Política: Municípios dizem que ficam a perder com alterações ao IUC

Política: Municípios dizem que ficam a perder com alterações ao IUC

Os municípios consideram inadmissíveis alterações ao Imposto Único de Circulação (IUC), na proposta de Orçamento do Estado para 2024, destacando que ficam a perder pelo menos 40 milhões de euros de receita, apesar dos aumentos previstos pelo Governo.

No parecer sobre a proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2024 (PLOE2024), enviado à Assembleia da República, a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) destacou que só no Imposto Único de Circulação (IUC) dos veículos de categoria A, cuja receita atualmente é 100% municipal, vai perder cerca de 40 milhões de euros (ME), tendo em conta os valores de 2022, já que a PLOE2024 estabelece que 30% desta receita passa a ser do Estado.

“A agravar, e face aos aumentos substanciais no IUC, é criado um teto de variação anual de 25 euros por veículo, estabelecendo, desde logo, que quando esse teto é aplicado os municípios apenas têm direito a receber o equivalente ao que receberam em 2023, ‘congelando’ assim a receita” municipal, destaca ainda a ANMP.

Ou seja, com o polémico aumento de IUC para os veículos com matrículas registadas entre 1981 e julho de 2007, que em 2024 tem um teto máximo de 25 euros por viatura, os municípios não ganharão nada, porque a verba que exceder o montante que receberam em 2023 vai para o Estado.

“São duas medidas que a ANMP tem por inadmissíveis, não podendo aceitar a apropriação por parte do Estado de 30% da componente da cilindrada dos veículos da categoria A, nem o congelamento da receita dos municípios nas categorias A e E”, é sublinhado pela ANMP.

No parecer, a ANMP destaca que a alteração do enquadramento do IUC, quer ao nível da titularidade das receitas, quer ao nível dos escalões e taxas aplicados, originará “um aumento substancial de receita” deste imposto.

“Parece-nos, no contexto atual, que deveriam os municípios participar na componente relativa à emissão de CO2, apoiando o financiamento das suas competências e responsabilidades crescentes no contexto da transição verde e alterações climáticas. Por fim, destacamos ainda que, ao contrário do solicitado pela ANMP, o adicional do IUC continua a ser aplicado, sendo a sua titularidade exclusivamente do Estado”, defendem as câmaras municipais.

Apesar de uma avaliação “globalmente favorável” da PLOE2024, por conter, no geral, medidas positivas para as autarquias, medidas como as alterações ao IUC “justificam a intervenção da ANMP junto do Governo e dos partidos políticos com assento na Assembleia da República, tendo em vista a sua inclusão ou alteração”, é sublinhado no parecer.

O Imposto Único de Circulação (IUC) é atualmente partilhado entre municípios, regiões autónomas e Estado, sendo que os municípios recebem 100% da receita relativa aos veículos da categoria A, E, F e G, além de 70% da componente relativa à cilindrada da categoria B.

Os restantes 30% dos impostos relativos à cilindrada da categoria B vão para o Estado e para as regiões autónomas.

Estado e regiões autónomas recebem ainda 100% da componente do CO2 nesta categoria (B), a única que é tributada em função do CO2.

Fonte: Lusa

Mogadouro: Município alerta para existência de manganês na água da rede pública

Mogadouro: Município alerta para existência de manganês na água da rede pública

O município de Mogadouro emitiu um aviso à população para a existência de manganês na rede de abastecimento de água, provocando uma tonalidade mais escura na água.

De acordo com uma publicação feita na página oficial da internet deste município do distrito de Bragança, a acumulação de manganês é mais comum em zonas abastecidas pela Estação de Tratamento de Água (ETA) de Bastelos.

“Tendo em conta a súbita alteração da temperatura que se fez sentir desde ontem, pode verificar-se esta alteração de tonalidade na água que chega à casa dos consumidores. Os serviços de águas municipais estão a monitorizar a rede de distribuição e a tomar as devidas medidas mitigadoras deste efeito”, indica a autarquia transmontana.

Segundo fonte do município de Mogadouro, o manganês não é prejudicial para a saúde pública, mas aconselha-se que a lavagem da roupa seja feita sem recursos a lixívia ou derivados para evitar manchas,

O município presidido pelo social-democrata António Pimentel informou ainda que a nova ETA instalada na Barragem de Bastelos entrará em funcionamento a curto prazo, com novos equipamentos e tecnologias que dão maior confiança na resolução deste problema.

Fonte: Lusa

Sendim: Grazes e halloween vão animar a vila

Sendim: Grazes e halloween vão animar a vila

Ao longo de quatro dias, a vila de Sendim vai estar em festa, com a realização da feira dos Grazes, que vai decorrer no fim-de-semana de 27, 28 e 29 de outubro, seguida do hallloween ou noite das bruxas, agendada para terça-feira, dia 31 de outubro.

O presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, adiantou que a Feira dos Grazes deste ano, começa ao final da tarde de sexta-feira, dia 27 de outubro, com a cerimónia de abertura no espaço dos expositores locais.

“Este ano, na tenda de expositores há uma maior participação dos produtores e empresários sendineses. Nesse espaço vai ser possível adquirir produtos locais como o vinho, o azeite, o fumeiro, os frutos secos, o mel, as compotas, o artesanato, entre outros produtos. No exterior da tenda, vão ser expostos tratores e máquinas agrícolas”, indicou.

Nos dias de sábado e Domingo, 28 e 29 de outubro, são aguardados cerca de 150 feirantes de todo o país, que vão expor os seus produtos nas ruas da vila de Sendim. Como acontece habitualmente nesta época do ano, o público tem a oportunidade de adquirir produtos como calçado, vestuário, bens alimentares, árvores de fruto, entre muitos outros produtos.

“Para a animação da feira, o motoclube “Abutres do Douro” associou-se à organização e preparou o passeio “Grazes em Movimento”, agendado para Domingo, dia 29 de outubro. Com idêntico propósito, a comissão de festas de Santa Bárbara – Sendim, vai disponibilizar ao longo do fim-de-semana, o serviço de restaurante, no salão de festas local”, informou o autarca.

Para atrair a vinda de público a Sendim, a feira dos Grazes 2023 vai contar com a participação de grupos musicais locais e de artistas de renome. Assim, na abertura da feira, vai atuar o grupo musical Midnes. No dia seguinte, sábado, o Rancho Infantil do Grupo Cultural de Sendim, antecede a atuação de Jorge Guerreiro. A noite de sábado prossegue ainda com as atuações do DJ “La Bomba” e “Thug Boys and Barbz”. No Domingo, às 16h30, o conhecido artista, José Malhoa vai animar a tarde, na feira dos Grazes.

De acordo com o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, a conhecida feira dos Grazes, continua a ser muito procurada pelas populações dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso e até da vizinha Espanha.

“Os Grazes coincidem com o inicio das estações do outono e inverno, pelo que as pessoas aproveitam esta feira para adquirir vestuário e calçado mais apropriado para as temperaturas frias. Para além disso é habitual comprar o mel, as castanhas para o fazer o magusto, assim como as flores para o Dia de Todos os Santos”, disse.

Finalizada a feira dos Grazes, na terça-feira, dia 31 de outubro, a vila de Sendim vai assinalar a noite de halloween ou dia das bruxas.

“A noite de halloween é encarada como uma oportunidade para recriar a antiga tradição do esconjuro e da queimada galega, um ritual usado para afugentar as bruxas ou algo que se considera maligno. A tradicional queimada galega é uma bebida feita à base de aguardente, limão, maçã, canela e açúcar.”, explicou.

Segundo Luís Santiago, à semelhança do que acontece em Motalegre, com a noite das bruxas, que atrai anualmente milhares de visitantes, a freguesia de Sendim pretende recriar um evento semelhante nesta localidade.

Recorde-se que o halloween é uma festa que se realiza no dia 31 de outubro, em que as pessoas vestem trajes fantasmagóricos e usam abóboras ocas, com velas no interior, para decoração de casas, jardins, etc.

HA

Miranda do Douro: 25 jovens receberam o sacramento do Crisma

Miranda do Douro: 25 jovens receberam o sacramento do Crisma

No Domingo, dia 22 de outubro, o bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida presidiu à celebração do Crisma, na concatedral de Miranda do Douro, onde foram confirmados na fé da Igreja, 25 jovens mirandeses que assim concluíram o percurso inicial da formação cristã.

A celebração do sacramento da confirmação (Crisma) dos jovens mirandeses, foi concelebrada pelo pároco local, o padre Manuel Marque, pelos padrinhos e familiares, que encheram a catedral de Miranda do Douro, testemunhando assim a efusão do Espírito Santo sobre os crismandos.

Na homília da eucaristia dominical, D. Nuno Almeida, referiu a ligação entre os sacramentos do Batismo e da Confirmação e sublinhou a importância do Espírito Santo na compreensão da Sagrada Escritura.

“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, o que quer dizer Jesus, com esta afirmação? – interpelou o bispo de Bragança-Miranda.

Segundo a interpretação do prelado, naquele tempo o imperador romano era considerado deus. “Para não cairmos no engano de pensar que somos deuses, donos do mundo, em que tudo gira à nossa volta – é o pecado original – Jesus mostra-nos que o caminho é viver como irmãos e a partilhar o que somos e temos com os outros”, explicou.

