilidades a agropecuária, o turismo e a gestão da natureza”, indicou.

Segundo o autarca de Picote, há outros projetos em curso na freguesia, como é a limpeza da linha de água até ao rio Douro e os arranjos urbanísticos na localidade, obras que contam com o apoio do município de Miranda do Douro.

No âmbito desportivo, a freguesia de Picote associou-se à iniciativa do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), que está a preparar a primeira edição do “Ultra Trail Tierra de Miranda”, agendado para o dia 24 de setembro, em Picote.

“De modo a proporcionar um bom acolhimento às várias centenas de atletas e visitantes esperados em Picote, no fim-de-semana de 22, 23 e 24 de setembro, a freguesia e a associação Frauga vão organizar a I Feira da Línguas, com o objetivo de promover a língua e a cultura mirandesas”. adiantou.

HA

Cultura: Curso sobre a língua mirandesa em Coimbra

Numa época em que o mirandês se encontra “severamente ameaçado”, a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) propõe um estudo sobre a língua, com a primeira edição do curso “Mirandês: Linguística e Didática”, cujas inscrições estão abertas até 14 de setembro.

“O mirandês é, atualmente, uma língua seriamente ameaçada”, afirma a responsável pelo curso Mirandês: Linguística e Didática, Cristina Martins. No entanto, a formação agora lançada pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) “não é um curso de mirandês, mas sim um curso sobre a língua mirandesa e o seu ensino”, explica.

O objetivo é desenvolver “conhecimento linguístico explícito sobre a língua e a sua didática”, encontrando instrumentos para promover o ensino do mirandês.

No concelho de Miranda do Douro, existem apenas três mil e quinhentos falantes ativos. O mirandês ouve-se, mas apenas entre os mais idosos. A língua não está a ser usada pelos jovens, situação que coloca o mirandês entre as categorias de “severamente ameaçado” e “criticamente ameaçado”, segundo a escala de vitalidade das línguas de Krauss.

“Ensinar mirandês é fundamental”, defende Cristina Martins, “a presença desta língua minoritária na escola é uma forma de a valorizar aos olhos dos seus próprios falantes, não apenas os atuais, mas também os potenciais.” Perante o cenário de abandono do mirandês em contexto doméstico, “a escola assume uma função decisiva na transmissão da língua às crianças e jovens”.

Este é o primeiro curso sobre a língua mirandesa que a FLUC organiza. A formação decorre em sessões síncronas por videoconferência e cada tópico é lecionado por um especialista. No curso participam docentes da FLUC, mas também professores e investigadores de outras instituições que se dedicam ao estudo do mirandês.

Com 20 vagas disponíveis, o curso destina-se a interessados na língua mirandesa com formação académica superior e está acreditado pelo Conselho Científico-Pedagógico de Formação Contínua para Educadores de Infância e Professores dos Ensinos Básico e Secundário. As inscrições estão abertas até 14 de setembro. Para mais informações consulte a página do curso.

Fonte: Notícias UC | Ana Bartolomeu

Política: Autarcas satisfeitos com aprovação da linha Porto, Zamora e Madrid 

Os autarcas transmontanos congratularam-se se com a aprovação, por unanimidade, da declaração de apoio do Conselho Provincial de Zamora, em Espanha, para ligar as cidades do Porto, Zamora e Madrid através de uma ferrovia de alta velocidade por Trás-os-Montes.

“Foi aprovado por unanimidade, pelos partidos políticos com representação no Conselho Provincial de Zamora, o apoio à proposta de construção da uma ligação de via-férrea a alta velocidade entre o Porto e Madrid via Trás-os-Montes”, disse à Lusa o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo.

De acordo com o líder da CIM transmontana, o traçado apresentado tem prevista passagem por Mirandela, Bragança, Macedo de Cavaleiros e pela designada Terra de Miranda.

“Penso que todos os concelho que integram a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) estão imbuídos neste desejo de que esta ligação à alta velocidade se possa concretizar”, vincou o também autarca de Vimioso.

Já o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, indicou que esta aprovação por parte do Conselho Provincial de Zamora se traduz “ numa vontade clara” de trabalho transfronteiriço o que dá sinal de um entendimento claro de que “é necessário promover os territórios raianos”.

“Esta ligação ferroviária à alta velocidade é de facto extremamente relevante, não só sob o ponto de vista social, económico e do desenvolvimento do território, mas também pela capacidade para se contribuir para debelar problemas resultantes das alterações climáticas, tendo em conta que o transporte ferroviário é mais ecológico”, defendeu o autarca de Bragança.

