Vilar Seco: V Feira das Colheitas dá vida à aldeia

Vilar Seco: V Feira das Colheitas dá vida à aldeia

A aldeia de Vilar Seco, no concelho de Vimioso, vai organizar no fim-de-semana de 16 e 17 de setembro, a V Feira das Colheitas, um certame anual que atrai muitos visitantes à localidade, onde podem adquirir os produtos da época, como são as hortícolas e a fruta e desfrutar de um programa cultural, que começa com a atuação do rancho folclórico de Vimioso e continua com as oficinas de escrinhos, a luta de touros mirandeses e as atuações das pauliteiras.

De acordo com o presidente da freguesia de Vilar Seco, Manuel Emílio João, a grande novidade da Feira das Colheitas deste ano é a realização do “I Passeio das Cinquentinhas & Clássicas”, um passeio motorizado que vai passar por várias das localidades do concelho de Vimioso e que antecede a abertura oficial do certame.

“No passeio vão participar cerca de 100 motociclistas, que vão passar pelas localidades de Caçarelhos, Angueira, Avelanoso, São Joanico, Vimioso, Campo de Víboras, Vale de Algoso, Uva, São Pedro da Silva e Vilar Seco”, indicou.

A abertura oficial do certame está agendada as 14h30, de sábado. No recinto da feira, cerca de 30 produtores locais e regionais vão expor os seus produtos, com destaque para os produtos hortícolas da época e a fruta, assim como o pão, o folar, a bola-doce mirandesa, o fumeiro, queijos, vinho, licores, mel, frutos secos, artesanato, capas d’honra, entre outros produtos.

Na tarde de sábado, a animação da V Feira das Colheitas vai começar com a atuação do rancho folclórico de Vimioso. Esta associação cultural foi fundada em 1996 e desde então tem preservado e divulgado os cantares e as danças tradicionais do concelho de Vimioso.

Em Vilar Seco, os visitantes terão oportunidade para conhecer de perto o antigo ofício dos escrinheiros e participar nas oficinas, que vão realizar-se no curral do Tio Nascimento e no forno do Tio Martinho, dois dos últimos artesãos.

A organização da feira destaca ainda a tertúlia dedicada aos vinhos, agendada para o final da tarde de sábado e durante a qual os participantes poderão aprender a produzir vinho artesanalmente.

Como acontece habitualmente nestes certames, a animação musical vai ser uma constante e este ano vai contar com a participação de grupos como os Gaiteiros da Lérias, o concerto dos Zíngarus, as atuações das Pauliteiricas de Fonte Aldeia e das Pauliteiras de Malhadas.

No final da tarde de sábado, o público que pretenda jantar em Vilar Seco, poderá fazê-lo no salão de festas da aldeia, onde vai ser instalado um serviço de restaurante, que servirá o jantar de sábado e o almoço de Domingo.

No Domingo, dia 17 de setembro, a Feira das Colheitas inicia-se bem cedo, às 6h00 da manhã, com o programa de rádio “Bom-dia Tio João!”. O programa radiofónico vai realizar-se, em direto, desde o recinto da feira.

Graças a este programa de rádio e também a uma intensa publicitação, a Feira das Colheitas, em Vilar Seco é visitada, todos os anos, por milhares de pessoas.

Segundo o autarca local, Manuel Emílio João, os visitantes vêm do concelho de Vimioso e dos concelhos vizinhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Bragança, Macedo de Cavaleiros e também do distrito de Vila Real e da vizinha Espanha.

“Para esta grande afluência de público, muito contribui o espetáculo da luta de touros mirandeses, que nesta V edição da feira vai realizar-se na tarde de Domingo, a partir das 15h30, com 7 lutas de touros”, destacou.

O encerramento da V Feira das Colheitas está previsto para o final de tarde de Domingo, com o sorteio de uma mesa artesanal e a atuação das pauliteiras de Malhadas.

A Feira das Colheitas é organizada pela freguesia de Vilar Seco , conta com o apoio do município de Vimioso e a colaboração das associações motoclube “Os Furões” e da AEPGA.

Ao longo do fim-de-semana de 16 e 17 de setembro, em Vilar Seco, a associação Palombar vai realizar uma ação de sensibilização sobre o projeto de educação ambiental “Tour Poupa-Gotas”, com os propósitos de alertar o público para os riscos da escassez de água no território e sensibilizar para o consumo e o uso eficiente deste recurso vital.

