Dia da Mãe: «Criei com os meus filhos uma grande proximidade» – Helena Barril

Dia da Mãe: «Criei com os meus filhos uma grande proximidade» – Helena Barril

No domingo, 2 de maio, assinala-se o Dia da Mãe. Como ninguém, as mães são capazes de se doar, de compreender, de aceitar, de acompanhar. A mãe também ensina os filhos a serem mais fortes, não tanto através de discursos inspirados, mas pela grandeza e humildade do seu exemplo. A Helena Barril é mãe de dois filhos: a Mariana e o João Paulo. Também ela, continua a entregar-se diariamente à vocação de ser mãe e a maravilhar-se com o crescimento dos seus filhos.

Helena Barril é mãe de dois filhos, a Mariana e o João Paulo.

Terra de Miranda – Notícias: O que mudou na vida da Helena com o nascimento dos seus filhos?

Helena Barril: Mudou tudo! Recordo-me que quando nasceu a minha primeira filha, a Mariana, foi como entrar no desconhecido. Foi uma grande mudança, pois a partir daí a nossa vida passou a girar à volta dela. Aquela bebé pequenina e indefesa passou a ser o centro da nossa atenção. Ainda tentei conciliar rotinas que tinha da vida anterior, tais como o crochet, o yoga ou o andar de bicicleta, mas acabei por desistir ou adiar porque esta nova missão de ser mãe exigia uma disponibilidade total. E correu bem! Quando nasceu o nosso segundo filho, o João Paulo, vivemos o seu nascimento com maior tranquilidade, pois já tínhamos adquirido experiência.

T.M.N.: Dizem que a maternidade é fonte de felicidade. Mas esta felicidade não é sinónimo de facilidade, pois não?

H.B.: Não, não, longe disso! Se felicidade e facilidade fossem condizentes, certamente haveria muito mais crianças. O nascimento dos filhos obriga-nos a reorganizar a nossa vida e eles passam a ser a nossa primeira prioridade. Quando a Mariana e o João Paulo eram mais pequenos, recordo-me que chegava ao final de uma semana de trabalho e pensava: “Vou ter tempo para fazer isto e aquilo!”. Mas depois na prática não tinha tempo. E porquê? Porque tinha que abdicar dos meus interesses para estar com eles. Mas agora vejo que por causa dessa renúncia criei com os meus filhos uma relação de grande proximidade. Portanto, abdiquei dos meus interesses por um bem maior: o amor dos meus filhos.

“Abdiquei dos meus interesses por um bem maior: o amor dos meus filhos.”

T.M.N.: A Helena vive com a sua família em Ifanes. Como é viver numa aldeia?

H.B.: É muito agradável. Nós temos a possibilidade de ir viver em Miranda do Douro, mas preferimos viver em Ifanes. A Mariana e o João Paulo gostam muito de viver na aldeia. E ainda que aqui não haja muitos jovens, eles convivem diariamente com os colegas na escola, em Miranda do Douro. Para além disso, nós tentamos proporcionar-lhes outras vivências, como as viagens.

T.M.N.: Nesta região, os jovens que querem continuar os estudos veem-se obrigados a ir para outras localidades. Como encara uma mãe a saída dos filhos de casa?

H.B.: É natural que fique com o coração apertado! Mas se pensarmos bem, hoje em dia, depressa chegamos ao Porto. E nos fins de semana, eles também podem visitar-nos.

T.M.N.: Também a Helena na sua juventude teve que sair de casa para continuar os estudos, em Lisboa. Como foi o seu percurso de vida?

H.B.: Nasci, vivi e estudei até ao 12º ano, em Miranda do Douro. Aos 18 anos fiz uma mudança radical, pois fui estudar para Lisboa. Nesta adaptação, os primeiros tempos foram dificílimos, sobretudo porque estava muito ligada aos meus pais. Recordo que no dia em que pus o pé no autocarro para Lisboa, disse-lhes: “Eu vou, mas vou voltar.”

T.M.N.: Que recordações guarda da vida na capital?

H.B.: Em Lisboa, tive o grande apoio da minha tia e da sua família. E com o tempo adaptei-me e consegui viver experiências muito positivas. Recordo que gostava muito de ir à praia e aos concertos e nos estudos, comecei a interessar-me pela área do Direito Constitucional.

«Recordo que no dia em que pus o pé no autocarro para Lisboa, disse-lhes: “Eu vou, mas vou voltar.”»