Dirigindo-se concretamente aos 25 jovens crismandos, D. Nuno Almeida desafiou-os a darem bom testemunho do Cristo e a dedicar algum tempo das suas vidas a Deus, ao voluntariado ou à catequese, aos escuteiros ou ao coro da paróquia.

“Qual é a minha missão na sociedade? E na igreja, o que posso dar aos outros?”, interpelou.

Chegados ao momento do Crisma, o bispo de Bragança-Miranda, realizou o gesto de imposição das mãos e ungiu os jovens com o óleo do santo crisma, momento em que cada um dos crismandos foi acompanhado pelo respetivo padrinho ou madrinha.

O bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, unge os crismandos (acompanhados pelos padrinhos ou madrinhas) com o óleo do santo crisma.

Segundo a Igreja Católica, ao receber o sacramento da confirmação (Crisma), são concedidos os sete dons do Espírito Santo. A saber: conselho, piedade, fortaleza, temor de Deus, ciência, inteligência ou entendimento e sabedoria.

A celebração na catedral de Miranda do Douro terminou com o cântico “Vinde Espírito Santo! E acendei em nós o fogo do vosso amor!”

HA

Micologia: Nordeste transmontano com boas perspectivas na apanha de cogumelos silvestres 

Micologia: Nordeste transmontano com boas perspectivas na apanha de cogumelos silvestres 

O presidente da Associação Micológica “A Pantorra”, com sede em Mogadouro, mostrou-se otimista em relação à época de apanha de cogumelos silvestres, que agora começa, devido à chuva que está a cair no nordeste transmontano.

Manuel Moredo avançou que as expectativas são otimistas devido à quantidade de chuva que tem caído. Provavelmente, no espaço de oito a 10 dias, começam a aparecer a maior parte das espécies de cogumelos silvestres que proliferam neste território do distrito de Bragança, por esta altura do ano.

“Penso que existem grandes condições para o aparecimento das mais diversas espécies de cogumelos silvestres comestíveis” o que vai enriquecer a gastronomia transmontana nesta altura do ano, indicou o micólogo.

A antevisão é feita numa altura em que se prepara o 23. º Encontro Micológico Transmontano, um dos mais antigos do país, que se realiza em Mogadouro, entre 3 e 5 de novembro e que conta como apoio do município.

Durante o encontro micológico, haverá tempo para uma exposição dos cogumelos recolhidos e uma ceia micológica num dos restaurantes de Mogadouro.

Este tipo de alimento há muito que é considerado pelos populares “um verdadeiro manjar dos Deuses”, mas a associação defende que “os cogumelos são comida de risco”.

No encontro micológico deste ano estamos mais virados para a identificação dos cogumelos nos bosques, por se tratar de uma comida de risco e assim e desta forma ajudar a identificar os cogumelos comestíveis e os mais tóxicos”, vincou Manuel Moredo.

No topo dos cogumelos mais mortais está uma espécie designada ‘Amanita phalloides’, considerada pelos especialistas como “a mais tóxica e mortal”.

Apesar do valor económico dos cogumelos comestíveis, em Portugal ainda não há legislação que regulamente o setor e esse “vazio legal” não permite a “certificação” das mais variadas espécies para que se tornem numa mais-valia económica.

“Estamos fartos de sugerir um código de conduta para a apanha dos cogumelos nestas últimas duas décadas. Tem de haver legislação que acabe com a anarquia que tem havido em matéria da apanha de cogumelos, sendo um assunto que cabe ao Ministério da Agricultura”, rematou Manuel Moredo.

“A Pantorra” já identificou mais de 1.000 espécies de cogumelos no Nordeste Transmontano nos últimos 23 anos, mas os seus especialistas estão convencidos que há muitas mais por identificar.

Lameiros, soutos e pinhais, locais ideais para a apanha, são batidos palmo a palmo nesta altura do ano pelos recoletores de cogumelos silvestres, alguns dos quais o fazem por gosto e outros porque encontraram nesta atividade uma forma de sustento.

Sanchas, boletos, repolgas ou míscaros são, nesta altura do ano, dos fungos mais procurados pelos apreciadores e recoletores na região do Interior Norte.

Os preços das mais variadas espécies de cogumelos silvestres em fresco podem variar entre os 15 euros por quilo no caso dos boletos e os 7,5 euros no caso das setas dos pinhos.

A associação micológica tem cerca de uma centena de associados espalhados por todo o país e pelo estrangeiro.

