Ensino: Calendário das provas de aferição alterado para facilitar formato digital
As datas de algumas provas de aferição foram alteradas para facilitar a realização em formato digital, alargado este ano a todos os alunos do 2.º, 5,º e 8.º anos, segundo a alteração ao calendário escolar agora publicada.
De acordo com o despacho publicado em Diário da República, há novas datas para as provas de Ciências Naturais e História e Geografia.
A prova de aferição de Ciências Naturais e Físico-Química, realizada pelos alunos do 8.º ano, estava prevista para o dia 2 de junho e foi adiada para 5 de junho, enquanto a componente de observação e comunicação científicas passou para o dia 24 de maio, realizando-se em dois turnos.
No caso de História e Geografia, do 5.º ano, a prova foi antecipada um dia, de 7 de junho para 6 de junho.
São as únicas duas alterações ao calendário das avaliações externas para este ano e, segundo o texto do diploma, o objetivo é facilitar a sua realização em formato digital que, pela primeira vez, será implementada em todas as escolas nas provas de aferição dos 2.º, 5,º e 8.º anos.
Assim, e de forma a consolidar procedimentos, este ano todas as provas vão ser realizadas em dois turnos, ao contrário do que acontece habitualmente, para que possam decorrer “de forma equilibrada, com maior capacidade de acomodação à mudança que se opera no âmbito do projeto de desmaterialização das provas de avaliação externa”, lê-se no despacho.
“Em resultado do desenvolvimento do processo de implementação da desmaterialização das provas de aferição, com vista à consolidação dos seus procedimentos, (…) procede-se ao ajustamento das datas de realização daquelas provas, decorrente da necessidade de se preverem dois turnos sequenciais de realização, para cada uma das disciplinas e anos com provas de aferição.
A partir do próximo ano, a desmaterialização da avaliação externa será alargada às provas finais de ciclo, realizadas pelos alunos do 9.º ano, e no ano seguinte, de acordo com o que está previsto pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), a ideia é que também os alunos do secundário passem a fazer os exames nacionais no computador.
Além das alterações para o ano letivo em curso, o diploma introduz, a partir do ano letivo 2023-2024, a componente de produção e interação orais de Inglês para os alunos do 8.º ano, bem como alterações nas datas para a afixação das pautas e dos resultados dos processos de reapreciação.
Bragança-Miranda: Diocese com três suspeitos de abusos sexuais
A Diocese de Bragança-Miranda informou que recebeu três nomes de padres acusados de abusos sexuais, explicando que nenhum dos visados se encontra atualmente em funções nesta zona.
No comunicado enviado às redações, a diocese faz saber que dos três nomes recebidos um já morreu, outro já foi condenado pelo direito canónico e um terceiro está fora da diocese.
A diocese de Bragança-Miranda encontra-se atualmente sem bispo depois de José Cordeiro ter sido nomeado arcebispo de Braga e foi o administrador diocesano, Adelino Gomes, quem “recebeu a lista de nomes dos envolvidos nos abusos sexuais no âmbito da Igreja nesta diocese, resultante das denúncias por parte de eventuais vítimas”.
O comunicado começa por considerar “meritório e louvável” o trabalho da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, que elaborou a lista dos alegados envolvidos.
Dos três nomes recebidos localmente, “um tornou-se naturalmente inconsequente por falecimento” e outro “é de fora da diocese, pelo que já foi devidamente encaminhado para a diocese de origem”, lê-se no comunicado.
Relativamente ao outro nome, é explicado que “já tinha sido alvo de um processo canónico por abuso sexual de menores, processo esse entretanto concluído e que resultou na aplicação de medidas disciplinares que estão em vigor”.
“Caso se verifique que os testemunhos recolhidos pela Comissão Independente configuram novos factos, será iniciado um novo procedimento canónico”, acrescenta.
A Diocese de Bragança-Miranda “afirma-se solidária com as vítimas, de dentro e fora da Igreja” e refere que “empenhar-se-á e tudo fará no sentido de que qualquer futura denúncia venha a conhecer o respetivo procedimento canónico e civil expressamente consignado para a proteção das vítimas”.
