Política: AT e Finanças vão ao parlamento explicar atraso nos impostos sobre barragens

Política: AT e Finanças vão ao parlamento explicar atraso nos impostos sobre barragens

A Comissão de Orçamento e Finanças aprovou a 20 de setembro, as audições da diretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, sobre o atraso na avaliação das barragens do Douro, para cálculo do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

O requerimento para audição, com caráter de urgência, de Helena Borges e de Nuno Félix foi apresentado pelo Bloco de Esquerda (BE). Este partido viu também aprovado um requerimento, solicitando o despacho emitido, em agosto, pelo gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais (SEAF), ordenando à AT a liquidação e cobrança do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), sobre as barragens do Douro, uma vez que a primeira ordem de fevereiro para que fosse avaliado o valor patrimonial das barragens não terá sido executada.

Ambos os requerimentos foram aprovados por unanimidade.

Em causa está a venda, em 2020, pela EDP, de seis barragens em Portugal, a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2.200 milhões de euros.

“Há uma hipótese de a EDP, mais uma vez, fugir ao pagamento de imposto, porque pode a AT não conseguir liquidar o IMI a tempo [até 31 de dezembro] e por isso a EDP pode fugir ao imposto, relativo aos últimos cinco anos sobre a barragem”, avisou a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, numa conferência de imprensa no passado dia 13 de setembro.

A deputada recordou que o Governo começou por defender que não haveria lugar à cobrança de IMI e depois, “por pressão do BE e de movimentos” da região, mudou de posição, mas, três anos depois, continuam ser ter sido cobrados os impostos devidos.

“Não aceitamos e não compreendemos esta injustiça, porque é que a EDP continua a ter situação de privilégio neste país”, afirmou.

Mariana Mortágua salientou que “nunca se aplicou às barragens” da EDP a mesma regra que vigora para qualquer outro prédio – que paga IMI – e, por essa razão, no momento da venda, também não houve pagamento de IMT, num valor estimado em 110 milhões de euros.

A coordenadora bloquista considerou inexplicável que o Governo tenha dado ordem para cobrar, finalmente, o IMI no início de 2023 “e ainda não tenha sido feita a avaliação” das barragens, mas assegurou que o partido não irá desistir deste escrutínio e por isso deu entrada dos dois requerimentos no parlamento.

Por um lado, o partido quer ter acesso a todos os despachos, e quer saber “quais são exatamente as ordens que o Governo deu à AT para a cobrança do IMI e porque não foi feito”.

“Queremos também ouvir a diretora da AT e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais para explicar como é possível que, passados três anos, não tenha sido possível recuperar os impostos do negócio milionário da venda das barragens e como a EDP continua sem pagar IMI, apesar de uma determinação para o efeito há vários meses”, explicou.

Questionada se a AT deve ser responsabilizada caso falhe a cobrança do IMI até final do ano, a coordenadora do BE defendeu que “tem de ser possível” cobrar estes impostos.

“Não consigo perceber neste processo de quem é a responsabilidade, a EDP como se sabe tem influências muito profundas quer na AT quer no Governo, não vos estou a dar nenhuma novidade, a EDP já fez leis neste país”, disse.

Fonte: Lusa

Ensino: Escolas públicas perderam quase 10 mil docentes numa década

Ensino: Escolas públicas perderam quase 10 mil docentes numa década

Numa década, as escolas públicas perderam quase 10 mil docentes, segundo dados agora divulgados que mostram também uma classe docente cada vez mais envelhecida, em todos os ciclos de ensino.

Os dados constam do Perfil do Docente 2021/2022, publicado este mês pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), que caracteriza os educadores e professores, do pré-escolar ao ensino secundário.

Numa altura em a falta de professores nas escolas volta a estar em destaque – milhares de alunos iniciaram o ano letivo sem todos os docentes – o relatório revela que, numa década, o setor público perdeu 9.768 professores, a maioria nos 2.º e 3.º ciclos e no secundário.

