Meteorologia: Temperaturas vão subir no começo do verão

As temperaturas vão subir a partir de quinta-feira, dia 22 de junho prevendo-se máximas no sul do país que podem chegar aos 42 graus, contribuindo para ondas de calor, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

A meteorologista do IPMA, Maria João Frada, disse que a subida das temperaturas será “muito significativa”, acima da média para a época do ano, e deverá manter-se pelo menos até dia 27 de junho.

“Hoje estão previstos períodos de chuva ou aguaceiros que podem localmente ser intensos e acompanhados de trovoadas nas regiões do norte e centro e de granizo durante a tarde apenas no interior norte e centro. No sul será fraca e pouco frequente. Amanhã [terça-feira] há possibilidade de ocorreram ainda alguns aguaceiros nas regiões do norte e centro, mais prováveis a litoral a norte do cabo Mondego”, disse.

De acordo com Maria João Frada, na quarta-feira, 21 de junho. dia em que se inicia o verão, ainda estão previstos aguaceiros durante a noite nas regiões do Norte e Centro, mas deverá melhorar em termos de nebulosidade a partir do final da manhã.

“Depois vamos ter uma situação de tempo quente. Vamos passar de temperaturas amenas para calor, para temperaturas mais elevadas. As zonas mais quentes serão o Vale do Tejo e o interior do Alentejo e Algarve. No restante território deverão situar-se acima dos 30 graus”, indicou.

Segundo Maria João Frada, no fim de semana, as temperaturas poderão chegar aos 38 e 40 a 42 graus Celsius em alguns locais a sul do Tejo.

“No restante território as temperaturas máximas deverão situar-se entre os 30 e os 35 graus, com exceção da faixa costeira que ainda é incerto. Grande parte das estações do IPMA a sul do Tejo irá estar a contribuir para onda de calor. O IPMA deverá emitir avisos de tempo quente”, indicou.

A meteorologista do IPMA adiantou que as temperaturas mínimas também vão subir a partir de quinta-feira e manter-se pelo menos até dia 27, com valores elevados para esta época do ano.

“Vamos ter também uma subida significativa das mínimas. Vamos ter noites tropicais, ou seja temperaturas iguais ou superiores a 20 graus, nomeadamente a sul do Tejo”, disse.

Maria João Frada destacou ainda que, na sequência do tempo quente, o perigo de incêndio rural vai agravar-se para muito elevado e máximo em todo o território.

Fonte: Lusa

XI Domingo do Tempo Comum

«Senhor, aqui estou. Onde queres que eu vá?»

Ex 19, 2-6a | Slm 99 (100), 2.3.5 / Rom 5, 6-11 / Mt 9, 36 – 10, 8

Como vai o mundo? Quando paramos um instante e olhamos as pessoas à nossa volta, o que vemos? Basta entrar num autocarro ou num café, parar um pouco numa praça ou simplesmente assomar a uma janela… haverá rostos mais tristes do que aqueles que cruzam as nossas cidades?

Podemos afirmar, com alguma segurança, que em países como a Ucrânia ou num campo de refugiados em África, que na Venezuela ou num qualquer recanto da Ásia encontraremos rostos ainda mais tristes. Talvez seja verdade. Mas isso não nos deve impedir de reconhecer a tristeza que parece dominar as vidas dos que nos rodeiam.

O atual momento de desesperança generalizada tem de mexer connosco e levar-nos a dizer ao Senhor: «Senhor, aqui estou. Onde queres que eu vá?». O Senhor precisa de nós. Ele conta connosco.

Onde é que Ele nos está a chamar? Que pessoa devemos visitar? A quem devemos ligar? Com quem é que poderíamos estar a rezar? Quem tem de estar nas nossas orações? Com quem é que deveríamos partilhar mesa mais vezes?

Esta semana, façamos uma revisão de vida, começando pelas nossas casas, tendo bem presente o ensinamento de Santa Teresa de Calcutá de que é precisamente em casa que começa a caridade.

O mundo está a precisar de silenciosos operários da cruz, de pessoas sem receio de tocar a dor, o sofrimento, a solidão de outros. E isto não como quem resolve problemas, mas como quem, com compaixão, partilha caminho com o outro.

Não nos desculpemos com a ausência de forças: saltemos do sofá movidos por Deus. Aprendamos a caminhar com as nossas inseguranças e procuremos estar ao lado dos outros na sua paixão.