Refere-se ainda à Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis”, indicando que “já foi reformulada, segundo a determinação da última assembleia plenária extraordinária” e que “é constituída por três leigas e um leigo”, com “formação em psicologia, pedopsiquiatria, direito e investigação criminal”.
Segundo a diocese, esta comissão “continuará a exercer o seu trabalho de prevenção, acolhimento e acompanhamento de eventuais vítimas, bem como de colaboração com os organismos canónicos e civis, no sentido de afastar das comunidades de Bragança-Miranda a prática de qualquer tipo de abusos”.
A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.
Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.
A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.
Ex 17, 3-7 / Salmo 94 (95) 1-2.6-7.8-9 / Rom 5, 1-2.5-8 / Jo 4, 5-42
Quando preparamos um passeio, e sobretudo em tempo de calor, rapidamente preparamos um cantil para saciar a sede. Hoje em dia, uma garrafa de água é um elemento muito presente, ao lado do telemóvel, nas coisas que se levam para o trabalho ou para a faculdade. A água é um bem essencial para a vida. O Evangelho de São João traz-nos o encontro da mulher samaritana com Jesus junto a um poço, num diálogo que fala das sedes e desejos mais profundos de todos nós. Mas tudo parece invertido!
Em primeiro lugar, a mulher vai ao poço «por volta do meio-dia», a hora de maior calor. Parece que não quer ser encontrada, fechada no drama das sedes da sua vida. Mas esta é também a hora do dia em que o sol está mais alto e tudo se vê melhor. A presença de Jesus é esta luz que vem iluminar a sua vida e saciar as suas sedes. Jesus deixa-se ver quando parece que nada vale e não encontramos clareza para resolver as situações mais difíceis. Em segundo lugar, é Jesus que pede de beber, evocando as palavras que dirá na cruz:
«Tenho sede!». A mulher samaritana, na sua aridez interior, é convidada a usar do que tem, a sua bilha, para dar de beber a Jesus. A presença de Jesus revela o desejo de salvar esta mulher, de abrir novos horizontes de compreensão da realidade.
Um terceiro elemento contraditório desta história está na posição de cada um. A samaritana teve cinco maridos e, vivendo com alguém, reconhece não ter marido. No contexto bíblico, o sete é o número da plenitude e a mulher parece permanecer imperfeita. Por isso, o jogo dos números é sugestivo, para dizer que continua incompleta. Falta-lhe um verdadeiro marido e Jesus apresenta-se como o esposo que pode saciar o seu coração. A história deste encontro termina com uma mulher renovada, novamente em movimento para anunciar a salvação encontrada.
A primeira leitura, do Livro do Êxodo, completa as sedes do ser humano com um episódio acontecido na caminhada do povo de Israel desde o Egito até à Terra Prometida. Atormentados pela escassez de água e preocupados com a sobrevivência, começam a duvidar das promessas de Deus. Moisés é enviado a fazer notar ao povo que a água que sacia as sedes da humanidade pode não ser óbvia e imediata, mas pede tempo e confiança.
Neste tempo de Quaresma, somos convidados a assumir as nossas sedes e a tomar consciência do nosso batismo e das graças recebidas. Como diz São Paulo na Carta aos Romanos, «a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado». Qual é a água que Jesus tem hoje para me oferecer?
Bragança-Miranda: Renúncia quaresmal destina-se à Caritas da Síria e à Casa Pastoral
O administrador da diocese de Bragança – Miranda, Monsenhor Adelino Paes, escreveu uma carta aos diocesanos na qual indica que a renúncia quaresmal deste ano se destina a apoiar a Caritas da Síria e à 2.ª fase das obras da Casa Pastoral, situada no seminário diocesano de S. José, em Bragança.
Na carta divulgada a 9 de março, Monsenhor Adelino Paes, refere que a Quaresma é o tempo do ano litúrgico de preparação para viver – com Fé, Esperança e Amor – a Paixão e a Cruz, a fim de chegar à Ressurreição.
“A meta da Quaresma é a Páscoa. Não haverá Páscoa sem Quaresma”, afirma.
O administrador diocesano refere-se depois à oração, à esmola e ao jejum como os tradicionais meios de penitência em ordem à conversão pessoal.
“Durante o tempo quaresmal, procuremos que a nossa oração seja mais intensa e a nossa caridade mais diligente”, recomenda.