No ano letivo 2021/2022, havia 21.139 professores do 2.º ciclo nas escolas públicas (menos 7.280 do que em 2011/2012) e 72.195 do 3.º ciclo e secundário (menos 3.258).

O período mais problemático foi até 2014. No 2.º ciclo, o número de professores caiu ano após ano entre 2011/2012 e 2014/2015, período em que as escolas perderam cerca de sete mil docentes, passando de 28.419 para 20.927.

A tendência foi semelhante no 3.º ciclo e secundário e, nesse caso, as escolas perderam mais de 10 mil docentes em apenas três anos letivos.

A partir de 2014/2015, as escolas foram conseguindo recuperar professores, mas os sucessivos aumentos não foram suficientes para se aproximarem dos números de 2011/2012, quando contavam com mais de 75 mil docentes, à semelhança do que aconteceu no 2.º ciclo.

Pelo contrário, as escolas públicas tinham, há dois anos, mais 409 professores no pré-escolar e mais 361 no 1.º ciclo, comparativamente a 2011/2012.

O problema da falta de professores poderá, no entanto, agravar-se nos próximos anos, uma vez que, de acordo com o mesmo relatório, a classe docente está cada vez mais envelhecida, tanto no setor público como no privado.

De acordo com os dados da DGEEC, a idade média dos professores aumentou significativamente em dez anos e, em 2021/2022, ultrapassava os 50 anos em todos os níveis de ensino, mas é no pré-escolar que a situação é mais grave.

No setor público, em cerca de 10 mil profissionais, quase 80% dos educadores do pré-escolar tinham mais de 50 anos, sendo que abaixo dos 30 anos contabilizavam-se apenas 14 educadores, o que não chega a representar 0,1%.

Entre os níveis de ensino com a classe docente mais envelhecida, seguem-se o 2.º ciclo, em que 62,6% tinham mais de 50 anos, o 3.º ciclo e secundário (60,4%) e o 1.º ciclo (47,6%). A percentagem de professores com menos de 30 anos não chegava aos 2% em qualquer um dos três.

Por região, as escolas com os docentes mais velhos localizam-se no Centro, onde a média de idades era 56 anos no pré-escolar, 54 anos no 2.º ciclo e 52 anos nos 1.º e 3.º ciclos e secundários.

Outro dos indicadores tratados no Perfil do Docente é o vínculo contratual e, desse ponto de vista, os dados mais recentes mostram duas tendências.

Por um lado, entre 2011/2012 e 2021/2022, houve um aumento do recurso a professores contratados no pré-escolar e 1.º ciclo, que representavam 20,2% e 17,3% do corpo docente das escolas, respetivamente.

Nos 2.º e 3.º ciclos e secundário, o recurso a contratados diminuiu ligeiramente, mas, ainda assim, representavam 21% do total no 2.º ciclo e 25,2% no 3.º ciclo e secundário.

Em todos os níveis de ensino, o recurso a professores contratados é mais significativo nas regiões do Algarve e Área Metropolitana de Lisboa, onde existe também maior carência.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Universidade Sénior apresentou o ano letivo 2023/2024

Miranda do Douro: Universidade Sénior apresentou o ano letivo 2023/2024

Ao final da tarde de 19 de setembro, a Universidade Sénior apresentou no miniauditório, em Miranda do Douro, as atividades e o novo horário para o ano letivo 2023/ 2024, numa cerimónia que contou com a participação da presidente do município, Helena Barril, do reitor da Universidade Sénior de Miranda do Douro, Domingos Raposo, dos professores e alunos.

A presidente do município de Miranda do Douro elogiou a participação das pessoas na Universidade Sénior.

Na sessão solene, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, dirigindo-se aos alunos da Universidade Sénior, bem como aos técnicos da autarquia e aos professores, elogiou a sua “energia” e o compromisso de todos, ao participar com entusiasmo nas várias atividades, propostas ao longo do ano.

