Palaçoulo: Pauliteiros honram a padroeira Santa Bárbara

Palaçoulo: Pauliteiros honram a padroeira Santa Bárbara

No Domingo, dia 12 de setembro, celebrou-se em Palaçoulo a festa em honra de Santa Bárbara, padroeira dos Pauliteiros, que agraciaram a festividade com a participação na procissão e as danças ao longo do dia.

Os pauliteiros de Palaçoulo transportam o andor de Santa Bárbara. (HA)

De acordo com Alfredo Delgado, presidente da Caramonico – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Palaçoulo, a festa de Santa Bárbara é muito importante para os pauliteiros de Palaçoulo, dado que esta Santa, que viveu no final do século III D.C., é a padroeira dos pauliteiros. “Acompanha-nos sempre nas nossas (an)danças”, disse. Os pauliteiros solicitam mesmo a intercessão de Santa Bárbara para que não se magoem nas suas atuações.

Neste dia de festa, a tradição ordena que após a Eucaristia, sejam os pauliteiros a transportar o andor de Santa Bárbara.

Se não fosse a pandemia, neste dia festivo, realizar-se-ia o Festival de folclore de Palaçoulo, com a vinda de grupos de todo o país. No entanto, dadas as restrições, e para continuar a cultivar esse sentido de confraternização e convívio, aos pauliteiros de Palaçoulo juntaram-se os pauliteiros vizinhos, da aldeia de Prado Gatão.

Neste ano, outra tradição que também não foi possível cumprir na íntegra, foi o peditório pelas ruas de Palaçoulo. Neste dia, é usual fazer-se o peditório para a festa de Santa Bárbara, no qual os pauliteiros percorrem a aldeia de Palaçoulo, dançando de porta em porta. Segundo a tradição, os pauliteiros perguntam aos conterrâneos qual é o “lhaço” ou a dança que querem. E os “lhaços” que exigem maior esforço aos pauliteiros, com é, por exemplo, a dança do “Assalto ao castelo”, são os que geram maior esmola.

Este ano, os pauliteiros dançaram apenas ao longo das ruas, para evitar a proximidade física entre as pessoas. De acordo com Alfredo Delgado, no próximo ano, se Deus quiser, vão retomar a tradição de dançar em frente a todas as portas e consoante o “lhaço” pedido, de maior ou menor esforço, vão receber a respetiva esmola para a festa de Santa Bárbara.

Na festa deste ano, houve a novidade da atuação dos pauliteiricos, os mais jovens aprendizes desta dança ancestral. De acordo com Alfredo Delgado, estes jovens rapazes estiveram a aprender ao longo de todo o ano, para atuarem na festa de Santa Bárbara. “Já temos um grupo formado para o futuro e que vai assegurar a preservação da tradição dos pauliteiros em Palaçoulo”, disse o presidente da associação Caramonico.

Nesta aprendizagem, os mais novos valorizam muito o exemplo dos pauliteiros mais velhos e também o incentivo da família, mais concretamente, dos pais e dos avós, que lhes transmitem o gosto e o entusiasmo pela dança dos palitos. “É ao ver os outros dançar que os mais pequenos também querem aprender! E é com muito gosto que nós lhes ensinamos a dançar”, concluiu.

HA

Igreja: Santuário de Nossa Senhora do Naso encheu-se de fiéis

Igreja: Santuário de Nossa Senhora do Naso encheu-se de fiéis

As festas em honra de Nossa Senhora do Naso voltaram a realizar-se nos dias 6, 7 e 8 de setembro e mais uma vez o santuário mariano recebeu a visita de muitos fiéis vindos de todo o planalto mirandês e da vizinha Espanha.

Procissão em honra de Nossa Senhora do Naso, a 8 de setembro de 2021.