Na mensagem quaresmal, o prelado explica que a renúncia/esmola (abstinência de alimento ou algo de que por penitência nos privamos e convertemos em esmola a favor de determinadas carências) é atribuída em partes iguais, em todas as dioceses, a uma necessidade interna e a uma instituição externa de caridade ou bem-fazer.
“Ouvidos os órgãos próprios, foi parecer comum que na Diocese de Bragança – Miranda o resultado da Renúncia Quaresmal do ano 2023, normalmente recolhida no Domingo de Ramos, seja destinada à Casa Pastoral Aberta a Todos (2.ª Fase) e à Caritas da Síria, destruída pela guerra e assolada pelo sismo que recentemente a abalou”, concretizou.
Monsenhor Adelino Paes conclui a carta expressando votos de Santa e Frutuosa Quaresma no “Amor que Transforma”.
Para a Igreja Católica, a Quaresma é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), que tem início na Quarta-feira de Cinzas e serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, que este ano se vai celebrar no dia 9 de abril.
Economia: Cabaz de alimentos custa 96 euros – ASAE
O cabaz alimentar, definido pela ASAE para calcular a evolução dos preços, aumentou quase 29% desde 2022 até fevereiro deste ano, para 96,44 euros, foi agora anunciado.
“Em janeiro de 2022, o cabaz tinha um custo de 74,90 euros e agora [fevereiro] de 2023 aumentou para 96,44 euros”, indicou o Inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Pedro Portugal Gaspar.
Estes valores representam um aumento de 28,76%.
O cabaz da ASAE é composto por bens essenciais, nomeadamente peixe, carne, legumes, frutas, massas, arroz, azeite, óleo, ovos açúcar, leite, pão e farinha.
O ministro da Economia, António Costa Silva, comprometeu-se a ser “inflexível” para com todas as situações anómalas verificadas neste setor.
Segundo os dados avançados na mesma conferência de imprensa, a ASAE realizou, desde o segundo semestre de 2022, mais de 960 ações de fiscalização e vai iniciar uma nova operação, em todo o país, com as suas 38 brigadas.
No dia 1 de março, 38 brigadas envolvendo 80 inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) estiveram no terreno a fiscalizar os preços dos bens alimentares nos hiper e supermercados, face ao aumento de 21,1% do cabaz básico no último ano, mais do dobro da inflação.
Sendim: Associação de Pauliteiros quer dar maior visibilidade à dança tradicional
No passado dia 5 de março, realizaram-se em Sendim, as eleições para os órgãos da Associação de Pauliteiros local, tendo sido reeleita a anterior direção, que assume como principais desafios para o triénio 2023-2026, a dinamização dos grupos de pauliteiros e pauliteiras e uma maior aposta no marketing digital para dar maior visibilidade à dança tradicional.
O acto eleitoral decorreu na Casa do Pauliteiro, em Sendim, e os novos órgãos da Associação de Pauliteiros de Sendim são os seguintes: a direção é constituída pelo presidente, David Braz, secretário, Telmo Ramos e o tesoureiro, Pedro Morete.
Na assembleia geral, o presidente é António Mendonça, a 1ª secretária é Andreia Calvário e a 2ª secretária é Inês Branco Fernandes.
O conselho fiscal é composto por Ruben Jantarada, Tiago Marcos e André Afonso.
De acordo com Telmo Ramos, no triénio 2023-2026, a direção agora reeleita, propõe-se dar continuidade à dinamização dos grupos de Pauliteiros e Pauliteiras, de modo a responder aos convites e solicitações que a associação recebe para as atuações.
“Pretendemos também continuar a investir no Festival Ibérico de Pauliteiros. Este festival é realizado anualmente, em Sendim, no primeiro fim-de-semana de agosto. Todos os anos, reunimos vários grupos de dança tradicional da Terra de Miranda e também da vizinha Espanha”, destacou.
Segundo o dirigente, outro grande objetivo da direção da Associação de Pauliteiros de Sendim é apostar no marketing digital e ter uma maior presença nas redes sociais, de modo a dar maior visibilidade às atuação dos grupos de pauliteiros e pauliteiras de Sendim.
