DOMINGO – ASCENSÃO DO SENHOR (SOLENIDADE) / DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS
Acreditar
At 1, 1-11 / Slm 46 (47), 2-3.6-9 / Ef 1, 17-23 / Mt 28, 16-20
Depois da sua Ressurreição, Jesus apresentou-se aos Apóstolos, dando provas de que estava vivo, de que não era uma ilusão, e falava-lhes do reino de Deus. Foi assim durante quarenta dias, em casas e à beira-mar, no caminho e à mesa. E, contudo, alguns ainda duvidavam, como nos diz o Evangelho.
Insistimos tantas vezes na falta que nos faz ver, ouvir, tocar Jesus, para verdadeiramente acreditar. Dizemos: «se eu tivesse ouvido a sua voz, tocado o seu rosto, o tivesse visto com os meus olhos, então acreditaria com mais convicção». Mas o que se passou com aqueles que viram, ouviram e comeram com o Ressuscitado? Se aqueles que o conheceram antes da crucifixão e o viram depois da ressurreição duvidavam, não nos parece claro que, mesmo que Jesus ficasse, as nossas dúvidas permaneceriam?
Mesmo aqueles que o seguiram até Jerusalém e permaneceram com Ele após a Ressurreição duvidavam. Não somente Tomé, protagonista do famoso episódio do Evangelho de São João, mas outros também. E ao fim de quarenta dias!
A ressurreição não é um mistério fácil. Não o foi para aqueles que se encontraram com o Ressuscitado, e não o é para nós, hoje. Mas nós temos uma vantagem: Jesus, ao ir para o Pai, na sua Ascensão, preparou-se para nos enviar o seu Espírito, aquele que desceu sobre Ele no seu batismo e que desceu sobre todos nós no nosso.
O nosso Deus não nos quer escravos da sua vontade, nem dependentes de uma figura terrena, mas livres e amorosos. Foi por amor, em amor e para amar que fomos criados. E que melhor caminho nos pode ser oferecido do que ser habitados pelo Espírito?
Jesus, ao partir, oferece-nos a melhor prenda de todas: a possibilidade de receber o Espírito Santo no batismo e assim sermos um só com Ele, em todos os lugares, ao mesmo tempo. Dêmos graças ao Senhor por ter partido para o Pai. Dêmos graças a Jesus por enviar o seu Espírito. E preparemo-nos, todos os dias, para escutar a voz do Espírito Santo e viver no seu respirar. E viver na graça.