Ensino Superior: “Instituto Politécnico de Bragança é dos mais subfinanciados do país” – presidente do IPB

O presidente do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), Orlando Rodrigues, disse que esta instituição é das mais subfinanciadas no país e reclamou a revisão dos critérios do Governo para atribuição de verbas.

“Nós somos uma das instituições de ensino superior em Portugal mais subfinanciadas, em particular se for pelo número de alunos”, afirmou, à margem da tomada de posse para um segundo mandato de quatro anos como presidente da instituição.

No discurso durante a cerimónia, Orlando Rodrigues referiu-se à “urgência” de o Governo alterar os critérios de financiamento das instituições de ensino superior, que, segundo argumentou, tem vindo a reduzir-se de ano para ano.

O presidente do IPB apontou o exemplo de Bragança, onde o dinheiro que vem do Orçamento do Estado fica “abaixo dos 70%” do orçamento global da instituição, que cobre os restantes 30% com receitas próprias e financiamento competitivo, de fundos comunitários e outros programas.

Teoricamente, segundo disse, o financiamento a atribuir a cada instituição teria em conta o número de alunos, mas na prática “tem vindo a ser baseado no histórico.

“O que tem acontecido nos últimos anos é que o financiamento é atribuído em função do financiamento que tinha havido no ano anterior. Isto prolonga-se há vários anos sucessivamente, nós temos vindo a crescer, as nossas atividades científicas têm vindo a desenvolver-se e daí estes desequilíbrios”, sustentou.

O politécnico de Bragança tem mais de nove mil alunos divididos pelas escolas de Bragança, Mirandela e Chaves e mais de mil trabalhadores entre professores e restantes funcionários.

O presidente defende que o financiamento público “não deve ser com base exclusivamente no número de alunos, mas baseado em contratos-programa estabelecidos com cada instituição, que têm que ter em conta a missão das instituições”, além da diferença entre “uma instituição que está no interior de uma que está no litoral”.

“A questão de fundo é que o país precisa de colocar mais dinheiro no sistema, não pode fazer esta correção indo tirar a outras que já são também subfinanciadas”, considerou.

No discurso da tomada de posse, Orlando Rodrigues reclamou também mais autonomia para as instituições de ensino superior e o avanço da lei que permita aos politécnicos conferir doutoramentos, bem como a mudança de nome para uma designação que inclua universidade.

O secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Teixeira, considerou recentemente que estas mudanças não contribuem para o dinamismo do sistema de ensino superior, defendendo que “tem a ganhar” com instituições que “respondem a necessidades diferentes”.

O presidente do politécnico de Bragança referiu que a ministra do Ensino Superior tem transmitido a mensagem de que “não tem nenhuma oposição” relativamente à possibilidade de (os politécnicos) darem o grau de doutor e que é favorável a essa mudança.

Orlando Rodrigues disse que os politécnicos estão preocupados com esta questão, que já foi aprovada na generalidade na Assembleia da República, por unanimidade, e que está agora a ser discutida na especialidade.

A expectativa é que seja agendada para janeiro a votação na especialidade e que seja aprovada, pois considera que “é um alinhamento com aquilo que se faz na Europa”.

O presidente do IPB reiterou que os politécnicos já estão a conferir o grau de doutor na prática nos diversos centros de investigação e aquilo de que precisam é que “os doutoramentos sejam ajustados às necessidades” das regiões onde estão inseridos, “e não às necessidades de uma universidade espanhola ou de uma universidade do Porto ou de Lisboa”.

“Nós precisamos que as nossas linhas de investigação respondam às necessidades da nossa região, se continuamos subjugados, limitados pelas orientações que advêm de conselhos científicos de universidades que não têm nada a ver com o nosso contexto e a nossa região, estaremos certamente a distorcer e a não fazer aquilo que a nossa região precisa.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Capa de Honras Mirandesa já é Património Cultural e Imaterial

A Direção-Geral do Património Cultural inscreveu a Capa de Honras Mirandesa no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, o que, para a presidente da autarquia, Helena Barril, é o culminar do um longo caminho na salvaguarda desta peça de vestuário.