HA

Miranda do Douro: MCTM diz que AT está a deixar passar tempo para avaliar as barragens

Miranda do Douro: MCTM diz que AT está a deixar passar tempo para avaliar as barragens

O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) considera que a Autoridade Tributária (AT) está a deixar passar o tempo para que não haja avaliação das barragens e assim não seja paga a receita do IMI referente a 2019.

“A perceção com que ficamos é que a AT está a deixar passar tempo para que não haja avaliação das barragens e tememos que se perca a cobrança do IMI referente a 2019. Se isto acontecer, quem vai beneficiar é a EDP e assim verificamos que há privilégios para a empresa em detrimento da população da Terra de Miranda, no distrito de Bragança”, alertou Óscar Afonso, do MCTM.

Na opinião do representante deste movimento cívico, “é muito estranho que tenha havido um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais [Nuno Santos Félix] datado de 03 de fevereiro em que ordenava à AT para a cobrança do IMI referente à transação de seis barragens transmontanas e até agora nada foi feito”.

Óscar Afonso estranha igualmente que recentemente tenha sido emitido um segundo despacho pela mesma Secretaria de Estado e nada tenha acontecido em matéria de cobrança de impostos sobre o negócio das barragens por parte da AT.

“Estamos convencidos de que por este andar as barragens serão subavaliadas pela AT para que seja cobrado um IMI mixuruca. Em tudo isto parece que há uma economia de guerra contra a Terra de Miranda e não percebemos porque este território é preterido em termos fiscais, num assunto que é claro”, sublinhou Óscar Afonso.

A 6 de setembro, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, salientou que a Autoridade Tributária notificou os titulares das barragens para inscrição das mesmas junto do fisco, mas alertou para a complexidade do processo do IMI destes imóveis.

Numa audição parlamentar na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), sobre o relatório de atividades desenvolvidas de combate à fraude e evasão fiscais e aduaneiras de 2022, Nuno Santos Félix explicou que a AT “desencadeou já as notificações” aos titulares dos imóveis para que inscrevam os mesmos em sede de Modelo 1.

Caso tal não ocorra segue-se uma inscrição oficiosa e posteriormente a fase da avaliação.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais sublinhou que a avaliação e a liquidação do IMI sobre estes imóveis “dependem do conjunto de procedimentos que depende de terceiros”.

Relativamente ao cumprimento dos prazos advertiu que a litigância é um “fator de incerteza”: “esse é o fator que AT não controla”, disse.

No entanto, salientou que “foi dada uma orientação muito clara à AT no sentido de desenvolver esforços para acautelar a avaliação e liquidação das barragens desde logo relativamente ao ano de 2019”.

Já a 4 de fevereiro, a AT adiantava que iria fazer uma avaliação e atualização das matrizes das barragens e avançar com a cobrança do IMI desta tipologia de bens, segundo determina um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix.

Para avançar com esta espécie de avaliação geral das barragens para efeitos de IMI, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) terá de fornecer à AT informação sobre “as construções e edificações que constituem prédios”, com base no entendimento que consta do parecer da PGR.

Desta forma, ficando o processo de avaliação concluído e sendo as liquidações de IMI efetuadas até 31 de dezembro de 2023, vai ser possível à AT reclamar o IMI relativo aos anos de 2019, 2020, 2021 e 2022.

A vertente fiscal das barragens saltou para a agenda mediática na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Finanças avançam para a inscrição e avaliação dos imóveis das barragens

Miranda do Douro: Finanças avançam para a inscrição e avaliação dos imóveis das barragens

No passado dia 1 de setembro, o jornal Expresso informava que o serviço de Finanças de Miranda do Douro notificou a Movhera, que tem a sua sede social neste concelho, para num prazo de 15 dias apresentar a declaração Modelo 1 do IMI, que serve para os contribuintes identificarem os prédios de que sejam proprietários.

As obras de construção da barragem de Miranda começaram em agosto de 1956 e o primeiro grupo de geradores entrou em funcionamento em agosto de 1960.

Segundo o Expresso, este é o primeiro passo para que a Autoridade Tributária (AT) possa avançar com a cobrança de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), relativo às barragens de Miranda e de Picote, no concelho de Miranda do Douro.

