Política: “Sei que as pessoas esperam mais de mim” – Luís Montenegro
O presidente do PSD reconhece que os portugueses esperam mais de si e prometeu estar à altura do legado de Cavaco Silva, que assistiu ao encerramento do Congresso.
Na segunda intervenção perante o 41.º Congresso do PSD, Luís Montenegro deixou, no final, uma nota mais pessoal, e assegurou estar “cada vez mais entusiasmado e determinado” no caminho para as legislativas antecipadas de 10 de março.
“Também sei que as pessoas esperam mais de mim do que aquilo que eu fui capaz de mostrar até agora. Quero dizer-vos, olhos nos olhos, eu tenho noção disso”, afirmou, numa passagem muito aplaudida do seu discurso.
Luís Montenegro assegurou que irá “dar mais” – diz que já ter visitado 258 concelhos do país – e que tem ouvido muitas pessoas para “poder decidir bem”.
“Eu ouço mesmo as pessoas, tenho ouvido algumas que me dizem que devo ser mais enérgico, mais acutilante, aquele líder parlamentar que elas têm na memória. Também tenho outros que me pedem mais contenção e me dizem que nem tudo está mal”, afirmou.
Dizendo respeitar todos, Montenegro assegurou que vai continuar a ser “combativo, mas ao mesmo tempo sensato, firme e moderado”.
“Eu sei que sou muito obstinado nas missões que abraço mas também vos quero dizer: tento ser sempre o mais justo possível, sou sempre honesto, solidário e humano”, afirmou.
Montenegro subiu ao palco para o seu último discurso ao Congresso ao som da música “Don’t stop believing” (em português, não deixem de acreditar) e minutos depois de os congressistas terem ovacionado o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, numa presença na reunião que não tinha sido previamente anunciada.
“Nós vamos estar à altura do seu legado nos próximos anos em Portugal. Esse legado, essa marca são uma referência e uma inspiração para o que vamos fazer em Portugal nos próximos anos”, disse, terminando a intervenção de quase 40 minutos com um apelo.
Saúde: População manifesta-se contra falta de cirurgia de urgência em Mirandela
Cerca de 500 utentes manifestaram-se junto ao hospital de Mirandela, num cordão humano contra o encerramento temporário do serviço da urgência médico-cirúrgica, num protesto organizado pelo município.
Desde 8 de outubro que não há cirurgia de urgência naquela unidade hospitalar por causa da escusa dos médicos a mais horas extraordinárias além das 150 previstas na lei.
Os recursos humanos estão a ser concentrados no hospital de Bragança, capital de distrito, para onde são encaminhados os doentes, a cerca de 60 quilómetros de distância.
Entre os manifestantes que empunhavam cartazes onde se lia, por exemplo, “é urgente ter urgência cirúrgica”, “+ de 60km não é opção” ou “a emergência não espera”, estava Irene da Conceição, de 79 anos, antiga funcionária da limpeza do hospital.
“Já tiraram a maternidade, já tiraram as cirurgias para Bragança… Acho mal o que está a acontecer”, disse à Lusa.
E deu um exemplo: ”Eu sou mesmo daqui, sinto-me mal, preciso de uma urgência, não vão as ambulâncias para outros lados. É aqui! Toda a vida foi aqui!”, enfatizou.
Com Irene estava Rosa Simão. “Faz falta a parte da cirurgia aqui em Mirandela. Porque ir daqui a Bragança é muito longe e podem-se perder vidas. 60 quilómetros podem fazer a diferença.”, afirmou quando questionada sobre o motivo que a levou a juntar-se à manifestação.
Carla Serrano é auxiliar no hospital, na parte da Medicina Interna. Hoje juntou-se aos utentes. “Acho que a união faz a força e é inadmissível tirarem um serviço que faz muita falta a Mirandela e arredores. Vamos ver se conseguimos alterar alguma coisa. E é um sítio estratégico, onde faz falta”, justificou.
Sónia Costa foi outras das manifestantes, porque não quer que “haja o encerramento”. “A nós aqui tiram-nos tudo, infelizmente”, lamentou à Lusa.
Junto ao hospital foi instalado um pequeno palanque com um sistema de som, de onde foi lido um manifesto sobre os motivos do protesto, com palmas e vivas de quem ouvia.
Além do regresso imediato da cirurgia de urgência, pede-se, entre outros, a criação de um centro materno infantil, o reforço das equipas médicas ou o aumento dos meios de emergência pré-hospitalar.