Já a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, referiu que há união de esforços para escrever o futuro do território nordestino e do Norte em geral.

“Não podemos reescrever o passado, mas hoje é novo capítulo que se iniciou na cooperação transfronteiriça. Este estudo da Associação Vale d’Ouro a ser incluído no nosso Plano Nacional Ferroviário [PNF] alavancará o desenvolvimento da região Norte, principalmente no território transmontano”, descreveu.

A proposta/estudo aprovada no Conselho Provincial de Zamora foi uma iniciativa da Associação Vale d’Ouro que sugere uma ligação de pouco mais de duas horas entre o Porto e Madrid, via Trás-os-Montes, com ligação à rede de alta velocidade espanhola em Zamora, podendo ser também uma alternativa à ligação Lisboa–Madrid.

“Manifestamos o nosso apoio aos presidentes das câmaras municipais transfronteiriças de Bragança, Miranda do Douro, Macedo de Cavaleiros e Vimioso, bem como à Associação Vale d’Ouro, em todas as ações e iniciativas realizadas para a concretização deste projeto que consideramos vital para o progresso tanto da província de Zamora como da região Norte de Portugal”, pode ler-se num documento, assinado pelo presidente da Deputación de Zamora, Xavier Fauende.

A Associação Vale D’Ouro, sediada no Pinhão, no distrito de Vila Real, divulgou em outubro de 2021 um estudo que propõe uma linha de alta velocidade ferroviária que colocaria o Porto a três horas de Madrid, em Espanha, passando pelas capitais transmontanas Vila Real e Bragança, e por Zamora, onde ligaria à rede de alta velocidade espanhola.

Autarcas e outras entidades regionais portuguesas também fizeram chegar as pretensões locais durante o período de discussão pública do plano, que terminou em 28 de fevereiro, nomeadamente a de que a ligação ferroviária Porto/Vila Real/Bragança tenha perfil de alta velocidade e ligação a Espanha, em Zamora, com passagem no planalto mirandês.

O Plano Ferroviário Nacional (PFN) tem como principais objetivos “passar de 4,6% para 20% de quota modal no transporte de passageiros”, “passar de 13% para 40% de quota modal no transporte de mercadorias”, “assegurar ligação com elevada qualidade de serviço aos 28 centros urbanos de relevância regional, que incluem todas as capitais de distrito, potenciando o seu desenvolvimento”.

Fonte: Lusa

Ferrovia: Zamora apoia alta velocidade Porto-Madrid por Trás-os-Montes

Os partidos políticos representados no Conselho Provincial de Zamora, em Espanha, manifestaram apoio à proposta que defende ligar as cidades do Porto, Zamora e Madrid através de uma ferrovia de alta velocidade por Trás-os-Montes.

A proposta/estudo foi uma iniciativa da Associação Vale d’Ouro que sugere uma ligação de pouco mais de duas horas, entre o Porto e Madrid, via Trás-os-Montes, com ligação em Espanha por Zamora, podendo ser também uma alternativa na ligação Lisboa – Madrid, e já recebeu o apoio da Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes que representa nove concelhos do distrito de Bragança.

“Manifestamos o nosso apoio aos presidentes das câmaras municipais transfronteiriças de Bragança, Miranda do Douro, Macedo de Cavaleiros e Vimioso, bem como à Associação Vale d’Ouro, em todas as ações e iniciativas realizadas para a concretização deste projeto que consideramos vital para o progresso tanto da província de Zamora como da região Norte de Portugal”, pode ler-se num documento a que Lusa teve acesso, assinado pelo presidente da Deputación de Zamora, Xavier Fauende.

A Associação Vale D’Ouro, sediada no Pinhão, no distrito de Vila Real, divulgou em outubro de 2021 um estudo que propõe uma linha de alta velocidade ferroviária que colocaria o Porto a três horas de Madrid, em Espanha, passando pelas capitais transmontanas Vila Real e Bragança, e por Zamora, onde ligaria à rede de alta velocidade espanhola.

“Ficámos positivamente surpreendidos com esta tomada de posição por parte da Deputacón de Zamora, sendo um sinal positivo do lado de Espanha de um manifesto interesse na nossa proposta”, defendeu o presidente da associação Vale D’Ouro, Luís Almeida.

De acordo com o responsável, o estudo da Associação Vale d‘Ouro foi desenvolvido com o objetivo de contribuir para a discussão pública do Plano Nacional Ferroviário (PNF).

“O estudo está no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para avaliação estratégica ambiental que se espera concluído no final de 2023 ou início de 2024”, acrescentou Luís Almeida.

