Miranda do Douro: Meia centena de agricultores participaram na sessão sobre o Pedido Único 2024

Na manhã desta quinta-feira, dia 1 de fevereiro, foi ministrada uma sessão de esclarecimento aos agricultores do concelho de Miranda do Douro, sobre as alterações a atualizações dos apoios financeiros ao Pedido Único (PU), para o corrente ano de 2024.

A sessão de esclarecimento decorreu no miniauditório, em Miranda do Douro e foi ministrada pela Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), em parceria com a Associação de Agricultores do Planalto Mirandês (AAPM).

À meia centena de agricultores que participaram na sessão, a técnica da CAP, engenheira Olinda Vieira informou que “o ministério da Agricultura corrigiu a informação avançada dos cortes de 35% e 25%, nos apoios à agricultura biológica e à produção integrada (Prodi) e vai repor a totalidade das ajudas”, disse.

No decorrer desta reunião, foi dada uma especial atenção ao modo de produção biológico e a técnica, Emília Caminha, esclareceu os agricultores mirandeses sobre os critérios de elegibilidade.

“O ‘Modo de Produção Biológico’ consiste num sistema de práticas agrícolas mais sustentáveis ambientalmente, em que se limita ao máximo a utilização de produtos químicos na agricultura e de antibióticos na pecuária», explicou.

Os agricultores que pretendam iniciar o processo de conversão em agricultura biológica têm que adquirir uma formação homologada de 50 horas, durante a qual aprendam os requisitos obrigatórios para cultivar e/ou criar produtos biológicos, sejam vegetais ou animais.

“A produção em agricultura biológica exige a certificação por parte de uma empresa que ateste o cumprimento das normas de qualidade. E os agricultores têm que contratar o serviço de uma destas entidades”, acrescentou.

Emília Caminha, exemplificou ainda que “um agricultor com um amendoal em sequeiro, no modo de produção biológico, recebe um apoio anual de 320€/por hectare; e a vinha, em modo de produção biológico, tem um apoio anual de 600€ “, indicou.

Esta sessão em Miranda do Douro decorreu, em simultâneo, com o protesto dos agricultores a nível nacional, que reclamam pelo pagamento atempado dos apoios, a abertura de projetos para a instalação de jovens agricultores e a redução do preço do gasóleo agrícola.

Perante esta insatisfação, a técnica da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), Olinda Vieira mostrou-se solidária e compreensiva com os agricultores perante o excesso de burocracia.

“Os agricultores estão cansados e asfixiados com a burocracia da Política agrícola Comum (PEPAC)”, disse.

Do lado dos agricultores, Abílio Marcos Preto, produtor de castanha em São Martinho de Angueira, referiu que os problemas que enfrenta diariamente, são o elevado preço do gasóleo agrícola e as recorrentes doenças dos castanheiros.

Por sua vez, Francisca Martins, criadora de gado bovino e cavalos, em Duas Igrejas, indicou que a falta de mão-de-obra neste setor e o elevado preço das rações, como sendo os maiores problemas que enfrenta na atualidade.

Sobre a realidade agrícola do planalto mirandês, o técnico da Associação de Agricultores do Planalto Mirandês (AAPM), Manuel Fernandes, referiu que nesta região continuam a cultivar-se sobretudo amendoais, olivais, vinhas e soutos de castanheiros.

“Já na pecuária, predominam as explorações extensivas com a criação de raças como os bovinos mirandeses e outros, para produtos de carne. Há também a criação de ovinos, como a raça churra galega mirandesa”, disse.

A Associação de Agricultores do Planalto Mirandês (AAPM) está localizada no Largo do Castelo, em Miranda do Douro e presta vários serviços como o licenciamento da atividade pecuária, as candidaturas ao pedido único, o apoio técnico na elaboração e gestão de projetos agrícolas, entre outros serviços.

HA

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