Fonte: Lusa

Agricultura: Ano trágico para a castanha 

Agricultura: Ano trágico para a castanha

Num ano que se antevia bom para a colheita da castanha, o calor excessivo do mês de setembro veio prejudicar seriamente a campanha deste ano, o que levou o município de Vinhais a solicitar medidas de apoio aos agricultores do concelho.

“Há três ou quatro semanas era expectável um ano muito bom em termos de produção. O que vai acontecer é precisamente o contrário. É um ano trágico, com quebras muito grandes”, indicou o presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes.

As perdas não serão uniformes em todas as zonas do concelho, mas expressivas. “Estaremos a falar sempre de quebras superiores a 70, 80%. Se calhar em alguns casos a rondar quase os 100%”, adiantou Luís Fernandes.

O pedido foi vertido num memorando, onde se pedem medidas de compensação aos produtores, como o pagamento atempado dos subsídios, apoios aos seguros de colheitas, isenção do pagamento da Segurança Social ou mesmo a declaração do estado de calamidade, “porque isso permite outro tipo de apoios”, relembrou Luís Fernandes.

Na lista de exemplos de medidas consideradas relevantes, sugere-se ao Ministério da Agricultura a adoção de “uma estratégia ele investigação e combate às causas que estiveram na origem destes fenómenos”. 

O memorando, assinado por entidades da região ligadas à produção agrícola e pelas juntas de freguesia, foi entregue este fim de semana, no decorrer da Rural Castanea – Festa da Castanha, à Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira. No domingo, foi entregue ao Ministro da Economia, António Costa Silva, que marcou presença no dia de encerramento do certame.

Seguiu também para o Ministério da Agricultura e para a comunicação social “para que possam ser tomadas medidas”, reforçou Luís Fernandes, considerando a situação “gravíssima”.

Em causa estão perdas, explica-se no referido documento, provocadas pelo “calor excessivo e incomum para a época do ano” verificado no mês de setembro. Os ouriços começaram “a secar antes de a castanha estar completamente formada, interrompendo o normal desenvolvimento das variedades mais tardias”. 

“Fruto daquelas duas semanas que vieram com temperaturas altíssimas (…), é verdade que os castanheiro dá a sensação que arderam. E, portanto, a produção é praticamente inexistente”, explicou Luís Fernandes, notando que a qualidade da castanha colhida este ano também está abaixo do esperado.

As alterações ao clima normal para a altura verificaram-se também na pluviosidade. O memorando cita o relatório do Estado das Culturas da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte. 

No mês de setembro, em Trás-os-Montes, “registou-se uma precipitação de 92,1 mm, o que representou um aumento de 64% em relação à média mensal dos últimos 30 anos, seguiram-se temperaturas muito altas para a época do ano”, lê-se.

Além de poder ter originado um “golpe de calor”, o fenómeno contribuiu para o aparecimento do fungo que provoca a doença da septoriose. Este problema está a ser detetado em concelhos vizinhos, destaca-se no memorando.

Junta-se, em comparação a anos anteriores, “um aumento do bichado-da-castanha, do gorgulho e há relatos de sintomas provocados por uma doença conhecida como podridão da castanha”, enumera-se no mesmo documento.

“Isto é muito mau para o concelho. A castanha é o suporte económico mais importante. Ainda por cima, estamos a falar de dois anos seguidos com quebras de produção muito grandes”, vincou Luís Fernandes.

Vinhais é um dos maiores produtores de castanha do país, com entre 13 a 15 mil toneladas por ano, o que representa cerca 15 milhões de euros. Conta com 2.500 produtores e 10 mil hectares de soutos. 

“Se fossem dois anos bons de castanha, entrariam 30 milhões de euros, ou mais, no concelho. Nem um terço desse valor financeiro vai entrar”, lamentou Luís Fernandes.

Fonte: Lusa

Angueira: Feira do Mel e dos Produtos da Terra entusiasmou a aldeia

Angueira: Feira do Mel e dos Produtos da Terra entusiasmou a aldeia

A I Feira do Mel e dos Produtos da Terra, realizada nos dias 21 e 22 de outubro, na localidade de Angueira, no concelho de Vimioso, entusiasmou a população local com a afluência de visitantes e as várias atividades realizadas ao longo do certame, com destaque para o baile tradicional, a caminhada interpretativa e o convívio no magusto de castanhas assadas e jeropiga.

Na tarde de Domingo, os pauliteiros de Palaçoulo animaram a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra.

A vereadora da cultura do município de Vimioso, Carina Lopes, informou que a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra é o oitavo certame deste género que se realiza nas várias localidades, do concelho de Vimioso.