T.M.N.: A Helena licenciou-se em Direito, pela Universidade Lusíada. Como é que escolheu trabalhar na Autoridade Tributária?

H.B.: Quando concluí o curso, o meu objetivo era trabalhar na polícia judiciária. Concorri, mas não consegui entrar. Foi uma grande desilusão, que me obrigou a redefinir objetivos. Inicialmente, inscrevi-me na Ordem dos Advogados, fiz o estágio no Porto e tentei exercer a advocacia, mas não era essa a minha vocação. Pouco depois, abriu um concurso para as Finanças. Concorri, fiquei muito bem posicionada a nível nacional e pude escolher o local de trabalho. E claro, escolhi regressar a casa e trabalhar na delegação das Finanças em Miranda do Douro, onde trabalho há 21 anos. Gosto muito do que faço e vivo esta profissão como uma missão. A missão de representar o Estado e servir os contribuintes.

T.M.N.: Também é essa atitude de serviço que motiva a Helena Barril a candidatar-se à presidência da câmara de Miranda do Douro, nas próximas eleições autárquicas?

H.B.: Sim, na condição de presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, quero ser representante dos munícipes e estar ao serviço deles e de todas as pessoas que visitam o concelho de Miranda do Douro.

T.M.N.: Vivemos numa região, marcada pelos desafios do despovoamento, da baixa natalidade e do envelhecimento populacional. Na sua opinião, de que condições precisam os jovens e os casais para constituir uma família no concelho?

H.B.: Os casais precisam ter estabilidade profissional para poderem constituir uma família. Infelizmente, muitos jovens não têm essa segurança profissional. Veja-se, por exemplo, os jovens que concluem cursos superiores e não encontram um trabalho na sua área da formação. A meu ver, esta instabilidade profissional é a principal razão pela qual a maternidade e a constituição de uma família é um projeto adiado.

T.M.N.: As mães são verdadeiras beneméritas da sociedade, pois sabem transmitir, mesmo nos momentos mais difíceis, a ternura, a dedicação e a força moral. Que valores procuram transmitir aos seus filhos?

H.B.: Nós, como casal, procuramos transmitir-lhes aquele paradigma de valores que achamos ser os melhores, como são a honestidade, a integridade e a seriedade. E fazemo-lo de um modo natural, através do nosso exemplo pessoal e da nossa conduta profissional. Também o modo como nos relacionamos com os nossos pais é uma forma de transmissão dos valores. Acredito que cada um de nós é portador dos valores recebemos dos pais. Depois compete a cada um ir praticando e aperfeiçoando esses valores ao longo da vida.

T.M.N.: A Mariana e o João Paulo têm respetivamente 16 e 14 anos. É fácil transmitir-lhes os valores nestas idades?

H.B.: Atualmente, reconheço que estou a ter alguma dificuldade na relação com eles, não por causa da transmissão dos valores, mas porque eles estão a viver a idade da “prateleira” ou da adolescência. Por isso, lidar com eles é um dos maiores desafios que tenho atualmente. Ao conversar com outros casais, identificámos que há outro problema acrescido: a sua excessiva dependência da internet. E o mais grave é que esta dependência absorve-nos a todos lá em casa! Por isso, costumo desafiar os meus filhos para fazermos outras atividades e tarefas em conjunto, tais como caminhar, andar de bicicleta, estar com a família, etc. Acredito que é muito importante mostrar-lhes os benefícios destas atividades e assim demonstrar-lhes que há tempo para tudo.

“Nós, como casal, procuramos transmitir-lhes aquele paradigma de valores que achamos ser os melhores, como são a honestidade, a integridade e a seriedade. E fazemo-lo de um modo natural, através do nosso exemplo pessoal e da nossa conduta profissional.”

T.M.N.: A juventude deles é diferente da sua?

H.B.: Eu tive uma infância e juventude muito, muito feliz, pois brinquei muito com os primos, os amigos da escola e todas as crianças do Bairro Verde! Eramos todos mais ou menos da mesma idade. E como não tínhamos outras distrações, brincámos todos juntos na rua. Era usual ouvirmos as mães chamarem-nos para ir para casa, para jantar ou porque já era tarde para ir dormir. Hoje em dia, o que acontece é dizer-lhes: “Desliga o telemóvel, porque já são horas de ir dormir.” Cá em casa, ainda tentei impor a regra do não uso de telemóvel, mas em vão. E com isto da pandemia e do ensino à distância, a internet veio afirmar-se cada vez mais como um instrumento indispensável.