“Vamos apostar mais da divulgação, através dos canais digitais e queremos fazer vídeos promocionais das nossas atuações, inclusive com drones”, indicou.
Apesar do despovoamento do território e da falta de jovens, o dirigente da associação referiu que em Sendim têm conseguido manter os grupos de Pauliteiros e Pauliteiras.
“O gosto dos jovens pela participação nos grupos de pauliteiros deve-se ao testemunho que as várias gerações vão passando uns aos outros. E esse sentido de pertença torna-se mais forte, graças ao convívio e às viagens que os jovens realizam juntos, no decorrer das atuações em Portugal e no estrangeiro. Por outro lado, os jovens estão conscientes de que a participação associativa é uma mais valia para o seu desenvolvimento pessoal, social e até profissional”, explicou.
As atuações em Portugal e no estrangeiro, são a principal missão dos pauliteiros e pauliteiras de Sendim. Nestas atuações, os grupos de dançadores e músicos são verdadeiros embaixadores da Terra de Miranda. E a recetividade do público é segundo, Telmo Ramos, extraordinária.
“As pessoas ficam maravilhadas com as atuações dos pauliteiros da Terra de Miranda. Destaco que nesta dança tradicional há uma junção da cor dos trajes, com os movimentos entrelaçados, o bater dos paus e o som da gaita-de-foles, que torna esta dança tradicional única em todo o mundo”, concluiu.
Entrevista: “As JMJ são uma oportunidade para os jovens expressarem a sua fé em Cristo – Irmã Conceição Borges
A irmã Conceição Borges pertence à congregação das Servas Franciscanas e assumiu em novembro de 2022, a coordenação da Pastoral de Juventude da diocese de Bragança – Miranda. Com a sua equipa, tem a missão de acompanhar os jovens, grupos e movimentos juvenis de toda a diocese, proporcionando-lhes atividades e encontros que os ajudem a crescer na fé, como a participação nas Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa.
A irmã Conceição Borges é diretora e professora do Colégio São João de Brito, em Bragança.
T.M.N.: É a nova coordenadora da pastoral juvenil de diocese de Bragança-Miranda. Qual é a realidade juvenil desta diocese?
Conceição Borges: As dioceses do interior do país têm muito poucos jovens e a diocese de Bragança-Miranda não escapa a esta contrariedade. Mas, por outro lado, esta realidade permite que a pastoral juvenil seja mais próxima, ou seja, permite-nos conhecer e acompanhar melhor os jovens. Se antes afixávamos um cartaz e esperávamos que jovens aparecessem, agora há que os convidar pessoalmente. Contudo, apesar da nossa diocese estar bastante despovoada, mesmo assim ainda há jovens que participam com entusiasmo nas associações locais, nas bandas filarmónicas, nos clubes desportivos, etc..
T.M.N.: E na Igreja, os jovens costumam participar nas atividades e nas celebrações?
C.B.: Se é verdade que há jovens que não se identificam com a Igreja, com a sua estrutura, com as celebrações, também há aqueles que participam regularmente nas atividades e encontros eclesiais, como são o Dia Diocesano da Juventude, as Lectio Divinas e a pertença aos vários grupos paroquiais e movimentos. Destaco também a entusiástica participação da juventude das festividades populares das suas localidades.
“Apesar da nossa diocese estar bastante despovoada, mesmo assim ainda há jovens que participam com entusiasmo nas associações locais, nas bandas filarmónicas, nos clubes desportivos e nas festividades populares das suas localidades.”
T.M.N.: Mas nas missas é raro ver jovens.
C.B.: No dia-a-dia, talvez os jovens não participem na eucaristia dominical ou noutros encontros, porque não estão devidamente envolvidos nos grupos de leitores, no coro, nos escuteiros, nas comissões fabriqueiras, etc. Outra razão para este desinteresse talvez seja porque as celebrações são pouco apelativas e precisem de uma renovação. Para que os jovens participem nas celebrações temos que ser criativos e confiar-lhes responsabilidades.
T.M.N.: Quais são os interesses dos jovens? E as suas preocupações?