“Parabéns pela vossa entrega a este projeto que é a Universidade Sénior. Com o vosso interesse e compromisso estais a construir um projeto sólido, positivo e inspirador para todas as gerações”, disse.

No mesmo sentido, o reitor da Universidade Sénior de Miranda do Douro, o professor Domingos Raposo, felicitou todas as pessoas envolvidas e destacou os laços de amizade que se criam neste projeto social.

“A Universidade Sénior é como uma família, que junta alunos e professores, em torno de um interesse comum que é o convívio e a mútua aprendizagem”, sublinhou.

No decorrer desta cerimónia foram apresentadas algumas das atividades propostas para o primeiro trimestre. Assim, já no sábado, dia 23 de setembro e para comemorar o Dia da Língua Mirandesa há “Declamação de Poesias”. Com esta atividade, os alunos da Universidade Sénior são convidados a declamar poemas, em mirandês e em português, no centro histórico da cidade de Miranda do Douro. A atividade vai iniciar-se às 15h30, no Largo Dom João III.

No dia 27 de setembro, os alunos da Universidade Sénior vão comemorar o Dia do Desporto Sénior com uma caminhada, de três quilómetros, com partida no pavilhão multiusos, às 10h30.

No mesmo dia, a equipa do walking football viaja até Macedo de Cavaleiros, para participar num mini-torneio.

Em outubro, volta a organizar-se o Convívio ao Entardecer, com o encontro intergeracional entre os alunos do 1º ciclo, as pessoas que vivem nos lares do concelho e os alunos da Universidade Sénior. O encontro está agendado para o dia 13 de outubro, no jardim dos Frades Trinos, a partir das 14h30.

Após a apresentação destas atividades, os alunos da Universidade Sénior de Miranda do Douro foram informados sobre as disciplinas e o horário semanal do ano letivo 2023/2024..

Ao longo do novo ano letivo, os alunos inscritos têm a oportunidade de participar em aulas de hidroginástica sénior, marcha e corrida, boccia, arqueologia, memória ativa, museologia, educação para a saúde, poesia, teatro, agricultura, sustentabilidade ambiental, aqua circuit training, música, walking foootball, redes sociais e jogos tradicionais.

As inscrições para participar na Universidade Sénior podem ser feitas presencialmente, no edifício ex-UTAD, localizado na rua D. Dinis, em Miranda do Douro. Em alternativa, poderá contatar os números de telefone 273 430 020 | 273 094 510 ou o email: universidade.senior@cm-mdouro.pt

HA

Turismo: Setor recupera 84% do nível pré-pandemia

Turismo: Setor recupera 84% do nível pré-pandemia

O turismo internacional continua a recuperar da crise pandémica e o número de estadias alcançou, entre janeiro e julho, 84% do nível anterior à pandemia, segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT).

Médio Oriente, Europa e África lideram a recuperação, com a OMT a prever que no final de 2023 se alcance entre 80% a 95% dos níveis pré-covid.

Desde o início do ano, 700 milhões de turistas fizeram viagens internacionais, 43% mais do que no mesmo período de 2022 e julho foi o mês de maior atividade, com 145 milhões de viajantes internacionais registados, cerca de 20% do total.

Todas as regiões registaram taxas de recuperação significativas nestes sete meses.

A Europa alcançou 91% dos níveis pré-pandemia, com uma sólida procura dentro da região e dos Estados Unidos.

O Médio Oriente registou os melhores resultados entre janeiro e julho, com um volume de chegadas 20% acima dos níveis pré-pandemia, sendo a única região que até agora supera os níveis de 2019.

África recuperou 92% do número de visitantes registado antes da crise e a América 87%, de acordo com os dados disponíveis.

Na Ásia e Pacífico, a recuperação acelerou para 61% dos níveis pré-pandemia, após a abertura de muitos destinos.