Depois, os participantes caminharam de mãos dadas na envolvente do hospital e de parte do edifício, onde terminou a manifestação.
Algumas entidades locais, como o Moto Clube de Mirandela ou os escuteiros também marcaram presença.
O hospital de Mirandela faz parte da Unidade Local de Saúde do Nordeste. Tem como principal área de abrangência o sul do distrito de Bragança. Além de Mirandela, serve Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo e Alfândega da Fé. Segundo os últimos censos, estes concelhos transmontanos têm cerca de 44 mil habitantes.
O nosso Deus é Senhor. Mas não um Senhor qualquer, pois Ele é Pai Todo-Poderoso em Amor, que envia o seu Filho numa missão de compaixão pelo mundo, e que se oferece a cada um de nós, todos os dias, através do Espírito Santo. O nosso Deus é um Deus de amor que, como lemos na primeira leitura, nos ampara nas nossas quedas, nos procura quando andamos perdidos e vela por nós quando tudo está bem.
Por vezes, perdidos pelo caminho, tentamos colocar as nossas forças em falsas seguranças: no reconhecimento dos outros, no dinheiro que acumulamos, no poder que nos é confiado, numa vida de consumo. Honra, riqueza, poder e prazer não passam de enganos, não passam de tiranos que nos deixarão abandonados. Só o Senhor permanece.
A solenidade deste dia, Jesus, Rei do Universo, talvez com uma linguagem que nos pode parecer arcaica, aponta-nos o que devemos recordar todos os dias: nós não somos deus, as coisas não são deus. Só o Deus de amor, revelado em Cristo, é efetivamente Senhor e a nossa felicidade encontra-se ao viver ao seu estilo.
Se na primeira leitura, em Ezequiel, nos é mostrado o estilo do nosso Deus, no Evangelho, Jesus apresenta o caminho para a felicidade, à maneira de Deus: dar de comer e beber aos famintos e sedentos; dar guarida aos peregrinos; vestir os que não têm que vestir; visitar os que estão doentes ou presos. Em suma, deixar-se cuidar por Deus e cuidar dos outros como Deus cuida de nós.
Não há aqui espaço para um amor abstrato ou genérico. Isto vai além de «amar a Humanidade» em teoria. O nosso Deus, o nosso Senhor, pede-nos que expressemos o nosso amor de maneira concreta. A única coisa que nos acompanhará quando passarmos deste mundo para o próximo será a qualidade do nosso amor, o amor efetivamente vivido. Não adiemos o nosso amar!
Reconheçamos Deus, reconheçamos o amor como Criador e Todo-Poderoso Senhor do Universo, e atuemos como Cristo nos mostrou: passemos por esta terra fazendo o bem. E quando nos faltem as forças para tal, quando amar pareça pedir demasiado e nos falte ânimo para perdoar, peçamos ajuda ao Espírito Santo, para que Ele nos recorde que, ainda que pareça demasiado, muito mais trabalho teremos, e tanta miséria virá às nossas vidas, se vivemos afeiçoados aos tiranos deuses da honra, da riqueza, do poder e do prazer.
O jugo do nosso Senhor é suave e a sua carga é leve. Recordemos isto todos os dias, até aos últimos dias, até ao Dia em que o Senhor virá. Maranatha! Vem, Senhor Jesus.
Miranda do Douro: “Concurso Montras de Natal” volta a embelezar comércio tradicional
Em Miranda do Douro estão a decorrer até ao dia 30 de novembro, as inscrições para o “Concurso Montras de Natal no Comércio Tradicional”, uma iniciativa da Câmara Municipal e da Associação Comercial e Industrial do concelho de Miranda do Douro (ACIMD), com os propósitos de preservar a tradição natalícia e embelezar os espaços comerciais.
Na papelaria “La Cunta Dedos”, Luísa Pinto, também vai participar no “Concurso Montras de Natal no Comércio Tradicional”, de modo a contribuir para o embelezamento da cidade neste Natal.
“A razão que me motivou a participar no concurso é o meu gosto pelos trabalhos manuais e pela construção do presépio. Na decoração da montra utilizei materiais e produtos como os livros, jornais, cartolina, musgo, um tapete e algodão”, descreveu.
Ana Ramalho e Alfredo Delgado, da loja Alborada, voltam a participar no concurso deste ano, dado que é uma oportunidade para promover o comércio tradicional junto do público.