Questionada sobre este avanço no processo de avaliação e atualização das matrizes das barragens, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, lembrou que este procedimento deve-se às muitas reivindicações dos municípios de Miranda do Douro e de Mogadouro, assim como da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT) e do Movimento Cultural de Terra de Miranda (MCTM).

“O que nós exigimos é que este processo de inscrição dos prédios (omissos) seja célere e dê entrada no serviço de finanças, de modo que os municípios tenham direito ao valor do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Esperamos que a inscrição se concretize até 31 de dezembro deste ano, de modo a que os municípios tenham direito ao valor do IMI relativo aos quatro anos anteriores, isto é, desde 2019”, explicou.

Helena Barril enfatizou a importância deste imposto, cujo valor poderá rondar 1 milhão e meio de euros/por ano e que pode impulsionar o desenvolvimento do concelho.

“Para um município do interior do país, como é o caso de Miranda do Douro, a receita do IMI sobre as barragens será fundamental para alicerçar projetos de desenvolvimento, sem estar dependentes da morosidade das candidaturas aos fundos europeus. A receita do IMI vai trazer-nos um desafogo financeiro, que nos permitirá encarar com maior otimismo o desenvolvimento do nosso território”, justificou.

Sete meses após a emissão do despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, datado de 4 de fevereiro, que solicita a avaliação e a atualização das matrizes das barragens por parte das Finanças, Helena Barril, expressa preocupação pela morosidade do processo.

“Recordo que em todo o território nacional existem cerca de 60 barragens, que devem ser inscritas no serviço de finanças”, indicou.

Para que esta reivindicação se torne realidade, a governante local lembrou o papel fundamental do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM).

“O MCTM despertou a opinião pública para o negócio que estava a ser feito com a venda da concessão das barragens, sem o pagamento dos devidos impostos: do Imposto Municipal de Imóveis (IMI), do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e do Imposto de Selo”, recordou.

Em representação do MCTM, José Maria Pires, congratulou-se com o recente avanço no processo de avaliação e atualização das barragens, mas esclareceu que após a avaliação dos edifícios por parte do serviço de Finanças de Miranda do Douro, a EDP e a Movhera podem reclamar, solicitando uma segunda avaliação.

“Esta segunda avaliação dos imóveis é feita por uma comissão constituída por um representante de cada entidade e outro da Câmara Municipal. Esta segunda avaliação é definitiva para a liquidação do IMI, relativo aos quatro anos anteriores. Se a avaliação for concluída ainda no ano de 2023, a receita do IMI abrange os anos 2019, 2020, 2021 e 2022”, explicou.

Sobre os benefícios que o valor do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), poderá ter para as populações da região, José Maria Pires, esclareceu que que o milhão e meio de euros/anuais de receita do importo, representa cerca de 15% do orçamento anual do município de Miranda do Douro.

“Estou convencido que se a receita deste imposto tivesse sido atribuída ao concelho de Miranda do Douro, desde o início de funcionamento das barragens, na década de 1960, a região estaria mais desenvolvida e povoada. Com esse dinheiro, o municipio poderia ter criado mais oportunidades na região e assim teriam conseguido fixar as famílias e evitado a emigração de muitas pessoas e sobretudo dos jovens”, disse.

Relativamente à venda da concessão das barragens no rio Douro, recorde-se que no dia 13 de novembro de 2020, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) aprovou a venda das barragens de Miranda, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Foz-Tua.

No mês seguinte, a 17 de dezembro de 2020, a EDP concluiu a venda das seis barragens, por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio de investidores formados pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova.

HA

Ensino: Portugal vai precisar de mais de 30 mil professores até 2030 – Governo

Ensino: Portugal vai precisar de mais de 30 mil professores até 2030 – Governo

O ministro da Educação, João Costa, alertou que Portugal vai precisar de mais de 30 mil professores até 2030, frisando que a docência é uma “profissão com futuro”.

“Até 2030, vamos precisar de mais de 30 mil novos professores. É um problema para resolver”, assumiu o governante no VIII Encontro Internacional sobre Inovação Pedagógica SUPERTABI 2023, na Maia, distrito do Porto.

O problema de falta de professores não é apenas português, mas sim global que tem várias correlações e explicações, sendo alvo de debate em vários fóruns internacionais, referiu.

“Há questões de carreira, há questões motivacionais, há questões da existência de mais empregos nalgumas áreas em que o ensino era maioritariamente a saída profissional. Portanto, isto também está a ser discutido neste palco internacional”, explicou.