O “Processo de Confeção da Capa de Honras” no concelho de Miranda do Douro, foi inscrito no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, informa o Diário da República.

A presidente da Câmara de Miranda do Douro disse que este é “o culminar de um processo que já se arrastava há já algum tempo”.

“Foi com muita satisfação que recebemos a notícia da Inscrição com salvaguarda urgente do Processo de Confeção da Capa de Honras no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial”, assinalou Helena Barril.

Para a autarca, esta inscrição no INPCI vem reconhecer valor patrimonial desta peça do vestuário tradicional, porque é “necessário que a capa de honras continue a ser valorizada”.

“O reconhecimento desta peça de vestuário como património cultural imaterial vai trazer mais-valias, sendo extremamente importante porque vai valorizar todo este saber. Para já são poucas as pessoas que confecionam este traje”, frisou Helena Barril.

Em comunicado, a DGPC “reconhece a necessidade de salvaguarda urgente a este saber-fazer, que atualmente está apenas na posse de três artesãs em Portugal, na vila de Sendim, onde confecionam estas peças”.

Explica que o pedido de registo do “referido saber-fazer foi proposto em 10 de julho de 2022 pela Câmara Municipal de Miranda do Douro, que desenvolveu trabalho de investigação para aprofundar o conhecimento desta arte, com o objetivo da sua inventariação na plataforma Matriz PCI”.

“Dada a urgência da salvaguarda desta prática centenária em risco de desaparecer, a DGPC ao fim de quatro meses inscreve agora o ‘Processo de Confeção de Capa de Honras’” no INPCI.

Segundo a publicação hoje em DR, a inscrição em causa reflete critérios constantes do regime jurídico de salvaguarda do património cultural imaterial, como a importância “enquanto reflexo da identidade da comunidade, grupos e indivíduos que a praticam e se encontram associados, bem como a importância da sua dimensão histórica, social e cultural na área territorial em que se insere [Nordeste Transmontano]”.

De um agasalho de guardadores de gado até uma peça de vestuário que “está na moda”, a tradicional Capa de Honras Mirandesa está a conquistar espaço num panorama do vestuário tradicional português, onde se confecionam chapéus, capas, carteiras e outras indumentárias que são usadas um pouco por todo o país e Europa, tanto por homens como por mulheres.

Atualmente, é apenas utilizada em cerimónias protocolares ou atos de importância relevante. No entanto, é usual oferecer uma capa de honras às pessoas distintas que visitam o município de Miranda do Douro.

A Capa de Honras Mirandesa, feita de pardo ou burel (lã de ovelha), é já utilizada pelos noivos no dia de casamento.

De acordo com o historiador António Rodrigues Mourinho, a origem da capa de honras mirandesa remonta aos séculos IX ou X, portanto medieval, tendo origem na “capa de chiba” que, traduzido do espanhol para português, quer dizer “capa de cabra”.

Segundo o historiador, apesar de se pensar que esta peça ‘sui generis’ ser de origem medieval, só há dois documentos conhecidos até agora que referem este tipo de capa e são datados de 1819 e 1828.

Este património está igualmente associado às regiões espanholas de Aliste e Zamora, onde há muitas semelhanças entre as capas já que é apenas uma linha de fronteira que separa os dois povos.

O município de Miranda do Douro promove no fim de semana de 3 e 4 de dezembro, o seminário “Capa de Honras, do saber fazer à marca identitária” desta peça de vestuário tradicional.
 

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Mercado Rural Mirandês antecede o Natal

No fim-de-semana de 3 e 4 de dezembro, Miranda do Douro vai organizar o Mercado Rural Mirandês, um certame anual durante o qual os produtores locais comercializam produtos hortícolas, frutos secos, fumeiro, queijos, mel e a doçaria tradicional, na preparação da época festiva do Natal.

O Mercado Rural Mirandês é uma iniciativa conjunta do município de Miranda do Douro e da Associação de Produtores Gastronómicos das Terras de Miranda – Sabores de Miranda.

De acordo coma presidente da associação, Ana Esteves, esta organização foi criada em 2013, com o objetivo de apoiar os pequenos produtores a escoar os seus produtos.