O Conselho Provincial de Zamora exorta igualmente as restantes administrações públicas, os agentes económicos e sociais da província, todos os grupos e associações, e a sociedade zamorana em geral, a juntarem-se à reivindicação de unir forças com os vizinhos portugueses.

O texto de apoio foi apresentado em Zamora, no dia 4 de agosto, na presença dos presidentes dos municípios de Bragança, Miranda do Douro, Macedo de Cavaleiros e Vimioso.

O texto desta declaração institucional, de acordo com os representantes da Deputación  de Zamora, será enviado ao Governo da Espanha e à Junta de Castela e Leão.

Autarcas e outras entidades regionais portuguesas também fizeram chegar as pretensões locais, durante o período de discussão pública do plano, que terminou em 28 de fevereiro, nomeadamente que a ligação ferroviária Porto/Vila Real/Bragança tenha perfil de alta velocidade e ligação a Espanha, em Zamora, com passagem no Planalto Mirandês.

O Plano Ferroviário Nacional (PFN) tem como principais objetivos “passar de 4,6% para 20% de quota modal no transporte de passageiros”, “passar de 13% para 40% de quota modal no transporte de mercadorias”, “assegurar ligação com elevada qualidade de serviço aos 28 centros urbanos de relevância regional, que incluem todas as capitais de distrito, potenciando o seu desenvolvimento”.

Fonte: Lusa

Lisboa 2023: «JMJ faz parte duma história que continua» – Francisco

O Papa Francisco encontrou-se com os voluntários da JMJ Lisboa 2023, afirmando que o encontro mundial “não pode ser reduzido” a um momento.

Perante 25 mil pessoas, Francisco disse que a JMJ “faz parte duma história que a precede e a segue”.

No Passeio Marítimo de Algés, o Papa agradeceu também o trabalho realizado pelos voluntários que “tornaram possível estes dias inesquecíveis”.

Os voluntários deram respostas a inúmeras necessidades, mas sempre “com o sorriso e de olhos luminosos, porque cheios de amor”, referiu Francisco.

Trabalhastes nos momentos de preparação, depois no acolhimento e no serviço de orientar multidões enquanto se deslocavam de um encontro para outro”.

Os voluntários correram, mas “não numa corrida frenética e sem meta que às vezes carateriza o nosso mundo; esse tipo de corrida não leva ao encontro com os outros, podendo até tornar-se uma fuga das relações”, afirmou o pontífice

Depois de ouvir três testemunhos de voluntários – Clara, Francisco e Filipe – que falaram de “um encontro especial com Jesus”, o Papa Francisco lembrou que o “encontro mais belo, o motor de todos os outros, aquele que faz a vida avançar é o encontro com Ele”.

“Para pôr ordem na vida, não servem as coisas, as distrações e o dinheiro; o que serve é dilatar o coração, ampliá-lo abrindo-o ao amor”, sublinhou.

A JMJ, indicou, “continua amanhã, em casa, na paróquia, na escola e na universidade, levando por diante a caminhada de grupo juntamente com os outros e dando testemunho!”.

Ao fazer referência à Nazaré, uma localidade a norte do Patriarcado de Lisboa, onde “se podem admirar ondas que chegam aos trinta metros de altura tornando-se uma atração mundial”, o Papa Francisco disse que nesta jornada os peregrinos também “enfrentaram uma onda enorme, não de água, mas de jovens que afluíram a esta cidade”.

Por fim, pediu aos voluntários para “continuarem a cavalgar as ondas da caridade”.

“Sede «surfistas do amor»! Seja o serviço da JMJ a primeira de tantas ondas boas; cada vez sereis levados mais alto, mais perto de Deus, e isto permitir-vos-á ver duma perspetiva melhor o vosso caminho” apelou.

No final, antes de conceder a sua bênção, Francisco insistiu no convite a “galgar a onda”.

O Papa segue para o Aeroporto de Figo Maduro, onde encerra uma viagem de cinco dias a Portugal, onde presidiu à JMJ 2023 e visitou o Santuário de Fátima.

Fonte: Ecclesia

Lisboa 2023: «Não tenham medo!» – Papa Francisco

O Papa pediu em Lisboa que os jovens “não tenham medo” da vida, falando aos 1,5 milhões de participantes na JMJ 2023, durante a Missa do envio, último evento central do encontro.

“Ele [Jesus] diz-lhes hoje, aqui em Lisboa, nesta Jornada Mundial da Juventude: não tenham medo! Não tenham medo, animem-se, não tenham medo!”, referiu, na homilia da celebração, sublinhada com uma salva de palmas dos peregrinos dos cinco continentes.