O ministro da Educação ressalvou a importância de transmitir aos jovens a mensagem de que a docência é “uma profissão com futuro”.

E, por isso, o Governo está a desenvolver medidas para reduzir a precariedade, as distâncias e os tempos até a estabilização na carreira e a introduzir novos níveis remuneratórios para os jovens olharem para a docência como “uma carreira em que vale a pena apostar”, ressalvou.

Mas, acrescentou, como em todas as profissões e setores há razões de protesto e insatisfação.

João Costa disse que, neste momento, a procura pela docência aumentou desde que o Governo começou a explicitar “muito claramente” que o país precisa de professores.

“Há uma procura muito maior nos cursos de formação de professores, nos cursos de educação básica, nas escolas superiores de educação e nos mestrados em ensino temos mais candidatos do que houve na última década”, salientou.

Motivo pelo qual, o Ministério da Educação está agora a trabalhar com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para reforçar a capacidade formativa das universidades, concluiu.

Fonte: Lusa

Saúde: Vacinação contra a gripe e a covid-19 arranca a 29 de setembro

Saúde: Vacinação contra a gripe e a covid inicia-se a 29 de setembro

A vacinação contra a gripe e a covid-19 vai iniciar-se a 29 de setembro, anunciou o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“A 29 de setembro vai arrancar [a vacinação contra a gripe e a covid-19] com força e com enorme adesão dos portugueses”, adiantou Fernando Araújo no 2.º Simpósio da Organização Mundial da Saúde (OMS) dedicado ao futuro digital, a decorrer no Porto.

O responsável, acompanhado do ministro da Saúde, assumiu que a vacinação vai ser “algo complexo” porque vai envolver um conjunto muito alargado de entidades do Ministério da Saúde.

A vacinação contra a covid-19 vai decorrer nos centros de saúde, em simultâneo, com a da gripe à semelhança do que aconteceu em 2022.

Este ano, pela primeira vez, também vai ser possível administrar a vacina contra a covid-19 nas farmácias. Para tal, estes estabelecimentos devem disponibilizar um serviço de administração de vacinas, com profissionais com formação específica para administração de vacinas e que manifestem disponibilidade para participar na campanha, segundo uma portaria publicada no dia 17 de agosto no Diário da República.

Estas farmácias vão poder praticar um horário mais alargado, estando a lista de aderentes disponibilizada nos ‘sites’ do Serviço Nacional de Saúde, da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Infarmed.

De acordo com a portaria, caberá agora à DGS proceder à emissão das orientações técnicas que presidem ao processo de vacinação, nomeadamente com a definição dos critérios de vacinação e dos utentes elegíveis.

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo SARS-CoV-2, um tipo de vírus detetado em finais de 2019 na China e que se disseminou rapidamente pelo mundo, assumindo várias variantes e subvariantes, umas mais contagiosas do que outras.

A 11 de março de 2020, a doença foi classificada como pandemia e em maio de 2023 deixou de ser uma emergência de saúde pública internacional.

Fonte: Lusa

Póvoa: Burro de Miranda continua a ser acarinhado pelos criadores e pelo público

Póvoa: Burro de Miranda continua a ser acarinhado pelos criadores e pelo público

No âmbito da festa em honra de Nossa Senhora do Naso, realizou-se a 6 de setembro, o IV Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda, um evento que voltou a reunir os criadores dos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro, com os objetivos de avaliar o estado atual da raça e incentivar à preservação da única raça de asininos de Portugal Continental.

No decorrer do concurso realizaram-se as provas morfo-funcionais dos asininos da raça do Burro de Miranda.

O concurso foi co-organizado pelo município de Miranda do Douro e pela Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) e segundo o vice-presidente do município, Nuno Rodrigues, a autarquia mirandesa está determinada em preservar e melhorar esta raça autóctone.

“Estamos conscientes de que as raças autótones, como o burro de Miranda, os bovinos mirandeses e os ovinos são fortes atrações do nosso território. Por isso, ao investir na preservação desta raça, estamos também a investir na divulgação da nossa terra e na atração de mais turistas, visitantes e novos habitantes”, disse.

Por sua vez, Miguel Nóvoa, secretário técnico da raça asinina de Miranda, realçou o contexto histórico em que surgiu o Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda, que reúne anualmente os criadores destes animais.