Adérito Leal Rodrigues, tem 87 anos e disse que vem à festa dedicada a Nossa Senhora do Naso desde criança. Nascido e criado na Especiosa, a aldeia vizinha do Santuário, assegura que festa sempre foi uma das mais concorridas em toda a província de Trás-os-Montes. Recordou os tempos em que o dia 6 era dedicado à compra e venda de burros. E no dia seguinte, a feira era dedicada à comercialização dos outros animais, como os bovinos, os ovinos , os caprinos, etc.. Chegados ao dia 8 de setembro, o dia grande da festa, sempre houve a tradição das famílias almoçarem no Santuário, seja em piquenique ou nos restaurantes improvisados no recinto. Sobre a festa religiosa, o senhor Adérito disse que tem muita devoção à Nossa Senhora do Naso e também a Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Especiosa e de Portugal.

O programa religioso das festas em honra de Nossa Senhora do Naso, iniciou-se no dia 5 de setembro, com a celebração das Lutuosas. De acordo com o padre Manuel Marques, esta celebração consiste no ofício rezado e cantado pelos irmãos associados do Santuário de Nossa Senhora do Naso, que faleceram no decorrer do último ano.

Segundo o pároco, antigamente, a lutuosa celebrava-se em três momentos: num primeiro momento a celebração destinava-se às pessoas que faleceram do norte do concelho de Miranda do Douro; num segundo momento, rezava-se pelas pessoas falecidas da parte sul do concelho; e num terceiro momento rezava-se a lutuosa geral, dedicada a todas os irmãos falecidos do concelho de Miranda do Douro.

Nos dias 6,7 e 8 de setembro, as festas deste ano prosseguiram com a celebração da Eucaristia, às 15h00.

A organização anual das festas em honra de Nossa Senhora do Naso é da responsabilidade da Confraria. De acordo com António José Fernandes Ribeiro, membro da Confraria de Nossa Senhora do Naso, há registos escritos que indicam que esta festa já se celebra desde 1843.

Para organizar esta festa, a confraria de Nossa Senhora do Naso é constituída por seis casais, naturais da aldeia da Póvoa, que trabalham ao longo do ano para preparar as festas, que se realizam em setembro. Segundo, António Ribeiro, a mordomia é renovada a cada três anos, com a entrada de novos casais. Para além dos mordomos também existem os irmãos da confraria, que contribuem com 1 euro por ano, para apoiar financeiramente a organização das festas de Nossa Senhora do Naso. De acordo com a confraria, houve anos em que estavam inscritos mais de 1000 irmãos. Antigamente, existia a tradição familiar de inscrever as crianças e os jovens como associados da confraria. No entanto, com o passar dos anos e por causa do despovoamento da região, o entusiasmo pela participação nas festas de Nossa Senhora do Naso foi esmorecendo um pouco. Ainda assim e pelo que se viu neste ano, nos dias 6, 7 e 8 de setembro, o belo Santuário de Nossa Senhora do Naso continua a atrair e a ser o destino de muita gente, vinda de todo o planalto mirandês e também da vizinha Espanha.

De acordo com António José Fernandes Ribeiro, membro da Confraria de Nossa Senhora do Naso, há registos escritos que indicam que esta festa já se celebra desde 1843.

HA

Palaçoulo: Festa em honra de Nossa Senhora do Rosário

Palaçoulo: Festa em honra de Nossa Senhora do Rosário

A aldeia de Palaçoulo assinalou, a 2 de setembro, a festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, com a celebração da Eucaristia e a procissão pelas ruas da aldeia.

A eucaristia dedicada a Nossa Senhora do Rosário foi celebrada na Igreja matriz de Palaçoulo e o padre António Pires disse que Maria é o exemplo de santidade a seguir: “Maria não se escondeu de Deus e não escondeu Deus”, disse o pároco.

Por isso, o sacerdote exortou a assembleia a seguir o exemplo de Maria, a confiar em Deus, a deixar-se conduzir por Ele e a testemunhá-Lo na vida concreta do dia-a-dia.

A celebração eucarística em honra de Nossa Senhora do Rosário foi cantada e a posterior procissão também teve o acompanhamento musical de um trio de gaiteiros locais.

Após a celebração religiosa, as gentes de Palaçoulo reuniram-se no largo de Palaçoulo para a tradicional tarde de convívio e confraternização.