De acordo com a OMT, o turismo internacional segue a caminho de alcançar em 2023 entre 80% e 95% dos níveis registados antes da crise.

As perspetivas até ao fim do ano apontam para uma recuperação contínua, mas a um ritmo mais moderado, depois da temporada alta de viagens no período entre junho e agosto.

Fonte: Lusa

Ambiente: Estradas aumentaram 364% e ferrovias diminuíram 18% – ONG

Ambiente: Estradas aumentaram 364% e ferrovias diminuíram 18% – ONG

Entre 1995 e 2018, Portugal aumentou a sua rede rodoviária em 2.378 quilómetros (346%), enquanto a ferrovia diminuiu 18%, segundo um estudo divulgado pela organização ambiental não-governamental (ONG), Greenpeace.

No mesmo período – que inclui dados comparáveis em toda a Europa -, Portugal investiu mais do triplo em estradas do que em ferrovias: 23,4 mil milhões de euros face a 7,7 mil milhões.

A ONG destaca ainda que, apesar dos alertas sobre as alterações climáticas e as suas consequências desde 1990, os países da Europa analisados (UE, Noruega, Suíça e Reino Unido) mantiveram o foco do investimento na extensão da rede viária (1,5 biliões de euros), em detrimento do comboio (930 mil milhões nas ferrovias), numa diferença de 66% entre as duas opções.

Entre 1995 e 2018, Portugal apresentou o terceiro maior crescimento, em termos absolutos, da extensão de autoestradas na Europa, a seguir à Espanha e à França.

No que se refere à redução da rede ferroviária, Portugal teve a terceira maior, depois da Letónia e da Polónia.

A ONG destaca que, desde 1995, o número de passageiros nos comboios portugueses tem decrescido e oito linhas ferroviárias (num total de 460 quilómetros) foram desativadas, afetando um número estimado de 100 mil pessoas.

Do lado positivo, a Greenpeace aplaude a criação do novo passe ferroviário nacional. que permite desde 1 de agosto, que um passageiro viaje – por 49 euros – nos comboios regionais em todo o território nacional (não sendo aplicável aos comboios inter-regionais e urbanos).

A organização ambientalista insiste também na necessidade de apostar nas ligações entre Portugal e Espanha, nomeadamente Lisboa-Madrid, lembrando que apenas existe um comboio direto entre Porto e Vigo.

Em vésperas do Conselho de ministros dos Transportes da UE (nos dias 22 e 23 de setembro), a Greenpeace apela aos governos “para que corrijam a sua incapacidade histórica de incentivar os comboios em vez dos transportes privados movidos a petróleo.

A ONG apela ainda para que não encerrem as estações ferroviárias regionais, reabram infraestruturas ferroviárias desativadas e transfiram maciçamente o financiamento dos transportes rodoviários e aéreos para os caminhos-de-ferro, a fim de garantir a redução das emissões de gases com efeito de estufa e a igualdade de acesso à mobilidade sustentável para todos”.

Fonte: Lusa

Socorro: 112 Transfronteiriço está a ser articulado entre INEM e congénere espanhola

Socorro: 112 Transfronteiriço está a ser articulado entre INEM e congénere espanhola

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) revelou que o projeto 112 transfronteiriço, está a ser articulado entre as entidades operacionais, dos dois lados da fronteira entre Portugal e a Galiza (Espanha).

“O projeto está em articulação entre as entidades operacionais portuguesa e espanhola, ou seja, entre o Instituto Nacional de Emergência Médica – INEM e a congénere espanhola AXEGA. Há questões, vontades e a necessidades de ter meios financeiros para isso”, disse António Cunha, em Vigo (Espanha), durante a participação no II Encontro de Agrupamentos Europeus de Cooperação Territorial (AECT) ibéricos.

O atual presidente da Euro-região Galiza – Norte de Portugal sinalizou que o programa POCTEP da União Europeia, direcionado à cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha, “acabou de aprovar um projeto nesse domínio, pelo que as coisas estarão mais facilitadas” no sentido de uma progressão.