“Historicamente, a romaria em honra de Nossa Senhora do Naso iniciava-se com a feira dos burros de Miranda. No dia seguinte, comercializavam-se os bovinos mirandeses. E no dia 8 de setembro, celebrava-se a festa religiosa em honra de Nossa Senhora do Naso”, recordou.

E se a feira ou concurso dos burros de Miranda continua a ser parte integrante da romaria do Naso, isso deve-se ao trabalho da AEPGA, onde trabalham atualmente 12 pessoas, entre veterinários e outros técnicos. Desde 2001, esta associação tem acompanhado e apoiado os criadores dos burros de Miranda, nos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro.

“Neste IV Concurso da Raça Asinina de Miranda participam também criadores de Vinhais. E nas próximas edições gostariamos de contar com a participação de criadores de todo o país”, disse.

Segundo a AEPGA, em Portugal, existem atualmente 740 fêmeas reprodutoras, 50 machos reprodutores e entre 100 a 120 nascimentos por ano.

Sobre as utilidades ou ajudas que o burro de Miranda continua a prestar, Miguel Nóvoa, destacou os fins turísticos, as pequenas lavras agrícolas da horta e da vinha e a produção do estrume, que é considerado um excelente fertilizante agrícola.

“No âmbito do turismo, os burros de Miranda são atrações em quintas de agroturismo e em alojamentos locais. Estes animais também são utilizados para fins terapêuticos. E na gestão da paisagem e preservação do ambiente, os burros ajudam-nos a manter os lameiros e as pastagens mais limpas, evitando os incêndios ”, indicou.

Domingos Esteves, natural da aldeia da Granja, é um criador de oito burros desta raça. A sua afeição a estes animais, que considera amigos, mansos e colaborativos, foi-lhe transmitida na sua infância pelos pais. Segundo conta, no dia-a-dia, os burros são levados para os lameiros, onde se alimentam do pasto e no curral, da aveia.

“Antigamente, os burros eram uma preciosa ajuda para o transporte do milho e das nabiças. Hoje, continuam a ser muito úteis para semear e arrancar as batatas, dado que são fáceis de dirigir em terrenos pequenos e não esmagam tanto as batatas como o trator”, disse.

Sobre a participação no Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda, Domingos Esteves sublinhou que o mais importante é o encontro e o convívio com os outros criadores.

A também criadora de burros de Miranda, Glória Fidalgo, é proprietária de uma casa de agroturismo, em Vila Chã da Braciosa. Questionada sobre a mais valia destes animais, a jovem empresária disse que os turistas (e sobretudo as crianças) gostam de conhecer o que é genuíno na região, como são as raças autóctones.

“Quem nos visita, para além da beleza natural das paisagens do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), aprecia muito o contato com os animais desta região, como são o burro de Miranda, os bovinos mirandeses, as ovelhas e o cão de gado transmontano”, disse.

Quanto à utilidade dos burros, Glória Fidalgo, acrescentou que são muito úteis na limpeza dos terrenos da quinta.

“Ao longo do ano, os quatro burros que temos na quinta asseguram a limpeza dos 10 hetares de terreno. E ainda fornecem estrume, que depois serve de fertilizante na horta biológica”, indicou.

Muito atento ao IV Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda, Alvaro Gimenez, presidente da Associacion del Asno de Pura Raza Andaluza mostrou-se maravilhado com a organização do certame. O representante espanhol, elogiou as condições do recinto do santuário, o mercado rural e o espaço dos jogos tradicionais, onde adultos e crianças conviveram harmoniosamente, enquanto decorria a avaliação dos asininos.

“Estou maravilhado com a organização do concurso, onde para além da avaliação dos animais, há um mercado de produtos agrícolas e artesanais e há jogos tradicionais, o que torna este evento muito apelativo para os criadores e para os visitantes”, disse.

No dia 6 de setembro, o concurso prosseguiu com uma sessão de esclarecimento aos criadores, sobre as medidas do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) 2023-2027.

Seguiu-se o almoço-convívio entre todos os criadores.

E durante a tarde, o IV Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda encerrou com a entrega dos prémios aos melhores exemplares da raça, ao melhor criador e ao melhor sistema de produção.