É para acompanhar o outro que fomos chamados. É para construir e anunciar o Reino que fomos escolhidos. Foi esta a aventura que começou no nosso Batismo. É para ser enviados que somos chamados.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Algoso: Palombar vai recuperar florestas de sobreiros, zimbros e azinheiras

No sábado, dia 17 de junho, a localidade de Algoso, no concelho de Vimioso, vai assinalar o Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação com a apresentação de vários projetos ambientais, entre os quais o novo projeto da Palombar que visa recuperar florestas de sobreiros, zimbros e azinheiras.

A celebração do Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação é uma iniciativa da Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural, em conjunto com a Direção Regional de Conservação da Natureza e das Florestas do Norte (ICNF|DRCNF e o Município de Vimioso.

No decorrer do evento em Algoso vão ser apresentados vários projetos de combate à desertificação, que estão a ser implementados no norte de Portugal, nomeadamente em Vimioso, Mogadouro, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa.

.

Um destes projetos é o UP4REHAB – Unidade de Paisagem para o Restauro dos Solos e dos Habitats de Algoso, que vai ser apresentado pela Palombar.

Sobre este novo projeto, está prevista uma visita de campo, que tem como principal objetivo promover a recuperação dos solos e o restauro de florestas de sobreiros, zimbros e azinheiras, através da reconversão de eucaliptais para estes habitats, de forma a aumentar a resiliência do território face à desertificação e aos riscos climáticos.

O projeto é financiado em quase 745 mil euros pelo programa europeu COMPETE 2020 e pela iniciativa REACT-EU.

As alterações climáticas e os processos de desertificação são uma das principais ameaças à conservação dos solos, dos ecossistemas e da biodiversidade.

“A desertificação em particular, fruto da degradação da terra induzida pelas atividades humanas, promove a redução da capacidade da terra e do solo de produzir os bens e serviços dos ecossistemas de que a sociedade e todos os seres vivos dependem. É, por isso, igualmente uma meta central deste projeto combater estas ameaças a médio/longo prazo” lê-se no comunicado.

Este ano, a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), dedica este dia à reflexão e sensibilização para o papel das mulheres na luta contra a desertificação.

Fonte: Palombar

Vimioso: Apicultores recebem formação sobre combate à vespa velutina

No serão do dia 15 de junho, no auditório do pavilhão multiusos, em Vimioso, foi ministrada uma sessão de esclarecimentos aos apicultores do concelho sobre a vespa velutina, uma espécie invasora que se alimenta de abelhas e que causa graves prejuízos ao setor apícola.

A sessão de esclarecimento realizada em Vimioso insere-se no âmbito do plano estratégico de gestão definido pela Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT) e contou com a participação do presidente desta entidade, o autarca, Jorge Fidalgo.

Na abertura da sessão, o também presidente do município de Vimioso, apelou aos apicultores do concelho para que se organizem numa associação local, de modo a beneficiarem de apoios municipais e comunitários.

“Temos conhecimento de que os apicultores têm sido muito prejudicados com as alterações climáticas, com a seca e agora com a praga das vespas velutinas que se alimentam de abelhas. Sabemos também da importância das abelhas para a natureza, pois são os principais polinizadores”, disse.

De seguida, Carlos Ruas, da Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho informou que estas sessões visam informar as comunidades e em particular, os apicultores, sobre esta espécie invasora, que é oriunda do sudeste asiático e foi introduzida na Europa (França) em 2004, tendo depois chegado ao norte de Portugal em 2011.

“A nível europeu foi definida uma estratégia de combate à propagação da vespa velutina ou asiática, que difere na vespa crabro, por ser mais escura. Como as demais espécies  de vespas, reage de forma agressiva, se perturbada, sendo ainda mais reativa se se encontrar nas proximidades do ninho, pelo que não deve ser perturbada, exceto por profissionais qualificados”, informou.

Dirigindo-se aos apicultores presentes na sessão, em Vimioso, Carlos Ruas, sublinhou a importância de colocar armadilhas nos apiários, sobretudo nos meses de fevereio e março, de modo a evitar a propagação desta espécie que se alimenta de abelhas.

“As vespas velutinas causam desiquilíbrios ambientais ao reduzirem significativamente o número de abelhas”, explicou.