No passado dia 31 de agosto, já se havia realizado a feira anual, que por iniciativa da Junta de freguesia de Palaçoulo, mudou do dia 27 para 31 de agosto, com o objetivo de aproximar as datas, da feira e da festa em honra de Nossa Senhora do Rosário. Contudo, esta mudança na data da feira anual está a gerar algum desconforto nas pessoas, pois estavam habituadas à sua realização no dia 27 de cada mês.

De acordo com o presidente da freguesia de Palaçoulo, Manuel Gonçalves, o propósito da mudança foi proporcionar à população um período festivo de 3 dias consecutivos. No entanto, com o surgimento da pandemia, não foi possível concretizar este propósito, dado que os programas festivos foram interditados, com exceção das celebrações religiosas.

Para se adaptarem à mudança do dia da feira para 31 de agosto, há pessoas que pedem uma maior divulgação da nova data, até para que as pessoas das aldeias vizinhas possam estar informadas e venham a Palaçoulo participar na tradicional feira anual.

A próxima festa em Palaçoulo é a celebração dedicada a Santa Bárbara, que vai realizar-se no dia 12 de agosto, sendo que a Eucaristia está agendada para as 14h30, na Igreja matriz.

Águas Vivas: Monumento eterniza a tradição dos Ramos

Águas Vivas: Monumento eterniza a tradição dos Ramos

A aldeia de Águas Vivas foi embelezada com um monumento, em granito, que simboliza uma tradição muito querida na aldeia, a confeção dos ramos e dos roscos, que acontece no decorrer da festa de Nossa Senhora da Candeias.

O monumento evocativo da tradição dos Ramos foi uma iniciativa da Freguesia de Águas Vivas e a representante da freguesia local, Dilar Neto, disse que o monumento pretende “favorecer a aldeia” e eternizar uma tradição tão apreciada pela população local.

“A festa dos Ramos é muito importante na história de Águas Vivas”, disse.

A tradição do Ramo é uma festa cuja origem está ligada a uma promessa feita pelos habitantes da aldeia, pedindo a Nossa Senhora o regresso são e salvo dos jovens rapazes que partiram para a guerra.

Esta festa está tão enraizada na aldeia, que os emigrantes marcam férias, em fevereiro, para participar na festa de Nossa Senhora das Candeias.

E na festa, os protagonistas são uns biscoitos confecionados comunitariamente, designados de ramos e roscos.

Na confeção destes biscoitos tradicionais toda a aldeia participa. Se uns oferecem os ingredientes como são a farinha, os ovos, o açúcar, o fermento, a manteiga e a aguardente. Outros arregaçam as mangas e vão trabalhar para o forno. Aí, há que amassar a massa, partir e bater os ovos, enformar os ramos e os roscos e levá-los ao forno.

“A festa dos Ramos é muito importante na história de Águas Vivas.”

Antes do dia da festa, os jovens rapazes competem entre si, para ver quem oferece a maior esmola de modo a ter a honra de transportar o andor de Nossa Senhora das Candeias e um andor ornamentado com os cinco Ramos e os Roscos.

Chegados ao Domingo, o dia da festa, após a Missa, o andor com os Ramos e os roscos, é exposto no adro da Igreja, onde os jovens rapazes o apregoam.

Ao final do dia, na casa do povo, os ramos e os roscos são leiloados. A Dona Giolanda, uma senhora de 92 anos, que muito trabalhou para preservar esta tradição, contou que houve festas em que o leilão dos ramos e dos roscos rendeu 600 contos, ou seja, 3 mil euros!

Contudo, o envelhecimento da população local e a falta de jovens está a pôr em risco a preservação desta tradição, em Águas Vivas.

De acordo com Dilar Neto, uma jovem entusiasta desta tradição aguavivense, por enquanto o amor à festa de Nossa Senhora da Candeias, tem permitido manter viva a tradição dos Ramos. Anualmente, os três mordomos responsáveis pela organização da festa, têm recebido a ajuda de toda a aldeia.

Quando questionámos a responsável pela freguesia de Águas Vivas, sobre que outras iniciativas poderão preservar e inovar as tradições locais, Dilar Neto, lançou a sugestão de apresentar os saborosos roscos nas cestas de vime confecionadas pelas senhoras de Águas Vivas.

