Política: CCDR-N e Governo de Castela aprovam estratégia de cooperação

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e o Governo Regional de Castela e Leão aprovaram uma estratégia de cooperação “ambiciosa e esclarecida” para dar resposta ao novo ciclo de políticas e financiamento europeu.

Em declarações aos jornalistas, no Porto, depois da assinatura que marcou a aprovação institucional da Estratégia de Cooperação Norte- Castela e Leão 2030, o presidente da CCDR-N, António Cunha, explicou que o documento define “prioridades e orientações estratégicas” para dar resposta aos “principais desafios comuns” aos dois lados da fronteira, salientando o combate ao declínio demográfico, a desertificação da raia, a mobilidade, a transição climático ambiental ou a conectividade digital.

Para o responsável da CCDR-N a Estratégia de Cooperação Norte- Castela e Leão 2030 é o inicio de “um novo ciclo” nas relações entre as duas regiões: “Dispomos de uma estratégia mais partilhada, mais ambiciosa, mais esclarecida, para a próxima década”, salientou.

Os desafios da Mobilidade foram dos mais destacados pelo também ex-reitor da Universidade do Minho, que reiterou a importância de alguns investimentos de caráter estratégico” como a melhoria das condições do troço entre Zamora e Quintanilha (Bragança) e da ligação rodoviária entre Bragança e Publea de Sanabria, a conclusão da estrada entre Masueco (Salamanca) e Ventuzelo (Mogadouro), a construção da variante internacional de Rionor e a modernização do troço Pocinho-Barca d’Alva – La Fuente de San Esteban da antiga linha ferroviária internacional Porto-Salamanca.

Do lado a Junta de Castela e Leão, o conselheiro da presidência daquela Junta, Jesus Júlio Carneiro, referiu que o documento hoje assinado é um “marco” que “vai permitir melhorar a qualidade de vida” de quem viva na zona raiana.

Jesus Júlio Carneiro destacou os quatro “roteiros fundamentais” para ambos os lados da fronteira nos quais assenta o documento: “Em primeiro lugar, um roteiro para os cidadãos, incidindo com tudo o que está relacionado com emprego e cultura, em segundo lugar, um roteiro para o meio ambiente, fundamental e essencial, que está relacionado com as energias limpas, renováveis mas também com a prevenção de catástrofes naturais, que podem acontecer de qualquer um dos lados”, enumerou.

Em terceiro, continuou, “o roteiro para a competitividade de pequenas e médias empresas de cada um dos lados e que precisam de apoio e, em quarto lugar, o roteiro para o território, um território digital, que utilize a vanguarda das novas tecnologias”.

Segundo o resumo executivo dos documento, a Estratégia de Cooperação entre o Norte de Portugal e Castela e Leão contempla três áreas de intervenção: desenvolvimento sustentável e competitivo daquele território, consolidação e incremento da dinâmica de relacionamento transfronteiriço e a criação de uma “comunidade territorial” sem fronteiras, no quadro da construção de um espaço comum

Os objetivos, lê-se, são “consolidar o território da Comunidade de Trabalho Norte de Portugal Castela e Leão como um espaço de cooperação técnica, cidadã e política, conter o declínio social, institucional e económico das sub regiões de fronteira, promover os ativos do território através de atividades de cooperação transfronteiriça que aportem valor acrescentado a essa promoção e orientar a preparação de projetos conjuntos nacionais e internacionais.

O Plano Estratégico de Cooperação salienta a “prioridade” de construção de uma “comunidade territorial”, através do estímulo e consolidação de dinâmicas colaborativas estáveis e sustentadas entre os cidadãos, as instituições, as empresas e outras organizações dos dois lados da atual fronteira”.

António Cunha, que destacou que a estratégia aprovada “convoca também” os governos nacionais, os tecidos empresarial, tecnológico e cultural, reconheceu, no entanto, que há uma “relação desequilibrada” entre as duas entidades que assinaram aquele documento.

“Toda a relação transfronteiriça entre regiões do lado português e espanhol, que do lado espanhol é feita a partir de comunidades autónomas com um nível de autonomia muito grande e do lado português é feita ao nível de comissões de coordenação regional (…) certamente que é uma relação desequilibrada”, admitiu.

Fonte: Lusa

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