Ainda sobre os impactos na apicultura, o membro da Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho, indicou que esta espécie invasora provoca vários prejuízos, entre os quais: a morte prematura das abelhas e a consequente redução dos enxames; perdas da rainha; o aumento dos custos para os apicultores com a aquisição de armadilhas e outros equipamentos; uma quebra da produção de mel na ordem dos 25%.

Para apoiar os apicultores, a CIM-TT definiu uma estratégia de atuação, que consiste na aquisição de equipamentos para o controlo desta praga e destruição dos ninhos da vespa asiática.

“A CIM-TT distribuiu quatro mil armadilhas pelos apicultores dos nove municípios”, informou.

Simultaneamente, são realizadas ações de esclarecimento junto das populações, para a adoção de boas práticas. Entre estas práticas, recomenda-se a comunicação imediata à proteção civil dos municípios, sobre o aparecimento de ninhos nas localidades.

De acordo com Francisco Bruçó, do serviço municipal de proteção civil de Vimioso, até ao momento, no concelho vimiosense foram identificados três ninhos de vespa asiática, dois em Matela e um em Santulhão.

Segundo a Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho, é no litoral que ocorre o maior aparecimento de ninhos de vespa velutina, dado que esta espécie prefere temperaturas mais amenas.

No município de Vimioso, para comunicar a detecção de ninhos de vespa velutina
contacte a Proteção Civil Municipal através do número
966747403 ou aceda ao site STOP vespa.

HA

Férias: GNR reforça patrulhamento e fiscalização nas estradas até setembro

A GNR reforçou o patrulhamento e a fiscalização nas estradas com o objetivo de garantir a segurança rodoviária durante as deslocações na época de verão, numa operação que vai decorrer até 10 de setembro.

Em comunicado, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adianta a operação “Hermes – Viajar em Segurança” visa contribuir para a “redução da sinistralidade rodoviária, garantir a fluidez do tráfego e apoiar todos os utentes das vias”.

A GNR justifica esta operação com o aumento “substancial de tráfego” durante esta altura do ano face ao afluxo de turistas estrangeiros, de emigrantes e das deslocações de cidadãos nacionais para locais de féria.

As estatísticas dos acidentes de viação “continuam a apresentar números preocupantes no que diz respeito a crianças, jovens e adultos que se fazem transportar nos bancos da retaguarda dos veículos ligeiros de passageiros e nos veículos pesados de mercadorias e de passageiros, sem fazerem uso de sistemas de retenção”, lembra a guarda.

A GNR alerta igualmente para o aumento em 2022 da percentagem de condutores em estado de embriaguez, com uma taxa de álcool no sangue (TAS) superior a 1,2 g/l.

Durante a operação, a GNR vai incidir a fiscalização aos “comportamentos de risco” que colocam em causa a segurança rodoviária, como manobras perigosas de ultrapassagem, condução sob o efeito do álcool e de substâncias psicotrópicas, condução sem habilitação legal, excesso de velocidade, incorreta ou não utilização do cinto de segurança e uso do telemóvel ao volante.

Fonte: Lusa

Saúde: 18 urgências de pediatria abertas 24 horas no verão

11 urgências de pediatria da região Norte e sete da região Centro vão estar a funcionar de forma ininterrupta no verão, entre julho e setembro, revelou a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Na região Norte, estarão a funcionar em pleno: ULS Nordeste – Bragança; CHTMAD – Vila Real; ULS Alto Minho – Viana do Castelo; Hospital de Braga – Braga; Hospital Nossa Senhora da Oliveira – Guimarães; CH Médio Ave – Vila Nova de Famalicão; CHPV/VC – Póvoa de Varzim; CHTS – Penafiel; Urgência Integrada de Pediatria do Porto (UPIP) – CHUSJ – Porto; CHVNG/E – Vila Nova de Gaia e CHEDV – Santa Maria da Feira.

Com funcionamento ininterrupto na região Centro estarão: CHBV – Aveiro; CHUC – Coimbra; CHTV – Viseu; CH Leiria – Leiria; ULS Guarda – Guarda; ULS Castelo Branco – Castelo Branco e CHUCB – Covilhã.

Esta decisão da direção executiva do SNS é válida para os meses de julho, agosto e setembro e os resultados deste plano estratégico serão avaliados para decisões futuras.