Ao que parece a cestaria também é uma arte que urge preservar dado o envelhecimento das artesãs locais.

HA

Ciência: Argozelo exibe exposições sobre os minerais

Ciência: Argozelo exibe exposições sobre os minerais

O Centro Interpretativo das Minas de Argozelo inaugurou as exposições “O mundo dos minerais em selos” e “O micromundo dos minerais e das rochas”, exposições que poderão ser visitadas até ao final do ano.

A exposição “O mundo dos minerais em selos”, consiste num conjunto de mais de três dezenas de telas obtidas a partir da coleção de selos com ilustrações de minerais.

Segundo Maria Elisa Preto Gomes, professora e diretora do departamento de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a ideia desta exposição surgiu a partir da coleção de selos do Professor Frederico Sodré Borges, ​que sobre folhas de papel vegetal, colocou os selos e desenhou manualmente as estruturas dos minerais, escrevendo os textos com tinta da china.

De acordo com a docente da UTAD, a exposição é um curso básico de mineralogia que responde às seguintes questões: O que é um mineral? Como se designa um mineral?  O que é o polimorfismo? – as respostas a estas e outras perguntas podem ser conhecidas através da exposição.

Os visitantes também poderão conhecer a utilidade dos minerais. Minerais, para quê? Que minerais foram utilizados no fabrico de mós e bifaces na pré-história?​Hoje em dia, para que servem os minerais? Servem por exemplo, para fabricar joias, panelas, talco, vidro e  cerâmica. Mas também as medalhas de cobre. Ou as tão faladas baterias de lítio para os telemóveis e carros elétricos.  E claro, para a construção civil, como os tijolos, as telhas, etc.

A exposição Dos Minerais em selos ainda responde às questões: como se encontram os minerais? E como se estudam? Há propriedades que permitem identificar de que material se trata. E para esta identificação são necessários instrumentos, como a lupa, a bússola, martelo, o microscópio petrográfico, etc..

A segunda exposição intitulada “O micromundo dos minerais e das rochas”, permite ver os minerais ao microscópio. E para quem não saiba, os minerais juntos formam rochas. Por isso, na exposição há amostras de vários tipos de rochas.

E também há microfotografias dessas rochas, que são obtidas através das observações ao microscópio. Nestas microfotografias, há imagens pouco e muito coloridas. Todas permitem identificar propriedades dos diferentes minerais que compõem cada rocha.

Inspirados por esta colorida composição das rochas, os técnicos da UTAD Tito Azevedo e Márcio Silva criaram telas pintadas e quadros a que juntaram um poema de autores conhecidos, como Miguel Torga, Fernando Pessoa, etc.

Na inauguração das exposições dedicadas aos minerais, o presidente da Câmara Municipal de Vimioso, Jorge Fidalgo, elogiou a professora Elisa Preto Gomes pela sua paixão pela geologia e referiu mesmo que a docente tem sido uma das grandes impulsionadoras das visitas das escolas ao Centro Interpretativo das Minas de Argozelo.

Espera-se agora que as escolas do distrito tenham a oportunidade de visitar o Centro Interpretativo das Minas de Argozelo e simultaneamente, conhecer as duas exposições temporárias, dedicadas aos minerais.

HA

Bragança-Miranda: Morrer abandonadas é o «maior medo» das pessoas mais velhas, disse D. José Cordeiro

Bragança-Miranda: Morrer abandonadas é o «maior medo» das pessoas mais velhas, disse D. José Cordeiro

O bispo de Bragança-Miranda presidiu à solenidade da Senhora das Graças e disse na homilia da Missa que muitas pessoas vivem na “globalização da superficialidade” e as mais velhas têm “medo” de morrer abandonadas.

“Algumas pessoas mais velhas confidenciaram-me que o maior medo que têm é mesmo o de morrerem abandonados no hospital, em casa ou nos lares”, afirmou D. José Cordeiro na Catedral de Bragança na celebração da padroeira principal da cidade.