Em novembro de 2022, durante a cimeira ibérica que decorreu em Viana do Castelo, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, anunciou que o 112 Transfronteiriço deverá estar a funcionar em toda a fronteira entre Portugal e Espanha em 2023.

O objetivo é replicar este protocolo e o projeto em todas as outras regiões de Portugal e de Espanha, país onde as competências de saúde são das regiões autónomas.

Em relação ao estatuto de trabalhador transfronteiriço, António Cunha disse que “ainda não aconteceu”, mas estão a ser dados passos na sua direção e “os governos centrais [de Portugal e Espanha] estão a trabalhar neles”.

“É um processo que tem naturais dificuldades. É um conceito difuso e desde logo, o conceito precisa de ser clarificado. Há pessoas que atravessam todos os dias a fronteira, outros que passam a semana do outro lado, há trabalhadores que são parcialmente transfronteiriços”, notou.

O presidente da CCDR-N admitiu que as regiões transfronteiriças queriam “andar mais depressa”, mas salientou que o processo “está a andar e o importante é caminhar nesse sentido”.

“Para nós que estamos na fronteira é um tema que reportamos de muito necessário, mas entendemos a dificuldade, nomeadamente a associada à definição de conceitos e a forma como pode ser enquadrado nas duas legislações”, afirmou.

António Cunha apontou ainda os “passos positivos” já dados, como “a criação de um roteiro que é um documento orientador” para os trabalhadores transfronteiriços e o facto de o grupo de trabalho já ter emitido legislação na área do teletrabalho.

Euro regiões de Portugal, Espanha e França reuniram-se nos dias 18 e 19 de setembro para promover e aprofundar a cooperação e reivindicar o estatuto do trabalhador transfronteiriço.

“A Europa tem 1,3 milhões de trabalhadores transfronteiriços, e a Galiza e o Norte de Portugal concentram mais de metade desses trabalhadores”, disse Nuno Almeida, diretor do AECT Galiza – Norte de Portugal.

O AECT da Eurorregião Galiza – Norte de Portugal é constituído pela Junta de Galiza e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

O II Encontro de Agrupamentos Europeus de Cooperação Territorial (AECT) ibéricos realizou-se em Vigo e contou com a participação do AECT Aquitânia/Euskadi/Navarra, do AECT Pirenéus Mediterrâneo, do AECT Rio Minho, do AECT GNP, do AECT Chaves-Verín e do AECT Duero-Douro.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Investigações nas áreas do património, paisagens da água e enoturismo

Miranda do Douro: Investigações nas áreas do património, paisagens da água e enoturismo

No dia 19 de setembro, a ACEC – Associação Circulo de Estudos do Centralismo atribuiu três bolsas de apoio a estudos de mestrado, nas áreas do património, paisagens da água e enoturismo, com o objetivo de incentivar a investigação e a definição de estratégias para desenvolver os territórios do interior, como é o caso do concelho de Miranda do Douro.

A cerimónia realizou-se na biblioteca do Centralismo e do Desenvolvimento, instalada no arquivo municipal de Miranda do Douro, tendo sido conduzida pelo presidente da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), Sebastião Feyo de Azevedo e contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.

Na sua intervenção, a autarca de Miranda do Douro deu as boas-vindas às investigadoras, contempladas com as bolsas de estudo e encorajou-as a encontrar caminhos para desenvolver o interior do país.

“Os problemas do interior estão sobejamente identificados, como são o centralismo do Estado e o consequente despovoamento de concelhos como o de Miranda do Douro. Agora é tempo de discernir caminhos e definir estratégias para devolver o dinamismo a estes territórios. Contamos com o vosso contributo”, disse a autarca.