T.M.N.: O que é que os filhos ensinam às mães?

H.B.: Nós aprendemos imenso com as crianças e os jovens! Desde logo, porque vemos o mundo com o olhar deles. Se estivermos recetivos às suas preferências e ideias, mantemo-nos atualizados. Por exemplo, eles gostam de cinema e de música e é por intermédio deles que eu vou sabendo as novidades.

T.M.N.: O Dia da Mãe tem por propósito agradecer a todas as mães que dia e noite, todos os dias e todos anos, ao longo da sua vida, se dedicam ao acolhimento, à educação e ao crescimento integral dos filhos. E os filhos retribuem o amor recebido?

H.B.: Sim, à maneira deles. Sobretudo com gestos de proximidade e com a sua companhia.

T.M.N.: E porque vamos celebrar o dia da Mãe, que mensagem gostaria de enviar às mães?

H.B.: As mães nunca devem desistir dos filhos. Por muito difícil que seja a criação, as fases mais difíceis acabam por ser superadas. Os filhos são mesmo a maior maravilha que há e valem todos os sacrifícios.

“Nós aprendemos imenso com as crianças e os jovens! Desde logo, porque vemos o mundo com o olhar deles.”

HA

Pecuária: Cordeiro mirandês reinventa-se para a Páscoa

Pecuária: Cordeiro mirandês reinventa-se para a Páscoa

Os produtores de cordeiro mirandês garantem que se reinventaram para escoar este produto apreciado em tempo de Páscoa, mas continuam as quebras significativas no negócio e a concorrência é forte para um produto certificado.

Este ano, a Associação de Criadores de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa (ACORCM), em parceria com o município de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, estão a preparar iniciativas para a divulgação desta carne certifica com Denominação de Origem Protegida (DOP), tendo como ação principal a realização de um ‘Showcooking’, agendado para o dia 26, tendo em vista mostrar as potencialidades gastronómicas deste produto.

“A iniciava será feita com recurso às redes sociais onde o público poderá interagir e, desta forma, ficar com mais conhecimento para a confeção de pratos gastronómicos provenientes desta carne de qualidade superior e de uma forma não convencional”, disse à Lusa a secretária técnica da ACORCM, Andrea Cortinhas.

A demonstração gastronómica estará a cargo dos chefs Marco Gomes e Chacal.

Para a responsável, em pandemia de covid-19 esta é uma forma de promover um produto endógeno de grande valor económico e ao mesmo tempo mostrar todo o potencial gastronómico de uma carne com características organolépticas distintas, dando-lhe um toque de modernidade às suas mais diversas formas de confeção.

“Temos de aproveitar este tempo de vendas baixas provocadas pela pandemia que nos afetou há já dois períodos de Páscoa, sendo esta altura aquela em que mais cordeiro mirandês era consumindo”, vincou a responsável.

Agora, a esperança dos produtores de cordeiro mirandês está na retoma da restauração, para que estes produtos comecem a ser mais procurados e valorizados economicamente.

“Apesar da crise que o setor atravessa, não podemos estar parados e continuamos a valorizar o nosso produto”, vincou Andrea Cortinhas.

A secretária técnica disse que, por “experiência própria” e nesta altura de “crise”, os negociantes deste tipo de produto “aproveitam um pouco das fragilidades que o mercado atravessa neste momento, bem como as grandes superfícies comerciais”.

Contudo, para contrariar a especulação no negócio neste tipo de vendas, muitos produtores fazem-nas junto das suas explorações e poucos passam pela cooperativa de produtores.

“Esta carne é de qualidade excecional e o consumidor tem dado retorno disso mesmo. Apesar deste reconhecimento, até à data, destinados à Páscoa só temos encomendados 12 cordeiros, o que é muito pouco”, observou Andrea Cortinhas.

Esta situação tem-se vindo a agravar e, face à Páscoa de 2020, a situação “está bem pior”, apesar de terem sido implementadas várias plataformas de vendas ‘online’ para dinamizar o mercado deste produto.

Segundo dados avançados por Andrea Cortinhas, em período homólogo, a cooperativa ChurraCop – entidade responsável pela comercialização – vendeu cerca de 300 quilos desta carne certificada.