Francisco destacou a “bonita” experiência da JMJ, iniciada na última terça-feira, e quis deixar uma pergunta aos jovens: “Que levamos connosco?”.

O Papa respondeu a esta pergunta com três verbos, a partir do relato da transfiguração de Jesus – “resplandecer, ouvir, não ter medo” -, com especial destaque para a última expressão.

A intervenção, em espanhol, voltou a ser largamente improvisada pelo Papa – à imagem do que tem acontecido nos últimos dias -, em volta do apelo “não tenham medo”, uma expressão que se repete nos Evangelhos.

Francisco destacou que esse imperativo se dirigia a cada um dos participantes: “A vocês, jovens, que viveram esta alegria, podemos dizer esta glória – porque algo de glória tem este encontro entre nós-; a vocês, que cultivam sonhos grandes, mas às vezes ofuscados pelo medo de não os ver realizados; a vocês, que às vezes pensam que não serão capazes – de vez em quando mete-se em nós um pouco de pessimismo”.

A vocês, jovens, tentados neste tempo pelo desânimo, pela ideia de se julgarem fracassados, talvez, ou por tentar esconder a dor com um sorriso; a vocês, jovens, que querem mudar o mundo – e é bom que queiram mudar o mundo –, a vocês que querem mudar o mundo e lutar pela justiça e a paz; a vocês que colocam vontade e criatividade na vida, mas parece não ser suficiente; a vocês, jovens, de que a Igreja e o mundo precisam, como a terra precisa da chuva; a vocês, jovens, que são o presente e o futuro. Sim, precisamente hoje, Jesus diz: não tenham medo! Não tenham medo!”.

Francisco pediu que cada um, em silêncio, repetisse no seu coração estas palavras: “Não tenham medo!”.

“Queridos jovens, gostaria de poder olhar cada um de vocês nos olhos e dizer: não tenham medo! Não tenham medo!”, insistiu.

Digo-lhes algo ainda mais bonito: já não sou eu, é Jesus que está a olhar para vocês, está a olhar. Ele conhece cada um, conhece o coração de cada um de vocês, conhece a vida de cada um. Conhece as alegrias, conhece as tristezas, os sucessos e os fracassos”.

O Papa lembrou que Jesus rompeu com a imagem de um “messias poderoso, mundano” e que o momento da transfiguração, “um banho de luz”, prepara os discípulos “para a noite da Paixão”.

“Amigos, queridos jovens, também hoje precisamos de algo de luz, uma centelha de luz que seja esperança para enfrentar tantas escuridões que nos assaltam na vida, tantas derrotas quotidianas”, apontou.

“Jesus é a luz que não se apaga, a luz que brilha onde é noite”, acrescentou.

Francisco advertiu que ninguém se torna “luminoso” quando se coloca “debaixo dos holofotes” ou apresenta uma “imagem perfeita”, “forte”.

“Brilhamos quando, acolhendo Jesus, aprendemos a amar como Ele. Amar como Jesus, isso faz-nos luminosos, faz de nós obras de amor”, sustentou.

O Papa falou ainda do verbo “escutar”, considerando que ouvir Jesus representa “tudo o que se deve fazer na vida”.

“Escutar Jesus, o segredo está aí, escutar o que de diz Jesus”, prosseguiu, recomendando que cada jovem possa pegar no Evangelho para encontrar “palavras de vida eterna”.

“Ele revela que Deus é Pai, é amor, Ele revela-nos o caminho do amor”, precisou.

A homilia advertiu para “caminhos que parecem ser do amor”, mas que no fim são “egoísmos disfarçados de amor”.

Simbolicamente, o Papa entrega uma Cruz da JMJ 2023 a jovens dos cinco continentes, como sinal de envio missionário.

Francisco chegou ao altar em cadeira de rodas e ocupou a cadeira da presidência; a celebração no altar foi confiada a D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, devido aos problemas que têm afetado o Papa nos últimos anos.

A celebração reuniu 1,5 milhões de pessoas e foi concelebrada por 700 bispos e 10 mil sacerdotes.

Lisboa recebeu de 1 a 6 de agosto a primeira edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em território português, com a presença de centenas de milhares de participantes dos cinco continentes.

Portugal é o 13.º país a acolher este encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, sob a presidência do Papa.

Até hoje houve 15 edições internacionais da JMJ – que decorrem de forma alternada com celebrações anuais em cada diocese católica: Roma (1986), Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016), Panamá (2019) e Lisboa (2023).

Fonte: Ecclesia