HA

Turismo: Grupo Vila Galé renova hotéis em Portugal

Turismo: Grupo Vila Galé renova hotéis em Portugal

No corrente ano, o Grupo Vila Galé investiu cerca de seis milhões de euros em renovações nos seus hotéis em Portugal.

“O Grupo Vila Galé investiu cerca de seis milhões de euros, este ano, em renovações nos seus hotéis em Portugal”, indicou num comunicado, precisando que as obras em causa abrangeram, por exemplo, remodelações dos quartos familiares, renovação da piscina exterior e pintura do hotel Vila Galé Náutico, em Armação de Pêra.

No Vila Galé Atlântico e no Collection Praia, na Praia da Galé, também foram renovadas as piscinas.

Em albufeira, no Vila Galé Atlântico e no Cerro Alagoa, foram substituídas as caixilharias das varandas, enquanto no Vila Galé Marina, em Vilamoura, foi concluída a remodelação das instituições sanitárias de todos os quartos.

Por sua vez, o Vila Galé Collection Elvas tem um novo parque infantil e no Vila Galé Ópera, a receção, o restaurante e as salas de reuniões foram renovadas.

Já o Vila Galé Porto conta agora com uma pizzaria e o bar Soul & Blues foi redecorado.

O grupo conta, atualmente, com 31 unidades em Portugal e 10 no Brasil.

Em Miranda do Douro, o grupo Vila Galé vai investir 14 milhões de euros na construção de uma unidade hoteleira de quatro estrelas na cidade, prevendo criar 38 novos postos de trabalho.

Fonte: Lusa

Ambiente: Bacias hidrográficas com menos água em agosto

Ambiente: Bacias hidrográficas com menos água em agosto

O volume de água armazenado desceu em todas as bacias hidrográficas monitorizadas de Portugal, segundo dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH) referentes ao último dia de agosto.

Das 60 albufeiras monitorizadas, 11 apresentavam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 19 inferiores a 40%.

De acordo com os dados do SNIRH, com menor disponibilidade de água estavam no final de agosto as bacias do Barlavento (8,4%), Sado (21,8%), Arade (28,6%) e Mira (31,8%).

A bacia do Lima era a que apresentava maior volume de água, 86,3% da sua capacidade, seguida da do Douro (79,6%), do Cávado (78,7%) e do Ave (76,9%).

Os armazenamentos de agosto de 2023 por bacia hidrográfica apresentaram-se em geral superiores às médias de armazenamento de agosto (1990/91 a 2021/22), exceto para as bacias do Sado, Guadiana, Mira, Ribeiras do Algarve e Arade.

A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.

Fonte: Lusa

Sociedade: Salário não chega para as despesas – estudo

Sociedade: Salário não chega para as despesas – estudo

Um em cada dois empregados portugueses sente que o seu salário não cobre todas as suas despesas, de acordo com o primeiro Barómetro Europeu sobre Pobreza e Precariedade.

O estudo realizado pela empresa “Ipsos” referiu que a situação dos trabalhadores europeus é “muito preocupante, especialmente em Portugal e na Sérvia”.

“Ter um emprego não significa necessariamente ser capaz de sobreviver financeiramente”, escreveu num comunicado o autor do estudo, Etienne Mercier, sublinhando que esta situação afeta mais de um terço (36%) dos trabalhadores europeus.

O estudo, encomendado pela organização não governamental francesa Secours Populaire Français, ouviu dez mil indivíduos, com 18 anos ou mais, em dez países (Alemanha, França, Grécia, Itália, Polónia, Reino Unido, Moldávia, Portugal, Roménia e Sérvia).

Quase três em cada dez europeus, incluindo 49% dos gregos disseram que se encontram numa situação precária, o que os leva a renunciar a certas necessidades, como comer o suficiente ou aquecer as suas casas, alertou o barómetro.

Devido a uma “situação financeira difícil”, 62% dos europeus já restringiram as suas viagens e 46% já desistiram de aquecer as suas casas no inverno, apesar do frio.

Além disso, 38% dos inquiridos não fazem três refeições por dia, 39% deixaram de comprar carne para poupar dinheiro e 10% recorrem a associações de caridade para obter alimentos.

A situação “melhorou ligeiramente” em relação ao ano passado nos países mais fortemente afetados pela inflação, como a Grécia, mas continua “muito preocupante” em todos os países abrangidos pela investigação, disse o Secours Populaire Français.