Por sua vez, o presidente da ACEC, Sebastião Feyo, sublinhou a importância destas bolsas de estudo, no contexto de atuação desta associação, que recorde-se tem como missão contribuir para o desenvolvimento harmonioso do território, através do fomento e divulgação de estudos sobre a organização política e administrativa.

“A atribuição destas três primeiras bolsas de estudo vai ao encontro do nosso propósito de promover estudos sobre o interior de Portugal e a reorganização do território. Os temas selecionados tratam de assuntos relativos ao interior, que se enquadram na listagem temática identificada no portal da ACEC.PT., como são o património, a água e o enoturismo”, explicou.

O antigo reitor da Universidade do Porto (UC) acrescentou que as investigadoras vão desenvolver algum do seu trabalho de investigação, em Miranda do Douro.

“Com a estadia em Miranda do Douro, estas jovens vão experienciar o dia-a-dia no interior do país e assim poderão adquirir uma visão mais integral e coesa de todo o território nacional”, disse.

Na perspectiva de Jorge Lourenço, secretário executivo da ACEC, a atribuição destas bolsas de tudo é uma mais-valia para o território, dado que a investigação e o estudo geram conhecimento.

“O conhecimento é uma ferramenta valiosa para responder mais eficazmente aos problemas do interior do país. Veja-se a importância que o turismo tem cada vez mais para estes territórios. Mas o turismo tem que ser pensado, de modo a preservar e destacar os recursos endógenos, como é o caso, por exemplo, da vinha. Nas arribas do Douro produzem-se vinhos com muita qualidade e há que aproveitar esta riqueza”, disse.

A cerimónia de atribuição das bolsas de apoio aos mestrados decorreu na sequência de concursos públicos, publicitados pela ACEC e os temas das dissertações foram selecionados, mediante a sua relevância para o interior do país.

As bolsas foram atribuídas às estudantes: Susana Andreia Mendes de Andrade, Ana Matilde da Silva Gomes e Castro e Joana Patrocínio.

Susana Andreia Mendes de Andrade, é arquiteta de formação e está a realizar um mestrado em História de Arte, Património e Cultura Visual, na Faculdade de Letras, da Universidade do Porto (FLUC).

“O tema do meu trabalho é a antiga linha ferroviária do Sabor. Pretendo investigar que memórias ainda existem dessa linha ferroviária? E que relações foram criadas entre as comunidades?”, disse.

Segundo a investigadora, este estudo permitirá criar uma rede de conhecimento sobre os modos de vida, usos e costumes, etc., com o objetivo de caracterizar as comunidades locais, que viviam ao longo da antiga linha ferroviária do Sabor.

Por sua vez, Ana Matilde da Silva Gomes e Castro é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUC) e está a frequentar o mestrado em Turismo e Hospitalidade, na Universidade Portucalense.

“A minha dissertação é sobre as paisagens da água, como recurso cultural e turístico para o desenvolvimento regional, como é o caso de Miranda do Douro. Os objetivos são: inventariar todos os recursos hídricos turísticos que existem na região; identificar quais têm potencial turístico; definir estratégias de gestão para preservar estes recursos; e desenvolver o seu potencial turístico”, explicou.

Por fim, a brasileira, Joana Patrocínio, é licenciada em turismo e também está a realizar um mestrado em Turismo e Hospitalidade, na Universidade Portucalense (Bolsa Luís Telles de Abreu).

“Trabalho na área do turismo há 12 anos e decidi aprofundar a importância do enoturismo, ou seja, do turismo em espaço rural ligado à produção de vinho, que permite aos turistas o acompanhamento e conhecimento das atividades vinícolas e/ou participação nas mesmas”, avançou.

Relativamente ao trabalho que pretende realizar no concelho de Miranda do Douro, a jovem estudante adiantou que inicialmente vai conhecer a região, contatar com a comunidade local, de modo recolher informações e identificar os locais com maior potencial para o desenvolvimento de projetos de enoturismo.