“Nós gostamos muito do Natal e temos um especial gosto em decorar a montra da loja nesta época festiva. Não o fazemos só pelo prémio do concurso, que é um incentivo sim, fazemo-lo sobretudo pela oportunidade em promover e divulgar os nossos produtos”, disse.
Entre os produtos, a decoração da montra de natal da loja Alborada é composta por artigos de artesanato, presépios, árvores de Natal, figuras do Burro de Miranda, velas, navalhas, alforjas, compotas, mel, licores e vinhos.
Com as lojas “Bela Casa” e “Casa do Pinho”, Didier Pires, é um assíduo participante no concurso das monstras de natal. O jovem empresário justifica esta sua participação com o interesse em proporcionar ao público local e aos visitantes espanhóis, espaços comerciais mais bonitos e apelativos.
“Em conjunto com a iluminação exterior das ruas, compete ao comércio tradicional tornar os espaços mais interessantes para a visita do público. E em Miranda do Douro, existe uma diversidade de estabelecimentos comerciais, onde é possível adquirir produtos de qualidade que vão desde os atoalhados, móveis, vestuário, calçado, artigos de decoração e utilidades, restaurantes, entre muitos outros”, destacou.
O café Cristal também vai participar no concurso das montras de Natal e o proprietário, Ilídio Cristal, disse apreciar muito a quadra natalícia, razão pela qual decidiu participar nesta iniciativa.
“Todos os anos construímos um presépio na montra do café, que se torna uma verdadeira atração para o público. Na decoração deste ano inovamos ao acrescentar detalhes como as pequenas oliveiras e uma caixa de correio com um postal para enviar ao Pai Natal”, disse.
Para participar no concurso “Concurso Montras de Natal no Comércio Tradicional”, os empresários devem preencher a ficha de inscrição e de seguida enviar para o e-mail: cultura@cm-mdouro.pt, indicando no assunto: “Concurso Montras de Natal”.
De acordo com o programa são elegíveis todas as pessoas singulares ou coletivas que explorem qualquer estabelecimento comercial, no concelho de Miranda do Douro. Para tal, o espaço comercial deve estar aberto ao público, com atividade em funcionamento; ter montras visíveis ao público; e porta aberta para a rua ou com porta de acesso para a rua.
As montras apresentadas a concurso devem cumprir os seguintes requisitos: apresentar figuras que representem a época natalícia, em conjunto com os artigos ou produtos vendidos nesse estabelecimento; estar devidamente iluminadas para serem vistas pelo público, das 10h00 até às 19h00, de segunda a sábado.
O concurso vai decorrer de 4 de dezembro de 2023 a 7 de janeiro de 2024 e as montras vão receber os seguintes prémios monetários: 1º classificada “Montra de Natal de Ouro” recebe um prémio de 200,00€; 2ª classificada “Montra de Natal de Prata”, rfecebe um prémio de 100,00€; e 3ª classificada “Montra de Natal de Bronze”, recebe um prémio de 50,00€.
A avaliação das montras de Natal é feita segundo os critérios da originalidade e criatividade; a integração do produto da loja no comércio; as cores, materiais utilizados e iluminação; a estética do conjunto (harmonia da imagem); e a sustentabilidade do projeto.
Há ainda um prémio de 100€, para a “Montra eleita pelo público”. A votação é realizada online, através da página de facebook do Município de Miranda do Douro, contabilizando-se os likes da publicação e sendo vencedora a montra que obtiver maior número de likes, até ao dia 22 de dezembro.
A entrega dos prémios decorrerá até oito dias após a publicitação dos resultados.
Bragança-Miranda: Diocese convida a decorações de Advento
O Secretariado das Comunicações Sociais, da Diocese de Bragança-Miranda, vai lançar no dia 2 de dezembro, aquando do arranque do novo ano litúrgico-pastoral, um convite aos diocesanos para fotografar os seus arranjos de Advento.
“Esta ação anual tem como objetivo principal contribuir para a motivação dos agentes pastorais dos quatro arciprestados da Diocese, desde as zeladoras até aos jovens que acolitam e participam na eucaristia. Nesta edição iremos privilegiar as coroas e percursos que sigam a dinâmica diocesana do Advento”, adiantou Bruno Rodrigues, diretor do secretariado, em nota enviada à Agência ECCLESIA.