“Esta ano nem por sombra chegamos a estes valores. Está tudo muito pior devido ao cancelamento de diversos eventos promocionais, como as feiras gastronómicas e outros certames”, concretizou.

“Estamos a cerca de 15 dias da Páscoa e as perspetivas não são animadoras. Até ao momento há muito poucas encomendas. Isto é assustador. Se procurarem, neste momento, o cordeiro mirandês foi às grandes superfícies comerciais a preço mais baixo e como carne corrente”, lamentou a responsável.

A estratégia passa agora por convencer o mercado com várias iniciativas para alavancar as vendas e não criar impactos negativos num setor já fragilizado.

“Sabemos que os produtos alimentares continuam a ser procurados e esta é uma altura ideal para valorizar os produtos nacionais e certificados, e não dar preferência aos alimentos importados”, enfatizou Andrea Cortinhas.

O efetivo pecuário dos ovinos de raça Churra Galega Mirandesa ronda as 6.700 cabeças.

Lusa | HA

Covid-19: Lar do Senhor da Misericórdia e Lar de Palaçoulo registam infeções

Covid-19: Lares da Misericórdia e de Palaçoulo registam infeções

O lar do Senhor da Misericórdia e o lar de Palaçoulo, tutelados pela Misericórdia de Miranda do Douro, estão a ser afetados por surtos do coronavírus, entre utentes e funcionários”, informou a provedora da Instituição.

O número de mortes associadas à covid-19 no Lar da Misericórdia de Miranda do Douro subiu para 11 e todos os 61 utentes estão infetados pelo SARS-CoV-2

O lar de Palaçoulo, tutelado pela Misericórdia de Miranda do Douro, tem 30 pessoas infetadas pelo novo coronavírus, entre utentes e funcionários”, informou a provedora da Instituição.

Segundo a responsável, há idosos com “sintoma ligeiros”, mas a maioria está “estável”.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.979.596 mortos resultantes de mais de 92,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 8.236 pessoas dos 507.108 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Lusa |HA

Agricultura: A apanha da azeitona está cada vez mais mecanizada

A apanha da azeitona já não é o que era

Portugal é um dos maiores produtores mundiais de azeite. De acordo, com o presidente da Sendinense – Cooperativa Olivícola, a colheita deste ano é abundante e de boa qualidade. Tradicionalmente, a apanha da azeitona era um motivo de reunião familiar, mas o atual modo de vida e a mecanização da agricultura estão a alterar a tradição.

A apanha da azeitona era um motivo de reunião familiar (flickr)

José António Rodrigues é o presidente da cooperativa olivícola, em Sendim, que congrega cerca de 500 olivicultores da região, alguns deles são os vizinhos espanhóis da região fronteiriça. Este ano, com a chuva que caiu em setembro a azeitona está bem “criada” e há muita quantidade, diz o presidente da cooperativa, que também é olivicultor.

Os cuidados com o olival

O olival sendo uma cultura permanente, ao longo do ano, precisa de cuidados. E os mais importantes são a limpeza e a adubação. Tal como outras árvores, como as macieiras ou as pereiras, também as oliveiras precisam ser podadas todos os anos. Relativamente à lavragem dos olivais, José António Rodrigues, diz que há engenheiros agrícolas que defendem que os olivais não precisam de ser lavrados. E na região de Sendim, concretamente nos olivais situados nas arribas do Douro, aí não há possibilidade de lavrar, dada a inclinação do terreno. Hoje em dia, estão-se a plantar muitos olivais novos, em terrenos planos e cumprindo as normas de distanciamento entre as árvores, para permitir a apanha mecânica da azeitona.

A apanha da azeitona

A tradição familiar da apanha da azeitona está a mudar.  Se antigamente, esta tarefa agrícola era um motivo para juntar as famílias, hoje em dia, só pontualmente, é que as famílias esperam pela chegada dos seus membros para realizaram em conjunto a apanha da azeitona. Por exemplo, aos fins-de-semana. No entanto, para a maioria das famílias esta reunião familiar torna-se impossível, pois uns vivem no estrangeiros ou noutras regiões do país. A estas dificuldades sobrepõe-se também a atual pandemia, que veio colocar restrições à mobilidade e é um outro impedimento à reunião familiar, para a apanha da azeitona.