Na edição deste ano do Mercado Rural Mirandês vão participar 12 produtores, vindos das localidades de Duas Igrejas, Sendim, Malhadas, Aldeia Nova, Miranda do Douro, Fonte Aldeia e Vimioso.

“Os vários produtores vão expor uma grande variedade de produtos regionais, com destaque para a Bola Doce Mirandesa, Folar de Carne, Bola de Carne, Pão, Doçaria Regional, Fumeiro, Mel, Frutos secos, Doces e Compotas, Licores, Vinho, Queijos, Chocolates e afins, manufaturados, Produtos Hortícolas e Fruticultura da Região, em verde ou seco”, indicou.

Segundo Ana Esteves, o público-alvo do certame é a população local e também os visitantes e turistas.





“Nos dias 3 e 4 de dezembro, realiza-se em Miranda do Douro, o seminário dedicado à “Capa de Honras”, pelo que convidamos todos os participantes a visitar o mercado rural mirandês. E dado que no dia 6 de dezembro é feriado em Espanha (Dia da Constituição Espanhola), também prevemos receber a visita dos vizinhos espanhóis no decorrer do mercado rural”, disse.

No sábado e Domingo, o Mercado Rural Mirandês vai funcionar no mercado municipal de Miranda do Douro, entre as 10h00 às 17h00.

Sobre as expetativas para o certame deste ano, Ana Esteves, referiu que a produção de mel, de hortícolas e de fruta sofreu uma acentuada quebra.

“Todos os anos, os produtores trazem para o mercado o excedente da sua produção. Mas este ano, alguns queixam-se de que não têm produtos para comercializar”, disse.

Nestes meses frios de outono/inverno, os produtos mais procurados pelo público no Mercado Rural Mirandês são habitualmente os frutos secos, o fumeiro, o queijo, o pão caseiro e a doçaria tradicional.

“Na doçaria tradicional mirandesa destacam-se os roscos, os dormidos, os sodos e claro, a bola doce mirandesa”, indicou.

Ao longo do fim-de-semana, o Mercado Rural Mirandês vai ser animado musicalmente por grupos de pauliteiros e gaiteiros da Terra de Miranda.

HA

Miranda do Douro: Concurso de “Montras de Natal” para embelezar os espaços comerciais

Em Miranda do Douro, estão a decorrer até ao dia 5 de dezembro, as inscrições para o “Concurso Montras de Natal 2022”, uma iniciativa da Câmara Municipal e da Associação Comercial e Industrial do concelho de Miranda do Douro (ACIMD), com os propósitos de preservar a tradição natalícia e embelezar os espaços comerciais.

Com esta iniciativa, o atual executivo de Miranda do Douro pretende incentivar os comerciantes e empresários do concelho a decorarem as montras e/ou fachadas dos estabelecimentos comerciais, nesta época festiva, atribuindo prémios às melhores decorações.

Alfredo Delgado e Ana Ramalho, proprietários da loja “Alborada”, em Miranda do Douro, já decoraram a montra e inscreverem-se no concurso “Concurso Montras de Natal 2022”.

“Decidimos participar nesta iniciativa, para tornar a cidade mais bela, colorida e apelativa para o público que nos visita. Na decoração da nossa montra tivemos o cuidado de escolher produtos artesanais e feitos em Miranda do Douro, tais como as coroas de Natal, os presépios, as estrelas, a almofada do Menino Jesus e as bases em madeira para as velas”, disseram.

Segundo o regulamento do concurso, os critérios para avaliação das montras são a originalidade e criatividade; a integração do produto no comércio; as cores, materiais utilizados e iluminação; e a estética do conjunto (harmonia da imagem).

O concurso “Montras de Natal” decorre de 16 de dezembro de 2022 a 9 de janeiro de 2023 e as melhores montras recebem os seguintes prémios monetários: 1 º Prémio “Montra de Natal de Ouro”: 200,00€; 2º Prémio “Montra de Natal de Prata”: 100,00€; 3º Prémio “Montra de Natal de Bronze”: 50,00€.
O concurso prevê ainda a atribuição do prémio “Montra Eleita pelo Público”, cujo valor é de 100€.