O desafio “Coroas e Percursos do Advento” estende-se a sacristãos, zeladoras, acólitos, consagrados, seminaristas, colaboradores de Instituições Particulares de Solidariedade Social, comunidades escolares, todos os leigos em geral, sacerdotes e diáconos que, para aderirem ao concurso, devem enviar os registos fotográficos até ao dia 24 de dezembro para o e-mail de comunicação da diocese (comunicacao.diocesebm@gmail.com).
As fotografias enviadas devem ser acompanhadas por um texto que identifique o local e o autor da fotografia.
“Todas as fotografias serão publicadas na página de facebook da Diocese, no dia 26 de dezembro, e estarão em votação até dia 28”, acrescenta.
Os autores dos registos dos arranjos de Advento mais votados vão receber uma “lembrança literária”.
O jornal diocesano “Mensageiro de Bragança” vai publicar as três fotografias com mais reações.
Em Sendim, a campanha da apanha da azeitona começou no passado dia 16 de novembro, com a abertura da cooperativa olivícola “A Sendinense”, para onde os 500 olivicultores associados encaminham a sua produção, que este ano regista uma quebra na ordem dos 35%, segundo o presidente da assembleia da cooperativa, Vitor Rodrigues.
A cooperativa olivícola A Sendinense, C.R.L., produz a marca de azeite “Arribas em Flor”.
De acordo com o presidente da mesa da assembleia geral da “A Sendinense”, Vitor Rodrigues a cooperativa olivícola, tem atualmente 502 associados. Sobre a campanha deste ano, o dirigente da cooperativa adiantou nesta região do planalto mirandês, as perspectivas apontam para uma redução de 35% na colheita de azeitona.
“No mês de novembro, a chuva e sobretudo o vento provocaram a queda da azeitona. Na região de Sendim, a variedade de azeitona predominante é a Negrinha, embora também existam a Cobrançosa e a Santulhana”, indicou.
Sobre o trabalho da apanha da azeitona, Vitor Rodrigues sublinhou que nesta região continua a haver muita dificuldade na contratação de pessoas.
“Não há pessoas que queiram trabalhar nem na apanha da azeitona, nem no lagar de transformação de azeite. E esta falta de mão-de-obra é um problema transversal a outros setores, como são a construção civil e as reparações mecânicas, que também não conseguem contratar pessoas”, alertou.
Se é verdade que o trabalho de apanha da azeitona está cada vez mais mecanizado, com a utilização de varas mecânicas e de tratores, mesmo assim, ainda é tradição juntar os familiares e os amigos para realizar este trabalho em conjunto.
“Em Sendim, já há duas máquinas vibradoras com tolde, que prestam uma grande ajuda na apanha da azeitona. Mas, nos locais de difícil acesso, continua-se a praticar a apanha tradicional, com a ripa e o varejamento.”, disse.
Tradicionalmente, o trabalho da apanha da azeitona é também um momento de convívio e confraternização, na qual as famílias e amigos se entreajudavam mutuamente. No decorrer desta jornada, é tradição almoçar no olival e a ementa inclui a vitela, o cordeiro, o fumeiro e o vinho.
Concluída a apanha da azeitona, segue-se a entrega da colheita na cooperativa de Sendim.
No lagar, as folhas e detritos são separados e as azeitonas lavadas e pesadas.
Segue-se a trituração das azeitonas para serem moídas. Daqui resulta uma pasta de azeitonas, que depois passa para a batedora, onde permanecem até 60 minutos. Esta é uma fase importante no processo, pois a temperatura da massa não pode ultrapassar os 27 graus, por causa da fermentação do fruto.
A fase seguinte é a centrifugação do azeite, que consiste na separação do óleo da água e outras impurezas. É um processo completamente natural, pelo qual, devido à força da centrífugação e a diferença de densidades, o óleo separa-se facilmente do mosto sólido.
Após a separação do azeite da pasta sólida procede-se à filtragem do azeite, para retirar todas as impurezas que ainda possam estar presentes no óleo.
Concluída a filtragem, o azeite é armazenado em tanques afunilados para realizar a decantação, um processo de decorre ao longo de 20 dias. A decantação permite que os dejetos sólidos se mantenham no fundo do tanque e se separem do azeite.
A última etapa é o embalamento e etiquetagem do azeite. Esta ação é importante para conservar a qualidade e o sabor, devido ao cuidado que há que ter com o contato do azeite com a luz e o ar.
