Palaçoulo: Monjas trapistas agradecem proximidade e generosidade
As monjas trapistas do Mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, escreveram uma carta a agradecer a “grande manifestação de proximidade e generosidade” que receberam, depois do “grave incêndio” destruir o telhado da hospedaria onde residem.
“Durante o dia [do incêndio], recebemos a visita do bispo, D. Nuno Almeida que nos mostrou a sua proximidade, do pároco, António Pires, da presidente da Câmara, Helena Barril e depois de muitos amigos, conhecidos e desconhecidos, todos movidos pelo desejo de nos ajudar. Alguns trouxeram comida, outros começaram a recolher os escombros, outros queriam simplesmente estar perto de nós e animar-nos”, revelam, numa comunicação partilhada pela Diocese de Bragança-Miranda.
“Assim, estamos a experimentar a Providência do Senhor, que desperta nos corações a vontade de participar na reconstrução deste lugar, que não é só de nós monjas, mas é a Casa de todos os que procuram Deus”.
O incêndio deflagrou na madrugada do dia 27 de janeiro, “tendo começado na conduta da lareira acesa e que, alastrando rapidamente, comprometeu a zona central” da hospedaria (telhado, sótão e grande parte do primeiro andar).
“A zona mais atingida foi o sótão (que servia de arrecadação) e os quartos, que ocupamos enquanto aguardamos a conclusão da construção do mosteiro”, informam as monjas trapistas.
Além disso, algumas salas eram utilizadas como escritórios e áreas de trabalho (escritório da Madre, escritório das irmãs ecónomas, lavandaria, armazém e embalagem da confeitaria) e “o incêndio danificou-as gravemente, inutilizando parcial ou totalmente as salas, as máquinas e o material armazenado”.
As monjas trapistas indicam ainda que “os operários estão a isolar” as partes onde vivem “para depois começarem a demolir as restantes áreas da hospedaria em ruínas”: “Depois teremos de começar a reconstruir”.
“Temos a certeza de que o Senhor sabe o que está a fazer e o que nos permite viver é sempre para um bem maior do que aquele que podemos prever. A própria experiência da fraternidade entre nós e com as pessoas que nos ajudam é já um milagre comovente de comunhão e de esperança: o homem que acredita, espera e ama é verdadeiramente uma imagem da glória de Deus, da sua bondade e da sua beleza”.
Na comunicação, as monjas trapistas revelam que a zona da capela “permaneceu intacta, assim como os quartos do noviciado”, que reservaram para receber hóspedes, além de ter sido uma “surpresa encontrar pendurados e intactos no meio do corredor atingido pelas chamas, pelo fumo e pela água, os hábitos brancos destinados à próxima tomada de hábito” de uma das postulantes, que no dia anterior uma das monjas tinha acabado de coser.
“Um jovem padre e três dos seus jovens paroquianos foram nossos convidados para um retiro. Conscientes de que não podíamos ajudar materialmente, a presença providencial do padre permitiu-nos celebrar a Eucaristia – depois do canto das Laudes. Enquanto os bombeiros ainda se esforçavam por apagar as chamas nos telhados, sobre o altar o Amor consumia mais uma vez o Seu dom por nós”, acrescentam.
“Certos de que a Providência do Senhor leva sempre a bom termo a obra que inicia, retomamos e continuamos o caminho e a construção da Sua morada entre nós, com renovada gratidão e espanto. Agradecemos antecipadamente a todos os que quiserem ajudar-nos, de qualquer modo, rezando ou doando ajuda, enquanto vos asseguramos a nossa oração contínua”, conclui o texto.
Fonte: Ecclesia
Fotos: Ecclesia e HA