Para além dos prémios monetários, todos os participantes no concurso vão receber um certificado de participação.

Para participar no concurso “Montras de Natal” são admitidas candidaturas de todas as pessoas singulares ou coletivas que explorem no concelho de Miranda do Douro, um estabelecimento comercial que reúna as seguintes condições: aberto ao público e com atividade em funcionamento; com montras visíveis ao público; com porta aberta para a rua ou com porta de acesso para a rua.

O município de Miranda do Douro informa que os comerciantes e empresários que pretendam participar no concurso, devem submeter a sua candidatura até ao dia 5 de dezembro. Para tal devem consultar o programa do concurso e preencher a ficha de inscrição.

A entrega da ficha de inscrição deve ser acompanhada de duas fotografias da montra, com a decoração alusiva à época natalícia.

A candidatura pode ser entregue, presencialmente, no balcão único da Câmara Municipal de Miranda do Douro ou em alternativa através do e-mail: cultura@cm-mdouro.pt, indicando no assunto: “Concurso Montras de Natal.

HA

Sociedade: Idade da reforma mantém-se nos 66 anos e quatro meses em 2024

A idade da reforma deverá ser de 66 anos e quatro meses em 2024, mantendo-se igual ao valor de 2023, segundo os cálculos com base nos dados, ainda provisórios, hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O INE divulgou a estimativa provisória da esperança média de vida aos 65 anos para o triénio 2020-2022, que indicam que este valor foi estimado em 19,30 anos, apresentando uma redução de 0,05 anos (seis meses) relativamente ao triénio 2019-2021.

Com base nestes dados é possível calcular que em 2024 a idade de acesso à reforma será aos 66 anos e quatro meses.

O valor é igual ao de 2023, ano em que há a registar um recuo de três meses por comparação com a idade de reforma fixada para 2022, algo inédito desde que a idade da reforma passou a estar associada à esperança média de vida.

Tanto a redução de 2023 como a manutenção da idade estimada para 2024 estão associadas ao recuo na esperança média de vida devido à mortalidade associada à pandemia de covid-19 e a sua incidência junto da população mais idosa.

O valor provisório da esperança de vida aos 65 anos, apurado anualmente pelo INE, é divulgado em novembro servindo de referência para efeitos de determinação da idade normal de acesso à pensão de velhice, sendo que o que agora foi conhecido não incorpora ainda as estimativas revistas de população residente decorrentes dos resultados definitivos dos Censos 2021.

Os dados definitivos da esperança média de vida aos 65 anos serão divulgados em maio.

Fonte: Lusa

Sociedade: Nove em cada 10 jovens beberam álcool no último ano

Um inquérito sobre comportamentos aditivos revela que, em cada 10 jovens de 18 anos, nove beberam álcool, cinco fumaram tabaco e dois a três consumiram pelo menos uma vez uma substância ilícita, principalmente canábis, nos últimos 12 meses.

Esta é a conclusão de um inquérito nacional realizado, através de um questionário anónimo de autopreenchimento, a todos os jovens de 18 anos participantes no Dia da Defesa Nacional, realizado anualmente, desde 2015, com uma interrupção em 2020, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19.

Promovido pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), o estudo revela que dois a três jovens consumiram pelo menos uma vez uma substância ilícita, principalmente a canábis, seguida por substâncias estimulantes como as anfetaminas/metanfetaminas e a cocaína.

Por sua vez, cinco em cada 100 jovens declararam ter tomado tranquilizantes/sedativos sem receita médica no último ano, refere o relatório “Comportamentos Aditivos aos 18 anos: consumo de substâncias psicoativas”, hoje divulgado pelo SICAD.

“Com exceção para o álcool e o tabaco, estes consumos tendem a suceder com uma frequência inferior a 10 ocasiões no ano”, sublinha o inquérito, que envolveu 70.374 jovens, dos 90.068 convocados para o Dia da Defesa Nacional/2021.

No que diz respeito ao álcool, mantém-se o cenário de “uma elevada prevalência” de consumos intensivos por ocasião: “Em cada 10 jovens, seis referem ter-se embriagado ligeiramente pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores, cinco beberam de forma ‘binge’ e três embriagaram-se severamente”.