C.B.: Cada jovem é um mistério. Os jovens vivem intensamente cada momento e preocupam-se com as relações com os seus pares. Outra preocupação dos jovens é o seu futuro, nomeadamente, a decisão vocacional de escolher um curso. Nos interesses, os jovens dão muita atenção às questões sociais, como são a justiça e também a ecologia. Neste campo do ambiente, nós, a Igreja, temos muito para dar-lhes, seguindo as recomendações da encíclica do Papa Francisco, ‘Laudado Si’.
T.M.N.: Relativamente à vocação, qual é a recetividade dos jovens à vida religiosa? E como se descobre a vocação?
C.B.: A vocação é uma inquietação interior que Deus coloca em nós e que nos faz procurar o melhor caminho para ser feliz. A proposta da vida religiosa acontece quando o jovem descobre que o Senhor o convida ao estilo de vida do sacerdócio ou da vida consagrada. Mas para se decidir por este estilo de vida há que realizar todo um trabalho, um discernimento e um acompanhamento que é uma caminhada exigente. E por ser exigente também é bom, porque os jovens apercebem-se de que é uma vida diferente.
“A vocação é uma inquietação interior que Deus coloca em nós e que nos faz procurar o melhor caminho para ser feliz.”
T.M.N.: A irmã Conceição Borges como descobriu a sua vocação? E quais são os sinais de que acertou na decisão?
C.B.: Devo a vocação à minha família, aos avós, tios e pais que sempre participaram ativamente na paróquia e praticaram uma vida de oração. Ou seja, a minha família criou um ambiente religioso que me ajudou a crescer na fé. Simultaneamente, as irmãs Servas Franciscanas, foram acompanhando a minha infância e juventude, primeiro como catequistas e depois na escola, o que me permitiu estar em permanente contato com esta congregação. Nesta caminhada fui convidada para pertencer ao movimento Juventude Eucarística Franciscana (JEF) e foi aí que, vi mais claramente, a possibilidade de ser com as irmãs. “Eu também podia ser assim!” – disse para comigo.
T.M.N.: O que a atraiu nas Servas Franciscanas?
C.B.: Atraiu-me muito a vida comunitária, a sua alegria, a relação com Deus e o serviço aos outros. Acho que acertei na vocação pela paz profunda que sinto e pela total identificação com este estilo de vida. Sinto-me feliz ao viver assim. Mas é um “sim” que tenho que dar todos os dias.
T.M.N.: Quando ingressou na congregação das Irmãs Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado?
C.B.: Em 1999, concluí o curso em Matemática e Ciências, via ensino e solicitei a entrada na congregação das Servas Franciscanas. Os primeiros três anos foram de noviciado e formação. Em 2002, fiz a profissão temporária. E em 2008, emiti os votos perpétuos na congregação.
“Na vida religiosa atrai-me muito a vida comunitária, a alegria, a relação com Deus e o serviço aos outros.”
T.M.N.: Estamos em contagem decrescente para as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que vão realizar-se em Lisboa, de 1 a 6 de agosto. Que preparativos estão a realizar na diocese de Bragança-Miranda?
C.B.: Como secretariado da pastoral juvenil da diocese compete-nos fazer a ponte e a comunicação para os jovens. No âmbito da diocese, mensalmente, estamos a organizar a atividade “23 a caminho”, trata-se de um espaço de oração, no dia 23 de cada mês e que está a decorrer em Bragança e Vimioso. Outra atividade são as Lectio Divinas, onde também divulgamos as JMJ 2023, que vão decorrer em Lisboa. Há também uma equipa com a missão de ir às escolas, aos grupos e aos movimentos divulgar as Jornadas Mundiais da Juventude. Outra tarefa é o contato com as instituições, como o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), com os municípios e as autoridades de saúde e de segurança, no sentido de assegurar o alojamento, a logística, o transporte, os planos de saúde e de segurança dos jovens.
T.M.N.: Na semana de 26 e 31 de julho, realizam-se as “Pré-Jornadas” ou “Dias nas Dioceses”. Quantos jovens vindos de todo o mundo, vão ser acolhidos e integrados na diocese de Bragança-Miranda?
C.B.: Atualmente estamos a receber inscrições para as JMJ 2023, a nível nacional. Para a diocese de Bragança – Miranda até ao momento já estão inscritos cerca de 600 jovens, provenientes de colégios de uma congregação, em Espanha. No entanto, em colaboração com os municípios do distrito de Bragança, que manifestaram uma grande receptividade ao acolhimento, estimamos que ter capacidade para acolher 2 mil jovens.