Por causa do aumento dos custos e da quebra na produção, o preço do litro de azeite está quase nos 10€, um valor que o dirigente da A Sendinense, Vitor Rodrigues, não acha despropositado.
“Para nós, olivicultores, este aumento do preço do azeite ainda não paga o aumento do custo de vida e de produção. Recordo que o preço do combustível e a utilização de máquinas na apanha da azeitona são encargos caríssimos e os trabalhos ao longo do ano nos olivais também não são baratos”, defendeu.
Para além do azeite, a cooperativa em Sendim, adquiriu este ano uma máquina desencaroçadora, um investimento de cerca de 35 mil euros, para reutilizar o caroço da azeitona.
“Antigamente, o bagaço ou borra resultante da extração do azeite era vendido em Mirandela. E esse lucro, ainda que não fosse muito, servia para pagar o transporte deste subproduto e os salários dos trabalhadores da cooperativa. No entanto, há dois anos deixaram de pagar pelo bagaço. Por esta razão, a cooperativa adquiriu uma máquina desencaroçadora, que vai retirar o caroço do bagaço, o que por sua vez vai originar um bagaço líquido e o caroço vai servir para aquecimento das águas na cooperativa e para venda”, justificou.
O olivicultor de Sendim, Augusto Aleixo, foi um dos primeiros a entregar a sua colheita de azeitona no lagar da cooperativa A Sendinense. Questionado sobre a colheita deste ano, o olivicultor sendinês disse que “há produtores que têm boa produção de azeitona, enquanto outros não. Depende das zonas” – disse.
“Neste ano 2023 vou ter boa produção de azeitona, nas variedades Negrinha, Santulhana e Verdeal. Nesta primeira vinda à cooperativa vou entregar cerca de 2500 quilos de azeitona. E ainda vou entregar mais 1500 quilos”, adiantou.
Sobre o aumento do preço do azeite, Augusto Aleixo afirmou que esta subida é justa, dado que há mais de dez anos que não havia uma atualização no valor deste produto.
“Para este aumento do preço do azeite há que considerar que a inflação provocou o aumento dos custos de produção, como os combustíveis, que associados à falta de mão de obra justificam inteiramente o ajustamento no preço do azeite”, concluiu.
A Sendinense – Cooperativa Olivícola, C.R.L., produz a marca de azeite “Arribas em Flor”, que está à venda, em garrafão ou garrafa, e pode ser adquirido na cooperativa olivícola, em Sendim.
Segundo o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, a olivicultura, a par da vinha, tem grande importância económica na vila de Sendim.
“Inicialmente, os sendineses apanham a azeitona para conserva. E só depois iniciam a apanha para a extração do azeite. A existência de uma cooperativa olivícola em Sendim, é uma mais valia para todos os produtores da região”, disse.
Segundo o autarca, ser associado da Sendinense – Cooperativa Olivícola, têm como vantagens a prioridade na entrega da azeitona no lagar, relativamente aos não sócios.
“Para os associados da cooperativa Sendinense o custo de produção do azeite é inferior. E os sócios também beneficiam de uma maior facilidade em comercializar o seu azeite e de aceder a apoios e incentivos na plantação de novos olivais”, indicou.
Sociedade: Dois terços dos portugueses poupam menos de 10% do salário
Dois terços (66%) dos portugueses poupam menos de 10% do seu salário líquido, sendo que quatro em dez inquiridos não conseguem reservar nem 5% do seu rendimento após dedução de impostos, concluiu um estudo da BCG.
De acordo com o Inquérito Sentimento dos Consumidores 2023, da Boston Consulting Group (BCG), 16% dos portugueses admitem poupar entre 10% a 20% do seu salário líquido, 10% reserva 20% a 30% e apenas 2% consegue economizar mais de metade.
O estudo refere também que o rendimento disponível após despesas das famílias portuguesas tem vindo a decrescer desde 2020, fixando-se nos 7,5% no primeiro trimestre deste ano, isto é, 6,7 pontos percentuais abaixo da média da Zona Euro (14,2%).
“A inflação, a subida das taxas de juro e o não acompanhamento dos salários são as principais causas de perda de compra, mas também da diminuição da taxa de poupança e de investimento”, refere a BCG.
Dos inquiridos que conseguem poupar, 64% destinam aquele valor para cobrir eventuais imprevistos, 36% para acumular para a reforma e 30% em viagens.