Cerca de três em cada 10 jovens declararam ainda ter experienciado pelo menos um de sete problemas apresentados no questionário, atribuídos ao consumo de bebidas alcoólicas e/ou de substâncias ilícitas. O principal problema selecionado consistiu nas situações de mal-estar emocional.

Numa análise de 19 indicadores epidemiológicos relativos aos padrões de consumo, o estudo identificou algumas diferenças importantes consoante o sexo, o nível de escolaridade e situação face ao trabalho.

“Destacam-se os jovens do sexo masculino, com escolaridade mais baixa (portanto, alunos que reprovaram vários anos) e trabalhadores-estudantes como aqueles que têm um maior contacto com substâncias psicoativas, consomem mais frequentemente e têm uma maior experiência de problemas que atribuem a estes consumos”, lê-se no documento.

Uma análise de tendências subdividida em dois períodos temporais (2015-2019 e 2019-2021), com vista a identificar evoluções aparentemente extemporâneas no período afetado pela pandemia, evidencia uma predominância da estabilidade das prevalências e frequências de consumo, com pequenas exceções, como a da frequência de consumo de novas substâncias psicoativas, que diminuiu neste período.

Por outro lado, demonstra “um substancial incremento” das declarações de problemas atribuídos ao consumo de bebidas alcoólicas e substâncias ilícitas.

Segundo o estudo, estas evoluções diferem em função de subgrupos sociodemográficos: “Os jovens em situação de desemprego destacam-se pelo predomínio da redução das prevalências, os estudantes pela sua manutenção, e os trabalhadores-estudantes, pelo predomínio do aumento destas, entre 2019 e 2021”.

Por sua vez, os jovens com baixas habilitações destacam-se também, a um nível semelhante ao dos trabalhadores-estudantes, pelo incremento da experiência de problemas.

Fonte: Lusa

Ensino: Graduação continuará a ser critério da vinculação dos professores

O ministro da Educação assegurou que a graduação profissional vai continuar a ser o critério para a vinculação de professores e que não serão os diretores a escolher quem integra os quadros. 

Eram alguns “mitos” que, segundo João Costa, circularam nas redes sociais nos últimos dias a propósito da revisão do modelo de recrutamento e mobilidade de professores, atualmente em negociação com os sindicatos, e que mereceram um desmentido por parte do ministro.

“Não têm qualquer cabimento e são objetivamente falsas”, afirmou o governante em conferência de imprensa, ao final da tarde, após um conjunto de reuniões negociais sobre progressão na carreira, educadores de creches e professores do ensino artístico.

Sem atribuir responsabilidades, João Costa começou por dizer que se tratava de uma “estratégia de desinformação e uma campanha de manipulação da opinião dos professores”, para depois negar um conjunto de quase uma dezena de informações falsas.

A propósito da vinculação de professores, o ministro voltou a assegurar que o critério continuará a ser a graduação profissional, como já tinha esclarecido no final da reunião negocial anterior, em declarações aos jornalistas, acrescentando que “a abertura de lugares de quadro será sempre feita através de concurso nacional”.

Quanto à contratação de professores, inicial e através das reservas de recrutamento, o gabinete do Ministério da Educação esclareceu posteriormente que “a vinculação em quadro é sempre através da graduação profissional”, mas “os restantes aspetos ainda serão objeto de negociação”.

Por outro lado, João Costa negou que os professores passem a ser contratados e colocados pelas autarquias, na sequência da transformação dos quadros de zona pedagógica em mapas de pessoal interconcelhios, bem como a possibilidade de a colocação de professores ser feita através de entrevistas ou testes psicotécnicos.

“Há funções em que podem ser selecionados professores de carreira, que já estão nos quadros do Ministério da Educação, que poderão obedecer a perfis específicos”, explicou o responsável, dando o exemplo dos professores bibliotecários.

Apesar disso, a contratação, afetação e vinculação de professores não serão feitas “por critérios dessa natureza”, assegurou.