T.M.N.: O que vão fazer os jovens ao longo dessa semana, na diocese de Bragança-Miranda?
C.B.: Há uma proposta nacional de atividades para toda a semana. Assim, no primeiro dia, a 26 de julho, vamos fazer o acolhimento dos jovens. No segundo dia, vamos propor uma caminhada na natureza, numa clara alusão à encíclica “Laudato Si’. O terceiro dia é voltado para a missão nas comunidades rurais e estamos a planear visitas às pessoas que vivem mais sós, aos doentes e aos utentes das IPSS’s. No dia 29 de julho, vamos oferecer aos jovens uma jornada mais voltada para a cultura e as tradições da nossa região, como podem ser a dança dos pauliteiros de Miranda e a confecção da Bola Doce Mirandesa. Finalmente, no dia 30 de julho, vai realizar-se uma grande celebração na Catedral, em Bragança, com todos os grupos que ficaram alojados na diocese. E no dia 31 de julho, os jovens viajam para Lisboa.
“Em colaboração com os municípios do distrito de Bragança, que manifestaram uma grande receptividade ao acolhimento, estimamos que ter capacidade para acolher 2 mil jovens das JMJ”.
T.M.N.: Para os jovens que nunca participaram nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que evento é este?
C.B.: A Jornada Mundial da Juventude foi criada em 1984, pelo saudoso São João Paulo II, como um encontro diocesano de jovens, em Roma. E desde então, cresceu de tal maneira, que se tornou num encontro mundial. Assim, de dois em dois anos, é escolhida uma cidade para acolher jovens de todo o mundo, que assumem o compromisso de expressar a sua fé em Cristo, ao longo de uma semana.
T.M.N.: O que vai acontecer em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto?
C.B.: A Jornada Mundial da Juventude vai inciar com uma missa de abertura, em Lisboa, presidida pelo cardeal ou bispo da cidade. Seguem-se três dias com muitas atividades, tais como eventos culturais, concertos, exposições, catequeses em várias línguas e espaços da cidade. No dia 3 de agosto, com a chegada do Santo Padre Francisco, vai realizar-se um dos momentos mais esperados, a missa ou cerimónia de acolhimento. Na sexta-feira, vai celebrar-se a Via Sacra. E no Domingo, dia 6 de agosto, no Parque Tejo, celebra-se a vigília e a Missa de Encerramento das JMJ.
Na semana das JMJ, em Lisboa, vai haver muitas atividades, tais como eventos culturais, concertos, exposições, catequeses em várias línguas e espaços da cidade.”
T.M.N.: Da diocese de Bragança-Miranda, quantos jovens vão até Lisboa, para participar na JMJ? Até quando estão abertas as inscrições? Como é que os jovens podem inscrever-se?
C.B.: De momento ainda estamos em contato com as paróquias e a prestar esclarecimentos sobre a participação nas JMJ, pelo que ainda não temos o número total de jovens da diocese. As inscrições estão abertas até ao final de junho, de modo a planear com antecedência, a logística, o transporte, o kit e o alojamento. Quem pretenda inscrever-se ou saber mais sobre as JMJ 2023, pode fazê-lo através das redes sociais ou do site da diocese de Bragança-Miranda.
Perfil
A Irmã Conceição Borges é natural de Macedo de Cavaleiros.
É diretora e professora do Colégio São João de Brito, em Bragança.
É a atual coordenadora da pastoral de Juventude da Diocese de Bragança-Miranda.
Ambiente: Mês de fevereiro foi “extremamente seco”
O mês de fevereiro foi “extremamente seco” e registou uma “diminuição significativa” da percentagem de água no solo, indicou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
“O mês de fevereiro de 2023 em Portugal continental classificou-se como normal em relação à temperatura do ar e extremamente seco em relação à precipitação”, precisa o boletim climático do IPMA.
O boletim referente a fevereiro sublinha que, no passado mês, o total de precipitação mensal, 10,7 litros por metro quadrado, “foi muito inferior ao valor médio”, correspondendo a apenas 11% do valor normal registado entre 1971 e 2000.