“Estas feiras temáticas são um sucesso porque, simultaneamente, promovem o encontro e o convívio entre as gentes do concelho, assim como a comercialização dos produtos locais e a divulgação das tradições culturais. Ao deslocalizar estas feiras para as aldeias, estamos a trazer vida e movimento às populações que sofrem com o despovoamento e o isolamento”, indicou.

Ao longo de cada ano, no concelho vimiosense realizam-se os seguintes certames: a Feira das Colheitas, em Vilar Seco; a Feira do Mel e dos Produtos da Terra, em Angueira; a Feira da Castanha, em Avelanoso; o Mercado Rural – Cachico, em Carção; a Feira de Artes, Ofícios e Sabores, em Vimioso; a Feira da Rosquilha, em Argozelo; a Feira do Pão, em Caçarelhos; o Sábado de Aleluia, em Algoso; e a Feira do Azeite, em Santulhão.

O mel.

Na feira de Angueira, o produto local selecionado foi o mel. Nesta primeira edição do certame, foi organizada uma sessão de esclarecimento sobre um dos problemas que afeta a produção de mel: a praga da vespa asiática ou velutina. O responsável pela proteção civil, em Vimioso, Francisco Bruçó, informou que esta vespa, predominantemente de cor negra, alimenta-se essencialmente de abelhas, razão pela qual prejudica seriamente a apicultura.

“Sem abelhas não há mel, mas também não há polinização e portanto não há frutos, não há plantas e não há vida”, alertou.

Para combater eficazmente esta praga, o responsável da proteção civil apelou à vigilância da população do concelho, para que esteja atenta aos possíveis sinais de presença desta espécie, que faz os ninhos nas alturas, por exemplo, na copa das árvores.

A sessão de esclarecimento contou ainda com a participação do apicultor local, Jorge Fernandes, que informou os apicultores (e o público presente no recinto da feira), sobre as negociações que estão a decorrer na União Europeia, relativas ao reconhecimento da importância da atividade apícola para a agricultura.

“A apicultura é a única atividade agroambiental que não beneficia de qualquer apoio. Por esta razão, estão a decorrer negociações em Bruxelas, para a atribuição de um apoio financeiro aos apicultores, à semelhança do que já acontece com a pecuária e a agricultura e as florestas”, informou.

Segundo o apicultor, este apoio financeiro é decisivo para a manutenção e sobrevivência da apicultura. Opinião corroborada, por outro apicultor, Jorge Gonçalves, que reconheceu as dificuldades que o setor atravessa.

“Para quem vive apenas da apicultura, acredito que não seja fácil. No meu caso, a apicultura é uma atividade de realizo por gosto e como passatempo”, disse.

A comercialização do mel e dos produtos da terra

Na I Feira do Mel e dos Produtos da Terra participaram vários apicultores locais, que aproveitaram a oportunidade para comercializar a sua produção de mel. De Caçarelhos, um jovem apicultor, apresentou ao público três variedades de mel: de rosmaninho, de castanheiro e silva e de carvalho.

“Dado que estamos a entrar no período frio do inverno, as pessoas aproveitam estes certames para comprar mel e assim prevenir-se contra as constipações e as gripes”, explicou.

Por sua vez, Teresa Pinto, acompanhada da neta, Daniela Martins, deslocaram-se de Junqueira até Angueira, para escoar o excedente de produtos locais, como são os figos secos, o pão, as alcaparras, a amêndoa, a noz, a marmelada, fruta, cebolas, entre outros produtos.

“Estas feiras temáticas são uma iniciativa muito bem sucedida e já sugerimos ao presidente da nossa freguesia de Matela e Junqueira para organizar um evento destes. Perante o despovoamento e o isolamento que se vive em tantas aldeias do concelho, estas feiras conseguem atrair a vinda de muita gente, que ao longo de um fim-de-semana interagem com a população local. ”, destacou.

O público

Do lado do público, destaque para a montaria ao javali que reuniu em Angueira, 175 caçadores, da região e também de outras localidades do país. De Felgueiras, por exemplo, veio Agostinho Costa, juntamente com vários amigos caçadores. Para além do gosto pela caça, os visitantes aproveitaram a feira para adquirir produtos locais, com destaque para o mel e as castanhas.

Perante a afluência de visitantes, a jovem Diana Bielber, natural de Angueira, estava radiante com a animação que a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra trouxe à sua aldeia.

“Dou os parabéns à União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira pela organização deste evento! A variedade dos produtos na feira e as atividades de animação apresentadas conseguiram envolver todas as faixas etárias da população! Destaco, por exemplo, o workshop de baile tradicional que criou uma grande interação entre as crianças e os adultos!!”, indicou.