O bispo de Bragnça-Miranda recordou o “maior sonho” de avós e bisavós, que “era o de ter uma longa vida”.

“Efetivamente, hoje temos vida longa! E que fazemos aos mais velhos e com eles? Mandamo-los para um lar de idosos e não mais os acompanhamos? Como cuidamos da vida longa? Estão sós? Estão isolados? Estão esquecidos? Estão abandonados?”, interrogou.

D. José Cordeiro recordou o apelo do Papa francisco para valorizar “a vocação dos mais velhos” e afirmou que as famílias, as cidades e as comunidades cristãs não podem “desprezar a sua memória”.

“A uma árvore podemos cortar os ramos e, às vezes, até convém, mas se cortamos as raízes, a árvore morre. Assim acontece com a memória e com os encontros e os desencontros com os mais velhos – os avós e os idosos”, afirmou.

D. José Cordeiro recordou os 20 anos da dedicação da Catedral de Bragança, que será comemorado no próximo dia 7 de outubro, “Senhora das Graças, Senhora da cidade, Senhora da Unidade Pastoral, Senhora das famílias, Senhora da vida nascida do coração de Deus”.

O bispo de Bragança-Miranda invocou também a Virgem Santa Maria “Mãe dos doentes, dos refugiados, dos reclusos, dos pobres, dos que mais sofrem as crises humanitárias e necessitam de uma viva dignidade humana integral”.

“Aqui e agora, pedimos que renasça a chama do amor para uma “ecologia do coração”! Ajudai-nos ó Senhora Mãe das Graças”, concluiu D. José Cordeiro.

Ecclesia

Opinião: Corte de árvores no Santuário de Nossa Senhora da Visitação, em Vimioso

Opinião: Corte de árvores no Santuário de Nossa Senhora da Visitação, em Vimioso

Recentemente foram cortados muitos dos pinheiros que embelezavam o Santuário de Nossa Senhora da Visitação, em Vimioso. Este corte apanhou de surpresa muitos dos habitantes da vila, para quem este espaço era um oásis de frescura, de silêncio, de contemplação, de oração, de celebração, de desporto, de caminhadas e de convívio.

Quanto tanto se fala da própria sobrevivência e do imperativo de respeitar a Natureza para evitar as alterações climáticas e o aparecimento de infeções virais de que é exemplo a atual pandemia, pergunto que valores ou razões estiveram na origem desta decisão de desflorestar aquele espaço cuja maior beleza é a sombra, a frescura e o aroma das próprias árvores?

Pergunto se alguém terá vontade de visitar e desfrutar do Santuário, quando este se torna num espaço ermo, seco, quente e desconfortável?

Como o Santo Padre Francisco ensina, decisões desta natureza devem ser tomadas em sinodalidade, isto é, com toda a comunidade. “Há que escutar as pessoas, pois é através delas que o Espírito Santo, muitas vezes Se comunica”, diz Francisco.

Lamento profundamente a decisão, a meu ver gravíssima, do corte das árvores naquele espaço sagrado. Na minha opinião, quem tomou a decisão de cortar as árvores, devia prestar esclarecimentos a toda a população, a quem frequenta a Igreja e quem não, porque o Santuário é para todos. Há que responder às questões: para quê o corte das árvores? Quanto dinheiro rendeu a venda da madeira? Que obras se pretende realizar com esse dinheiro? E o bem maior era mesmo a amputação e destruição deste espaço?

Hugo Anes

Censos2021: Distrito de Bragança perdeu mais de 13 mil habitantes na última década

Censos2021: Distrito de Bragança perdeu mais de 13 mil habitantes na última década

O distrito de Bragança perdeu na última década mais de 13 mil habitantes, uma quebra de 9,85%, registando uma população de 122.833 pessoas, segundo os dados preliminares do Censos 2021.

De acordo com as estatísticas oficiais, entre 2011 e 2021 este distrito perdeu 13.419 pessoas, passando de uma população de 136.252 habitantes para 122.833 (-9,85%).

Entre os 12 concelhos, todos perderam população, tendo a maior redução ocorrido em Torre de Moncorvo, com -20,42% (6.822 pessoas).