Também as técnicas da apanha da azeitona continuam a evoluir. Se é verdade que ainda há pessoas que continuam a realizar esta tarefa agrícola com o sistema tradicional, isto é, com as varas e as lonas estendidas no chão das oliveiras. Também se vê, cada vez mais, o recurso à mecanização, como o uso do varejador mecânico, em vez das varas tradicionais. A outra técnica cada vez mais utilizada pelos olivicultores é o sistema do tolde adaptado ao trator. Seja qual for a técnica utilizada, o trabalho da apanha da azeitona nestes dias curtos, de outono, inicia-se bem cedo, às 8h00 da manhã, as pessoas já estão nos olivais. Após o trabalho da manhã, fazem uma pausa para o almoço. E depois o trabalho prolonga-se até o anoitecer. Após a apanha da azeitona, muitos dos olivicultores de Sendim, Bemposta, Travanca e várias outras aldeias circundantes, levam a sua colheita para cooperativa, onde se transforma a azeitona em azeite. Para preservar a qualidade do azeite também é importante, que não se coloque a azeitona em recipientes que fermentem a azeitona, tais como as tradicionais sacas. De acordo com o presidente da cooperativa olivícola de Sendim, a melhor prática é mesmo apanhar a azeitona e encaminhá-la de imediato para a cooperativa ou lagar.

A vantagem de ser associado na cooperativa

Ser sócio ou associado de uma cooperativa, como a Sendinense – Cooperativa Olivícola, têm vários benefícios. Em primeiro lugar, aquando da entrega da azeitona, os associados da cooperativa têm prioridade relativamente aos não sócios. O custo de produção do azeite também é inferior. E os sócios da cooperativa olivícola, também beneficiam de uma maior facilidade em comercializar o seu azeite. Finalmente, a pertença à cooperativa permite aos olivicultores aceder a apoios e incentivos na plantação de novos olivais.

A comercialização do azeite

José António Rodrigues, presidente da cooperativa e também ele olivicultor, diz que anualmente, a sua colheita de azeitona produz entre 500 a 600 litros de azeite. Sendo proprietário de um restaurante, diz que muito do seu azeite se destina à restauração. A maior parte dos associados da Sendinense – Cooperativa Olivícola entrega o azeite à cooperativa, a qual é responsável pela sua comercialização. Tal como outros produtos da região, também o azeite enfrenta dificuldades de comercialização e de escoamento. Ainda assim, a cooperativa olivícola de Sendim consegue comercializar o azeite. sobretudo para o setor da restauração, nomeadamente para restaurantes no Porto, e para os lares de idosos.

Um azeite de qualidade

Segundo, o presidente da Sendinense – Cooperativa Olivícola, o azeite “Arribas em Flor” é de muito boa qualidade. A variedade da azeitona predominante na região é a “negrinha”, que produz, de acordo com o responsável olivícola, um azeite fino e com uma acidez muito baixa. O azeite “Arribas em Flor”, está à venda, em garrafão ou garrafa, e pode ser adquirido na cooperativa olivícola, em Sendim.

HA

Agricultura: Vimioso quer valorizar azeitona “santulhana”

Agricultura: Vimioso quer valorizar azeitona “santulhana”

O município de Vimioso, em parceria com o de Bragança, solicitaram ao Instituto Politécnico (IPB) um estudo para fazer a caracterização e a valorização da azeitona ”santulhana”, originária do concelho de Vimioso.

A santulhana é uma azeitona maior que dá uma grande rentabilidade no azeite. (flickr)

O presidente da Câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo, tem a expectativa de que o estudo do IPB possa reconhecer a qualidade dos azeites produzidos com a azeitona “santulhana” e que lhe seja atribuída a Denominação de Origem protegida (DOP) ou Indicação Geográfica Protegida (IGP).

O autarca de Vimioso salientou a importância que a cultura desta azeitona tem, em algumas freguesias, como Santulhão, Matela e Algoso”, situadas na zona mais quente do concelho.

Segundo Jorge Fidalgo, a santulhana é uma azeitona maior e com “grande rentabilidade no azeite”.

Por seu lado, o presidente do IPB, Orlando Rodrigues, explicou que o trabalho de investigação vai ser feito no Centro de Investigação de Montanha (CIMO) e “visa criar condições para proteger a azeitona “santulhana”, que é um património desta região, com maior expressão nos concelhos de Vimioso e Bragança.

Os dois municípios vão apoiar financeiramente o estudo com 60 mil euros, durante três anos,  para conhecer melhor este património e o valorizar, informou o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias.

Lusa | HA