Por outro lado, o barómetro sublinha que 76% dos europeus disseram estar preparados para se envolverem pessoalmente na ajuda às pessoas que vivem em pobreza.

Um número que é “particularmente elevado nos países onde as dificuldades sociais são mais comuns: Grécia, Portugal e Sérvia”, com 84%, referiu o relatório.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Raças autóctones são importantes na cuidado da natureza e na promoção da identidade cultural

Miranda do Douro: Raças autóctones são importantes na cuidado da natureza e na promoção da identidade cultural

Com o objetivo de promover o diálogo e a reflexão sobre o presente e o futuro das raças autóctones existentes na península ibérica, o município de Miranda do Douro e a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) estão a promover no dia 5 de setembro, em Miranda do Douro, o I Encontro Ibérico das Raças Autóctones.

Na sessão de abertura, realizada no miniauditório, a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, deu as boas vindas aos participantes e destacou as três raças autóctones mais emblemáticas do planalto mirandês: o burro de Miranda, os bovinos mirandeses e os ovinos de raça churra galega mirandesa.

Na sua intervenção, a autarca de Miranda do Douro, destacou ainda o trabalho dos criadores e das três associações locais: a AEPGA, a Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM) e a Associação Nacional de Criadores de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa (ACOM), na preservação destes animais.

“O Concurso Nacional de Raça Asinina de Miranda, que se realiza no dia 6 de setembro, é um modo de homenagear os criadores. Perante o envelhecimento e o despovoamento da região, destaco o papel dos mais jovens, que com a sua dedicação a estes animais contribuem, simultaneamente, para a preservação da raça e da identidade cultural deste território”, referiu.

A sessão de abertura foi conduzida por Miguel Nóvoa, da AEPGA, o qual sublinhou que o encontro é também uma oportunidade para estabelecer contatos com os vizinhos espanhóis, de modo a unir esforços na elaboração de projetos transfronteiriços comuns.

“Perante um problema tão atual, como é o cuidado com o meio ambiente, relembro o papel que as raças autóctones, e em particular os burros, desempenham no restauro do ecossistema”, disse.

Nesta sessão de abertura, participaram ainda Pedro Vieira, da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que informou da existência de 66 raças autóctones em Portugal.

“É importante continuar a fazer mais e melhor na preservação e melhoramento das raças autóctones. Futuramente, Miranda do Douro vai ter um centro de genética para melhoramento das raças existentes neste território”, disse.

No mesmo sentido, Luís Brandão, da Direção Geral de Agricultura e Pescas (DRAP Norte) sublinhou a importância da discussão e da criatividade no trabalho de preservação das raças autóctones.

Após a sessão de abertura, seguiu-se uma apresentação das raças asininas existentes em Portugal e em Espanha.

Da vizinha província espanhola, de Castela Leão, Jesus de Gabriel, referiu-se ao Asno Zamorano Leonês. Outrora muito utilizado nos trabalhos agrícolas e no transporte, hoje em dia os burros zamoranos são utilizados em atividades culturais e recreativas, dado o seu temperamento afável e tranquilo.

Do País Basco, o representante da Associação Biscaínha do Burro Elakartea, informou que atualmente estes animais são utilizados na limpeza de terrenos, nos passeios turísticos com crianças e no fabrico de produtos com leite de burra.

Na região sul de Espanha, existe a Raça Asnal da Andaluzia, que corre um sério risco de extinção, dada a existência de apenas 473 animais registados. Segundo o representante da Associação del Asno de Pura Raça Andaluza, os burros são considerados animais fantásticos para a equitação infantil.

Em Portugal, para além do Burro de Miranda, existe ainda ao Burro da Graciosa, uma raça reconhecida em 2015 e existente na ilha (com o mesmo nome), no arquipélago dos Açores.

O Encontro Ibérico de Raças Autóctones prosseguiu na tarde do dia 5 de setembro, durante a qual foram discutidos temas como “As estratégias para a valorização e sustentabilidade das raças autóctones” e foram apresentados vários projetos sobre as oportunidades e desafios na preservação destes animais.

Para o dia seguinte, 6 de setembro, os participantes foram convidados a marcar presença no Concurso Nacional de Raça Asinina de Miranda, que vai decorrer a partir das 9h00, no recinto do Santuário de Nossa Senhora do Naso, na Póvoa (Miranda do Douro).

HA | Foto: Cláudia Costa (AEPGA)