Seguem-se Alfândega da Fé (-15,34%), Freixo de Espada à Cinta (-14,95%), Vinhais (-14,27%), Carrazeda de Ansiães (-13,79%) e Miranda do Douro (-13,58%).

Bragança, capital de distrito, é o concelho com mais residentes e o único dos 12 concelhos que, em 2011, teve um crescimento populacional, mas também este ano sofreu uma quebra de 2,15%, tendo perdido 761 residentes (34.580 pessoas).

O concelho de Mirandela, o segundo maior do distrito, perdeu 2.468 residentes, passando de uma população de 23.850 habitantes para 21.389 (-10,32%).

Segundo os Censos, Portugal tem hoje 10.347.892 residentes, menos 214.286 do que em 2011, dos quais 4.917.794 homens (48%) e 5.430.098 mulheres (52%).

A fase de recolha dos Censos 2021 decorreu entre 05 de abril e 31 de maio e os dados referem-se à data do momento censitário, dia 19 de abril.

Fonte: Lusa

Reportagem: 10 anos da Unidade Industrial da Carne Mirandesa

Reportagem: 10 anos da Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa

A carne mirandesa é hoje uma marca de referência nos mercados nacional e internacional, graças à Unidade Industrial de Transformação, localizada em Vimioso, inaugurada no dia 10 de agosto de 2011, há precisamente 10 anos. (por Hugo Anes)

Vídeo promocional da Cooperativa Agropecuária Mirandesa, CRL

A criação de bovinos

Luís Vaz tem 61 anos e é natural de Avelanoso. Após uma experiência de emigração em França, regressou a Portugal para se dedicar à pecuária. Juntamente com a esposa decidiram instalar-se como jovens agricultores e fizeram um projeto para serem criadores de bovinos de raça mirandesa, uma atividade que, segundo Luís Vaz, “exige muita dedicação”.

Para os criadores de bovinos desta raça autóctone, a Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa, localizada em Vimioso, é uma grande mais-valia, pois permite, simultaneamente, vender os animais, transformar a carne e dar maior rentabilidade aos criadores.

Por esta razão, o próximo dia 10 de agosto de 2021, é uma data memorável para o setor agropecuário da região, dado que se celebra o 10º aniversário da inauguração da Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa, em Vimioso.

Perguntámos a Luís Vaz, que importância tem esta infraestrutura para os criadores de bovinos de raça Mirandesa? Ao que o criador respondeu sem qualquer hesitação: “Se não fosse a fábrica, os criadores não conseguiriam vender os animais, a carne não teria o destaque que tem hoje nos mercados e mesmo a preservação desta raça de bovinos mirandeses estaria em maior risco”.

O criador de bovinos de Avelanoso, acrescentou que a Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa é uma vantagem, pois permite inovar e fabricar outros produtos com a carne mirandesa. Para além da posta mirandesa, da costeleta e do rodilhão – os produtos mais procurados – transforma-se a carne numa gama muito variada de produtos como são as chouriças, as alheiras, etc..

De acordo com Luís Vaz, a existência desta unidade industrial deve-se muito ao anterior presidente da Câmara Municipal de Vimioso, José Rodrigues, que “trabalhou incansavelmente para construir a Unidade Industrial de Transformação de Carne Mirandesa”.

“Se não fosse a fábrica, os criadores não conseguiriam vender os animais, a carne não teria o destaque que tem hoje nos mercados e mesmo a preservação da raça de bovinos mirandeses estaria em maior risco”.

A transformação da carne

Ao referir-se ao 10º aniversário da Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa, o engenheiro Nuno Paulo, atual administrador, revelou que a qualidade da carne mirandesa se deve, em primeiro lugar, ao trabalho desenvolvido pelos criadores no trato e alimentação dos animais.

O responsável pela Mirandesa enalteceu também o trabalho realizado pela associação de criadores e pela cooperativa agropecuária, que desempenham um importante papel na valorização da carne. A atribuição da Denominação de Origem Protegida (DOP) foi uma alavanca importante para a comercialização da carne mirandesa.