“O reforço do trabalho em rede entre as equipas de instituições hospitalares e dos cuidados de saúde primários, assim como o planeamento estratégico atempado da resposta, é uma das missões centrais da direção executiva do SNS”, explicou ainda na nota de imprensa.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Jornadas de arqueologia com oficinais experimentais

No âmbito das Jornadas Europeias de Arqueologia que decorrem nos dias 16, 17 e 18 de junho, o município de Miranda do Douro vai desenvolver no sábado, dia 17 de junho, entre as 10 e as 17 horas, na alcáçova do castelo de Miranda do Douro, oficinas de arqueologia experimental.

O município de Miranda do Douro informa que na atividade vão realizar-se oficinas de arte rupestre, talha lítica, cerâmica do Neolítico, missangas e arqueologia.

A iniciativa vai integrar ainda uma breve exposição e explicação por parte de investigadores da Universidade de Valladolid e da Universidad Nacional de Educación a Distância (UNED) de algum espólio arqueológico, proveniente de intervenções arqueológicas, no concelho de Miranda do Douro.

Segundo a autarquia, esta atividade tem a colaboração da Rede dos Castros e da Sociedade Ibérica de Arqueologia (projetos transfronteiriços em construção) e destina-se ao público em geral.

HA

Malhadas: Concurso de bovinos mirandeses visa homenagear os criadores

No dia 24 de junho, o mercado de gado, em Malhadas, volta a ser o recinto do Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa, um evento que visa homenagear os criadores desta raça autóctone, que antes da mecanização da agricultura foram a principal força motriz nos trabalhos agrícolas e atualmente dão origem à Carne Mirandesa, um produto considerado de excelente qualidade.

Após o dia de pastoreio nos lameiros, a manada de bovinos mirandeses regressa ao estábulo ao final da tarde.

Em 2022, no concelho de Miranda do Douro existiam cerca de 50 explorações, com um total de 2000 animais jovens e adultos e 1100 fêmeas adultas. No entanto, segundo a Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM), entre maio de 2022 e maior de 2023, houve um decréscimo de animais, devido à seca e à falta de forragens nos campos, o que obrigou os criadores a vender ou abater alguns dos seus animais.

Em Malhadas, Inês Filomena tem uma exploração com 40 bovinos mirandeses, que descreve como animais inteligentes, enérgicos e dóceis no maneio.

Se noutros tempos, a pecuária e a agricultura contribuíram para a fixação de pessoas na aldeia, hoje em dia, Inês Filomena afirma que é preciso gostar muito destas atividades e em particular do maneio dos animais, para que haja pessoas e sobretudo jovens que se dediquem à pecuária.

No dia-a-dia, os criadores de bovinos mirandeses são também agricultores, pois têm que que cultivar os campos para obter alimento para os animais. Dos campos retiram erva, aveia, milho, nabos, abóboras e outras hortícolas, para que sirvam de suplemento ao pastoreio.

“Este ano, as chuvas de maio e início de junho vieram vieram ajudar a produção de erva nos lameiros. Mas por outro lado, estragaram as colheitas da aveia e do feno”, informou.

Para ajudar noutras despesas, o município de Miranda do Douro apoia os criadores com o pagamento dos custos da sanidade animal, que consiste na realização das análises sanguíneas para despiste de doenças como a tuberculose, a brucelose e outras.

“O município paga ainda as despesas com a desparazitação de todos os animais do concelho (bovinos, caprinos, suinos, asininos, etc.) e assegura a vacinação anual. O município está também a estudar formas de novos apoios aos criadores das raças autóctones”, especificou o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues.

Segundo o município de Miranda do Douro, os apoios concedidos aos criadores de animais de todo o concelho atingem um custo anual de mais de 83 mil euros.

Relativamente ao concurso concelhio dos bovinos mirandeses, agendado para o dia 24 de junho, em Malhadas, o vice-presidente do município destacou que este evento é sobretudo um dia de festa para os criadores e também para o público que visita o certame.

Por sua vez, o presidente da freguesia de Malhadas, Camilo Raposo, reconheceu a importância do concurso concelhio dos bovinos mirandeses, para a localidade, onde está edificado o posto zootécnico, a sede da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa e o mercado de gado.