Questionado sobre a possibilidade de os diretores contratarem um terço dos seus professores com base em perfis específicos, uma intenção manifestada pelo ministro em setembro, João Costa reafirmou que o que está em causa é a possibilidade de as escolas escolherem para determinados projetos professores que já estão nos quadros, não decidindo sobre a sua vinculação.

“Estamos a falar, sim, da possibilidade de conferir uma maior autonomia para alocação de professores de carreira a projetos específicos e necessidades específicas de algumas escolas, em que sabemos que, por vezes, uma colocação cega não faz com que haja o encontro necessário entre as necessidades e os perfis”, disse, sem referir diretamente a contratação inicial.

No rol de mitos que o ministro da Educação quis desmontar, João Costa esclareceu também que os docentes em quadro de escola não vão perder esse vínculo, os salários dos professores não vão passar a ser pagos através de fundos europeus, o Governo não vai extinguir a mobilidade interna nem o destacamento por ausência de componente letiva, e que não haverá técnicos dos municípios a substituir professores.

O ministro da Educação referiu ainda as alterações previstas para os atuais dez quadros de zona pedagógica, afirmando que ainda está em apreciação a possibilidade de passarem a ser 23 ou mais mapas de pessoal interconcelhios.

O secretário de Estado da Educação, António Leite, explicou também que a intenção do Governo é que a distribuição dos professores pelas escolas integradas em cada mapa “possa ser feita por um conselho local de diretores”.

As negociações sobre a revisão do regime de recrutamento e mobilidade de pessoal docente vão prosseguir, estando atualmente o Governo a fazer o levantamento das necessidades do sistema educativo para desenhar propostas concretas, trabalho que não estará concluído até ao final do ano.

Sobre os temas discutidos nas reuniões negociais de hoje, o ministro relatou um consenso em torno da vinculação extraordinária dos professores do ensino artístico especializado e da contabilização, para efeitos de concurso, do tempo de serviço prestado pelos educadores das creches com habilitação profissional para o pré-escolar.

Por outro lado, a possibilidade de dispensar os professores doutorados do requisito de obtenção de vaga para o acesso aos 5.º e 7.º escalões da carreira foi rejeitada pelos sindicatos e, por isso, o Ministério admite que irá repensar a medida.

Fonte: Lusa

Vimioso: Bombeiros celebraram 90 anos

No sábado, dia 3 de dezembro, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vimioso celebrou o 90º aniversário, assinalando assim a longevidade desta associação que foi fundada em 1932, com a missão de proteger “desinteressadamente” pessoas e bens e desenvolver atividades culturais, de recreio e desportivas.

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vimioso (AHBVV) foi fundada em 12 de Setembro de 1932. De acordo com o presidente desta associação humanitária, Hélio Alves, ao longo destes 90 anos houve uma significativa evolução no modo de funcionamento da corporação.

“Hoje em dia, a AHBVV funciona mais como uma empresa, dado que há 25 bombeiros profissionais assalariados. Para além destes bombeiros, há ainda duas equipas de intervenção permanente (EIP), cujos vencimentos são pagos pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e pelo município de Vimioso”, indicou.

Atualmente, os 25 bombeiros da AHBVV desempenham várias tarefas: na central de comunicações, que funciona 24 horas por dia; no INEM; no transporte de doentes; e nas equipas de intervenção permanente, que têm a responsabilidade do socorro em caso de incêndios e acidentes.

Questionado se ainda há voluntários na corporação, o presidente, Hélio Alves, afirmou que “felizmente”, metade dos bombeiros vimiosenses, ou seja, 25 pessoas, são bombeiros voluntários.

Luis Paulo Masseira é bombeiro da AHBVV, desde 1989. Entrou para a corporação de bombeiros de Vimioso com apenas 14 anos, motivado pela “adrenalina” do toque das sirenes e pela vontade de ajudar as pessoas e combater os incêndios.

“Naquela época não existiam as equipas de intervenção permanente no quartel, pelo que era necessário tocar a sirene para convocar os bombeiros voluntários para acorrer às emergências ou aos fogos”, recordou.

Fazendo uso dos 33 anos experiência como bombeiro, Luís Masseira, indicou que houve muitas mudanças no modo de operar da corporação, em Vimioso.