A ACEC – Associação Círculo de Estudos do Centralismo é uma associação sem fins lucrativos, constituída por escritura pública em 29 de abril de 2022, numa cerimónia realizada no salão nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro.

HA

Miranda do Douro: Mirandeses vão a Fátima celebrar o 13 de outubro

Miranda do Douro: Mirandeses vão a Fátima celebrar o 13 de outubro

No âmbito do 106º aniversário das Aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos, em Fátima, a mordomia de Miranda do Douro está a organizar uma peregrinação, nos dias 14 e 15 de outubro, com passagens por Lamego, Batalha e a participação nas celebrações da eucaristia e da Via Sacra, em Fátima.

Segundo o programa da peregrinação, a partida de Miranda do Douro está agendada para a madrugada de sábado, dia 14 de outubro, em direção a Lamego, onde os peregrinos vão tomar o pequeno almoço e visitar o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios.

A viagem prossegue depois em direção à vila da Batalha, onde está preparado o almoço.

A chegada a Fátima está prevista para a tarde de sábado, durante a qual os peregrinos mirandeses terão a oportunidade de visitar o santuário, antes do jantar e do descanso.

Recorde-se que todos os dias 13, entre os meses de maio a outubro, o santuário de Fátima recebe milhares de peregrinos para celebrar as datas das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos. Na última aparição, a 13 de outubro de 1917, perante cerca de 70 mil pessoas, Nossa Senhora apresentou-se como a «Senhora do Rosário» e pediu que fizessem ali uma capela em Sua honra.




No Domingo, dia 15 de outubro, os destaques da peregrinação a Fátima são a participação na eucaristia e na Via sacra ao Calvário.

Finalizadas estas celebrações, os peregrinos regressam a Miranda do Douro.

A mordomia de Nossa Senhora de Fátima, em Miranda do Douro, informa que as inscrições para a peregrinação decorrem até ao dia 6 de outubro e têm um custo de 135 velas.

Para realizar a inscrição deve entrar em contato com os seguintes números de telemóvel: 936 364 433 ou 939 357 270.

HA

Vimioso: Ambientalistas vão debater transição energética

Vimioso: Ambientalistas vão debater transição energética

Nos dias 14 e 15 de outubro, várias associações ambientalistas e movimentos cívicos nacionais vão reunir-se em Vimioso, para debater linhas de ação que assegurem uma transição energética que tenha impacto efetivo no ambiente e na sociedade.

“Este encontro de organizações ambientalistas, movimentos cívicos e outros intervenientes serve para definir linhas de ação conjuntas que beneficiem o meio ambiente e a sociedade, e assim definir linhas de ação que assegurem uma transição energética que tenha impacto de forma efetiva no meio ambiente e na sociedade”, explicou o presidente da Palombar, José Pereira.

O encontro tem como tema “Transição Energética? Sim, mas a que custo?” e está agendado para 14 e 15 de outubro, no Parque Ibérico de Natureza e Aventura – PINTA, em Vimioso.

O também biólogo acrescentou que o movimento ambientalista acredita que a transição energética tem de ser feita e com muita celeridade, mas há uma preocupação com a forma como esta mudança de paradigma no campo das fontes energéticas renováveis está a ser feita.

“É necessário salvaguardar os valores naturais e sociais das comunidades e ao mesmo tempo que seja possível implementar uma estratégia de transição energética, sendo este o tema em que organizações ambientalistas se focarão durante o encontro de convergência energética”, explicou.

Segundo José Pereira, as fontes energéticas alternativas aos combustíveis fósseis são essenciais para assegurar a transição energética, mas, nos últimos anos, a sua proliferação acelerada, com consequências negativas diretas no coberto vegetal e impactos nos ecossistemas e paisagem, tem levantado questões sobre a real contribuição da energia renovável para a mitigação das alterações climáticas.

 “Urge, por isso, debater esta questão da transição energética de forma incontornável”, acrescentou.