“Quando falamos de Malhadas temos que referir-nos obrigatoriamente às raças autóctones, como são os bovinos mirandeses e os ovinos de raça churra galega mirandesa, que dão origem a dois produtos ímpares deste território, como são a carne mirandesa e o cordeiro mirandês”, indicou.

Sobre o concurso dos bovinos mirandeses, o autarca local, destacou que o certame atrai a vinda de muitos visitantes à localidade e confere-lhe um maior dinamismo económico.

“O concurso tem duas partes: durante a manhã decorre a exibição, avaliação e entrega dos prémios aos criadores. À tarde e após o almoço convívio, realizam-se as chegas dos touros, que constituem um espetáculo taurino que desperta o interesse e a visita de milhares de pessoas”, disse.

Todos os anos, o concurso concelhio de bovinos de raça mirandesa proporciona não só o encontro e o convívio entre os criadores do concelho de Miranda do Douro, mas é também uma oportunidade para o público conhecer mais de perto esta raça originária da Terra de Miranda.

O Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa e Chega de Touros é uma parceria entre o município de Miranda do Douro e a ACBRM – Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa, sob a orientação técnica da Direção Geral de Alimentação e Veterinária e da Direção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes.

HA

Ambiente: Zero quer metade da energia renovável em 2030

A associação ambientalista Zero considera possível que em 2030, pelo menos metade da energia produzida em Portugal, seja de fonte renováveis e pede ao Governo que estabeleça metas nesse sentido.

A Zero apela para que a incorporação de energias renováveis em todo o sistema aumente para, pelo menos 50% até 2030 e, numa perspectiva de mais longo-prazo, para pelo menos 90% em 2040”, diz a associação em comunicado.

O documento agora divulgado diz respeito ao Plano Nacional de Energia e Clima 2021-2030 (PNEC), cuja versão preliminar terá de ser apresentada à Comissão Europeia até final do mês de junho.

O PNEC, aprovado em 2020, é o principal instrumento das políticas energéticas e climáticas para esta década, com metas para a redução de gases com efeito de estufa (GEE), eficiência e segurança energética ou incorporação de energias renováveis.

No comunicado a Zero considera que a revisão que agora se apresenta é essencial para os Estados assegurarem planos mais exigentes, e diz que o PNEC “deve ser suficientemente ambicioso para ir além das metas estabelecidas pela União Europeia e, desta forma, alinhar-se com o compromisso estabelecido pelo Acordo de Paris”.

É essencial, sublinha a Zero, “que Portugal demonstre liderança e vontade política para enfrentar a crise climática e proteger o ambiente para as gerações presentes e futuras”.

E para garantir o cumprimento do Acordo de Paris (de reduzir emissões de GEE para que o aquecimento global não vá além dos 1,5 graus celsius em relação à época pré-industrial) é preciso que em 2030, na União Europeia, haja uma redução de 65% de emissões de GEE, em relação a 1990.

E em Portugal pelo menos uma redução de 60% em relação a 2005, diz a Zero, que considera importante refletir e rever os objetivos estabelecidos no PNEC, aumentando as energias renováveis sim, mas preservando a paisagem, promovendo a biodiversidade e garantindo o enriquecimento dos solos.

A Zero defende no comunicado a promoção do armazenamento partilhado de energia renovável e a introdução no PNEC de um novo objetivo, de promoção da economia de partilha, um modelo económico em que os diferentes atores e atividades partilham recursos, diminuindo-se assim as necessidades de consumo e a pressão sobre os recursos.

Seria o caso de produção partilhada de eletricidade, ou uso comum de eletrodomésticos como máquinas de lavar roupa.

E considera que o mais importante a rever no PNEC é a suficiência e eficiência energética, que é preciso melhorar, e a segurança energética, porque as secas deverão reduzir a produção de energia hídrica, pelo que são importantes políticas que levem ao desenvolvimento das capacidades de armazenamento de energia.

No documento, a Zero pede ainda a revisão do Simplex Ambiental, para haver critérios rigorosos de sustentabilidade, a antecipação para antes de 2040 do fim da produção de eletricidade a partir de gás fóssil (começando pelo fim da central da Tapada do Outeiro cuja licença termina em 2026), a proibição da compra de novos autocarros a gás natural e prioridade ao uso interno de hidrogénio verde, orientado para setores onde não é possível usar a eletricidade.