“Ao longo dos anos a realidade mudou muita na AHBVV: as viaturas são cada vez mais sofisticadas, há novos equipamentos e fardamentos, que dão mais segurança no desempenho das nossas funções. Há também mais formações e treinos, ministrados pela Escola Nacional de Bombeiros e pelas associações locais. No combate aos incêndios há mais meios de combate, como os aviões, os helicópteros e há mais entreajuda entre as várias associações de bombeiros”, indicou.

Se é verdade que a principal missão da AHBVV continua a ser a protecção e o socorro das pessoas e dos bens, desde a sua génese, a associação tem desenvolvido outras actividades no âmbito da cultura, recreio e desporto. Uma das atividades que mais tem perdurado e se destaca é o ensino da música.

“Através da escolinha de música, AHBVV proporciona às crianças a aprendizagem musical, com o objetivo integrarem depois a Banda Filarmónica da corporação”, informou o presidente da associação.

Relativamente à comemoração do 90º aniversário da associação humanitária, a cerimónia decorreu no quartel dos bombeiros, em Vimioso.

  • O programa iniciou-se às 14h30, com o hastear da bandeira e a formatura da corporação de bombeiros e da banda filarmónica.
  • De seguida, realizou-se à receção às entidades e convidados. Para depois se proceder à entrega de condecorações e imposição de medalhas.
  • Às 15h30, teve lugar uma sessão solene, a que se segue uma romagem ao cemitério para lembrar os bombeiros falecidos.
  • O desfile motorizado pelas ruas da vila de Vimioso decorreu às 17h00.
  • E a comemoração do 90º aniversário da AHBV Vimioso culminou com um jantar convívio.

Vimioso: XXI Feira das Artes, Ofícios e Sabores de Vimioso aposta na inovação

A XXI Feira das Artes, Ofícios e Sabores de Vimioso, agendada para o fim-de-semana de 9, 10 e 11 de dezembro, no pavilhão multiusos, vai oferecer aos visitantes a oportunidade de adquirir produtos caraterísticos da região e de participar nas várias atividades como é o seminário dedicado à inovação social.

De acordo com a vereadora do município de Vimioso, Carina Lopes, ao longo das 21 edições, a Feira das Artes Ofícios e Sabores de Vimioso tem registado várias evoluções e a novidade deste ano é o seminário dedicado à inovação social.

«O seminário Inovação Social – Estratégias para o Futuro, insere-se numa iniciativa pública, que visa dinamizar o mercado de investimento social em Portugal. Com esta palestra pretendemos informar os municípies sobre os apoios financeiros existentes para desenvolver projetos inovadores que respondam a problemas sociais no nosso concelho”, adiantou.

Segundo a autarca, o seminário vai contar com a participação de várias presonalidades. São elas: Helena Loureiro, representante regional do Norte, da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social; Pedro Martins, do Turismo Porto e Norte; do IEFP, Sandra Valdemar; um representante da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT) e aguarda-se confirmação da Startup Portugal.

“Para reverter o êxodo demográfico que afeta todo o distrito e o nosso concelho, entendemos que precisamos definir estratégias para o futuro e implementar projetos inovadores que promovam a fixação de novos habitantes”, justificou.

Para além do seminário, no dia seguinte, sábado, dia 10 de dezembro, a programação da Feira de Artes, Ofícios e Sabores de Vimioso inclui ainda, as já habituais (e muito concorridas!) atividades, como são a montaria ao javali, o passeio todo-o-terreno e a animação musical, que habitualmente atraem muito público à vila vimiosense.

Nos espetáculos musicais, na noite de abertura atua o artista Camané. No sábado, cabe a José Malhoa animar o evento.

«Outra novidade na feira deste ano é a sessão “D’Gustar TTM – Provas de produtos das Terras de Trás-os-Montes. O objetivo desta sessão gastronómica, que conta com o apoio do IEFP, é realçar e valorizar a qualidade dos produtos da nossa região, como são o azeite, a castanha, o mel, o fumeiro, os cogumelos, etc.”, indicou.