 “A transição energética é necessária para fazer face aos desafios e riscos ambientais impostos pelas alterações climáticas, mas a que custo está a ser feita? E em benefício de quem? Neste encontro, associações, movimentos e grupos informais de proteção ambiental de todo o país irão juntar-se para debater este tema, com foco nas megas centrais solares”, alertou o ambientalista.

Para os ambientalistas, é preciso “pressionar o Governo” a encontrar estratégias que, de forma coerente, vão de encontro à proteção e preservação da biodiversidade e ao restauro dos ecossistemas.

O encontro é promovido pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, com sede em Vimioso, em parceria com Associação dos Amigos do Mindelo para a Defesa do Ambiente e pela Associação Portuguesa de Turismo Sustentável.
 

Fonte: Lusa

Justiça: Atraso na progressão da carreira dos oficiais de justiça

Justiça: Atraso na progressão da carreira dos oficiais de justiça

A Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) admitiu o atraso no reconhecimento do tempo de serviço, em período experimental, para progressão na carreira de 532 oficiais de justiça, conforme decretou o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (TACL).

Em causa está a decisão do TACL, de 2 de maio de 2023, na sequência de uma ação administrativa colocada em 2009, que reconheceu aos 532 funcionários judiciais subscritores dessa ação, o direito a ver considerado o tempo de serviço, durante o período probatório, para progredirem na carreira e que condenou o Ministério da Justiça a reparar aos visados as consequências dessa ausência de contagem.

“Face à complexidade das operações envolvidas, informa-se que apesar dos esforços empreendidos até à data nesse sentido, não foi possível concluir a execução integral da sentença, encontrando-se ainda a decorrer as operações materiais para a efetiva execução”, admitiu a DGAJ numa nota publicada no site oficial.

O organismo liderado pela juíza desembargadora Isabel Namora acrescentou ainda que as operações devem estar “concluídas nos próximos dois meses” relativamente aos oficiais de justiça abrangidos por esta decisão.

No passado dia 12 de julho, a DGAJ emitiu um comunicado no qual adiantou que “já deu início à prática dos atos e operações materiais necessários à execução” daquela sentença do TACL e que iria proceder, “em devido tempo, ao tratamento de todas as situações que se encontrem pendentes”, embora tenha assumido também que previa “uma tarefa exigente e morosa”.

Questionado sobre a posição do organismo tutelado pelo Ministério da Justiça, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, garantiu não ficar surpreendido e lembrou que na semana passada tinha alertado os oficiais de justiça – quer os que integravam a ação, quer os outros que se considerem abrangidos por esta decisão – para enviarem um conjunto de dados ao sindicato no sentido de acautelar o reconhecimento dos seus direitos.

“Não me admira que isto seja por a DGAJ não ter orçamento para pagar os valores em causa. Nestes 532 oficiais de justiça – e mais alguns milhares, alguns possivelmente até já aposentados – poderemos estar a falar de alguns milhões de euros. Os efeitos da ação, atendendo ao princípio da igualdade, têm de ser aplicados a todos os trabalhadores que reúnam as mesmas condições”, sublinhou o dirigente.

Já o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), Carlos Almeida, lamentou o adiamento de uma solução sobre esta questão e voltou a criticar a liderança da DGAJ, ao apelar ao Conselho Superior da Magistratura (CSM) para terminar as comissões de serviço da desembargadora Isabel Namora e da subdiretora-geral, a juíza Ana Cláudia Cáceres Pires.

“A DGAJ está, uma vez mais, a adiar o cumprimento de uma decisão judicial. Considero que o CSM deve fazer cessar a comissão de serviço das responsáveis máximas pela DGAJ, cujo desempenho tem sido mais de natureza política do que de respeito pelo órgão de soberania – os tribunais. A manutenção dessas comissões de serviço não vem prestigiando, pela ação desenvolvida, nem a magistratura nem os tribunais”, finalizou.

Fonte: Lusa