A jovem angueirense destacou ainda outras atividades que decorreram ao longo do fim-de-semana, como o concerto “Músicas da Raya”, a caminhada interpretativa pelo vale do rio Angueira, a luta de touros (que mais uma vez atraiu uma multidão de gente) e o convívio final com o magusto de castanhas assadas e a jeropiga, que encerrou a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra.

HA

Futsal: Campeões mirandeses obrigados a suar para vencer

Futsal: Campeões mirandeses obrigados a suar para vencer

Após a eliminação da taça de Portugal, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) regressou às competições distritais e conquistou a segunda vitória no campeonato, no dia 20 de outubro, ao vencer os Pioneiros de Bragança por 3-2, num jogo que exigiu aos atuais campeões de futsal, atenção e determinação.

Vitor Hugo com um golo e uma assistência foi determinante para a vitória mirandesa.

Após a eliminação da Taça de Portugal, diante dos famalicenses do São Mateus, com os quais perderam por 5-2, o Clube Desportivo Miranda do Douro (CDMD) regressou a casa, para o jogo da 3ª jornada do campeonato distrital de futsal.

No pavilhão multiusos, em Miranda do Douro, os mirandeses entraram no jogo com muita vontade de marcar cedo. No entanto o acerto nos remates iniciais não foi o melhor. Exemplo disso, foi o remate de Castro, aos 4′ minutos, que em boa posição, rematou forte mas a bola não levou a direção da baliza brigantina.

Aos 8 minutos, Vitor Hugo, que voltou a demonstrar toda a sua classe, efetuou um passe “teleguiado” para dentro da área adversária, onde estava Finha, que desviou a bola no ar, para o fundo da baliza, fazendo assim o 1-0.

O mirandês, Finha, também apontou um golo e fez uma assistência.

A primeira reação dos Pioneiros de Bragança ocorreu aos 14 minutos, com o primeiro remate à baliza mirandesa, que obrigou o guarda-redes, Pina, a defender com os pés.

Os mirandeses responderam de imediato, com Castro a rematar novamente, mas outra vez desenquadrado da baliza bragançana.

Aos 16 minutos, a equipa de arbitragem anulou um golo à equipa de Miranda do Douro, não dando a lei da vantagem. Os árbitros preferiram interromper o jogo, do que validar o golo de Diogo, na sequência de uma jogada em que um adversário fez falta sobre o jogador mirandês, que mesmo assim conseguir seguir para a baliza e rematar para golo.

Finalizados os primeiros 20 minutos, a vantagem mínima de 1-0, justificava-se pela maior acutilância ofensiva da equipa de Miranda do Douro. Do outro lado, os Pioneiros de Bragança jogaram com muitas cautelas defensivas, não se aventurando muito no ataque.

Na segunda parte do jogo, os mirandeses voltaram a entrar acutilantes e aos 21´, Miguel Castro, foi o autor do 2-0, num remate enrolado dentro da área brigantina.

Miguel Castro fez o 2-0 para os mirandeses.

O aumento da desvantagem sobressaltou os visitantes e no minuto seguinte, o capitão, Erivaldo, reduziu para 2-1, num remate forte e colocado.

O capitão dos Pioneiros de Bragança, Erivaldo, reduziu para 2-1.

O golo soltou os bragançanos e 30 segundos depois, o mesmo Erivaldo, fez o empate 2-2, num remate do lado esquerdo, que voltou a surpreender a defesa mirandesa.

O golo do empate foi efusivamente festejado pelos visitantes.

Com o empate, a equipa comandada pelo experiente Vitor Hugo foi novamente à procura de mais um golo, para se adiantar novamente no marcador. Mas para que isso acontecesse foram necessários 10 minutos, a jogar com paciência e precisão. No decorrer deste período, houve duas oportunidades de golo: uma para os mirandeses, que Vitor Hugo, não conseguiu concluir. E outra para os bragançanos, que Flávio, também desperdiçou.

Chegados aos 31º minuto, Finha viu a movimentação de Vitor Hugo dentro da área adversária e retribuiu-lhe com um passe rasteiro, que o companheiro concluiu fazendo o 3-2.

A passe de Finha, Vitor Hugo fez o 3-2 que garantiu a vitória do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD).

Até ao final, destaque ainda para um remate de Nickas que o guardião bragançano defendeu in extremis.

Equipas:

Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD): Pina, Renato, Couto (cap.), Castro, Diogo, Guilherme, Vitor Hugo, Dinis, Ângelo, Cristal, Finha, Caio, André e Nickas.

Fisioterapeuta: Zélia Martins

Treinador: Nélson Moreira

“Neste jogo já estávamos alertados para a combatividade da equipa dos Pioneiros de Bragança. E confirmou-se pelas dificuldades que nos causou ao longo de todo o jogo. Da nossa parte, não estivemos tão bem na reação à perda da bola e na circulação. Mesmo assim, conseguimos vencer com mérito, dado que criámos mais oportunidades de golo e alcançamos o objetivo da vitória” – Vitor Hugo

Pioneiros de Bragança: Lucas, Sérgio, Erivaldo (cap.), Ricardo, Luís, Lucas Cunha, João Teixeira, Flávio, André Mendes, Guilherme Afonso, João Silva e Ricardo Rodrigues.

Treinador: Manuel Nascimento

“Foi um jogo que dignificou o futsal, dada a grande entrega de ambas as equipas. A vitória do Miranda acaba por ser justa, mas se os vencedores fôssemos nós, também não seria injusto. Diante dos atuais campeões distritais, que têm uma equipa repleta de jogadores experientes, optámos por defender bem e atacar com precisão”- Manuel Nascimento

Equipa de arbitragem:

1º árbitro: João Martins

2º árbitro: João Nunes

Cronometrista: Rui Domingues

Resultados da 3ª jornada

Alfandeguense3-5Águia FC Vimioso
 Futsal Mirandela2-4GD Torre Dona Chama
 CD Miranda do Douro3-2Pioneiros Bragança
GD Freixo5-7Arnaldo Pereira (Bragança)
23/02ACRD Ala21:30GD Sendim

Classificação

PJVEDGMGSDG
1Arnaldo Pereira (Bragança)933001910+9
2CD Miranda do Douro6220093+6
3Sp. Moncorvo62200188+10
4GD Torre Dona Chama632011112-1
5Futsal Mirandela331021113-2
6ACRD Ala3110083+5
7Águia FC Vimioso321011014-4
8GD Sendim3210176+1
9Pioneiros Bragança02002510-5
10Alfandeguense03003817-9
11GD Freixo03003919-10

Próxima jornada

27/10Águia FC Vimioso21:30Futsal Mirandela
 Sp. Moncorvo21:30CD Miranda do Douro
 GD Torre Dona Chama21:30GD Freixo
28/10Pioneiros Bragança18:00Alfandeguense
 Arnaldo Pereira (Bragança)21:00ACRD Ala

Catequese: Novo itinerário vai ao encontro das necessidades da Igreja

Catequese: Novo itinerário vai ao encontro das necessidades da Igreja

O presidente da Comissão da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) disse que as Jornadas Nacionais de Catequistas, que decorreram em Fátima, no fim-de-semana de 21 e 22 de outubro, convidaram os catequistas a “olhar com mais atenção e profundidade” para o novo itinerário que quer “proporcionar aos mais jovens uma catequese mais viva”.

“Este itinerário, esperamos que seja uma proposta que vá ao encontro das necessidades da Igreja de hoje, das comunidades, desta nova geração, e também desta cultura em que estão e do contexto familiar que fazem parte; As grandes dimensões têm a ver com procurar proporcionar aos mais jovens uma catequese mais viva, que os ajude a ter um encontro com Cristo vivo, por um lado, e depois a crescer da fé, a aprofundar essa fé”, disse D. António Augusto Azevedo.

Mais de 1100 catequistas de todo o país participaram nas Jornadas Nacionais de Catequistas 2023, intituladas ‘Olhar o novo Itinerário – Iniciação à vida cristã: os alicerces da fé’, que decorreram sábado e domingo, dias 21 e 22 de outubro, em Fátima.

Segundo o presidente da Comissão da Educação Cristã e Doutrina da Fé, bispo de Vila Real, “é significativo” que um tão grande número de catequistas tenha aderido a esta iniciativa, o que considera que acolheram “com muito entusiasmo, com muito interesse” o novo ‘Itinerário da Iniciação à Vida Cristã’.

O Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), que promove esta formação, informa que estas jornadas de catequistas fazem parte do “caminho de receção e divulgação do novo Itinerário para a Catequese”, editado pela Conferência Episcopal Portuguesa em 2022.

D. António Augusto Azevedo assinala que o itinerário foi “aprovado há pouco tempo pela Conferência Episcopal”, por isso “vai levar o seu tempo”, o caminho vai continuar em cada diocese, e, neste sentido, assinala o “trabalho muito importante” dos secretariado diocesanos do setor, que também vão fazer um “trabalho de formação e de divulgação” e depois, o trabalho ainda continua “em cada paróquia, com os respetivos párocos e catequistas” na sua implementação, “com o resto das comunidades, com as famílias”.