Fonte: Lusa

Apicultura: Projeto BeeLand quer preservar as abelhas e recuperar a produção de mel

Foi apresentado em Mirandela, um novo projeto que se propõe estudar e procurar soluções para preservar as abelhas e recuperar o estatuto do mel em Portugal, com um financiamento de quase um milhão de euros para a realização de várias ações.

O projeto, denominado BeeLand, é financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e envolve 16 parceiros entre empresas, academia e organizações do setor apícola, com um prazo de execução até 2025.

O propósito, como foi expresso, em Mirandela, é estudar o setor e mudanças provocadas por fatores como as alterações climáticas, os incêndios ou a seca, e procurar soluções para as novas realidades que acarretam, nomeadamente ao nível dos méis portugueses com Denominação de Origem Protegida (DOP).

Portugal tem nove regiões DOP onde o mel produzido obedece a uma série de regras definidas há 30 anos e que não se adequam aos tempos atuais com mudanças, nomeadamente ao nível da vegetação, que altera a cor e sabor, como explicaram os responsáveis pelo projeto.

Muitos apicultores não conseguem cumprir os requisitos e o mel certificado tem vindo a perder terreno, com uma queda de cerca de 450 mil quilos em 2010 para 15 mil quilos em 2020, embora a produção total nacional de mel tenha aumentado até 2019.

Os dados foram avançados por Cristofe Espírito Santo, do Centro Nacional de Competências da Apicultura e Biodiversidade, uma das entidades envolvidas no projeto BeeLand.

“A culpa não é do apicultor, nem das abelhas”, enfatizou, explicando que uma das prioridades do projeto é atualização do caderno de encargos dos méis DOP, de forma a que responderam às condições atuais.

Além disso, “o selo DOP indica a tradicionalidade do produto, mas a tecnologia evoluiu. Hoje, as variedades de mel têm a mesma qualidade, a que se acrescentam 30 anos de experiência”, segundo o presidente da Federação Nacional de Apicultores de Portugal, Manuel Gonçalves.

“Estamos a aperceber-nos que vamos ter que valorizar os nossos méis DOP, de produção biológica, para conseguirmos manter-nos no mercado. O nosso mercado é o das lojas de produto de qualidade e das lojas de bairro, não é para a grande distribuição”, afirmou.

A federação, também parceira do projeto, destaca que, “neste momento, com a grande transformação que está a acontecer na agricultura, com a plantação de espécies que necessitam de polinização, as condições climáticas, a procura de polinização de abelhas, é necessário começar a ordenar o território”.

Para o efeito, defende que é preciso criar em Portugal “uma bolsa de polinização para em qualquer momento estar disponível, para organizar o setor” para que, em situações de crise como a atual, não haja quebras no setor.

Os apicultores falam de um dos piores anos de sempre para a produção, com quebras de 80% num setor que não conseguiu recuperar a tempo das sequelas deixada nas colmeias pela seca de 2022.

O projeto BeeLand procurará saber “se nas nove regiões DOP a caracterização do mel se mantém igual ou se houve alteração” devido, por exemplo, à mudança de vegetação, com plantas que desaparecem e invasoras que se instalam.

Outro objetivo é fazer crescer a comercialização dos méis DOP, concretamente “que os produtores consigam que pelo menos 50% da sua produção seja vendida em locais onde tenha uma mais-valia

O representante dos apicultores considerou ainda ser imperioso criar em Portugal uma “bolsa de polinizadores para responder à muita procura”, que atualmente está a recorrer a estrangeiros.

O trabalho das abelhas assegura “a maior parte dos alimentos”, como salientou Cristofe Espírito Santo, apontando que o projeto BeeLand visa “apoiar, dar inovação e dinamizar o setor através da regeneração de áreas ardidas, atualização dos cadernos de encargos das DOP e criação de plataformas digitais que sirvam de repositório de informação de trabalhos científicos, investigação aplicada, casos concretos/reais”.

O projeto prevê ainda o desenvolvimento de métodos rápidos para análise de mel e a instalação no polo de inovação da Direção Regional de Agricultura, em Mirandela, de campos experimentais para regenerar áreas incultivável com espécies autóctones, como rosmaninho, urze, para aumentar os efetivos de abelhas e ajudar a polinização desta área”.

“Os resultados que vão ser obtidos aqui, depois também podem ser replicados noutros pontos do país ou mesmo aplicados noutras explorações”, afirmou.

Fonte: Lusa