O engenheiro Nuno Paulo sublinhou que os bovinos mirandeses “são a única raça autóctone do país que tem a sua própria unidade industrial de transformação da carne”.

Segundo o administrador da Mirandesa, esta unidade industrial existe graças ao trabalho de concertado de “todos os criadores e ao empenho de várias entidades, como as autarquias do nordeste transmontano, em particular, a autarquia de Vimioso”, indicou.

Nesta inovadora unidade industrial são implementados vários processos tecnológicos de fabrico, que dão origem a produtos refrigerados, congelados e à charcutaria.

Na charcutaria, por exemplo, fabricam-se produtos como a alheira vitela, a chouriça tradicional especial assar, o paté de fígado com tomilho, as almôndegas, os hambúrgueres, entre outros produtos que tornam a carne mirandesa mais variada e apetecível.

Todos estes produtos são comercializados para os setores da hotelaria, da restauração, da cafetaria e do catering, nos mercados nacional e internacional.

“Os bovinos mirandeses são a única raça autóctone que tem a sua própria unidade industrial de transformação da carne.”

A restauração

O restaurante Miradouro, localizado em Miranda do Douro, é um dos destinos da carne mirandesa.

Bruno Gomes, o proprietário do restaurante, explica a razão da sua preferência por este produto: “A carne mirandesa é suculenta, com uma textura e um sabor únicos, o que a distingue das outras carnes”.

Entre os pratos mais apreciados pelos clientes, Bruno Gomes, indica que a posta à mirandesa, a costeleta de vitela e o rodilhão são os pratos mais procurados.

Sobre a mais-valia da Unidade Industrial de Transformação da Carne Mirandesa, o empresário da restauração, disse que a partir do momento que a fábrica começou a funcionar, a carne começou a ter outra apresentação. “Notou-se uma grande diferença no corte, na maturação e no embalamento da carne mirandesa”.

Também Bruno Gomes, destacou a novidade da gama de produtos finais, como as “hambúrgueres de vitela, o churrasquito mirandês, as chouriças, etc.”, que começaram a ser fabricados graças â Unidade de Transformação da Carne Mirandesa.

“Com a Unidade Industrial notou-se uma grande diferença no corte, na maturação e no embalamento da carne mirandesa.”

Para além da carne, o restaurante Miradouro também procura oferecer aos seus clientes outros produtos locais de excelente qualidade, como são o cordeiro da raça churra galega mirandesa (produto de Denominação de Origem Protegida), os ovos, as batatas e os legumes.

No entanto, na perspetiva do empresário da restauração há um problema que urge resolver: os produtores hortícolas estão desorganizados.

Para resolver este problema, Bruno Gomes, sugere que os produtores hortícolas se organizem numa cooperativa. “Se os produtores hortícolas estiverem organizados numa cooperativa, como acontece na Cooperativa Agropecuária Mirandesa, saberíamos mais facilmente a quem nos dirigir, que quantidades teriam disponíveis e com que regularidade poderiam fornecer os seus produtos à restauração local”, sugeriu.

Ambiente: Vimioso promove ciclo de conversas sobre a natureza

Ambiente: Vimioso promove ciclo de conversas sobre a natureza

Realiza-se hoje, dia 30 de Julho, às 18h30, no auditório do PINTA – Parque Ibérico de Natureza e Aventura de Vimioso, a conversa com o naturalista e repórter António Sá, sobre os seus passeios fotográficos em áreas naturais.

De acordo com a organização, António Sá, que também é formador na arte da fotografia, vai contar aos participantes como lhe surgiu a ideia de partilhar as suas experiências e conhecimentos em forma de passeios na natureza.

No decorrer da conversa, o convidado vai dar resposta a questões como: o que visitar dentro da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica? E como fazer para que cada incursão na natureza seja única?

Segundo a organização, a participação no Ciclo de Conversas, presencial ou online, é gratuita, mas os participantes devem realizar a sua prévia inscrição através da seguinte ligação: https://www.aepga.pt/…/ciclo-conversas…/inscricoes-767/

A organização informa ainda que por uma questão de segurança sanitária, a lotação presencial está limitada a 20 participantes.