O IPMA refere que, considerando os últimos 35 anos, apenas em nove anos os valores de precipitação mensal em fevereiro foram superiores ao valor médio.
O mesmo documento acrescenta também que se verificou em fevereiro “uma diminuição significativa da percentagem de água no solo”, estando praticamente todo o território com valores inferiores a 60%, e alguns locais do litoral Centro e do Baixo Alentejo têm valores de percentagem de água no solo inferiores a 20%.
No final de fevereiro, revela igualmente o IPMA, registou-se um aumento das áreas em seca fraca e seca moderada na região Sul, destacam-se os distritos de Setúbal e Beja, com muitos locais em seca moderada, enquanto nas regiões do Norte e Centro verificou-se uma diminuição das áreas nas classes de chuva.
“A 28 de fevereiro 15% do território estava em seca fraca e 13% em seca moderada”, lê-se no boletim, que dá conta do valor médio da temperatura do ar, que foi de 9,94 graus centigrados, e muito próximo do valor normal registado entre 1971 e 2000.
Segundo o IPMA, a temperatura máxima do ar foi superior ao valor normal, sendo o décimo segundo mais alto desde 1931, e a temperatura mínima do ar foi inferior ao valor normal, registando-se o sexto mais baixo desde 2000.
“Durante o mês de fevereiro verificaram-se valores de temperatura máxima do ar quase sempre acima do valor médio mensal, bem como valores de temperatura mínima do ar quase sempre inferiores à normal, sendo de realçar os períodos de 02 a 07 e de 23 a 28 com valores muito inferiores à média mensal”, indica o mesmo documento.
Apesar de fevereiro ter sido classificado como normal em relação à temperatura, o IPMA destaca que Portugal continental esteve, no mês passado, “frequentemente sob a influência de uma massa de ar polar”, além de ter sido também afetado por depressões e pela passagem de uma superfície frontal fria, as quais originaram precipitação, sendo localmente de granizo e, episodicamente, sob a forma de neve em cotas superiores a 400 metros na região Norte e a 600 m na região Centro.
Miranda do Douro: Município introduz carne de raças autóctones nas ementas escolares
O município de Miranda do Douro, em parceria com o agrupamento de escola local, está a introduzir a carne de raças autóctones nas ementas escolares, com o propósito de promover este produto de excelência junto dos mais jovens, informou a autarquia.
De acordo com o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, esta iniciativa tem o objetivo de apoiar os criadores das raças autóctones do território, nomeadamente as raças Churra Galega Mirandesa e Bovina Mirandesa, que têm a Denominação de Origem Protegida (DOP).
“Já foi servido “canhono” (cordeiro) mirandês, assado no forno, em todos os refeitórios do agrupamento de escolas de Miranda do Douro”, informou.
Segundo o autarca, a carne das raças autóctones vai fazer parte da ementa escolar, várias vezes, ao longo do ano, permitindo assim divulgar, junto dos jovens mirandeses, a carne de excelência, produzida na Terra de Miranda.
Economia: Óscar Afonso é o novo diretor da Faculdade de Economia do Porto (FEUP)
O professor catedrático, Óscar Afonso, natural de Sendim e presidente da Assembleia Municipal de Miranda do Douro é o novo diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), estando a tomada de posse marcada para 21 de março.
Eleito pelo Conselho de Representantes da Faculdade, Óscar Afonso chega à liderança da escola onde cumpriu todo o seu percurso académico, à qual está ligado há mais de três décadas e onde dá aulas nos três ciclos de estudos – licenciaturas, mestrados e doutoramentos.
É autor de livros, de mais de 130 artigos em revistas científicas internacionais e de inúmeros working papers, realizando, a par da carreira académica, diferentes trabalhos de consultadoria, como membro da equipa técnica e como coordenador.
Óscar Afonso, que sucede na direção da faculdade a José Varejão, tem como grande prioridade para o seu mandato reforçar a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEUP) como uma das grandes escolas de Economia e Gestão do país.
O novo diretor da instituição licenciou-se em Economia pela Universidade do Porto, em Julho de 1991. Em 1997, concluiu um mestrado em Economia. E obteve o Doutoramento em Economia, na Universidade do Porto, em dezembro de 2004.
Desde 2012, é professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEUP).