Miranda do Douro: Município homenageou associações e personalidades do concelho

No dia 10 de julho, Dia de Cidade de Miranda do Douro, o município prestou homenagem a várias instituições e personalidades que se destacaram pelo seu contributo em diversas áreas, para o desenvolvimento e projeção do concelho.

As comemorações dos 478 anos da Cidade de Miranda do Douro decorreram na renovada Biblioteca Municipal António Maria Mourinho, onde o executivo municipal, liderado por Helena Barril, entregou medalhas de honra à Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), ao Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) e à FRAUGA – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote.

Em representação do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM), José Maria Pires, agradeceu o reconhecimento e a distinção do município de Miranda do Douro.

Na sua intervenção, o gestor tributário e professor universitário referiu que é importante que os três municípios, que constituem a região designada por Terra de Miranda, ou seja, os municípios de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso, devem trabalhar juntos na implementação do Plano Estratégico, elaborado pelo MCTM.

“A melhor homenagem que podem prestar à Terra de Miranda é implementar o Plano Estratégico, defender a língua mirandesa e lutar pelos direitos fiscais dos aproveitamentos hidroelétricos construídos em Miranda do Douro, Picote e Bemposta”, disse.

José Maria Pires acrescentou que quando as pessoas e instituições se juntam na defesa dos seus direitos, o poder central dá maior atenção às reivindicações da região.

No decorrer da cerimónia de homenagem às instituições e personalidades, o município de Miranda do Douro atribuiu ainda medalhas de mérito a Laura Castro, diretora regional a Cultura do Norte (DRCN); a Manuel dos Ramos Alves, músico da Associação Filarmónica Mirandesa; e aos brigadeiros-generais, António Moldão e Aquilino Torrado.

A sessão de homenagem concluiu-se com a intervenção da presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, que inspirando-se nos homenageados afirmou que a projeção do concelho de Miranda do Douro é um trabalho diário e contínuo.

“Desenvolver e projetar o concelho de Miranda do Douro faz-se todos os dias, com trabalho, resiliência e dedicação, nas mais variadas profissões, desde os pastores e agricultores, aos comerciantes, professores, empresários, músicos, entre muitas outras profissões”, concluiu.
O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) foi uma das entidades homenageados no Dia da Cidade de Miranda do Douro.

HA

Sociedade: Mais de 400 mil idosos vivem em risco de pobreza

Em Portugal, mais de 400 mil idosos vivem em risco de pobreza, com um máximo de 551 euros por mês, segundo dados divulgados pela Pordata, para assinalar o Dia Mundial da População.

Segundo o estudo, para 90% das pessoas com 65 ou mais anos, a reforma ou pensão é a principal fonte de rendimento.

Nesta faixa etária, 9% das pessoas ainda exercem alguma atividade no mercado de trabalho, sendo que 240 mil pessoas trabalham ou ocupam-se na agricultura.

Os dados reunidos pela base de dados da Fundação Francisco Manuel dos Santos mostram que há mais de 500 mil idosos a viverem sós.

Ao analisar as condições do envelhecimento, a Pordata destacou que com o aumento da esperança média de vida de uma mulher com 65 anos, apenas sete anos são de vida saudável.

Mais de metade dos séniores não pratica exercício físico e tem excesso de peso.

Em 2001, o número de pessoas com 65 ou mais anos ultrapassou o número de crianças e jovens com menos de 15 anos.

Atualmente, em Portugal, há quase duas vezes mais seniores do que crianças e jovens.

Em cada 100 residentes no país, 13 são crianças ou jovens com menos de 15 anos, 63 são pessoas em idade ativa (15-64 anos) e 24 têm 65 ou mais anos.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Município e associação de língua mirandesa assinam protocolo de cooperação

O município de Miranda do Douro e a Associação da Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) assinaram um protocolo de cooperação destinado à execução das atividades de defesa e ensino do mirandês, no montante de 50 mil euros.

“A língua mirandesa, que faz parte do nosso património cultural comum, é o elemento diferenciador concelhio único a nível nacional, atrai ao nosso concelho inúmeros turistas, académicos, investigadores ou simples curiosos, além da população local, cada vez mais movidos pelo sentimento de orgulho e necessidade de identidade com a sua língua materna, manifestam o propósito de aprofundar o seu estudo, com benefícios para o concelho a nível cultural, económico e social”, explicou a presidente da câmara, Helena Barril.

A Associação da Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) tem por objeto a prossecução de atividades relacionadas com promoção, defesa, conhecimento, estudo, desenvolvimento e divulgação da Língua Mirandesa, cuja atividade tem sido desenvolvida dentro e fora do Concelho de Miranda do Douro.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: “Danças dos Pauliteiros nas festividades” candidatas a património cultural imaterial

O município de Miranda do Douro submeteu a 10 de julho, Dia da Cidade, a candidatura das “Danças Rituais de Pauliteiros nas Festas Tradicionais”, ao Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial Matriz PCI, sendo que a iniciativa é considerada um momento histórico para a cultura mirandesa.

“Trata-se de um momento histórico para a cultura mirandesa. A inscrição das ‘Danças Rituais de Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro’ no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial é um primeiro passo. Depois, se esta temática for elegível vamos trabalhar para que as Danças dos Pauliteiros de Miranda seja também inscrita no património imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) ”, disse a presidente Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.

A autarca mirandesa acrescentou ainda que este processo de inscrição das “Danças Rituais de Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro” poderá não ser tão célere como aquele que aconteceu com as “Capa de Honra Mirandesa”.

“Vamos aguardar o desenrolar de todo este processo de submissão das ‘Danças Rituais de Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro’ à matriz PCI. Para depois iniciarmos o outro trabalho da candidatura à UNESCO ”, explicou a autarca de Miranda do Douro.

A submissão da candidatura foi realizada no Dia da Cidade, 10 de julho, data em que Miranda do Douro celebrou 478 anos de elevação a cidade e sede da diocese.

Para Helder Ferreira, o coordenador deste trabalho, a submissão do pedido de Inventariação das “Danças Rituais de Pauliteiros nas Festas Tradicionais de Miranda do Douro” ao Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial, fica concluído todo um processo de investigação e inicia-se a última fase de todo este trabalho de registar “uma das mais icónicas manifestações tradicionais portuguesas”.

Já Mário Correia, investigador neste processo, indicou que, de acordo com as formulações definidoras do património cultural imaterial, contam as pessoas e as respetivas vivências comunitárias, o centro de reconhecimento das práticas culturais e do saber fazer associadas.

“As danças de pauliteiros não são elegíveis na qualidade de mera representação ou execução folclórica, mas sim como parte integrante de manifestações culturais e cerimoniais estruturadas, como são as atuações nas festas tradicionais da Terra de Miranda. Nestas festividades, as danças dos pauliteiros assumem importância coletiva pois são elementos propiciadores de coesão social e bem-estar vivencial das comunidades”, concretizou.

A origem da “Dança dos Pauliteiros” não reúne consenso entre os investigadores. Os pauliteiros de Miranda são considerados um dos ícones máximos do folclore nacional e ibérico.

“Esta terá nascido durante a idade do ferro, na Transilvânia, espalhando-se posteriormente pela Europa”, afiançam alguns.

Alguns autores, tal como o Abade de Baçal, defendem que a sua origem se deve à clássica dança pírrica guerreira dos gregos.

Este investigador, já falecido e tido como uma das maiores referências da etnografia do Nordeste Transmontano, dizia que via poucas diferenças entre esta dança e a dança dos Pauliteiros tais como a substituição das túnicas pelas saias, o escudo pelo lenço sobre os ombros, os chapéus enfeitados e a utilização da flauta pastoril.

Mas a dança dos pauliteiros manifesta também vestígios de danças populares do sul de França e na dança das espadas dos Suíços na Idade Média.

Os romanos seriam os responsáveis pela propagação da dança pírrica a esta região.

Fonte: Lusa

Duas Igrejas: Obra “Ferrovia em Trás-os-Montes” apresentada na antiga estação

A antiga estação ferroviária, em Duas Igrejas, foi o local da apresentação da obra de investigação “Ferrovia em Trás-os-Montes – Memória do Passado, Luta do Presente”, da autoria do engenheiro Jorge Nunes, um evento que foi inserido nos 478 anos da Cidade de Miranda do Douro.

Na apresentação da obra, Jorge Nunes, contou com a participação de Helena Barril, António Nobre e António Bárbolo.

No Domingo, dia 9 de julho, na antiga estação ferroviária de Duas Igrejas, a anfitriã do encontro, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, destacou o trajeto de Jorge Nunes, como autarca de Bragança e felicitou-o pela continuidade da sua luta cívica em prol do distrito de Bragança.

“Se para muitos de nós, o regresso do comboio a Trás-os-Montes parece uma utopia, este trabalho de investigação do engenheiro Jorge Nunes faz-nos acreditar que a ferrovia pode mesmo ser uma realidade e uma alavanca para o desenvolvimento do nosso território”, disse.

Por sua vez, o escultor natural de Sendim, José António Nobre, considerou a obra “Ferrrovia em Trás-os-Montes – Memória do Passado, Luta do Presente”, um trabalho de investigação “magnífico”, que fundamenta e aponta razões para que a região seja beneficiada com o regresso do comboio.

Já o professor, António Bárbolo Alves, optou que destacar que o trabalho do engenheiro, Jorge Nunes, é um “compromisso cívico” e “um olhar sobre o futuro”.

Na sua intervenção, o autor, António Jorge Nunes, começou por recordar que em Trás-os-Montes, a ferrovia rasgou a interioridade e criou condições para o desenvolvimento desta região.

“O processo de contrução das antigas linhas ferroviárias em Trás-os-Montes decorreu entre 1883 a 1938, E a chegada do comboio às localidades significou sair do isolamento”, indicou.

Na perspectiva do antigo autarca de Bragança, com a atual discussão do Plano Ferroviário 2030, é um imperativo que a região transmontana seja contemplada com uma linha de alta velocidade, para desenvolver o Norte de Portugal.

“A ferrovia continua a ser essencial para desenvolver as sociedades. E reivindicar a linha ferroviária para Trás-os-Montes é uma exigência para tornarmos este território mais atrativo e competitivo”, disse.

Segundo Jorge Nunes, a obra “Ferrrovia em Trás-os-Montes – Memória do Passado, Luta do Presente” é o seu contributo para que a ferrovia seja uma realidade na região transmontana.

O livro tem um custo de 25€ e a receita destina-se a apoiar uma obra social.

HA

Miranda do Douro: Dom Nuno Almeida visitou a cidade

No âmbito das comemorações dos 478 anos da Cidade de Miranda do Douro, o novo bispo da diocese de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, visitou pela primeira vez a cidade e presidiu à celebração da eucaristia, no Domingo, dia 9 de julho, na concatedral.

A presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, deu as boas-vindas, ao novo bispo de Bragança-Miranda.

Nesta primeira visita à cidade de Miranda do Douro, Dom Nuno Almeida, foi recebido pela presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, e juntamente com as autoridades locais participou na homenagem aos Antigos Combatentes.

De seguida, o prelado acompanhou o desfile dos estandartes e das cruzes, desde a sede da freguesia de Miranda do Douro até à concatedral, para aí presidir à Eucaristia. No início da celebração, o pároco de Miranda do Douro, o padre Manuel Marques, deu as boas vindas ao 45º bispo da diocese de Bragança-Miranda e deu a conhecer a oferta de uma cadeira para o prelado, feita pelo artesão de Cicouro, Moisés Fernandes.

Dirigindo-se à assembleia, Dom Nuno Almeida, agradeceu a oferta e começou por dizer que aceitou o cargo de bispo da diocese de Bragança-Miranda, como “aquele que vem para servir”.

Na homília ao Evangelho do XIV Domingo do Tempo Comum, o bispo diocesano, destacou a importância do descanso e do repouso para enfrentar a vida.

“No nosso dia-a-dia precisamos de tempos de descanso, de silêncio, de encontro com Deus. Pois só Ele nos descansa, só Ele dá resposta às nossas dores, inquietações e esperanças”, disse.

Dom Nuno Almeida referiu-se ainda à necessidade de cultivar as virtudes de Jesus, como a humildade e a serenidade.

“Para melhor enfrentar os problemas há que pedir ao Senhor, a humildade e a serenidade. E Deus certamente vai ajuda-nos a simplificar, o que parece complicado”, disse.

“No nosso dia-a-dia precisamos de tempos de descanso, de silêncio e de encontro com Deus. Pois só Ele nos descansa, só Ele dá resposta às nossas dores, inquietações e esperanças”- Dom Nuno Almeida.

Na conclusão da homília, o bispo de diocese de Bragança-Miranda dirigiu-se aos jovens e convidou-os a participar com alegria nas Jornadas Mundiais da Juventude, que vão decorrer de 1 a 6 de agosto, em Lisboa.

No final da celebração religiosa, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, ofereceu a Dom Nuno Almeida, uma Capa d’ Honras Mirandesa.

Perfil

Nuno Manuel dos Santos Almieda, nasceu a 1 de agosto de 1962, em Sátão, na diocese de Viseu. Após o exame da 4ª classe ingressou no seminário de São José, em Fornos de Algodres. Concluiu o curso de Teologia, no seminário maior de Viseu, no ano letivo de 1983-1984.

Foi ordenado sacerdote no dia 19 de outubro de 1986.

Em novembro de 2015 foi nomeado bispo auxiliar de Braga, tendo recebido a ordenação episcopal a 31 de janeiro de 2016, na Sé de Braga.

A 19 de maio de 2023, o Papa Francisco nomeou Dom Nuno Almeida, como bispo da diocese de Bragança-Miranda.

HA

Miranda do Douro: Município cria guia sobre pauliteiros com recurso à Inteligência Artificial

O município de Miranda do Douro, em parceria com Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) – Terras de Trás-os-Montes e a Microsoft Portugal, desenvolveu um projeto tecnológico inovador designado GPM – Guia Prático do Município.

“Trata-se de um projeto inovador em Portugal, no qual foram utilizadas as tecnologias mais recentes de Inteligência Artificial (IA) e o ChatGpt, cujo objetivo é promover a região de Terra de Miranda no que respeita à sua cultura, património, turismo e tradições, onde esta primeira versão será subordinada ao tema Pauliteiros de Miranda”, disse Filipe Machado, um dos coordenadores desta iniciativa tecnológica e membro do CIT-Terras de Miranda.

De acordo com os promotores do projeto, esta primeira versão, dedignada por “Beta”, vai incidir nestes típicos dançadores e danças do planalto mirandês.

“Nesta versão [Beta], os objetivos é que sejam dadas respostas obtidas a partir de documentação existente e validada pelo município de Miranda do Douro, sobre o qual é gerada uma base de conhecimento que vai permitir que a inteligência artificial construa e forneça respostas restritas ao tema”, vincou Filipe Machado.

O responsável acrescentou ainda que esta tecnologia “permite, de uma forma inclusiva, que qualquer pessoa seja residente, emigrante ou estrangeiro, coloque questões e obtenha respostas no seu idioma natal utilizando a voz ou a escrita”.

“O tema Pauliteiros de Miranda, nesta versão [Beta] vai conter documentação disponibilizada pelo município para a criação de uma base de dados de conhecimento e será apenas baseado nesta informação que o programa vai dar respostas”, descreveu Filipe Machado.

O projeto será apresentado a 10 de julho, Dia da Cidade de Miranda do Douro (feriado municipal) e apenas dedicado aos Pauliteiros, podendo ser alargado a outros conteúdos de divulgação turística, cultural ou ambiental.

O município de Miranda do Douro tem em fase de preparação uma candidatura dos pauliteiros à Matriz PCI – Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

A origem da dança dos Pauliteiros não reúne consenso entre os investigadores.

“Esta terá nascido durante a idade do ferro, na Transilvânia, espalhando-se posteriormente pela Europa”, afiançam alguns. Outros autores, tal como o Abade de Baçal, defendem que a sua origem se deve à clássica dança pírrica guerreira dos gregos.

Este investigador, já falecido e tido como uma das maiores referências etnografia do Nordeste Transmontano, dizia que via poucas diferenças entre esta dança e a dos Pauliteiros. tais como a substituição das túnicas pelas saias, o escudo pelo lenço sobre os ombros, os chapéus enfeitados e a utilização da flauta pastoril.

Mas a dança dos pauliteiros manifesta também vestígios de danças populares do sul de França e na dança das espadas dos suíços na idade média.

Fonte: Lusa

XIV Domingo do Tempo Comum

O jugo do amor

Zac 9, 9-10 / Slm 144 (145), 1-2.8-11.13cd-14 / Rom 8, 9.11-13 / Mt 11, 25-30

Tomai sobre vós o meu jugo.

Assumir um jugo para puxar uma carroça não é o plano ideal de verão. Trabalhar ao sol, esforçando-nos por arrastar uma carga, é uma proposta pouco apetecível.

Jesus convida-nos a tomar o seu jugo, assegurando-nos que este é suave e a sua carga, leve. Que tipo de carga pode pedir o esforço máximo de dois animais, unidos por um jugo, quando é leve?

Num jugo nunca estamos sós. Quem estará ao nosso lado, senão Jesus? Ele não está sentado na carroça que puxamos, Ele não é a carga. Ele está connosco, sob o jugo. E isto deveria ser suficiente para nos descansar.

Mas Jesus sabe que não chega. E por isso diz-nos que este jugo é suave. Como pode um jugo ser suave? É suave, porque o jugo é o amor de Deus.

É Deus quem ama primeiro, é o amor quem nos junta. E todas as arestas criadas nesse jugo pelo nosso desamor foram limadas, e todas as farpas levantadas pela nossa infidelidade assumidas, todas alisadas pelo corpo de amor do Filho através da sua encarnação, paixão e ressurreição.

E que carga é esta, que se torna leve? Cuidar do outro, amar o outro, ao estilo de Jesus, com liberdade de coração. Estamos constantemente a colocar condições para amar o outro: se ele falasse mais ou falasse menos, se fosse mais disponível ou menos sôfrego, se fosse mais simpático ou menos caloroso, então conseguiria amá-lo. Este não é o estilo do nosso Deus.

Deus ama amigos e inimigos, familiares e desconhecidos, bondosos e velhacos, crentes e incréus. Ao estabelecermos requisitos para amar, ao fazermos aceção de pessoas, impomo-nos uma carga pesada. Quando amamos como Ele, tornamo-nos livres para amar. Então, cuidar dos outros não é um peso. Pode custar, mas é leve, porque nos liberta das nossas curtas medidas e cura o outro.

Arrisquemos o jugo de Jesus. Assumamos o risco da carga e experimentemos a suavidade e leveza do seu estilo de vida. Como Cristo nos promete no Evangelho, trabalhando com Ele, também com Ele descansaremos.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Portugal: Metade dos jovens afirma-se católico

Metade dos jovens portugueses afirma-se católico e indica o amor como valor principal, sendo a liberdade o mais relevante para a outra metade, revela o estudo “Jovens, Fé e Futuro”, agora apresentado.

“A maioria dos jovens diz-se religiosa (56%), sendo que 88% destes jovens afirmam ser Católicos”, indicam as conclusões do estudo.

Realizado pelo Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP), da Universidade Católica Portuguesa (UCP), o inquérito foi realizado junto de 2480 jovens, entre os 14 e 30 anos, através de um questionário on-line, enviado nomeadamente a alunos de escolas e universidades, e também através de abordagens presenciais para a recolha de dados.

Na sessão de apresentação do estudo, Fernando Ilharco, que integra a equipa do CEPCEP que desenvolveu este trabalho para a Conferência Episcopal Portuguesa, afirmou que a amostra é “relevante” e permite “tirar algumas conclusões para reflexão pertinentes”, mesmo não obedecendo a “critério técnicos”.

Para os jovens religiosos, o amor, o respeito e honestidade são os valores mais importantes, enquanto que os jovens não religiosos indicam que a liberdade como o valor mais relevante, considerando depois também o respeito e honestidade.

A guerra é principal preocupação dos jovens a respeito do futuro, com 63% dos inquiridos a colocar nesse problema o “principal desafio do futuro”, seguindo-se as alterações climáticas (55%) e a equidade e discriminação (54%). 

O estudo realizado no âmbito da Jornada Mundial da Juventude indica também que 18% dos jovens já se sentiram discriminados por causa da religião, nomeadamente na escola (12%) e entre amigos (11%).

Patrícia Dias, que coordenou o estudo, disse na sessão de apresentação que decorreu na UCP que esperava “um maior contraste” entre o que indicam os jovens católicos e os não católicos.

“As diferenças entre católicos e não católicos não são muito acentuados”, afirmou.

De acordo com o estudo “Jovens, Fé e Futuro”, a guerra, as alterações climáticas, a saúde e equidade e a discriminação são os temas que mais preocupam os jovens.

“Ter um trabalho que me faça feliz” é a principal condição para ter felicidade, a que se segue a capacidade de fazer escolhas, a possibilidade de contribuir para que a sociedade tenha mais equidade e não haja descriminação e ter um estilo de vida sustentável.

Em entrevista ao programa Ecclesia, emitido a 6 de julho, na RTP2, Rodrigo Queiroz e Melo, referiu que o estudo realizado pelo CEPCEP remete para uma “mensagem de esperança”, porque a “maioria dos jovens diz-se crente e católica”, interpela a juventude a “agirem mais no seu sentimento fé” e a serem “mais ativistas nas diversas causa que têm” e desafia à “necessidade de formar as pessoas na coragem da fé”.

Fonte: Ecclesia

Entrevista: «A elevação de Sendim a vila foi o reconhecimento do trabalho dos sendineses» – Luís Santiago

No dia 13 de julho, Sendim assinalou o 33º aniversário de elevação a vila, um feito histórico que ocorreu em 1990 e que segundo o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, é motivo de orgulho para a população sendinesa, que corajosamente continua a trabalhar para agir contra o despovoamento e fazer desta localidade um importante centro económico e turístico da Terra de Miranda.

Terrra de Miranda – Notícias: A localidade de Sendim foi elevada a vila no dia 13 de julho de 1990. Volvidos 33 anos, que significado continua a ter esta efeméride para a população local?

Luís Santiago: Em 1990, a elevação de Sendim à categoria de vila foi sobretudo o reconhecimento do trabalho dos sendineses, que na naquela época, fizeram de Sendim a maior aldeia do distrito de Bragança, Recordo, que na década de 1990, Sendim já dispunha de serviços como a Escola Básica e Preparatória e a corporação de Bombeiros. Com a aprovação do projeto de lei, a 13 de julho de 1990, a população sendinesa viu realizada a sua pretensão de passar a vila e festejou efusivamente esta conquista.

T.M.N.: Ao longo destes 33 anos como vila, que mudanças houve em Sendim?

L.S.: Não obstante, o problema conjuntural do despovoamento que afeta todas as localidades do interior do país, a vila de Sendim continua a distinguir-se pelo dinamismo das suas gentes. Ao longo dos 33 anos de vila, continuamos a manter em funcionamento serviços importantes como são a Escola Básica 1/2/3, o centro de saúde, o posto da GNR, o lar de idosos, a corporação de bombeiros, as cooperativas agrícolas, entre outros serviços.

T.M.N.: Segundo Censos de 2021, o concelho de Miranda do Douro perdeu 13,62% da população. Atualmente, quantas pessoas residem em Sendim?

L.S.: Em Sendim, vivem atualmente cerca de 1000 pessoas. Aos fins-de-semana, com o regresso dos jovens que estão a estudar ou trabalhar noutras localidades, esse número aumenta. Nos períodos festivos, como o Natal, a Páscoa e as férias do verão, a população em Sendim também regista um aumento de pessoas com a maior afluência de turistas e o regresso dos emigrantes.

“Ao longo dos 33 anos de vila, continuamos a manter em funcionamento serviços importantes como são a Escola Básica 1/2/3, o centro de saúde, o posto da GNR, o lar de idosos, a corporação de bombeiros, as cooperativas agrícolas, entre outros serviços” – Luís Santiago.

T.M.N.: A nível local, que políticas ou medidas é possível implementar para agir contra o despovoamento, fixar a população e atrair novos habitantes?

L.S.: No que concerne à natalidade, a junta de freguesia de Sendim reforçou o apoio financeiro atribuído a cada nascimento, assumindo também os custos das vacinas não comparticipadas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Também a frequência da creche é totalmente gratuita. No que diz respeito aos incentivos à natalidade, no meu entender, o município de Miranda do Douro poderia reforçar o apoio financeiro às famílias do concelho, à semelhança do que já acontece noutros concelhos do distrito. Mas acima de tudo, compete ao governo central implementar políticas e medidas que travem, de uma vez por todas, o despovoamento do interior.

T.M.N.: Luís Santiago, a par de presidente da União de Freguesia de Sendim e Atenor é também empresário. Fazendo uso da sua experiência empresarial, o que é necessário para que haja mais pessoas e em particular jovens, a serem empreendedores e a criarem novas empresas em Sendim?

L.S.: Iniciar uma empresa e negócio nesta região é sempre difícil, dada a débil densidade populacional. E à falta de clientes junta-se também o problema da falta de mão-de-obra. Hoje em dia, é muito difícil contratar pessoas para trabalhar, quer no setor privado quer no público, em atividades como a construção civil, as montagens elétricas, na restauração e nos lares de idosos, entre outras atividades.

T.M.N.: Esta falta de mão-de-obra local faz com que cheguem à região pessoas vindas de outros países?

L.S.: Sim, a junta de freguesia de Sendim tem vindo a emitir vários registos de residência, para pessoas vindas de países como o Brasil, a Argentina e até a Ucrânia. Estes emigrantes estão a trabalhar em atividades como a restauração e a construção civil. Faço votos de que estas famílias permaneçam entre nós, pois contribuem não só para o dinamismo económico da vila, mas também para o rejuvenescimento da população, com o ingresso dos filhos nas escolas.

“Hoje em dia, é muito difícil contratar pessoas para trabalhar, quer no setor privado quer no público, em atividades como a construção civil, as montagens elétricas, na restauração e nos lares de idosos”, Luís Santiago.

T.M.N.: Luís Santiago está a desempenhar o primeiro mandato como presidente de União de Freguesias de Sendim e Atenor . Como é o dia-a-dia de um presidente de freguesia?

L.S.: Antes de assumir este cargo, participei no associativismo local, o que me capacitou para encarar esta nova responsabilidade como um serviço que estou a prestar a população de Sendim. No dia-a-dia, eu e a minha equipa, estamos sempre disponíveis para atender as pessoas.

T.M.N.: Quais são as solicitações mais frequentes dos seus fregueses?

L.S.: Dado que Sendim é uma vila do meio rural, onde, felizmente, ainda se pratica muita agricultura, o maior número de solicitações que a freguesia recebe diz respeito à manutenção dos caminhos rurais. Trata-se de um trabalho moroso e exigente, pois a área da união de freguesias é muito extensa. Recentemente, a união de freguesias adquiriu um trator, com os devidos equipamentos, para realizar o trabalho de limpeza dos caminhos rurais e das valetas.

“Dado que Sendim é uma vila do meio rural, onde, felizmente, ainda se pratica muita agricultura, o maior número de solicitações que a freguesia recebe diz respeito à manutenção dos caminhos rurais”, Luís Santiago.

T.M.N.: No próximo mês de outubro completa dois anos como autarca na União de Freguesias de Sendim e Atenor. Que avaliação fez dos quase dois anos de governação?

L.S.: No decorrer destes primeiros dois anos de trabalho, creio que correspondemos às solicitações da população e estamos também a preparar as obras prometidas, em que as prioridades são a recuperação da rua do Baiunco e a construção do matadouro intermunicipal.

T.M.N.: A vila de Sendim é a freguesia mais a sul do concelho de Miranda do Douro, dista 23 quilómetros da cidade e está a 28 km de Mogadouro. O estar localizada entre estas duas localidades favorece o desenvolvimento de Sendim?

L.S.: Sim, a nossa localização permite-nos realizar trocas comerciais nos dois concelhos e também com a vizinha Espanha. É muito comum, que pessoas das aldeias vizinhas, por exemplo, de Bemposta, de Palaçoulo e de Fermoselle (Espanha) venham a Sendim, para fazer compras na farmácia, nas casas agrícolas ou noutros estabelecimentos comerciais.

“A localização de Sendim permite realizar trocas comerciais nos concelhos de Miranda do Douro, de Mogadouro e também com a vizinha Espanha”, Luís Santiago.

T.M.N.: Duas das atividades económicas que continuam a ter expressão em Sendim é o cultivo da vinha e a fabrico de vinho, assim como a olivicultura e a extração de azeite. Estas atividades agrícolas continuam a ser importantes para Sendim?

L.S.: Nos últimos anos, cultivaram-se vinhas novas em Sendim, o que demonstra que a vitivinicultura continua a ter muita importância para os agricultores locais. Na vila, há agricultores que colhem cerca de 50 mil quilos de uvas por ano. E o mesmo acontece na apanha da azeitona e na extração de azeite, que continua a ser uma importante fonte de rendimento para as famílias sendinesas.

T.M.N.: A par da vitivinicultura e da olivicultura, que outras atividades se destacam em Sendim?

L.S.: Na agricultura local, o amendoal também tem um peso económico significativo. Também existe a apicultura, com alguns produtores de mel. Existem ainda duas explorações de cunicultura, isto é, de criação de coelhos. E está em fase de conclusão um projeto aviário.

“Nos últimos anos, cultivaram-se vinhas novas em Sendim, o que demonstra que a vitivinicultura continua a ter muita importância para os agricultores locais”, Luís Santiago.

T.M.N.: A vila de Sendim está inserida no Parque Natural do Douro Internacional (PBDI), a escassos quilómetros do rio Douro e de uma zona ambiental rica em fauna e flora. Sendim tem aproveitado bem esta riqueza ambiental?

L.S.: No âmbito do turismo, o atual executivo da freguesia de Sendim definiu como prioridade a limpeza e manutenção dos carreirões, isto é, dos caminhos estreitos das arribas do rio Douro, como o carreiro do Forcaleiro e o carreio dos Moinhos, onde é possível fazer caminhadas na natureza e contemplar a fauna, a flora e os miradouros. Para um melhor aproveitamento turístico destas paisagens nas arribas do Douro, também compete às empresas de turismo local, divulgar e rentabilizar este valioso património natural.

T.M.N.: Que outros locais de interesse existem em Sendim?

L.S.: Em Sendim existem vários monumentos de interesse religioso e cultural como são a Igreja Matriz de Sendim, com um retábulo das almas do século XIV. No âmbito religioso destacam-se ainda as capela N. Srª dos Remédios, de São Paulo, de São Sebastião, do Senhor da Boa Morte (Séc. XVIII), o ermitério Os Santos e os vários cruzeiros. Na vila, há ainda outros locais de interesse, como são a Fonte do Lugar e a renovada estação de caminho-de-ferro de Sendim. Futuramente, cada um destes locais vai ter uma breve descrição histórica, feita pelo etnógrafo, Mário Correia.

“No âmbito do turismo, o atual executivo da freguesia de Sendim definiu como prioridade a limpeza e manutenção dos carreirões, isto é, dos caminhos estreitos das arribas do rio Douro, como o carreiro do Forcaleiro e o carreio dos Moinhos, onde é possível fazer caminhadas na natureza e contemplar a fauna, a flora e os miradouros.”, Luís Santiago.

T.M.N.: Ao longo do ano, quais são os eventos de maior destaque na vila?

L.S.: Durante o ano, Sendim realiza vários eventos que já são uma marca da localidade, como é a Feira dos Gorazes, em outubro. No mês de dezembro, a celebração do Natal, com a fogueira do galo, é vivida com muito entusiasmo pelos sendineses. No carnaval, assume destaque o cortejo e o enterro do Entrudo. Na Páscoa, celebramos a Semana Santa. E em junho, o destaque é a Ronda das Adegas, em Atenor; e a celebração do Dia da Criança.

T.M.N.: E nestes meses de verão, que eventos há em Sendim?

L.S.: Em julho, realiza-se a concentração motard “Abutes do Douro”, uma iniciativa que traz muitos motards a Sendim, graças à associação local, que este ano comemora 25 anos. No mês de agosto, realiza-se o Festival Intercéltico, que antecede as grandiosas Festas de Santa Bárbara. No dia 12 de agosto realiza-se também a Feira do Emigrante.

T.M.N.: Sendim continua a ser uma terra de emigrantes?

L.S.: Sendim já não é uma terra de emigrantes com foi há 20 ou 30 anos atrás, em que no mês de agosto regressavam muitos conterrâneos, que trabalhavam sobretudo em França. Hoje em dia, os filhos e netos desses emigrantes acabaram por casar nos países de emigração ou noutras localidades e por essa razão não têm tanta ligação a Sendim, como tiveram os seus pais e avós. Ainda assim, no mês de agosto continuam a regressar alguns emigrantes para as merecidas férias e para participar nas festividades locais.

“Em julho, realiza-se a concentração motard “Abutes do Douro”, uma iniciativa que traz muitos motards a Sendim, graças à associação local, que este ano comemora 25 anos. No mês de agosto, realiza-se o Festival Intercéltico, que antecede as grandiosas Festas de Santa Bárbara. No dia 12 de agosto realiza-se também a Feira do Emigrante”, Luís Santiago.

T.M.N.: No dia 13 de julho, qual é o programa das comemorações do 33º aniversário de elevação de Sendim a vila?

L.S.: As comemorações vão iniciar-se ao final da tarde, com a apresentação dos trabalhos realizados ao longo do ano, na Oficina do Idoso. Depois, às 18h30, vai celebra-se a missa, em sufrágio de todos os sendineses já falecidos. Finalizada a celebração religiosa, a junta de freguesia vai oferecer um jantar-convívio para toda a população. Para o serão, está programada a atuação do Rancho Folclórico e Etnográfico de Sendim e do Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha (Madeira). Às 22h45, vão ser entregues lembranças aos 22 alunos que concluíram o ciclo de estudos na Escola B 1/2/3 de Sendim. E as comemorações da Elevação de Sendim a Vila vão encerrar com a atuação e apresentação do cd, do grupo de rock sendinês, “Pica & Trilha”.

As comemorações da Elevação de Sendim a Vila vão encerrar com a atuação e apresentação do cd, do grupo de rock sendinês, “Pica & Trilha”.

HA