Ao longo das 21 edições desta feira anual, em Vimioso, a comercialização de produtos (sabores) mantêm-se, mas as antigas artes e ofícios existentes no concelho, como era a cestaria ou os trabalhos em cobre estão a desaparecer.

“Sim, é verdade, cada vez há menos artesãos no concelho de Vimioso. E nem mesmo os incentivos e os cursos de aprendizagem (em cestaria, peças em madeira, em cobre, o ferro forjado, a tapeçaria, etc.) conseguem motivar as pessoas a dedicarem-se e a preservar estas artes e ofícios”, reconheceu.

Na manhã de Domingo, o último dia da XXI Feira de Artes, Ofícios e Sabores, vai realizar-se um passeio micológico para apanha e identificação de cogumelos silvestres. Também durante a manhã, vai decorrer um passeio de bicicleta todo-o-terreno.

À tarde, a associação para o desenvolvimento cultural do concelho de Vimioso (ADCV) vai organizar o IX Festival de Folclore e o concurso de doçaria da castanha.

No decorrer da FAOS, vai realizar-se o festival da Posta Mirandesa, uma parceria do município com a Cooperativa Agropecuária Mirandesa, sedeada em Vimioso, para destacar a “mais-valia da carne mirandesa oriunda do planalto mirandês”.

Segundo a Câmara Municipal de Vimioso, a organização desta feira anual implica um investimento cerca de 100 mil euros.

Nos três dias do certame, outra novidade é a existência de um espaço para as crianças e a presença do Pai Natal, para assim começar desde já, a preparar a época festiva do Natal.

HA

JMJ 2023: Mais de 200 mil peregrinos inscritos nas Jornadas Mundiais da Juventude

Mais de 200 mil peregrinos já se inscreveram na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza entre 1 e 6 de agosto de 2023 em Lisboa, revelou o presidente da Fundação JMJ.

“Até data ultrapassamos as 200.000 inscrições, mas isso não é motivo nem de muita alegria, nem de tristeza, pelo contrário porque o historial das inscrições nas jornadas é tipo montanha russa. Há uma subida até ao Natal, depois desce, com a Páscoa há uma subida imediata e depois desce e no verão há uma corrida às inscrições, e depois desce, foi o que aconteceu nas jornadas anteriores”, disse aos jornalistas o bispo D, Américo Aguiar.

O presidente da Fundação JMJ, que falava após a assinatura de um protocolo com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de a Portugal (AHRESP) para permitir identificar uma rede de restaurantes e similares para o fornecimento de refeições aos peregrinos durante a JMJ, precisou que este número de inscrições significa “apenas uma sinalização daquilo que começa a ser o sentido da juventude do mundo inteiro para a participação”.

“Mais do que o número propriamente dito anima-me mais a diversidade dos países, temos mais de 100 países com grupos que sinalizaram o seu desejo de inscrição, e até países que à primeira vista estranhamos, como o Paquistão ou países árabes”, salientou.

Américo Aguiar disse também que a Fundação nunca falou sobre o número de peregrinos que podem vir a participar nas JMJ “para não criar falsas expectativas”.

Sobre o processo de alojamento, o responsável explicou que vai ser diferenciado, mas vai ser dado privilégio ao acolhimento de peregrinos em casas de famílias.

O bispo Américo Aguiar referiu que as famílias vão ter que oferecer o pequeno-almoço e só pode alojar dois ou mais peregrinos.

O presidente da Fundação JMJ avançou que o segundo critério de alojamento passa pelos espaços coletivos, como escolas, pavilhões e instalações militares, e “quando tudo estiver esgotado” passa-se para o “plano três” que são as tendas de campanhas.

“É um desafio logístico elevado”, disse.

A JMJ é o maior evento organizado pela Igreja Católica, tendo sido criada em 1985 pelo Papa João Paulo II (1920-2005).
.

Inicialmente prevista para agosto de 2022, a JMJ foi adiada por um ano devido à pandemia de covid-19.

Portugal será o segundo país lusófono, depois do Brasil, a acolher uma Jornada Mundial da Juventude.

O Papa Francisco é esperado em Portugal no verão de 2023 para o encerramento da JMJ.

Fonte: Lusa