“Este é um trabalho quase em círculos que se vão alargando e este momento aqui foi certamente importante desse alargar do interesse pelo novo itinerário”, salientou.

Para D. António Augusto Azevedo, bispo de Vila Real, este novo itinerário catequético para crianças e adolescentes “já resulta um pouco” da consciência geral da Igreja e dos catequistas que “há algo mais a fazer para que a catequese responda às necessidades deste tempo”, por isso, “mais do que resistências”, realça que “as mudanças demoraram o seu tempo”.

“O que importa é que se capte os seus princípios, a sua razão de ser e as suas motivações, porque a grande motivação é termos as melhores condições para prepararmos melhor as gerações de cristãos do futuro. Isso, creio que é um objetivo que nos reúne a todos, nos congrega a todos, para caminharmos juntos nesta tarefa”, acrescentou.

O presidente da Comissão da Educação Cristã e Doutrina da Fé da Igreja Católica em Portugal destaca a “sintonia, uma proximidade”, com “pontos de encontro” entre o novo itinerário catequético e o atual Sínodo dos Bispos sobre sinodalidade.

“Ou seja, a catequese é também uma proposta necessária para esta nova etapa da evangelização. Uma terá a ver mais com o conteúdo e o caminho pessoal de descoberta da fé, e a outra, o modo de estar na Igreja. Este sentido da descoberta e aprofundamento da fé, que se faz na catequese, leva ao encontro de uma Igreja mais de estilo sinodal, e uma Igreja mais de estilo sinodal ajuda a perceber melhor a necessidade de uma nova evangelização”, concluiu D. António Augusto Azevedo.

Fonte: Ecclesia

Apicultura: Vespa asiática provoca “forte diminuição” de colmeias

Apicultura: Vespa asiática provoca “forte diminuição” de colmeias

A vespa asiática está a provocar “forte diminuição” do número de colmeias no distrito da Guarda, com produtores a registar quebras superiores a 50%, alertou a Associação Distrital dos Agricultores da Guarda.

“Existe uma forte diminuição no número de colmeias por causa da vespa asiática. Há algumas zonas do concelho da Guarda e também do distrito com apicultores que já têm quebras superiores a 50%. Foram feitas as declarações em setembro e tem-se revelado bastante problemático”, afirmou Sandrina Monteiro, presidente da Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG).

Para a dirigente associativa “isto só é o início do iceberg, porque elas [as vespas asiáticas] são cada vez mais”.

Sandrina Monteiro realça que a vespa asiática, também identificada por velutina, “está a ficar a níveis descontrolados e o setor está a atravessar grandes problemas. Se não forem tomadas medidas drásticas, vai ter repercussões em todo o setor agrícola”.

“As abelhas são essenciais para a polinização e sem polinização não há fruta. É também uma questão de saúde pública. O que temos vindo a verificar” é que as vespas asiáticas se “adaptam bem às condições, cada vez são mais resistentes e se multiplicam mais”, descreve.

A dirigente da Associação explica que há medidas em curso como a distribuição de armadilhas, que está a ser realizada no concelho da Guarda pela ADAG em parceria com a Câmara Municipal, mas considera que, para os apicultores, é “importante que toda a população esteja em alerta”.

“A vespa asiática no inverno só sobrevive a rainha, que hiberna e pode fazer o ninho primário nas habitações e nas garagens. Depois, na primavera, faz uma colónia nova com milhares de vespas. É uma questão de toda a população estar atenta”, salienta.

Sandrina Monteiro relata que os estragos causados pelos animais são as principais preocupações no setor, mais do que as condições climáticas.

“As preocupações que os associados nos fazem chegar são sobretudo pragas a nível da fauna. Estão a preocupar mais do que as condições climáticas”, sustenta.

À vespa asiática soma-se o problema dos javalis e começam a registar-se estragos provocados pelos corços, principalmente nos pomares.

“Começam a ser pragas, porque o número excede o normal. Temos três pragas: da vespa asiática, do javali e do corço”, aponta.

Em relação à seca, a ADAG espera que a chuva destes dias “consiga colmatar as necessidades hídricas dos solos”.

Para já não há registo de estragos porque “os solos ainda conseguem reter a água”.

Poderão surgir problemas se “estas chuvas forem muito intensas” o que pode causar alguns prejuízos, sobretudo “a nível dos cereais de outono e inverno, e se o vento derrubar a azeitona”.

Sandrina Monteiro refere que há zonas em que os olivais registam uma quebra de produção, mas não está relacionado com as atuais condições.

“Teve a ver com as chuvas que vieram na altura da floração. Fizeram com que algumas variedades não tenham produção de azeitona. Mas há outras variedades que têm muito fruto”, aponta.

Fonte: Lusa