Já comprar uma casa faz parte das intenções de investimento da poupança de dois em cada dez inquiridos, seguida de comprar um carro (11%) e gastar noutros bens de consumo (10%).
O inquérito concluiu também que os hábitos de consumo dos portugueses sofreram alterações este ano, com 64% dos inquiridos a revelarem sentir um aumento acentuado do peso da alimentação, 44% do veículo pessoal, 42% da renda da habitação, 36% da farmácia, 17% da saúde e 16% com os animais de estimação.
Este aumento da despesa em necessidades básicas provocou uma queda acentuada dos gastos noutras categorias, como entretenimento fora de casa (-40%), viagens (-37%), roupa e acessórios (-36%), mobiliário e decoração (-23%), perfumaria e maquilhagem (-22%), tecnologia e eletrónica (-19%) e bebidas alcoólicas (-17%).
O estudo tem como base um inquérito a 1.000 portugueses em todo o território de Portugal continental, conduzido entre 15 e 25 de setembro de 2023, com 33 perguntas relacionadas com o sentimento dos portugueses relativamente aos seus hábitos de consumo este ano.
Política: Movimento entrega na PGR “indícios de crime” na cobrança do IMI das barragens
O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) indicou que entregou na Procuradoria-Geral da Republica (PGR), um documento que alerta para possíveis “indícios de crime” na cobrança do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) das barragens.
Óscar Afonso, membro do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM), esclareceu que o documento que alerta para “indícios de crime” foi enviado para a Procuradoria-Geral da Republica (PGR), Presidência da República, Tribunal de Contas e Inspeção-Geral de Finanças (IGF).
“O MCTM alerta para os possíveis indícios de crime praticado pela EDP por fuga ao pagamento do IMI e revela possíveis indícios de que a Autoridade Tributária (AT) e a Agência Portuguesa do Ambiente possam ter colaborado na não liquidação desse imposto e na anulação das liquidações do IMI sobre as barragens que eram feitas antes de 2016”, explicou o membro deste movimento cívico.
Óscar Afonso acrescentou que o envio do documento para a Presidência da República e para a PGR se deveu ao facto de o movimento ter já enviado mais de quatro alertas para o Tribunal de Contas e para a IGF e não existir notícia de qualquer investigação realizada.
De acordo o membro do movimento cívico, em 2016, a atual diretora-geral da AT, num despacho que já foi pela própria assumido como ilegal, reverteu o anterior entendimento da AT de que as barragens devem pagar IMI, violando com isso a vinculação ao parecer da PGR de 2006 a que estão sujeitos todos os órgãos da administração pública, do qual resulta diretamente que as barragens estão sujeitas ao IMI.
“Desde o início deste ano temos alertado várias instituições para o perigo de caducidade do IMI de 2019. Não tivemos respostas, e, por isso, dirigimo-nos ao garante do regular funcionamento das instituições, o Presidente da República, e perguntámos o que tem ele a dizer acerca de toda esta opacidade e acerca do silêncio das instituições de auditoria e controlo da legalidade em Portugal, nomeadamente a Inspeção-Geral de Finanças e o Tribunal de Contas”, explicou Óscar Afonso.
O MCTM “lamenta o silêncio de todas as entidades públicas do Estado e entende que a falta de transparência e de esclarecimento das graves dúvidas que os factos revelam se estão a tornar insuportáveis em democracia”.
O movimento já havia alertado para os indícios de crime fiscal no negócio da venda das barragens pela EDP, o que deu origem à abertura de um inquérito que está em curso no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e deu origem a buscas.
O movimento acrescenta que “as ilegalidades da AT continuam, agora com a avaliação das barragens que estão a ser efetuadas segundo instruções divulgadas pela cúpula da AT, sem incluir no valor da avaliação os equipamentos, contrariando com isso a lei”.
Os membros deste movimento garantem que é público que a AT está a inspecionar o negócio da venda das barragens, no âmbito do qual ficaram por pagar mais de 200 milhões de euros de impostos.
N0 dia 20 de novembro, o movimento garantiu que o direito à liquidação de IMI sobre o negócio da venda das seis barragens transmontanas referente a 2019 vai caducar, perdendo-se 22 anos de receitas deste imposto.
O MCTM recordou ainda que passaram quase 10 meses desde que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais deu ordens à diretora-geral da AT para cobrar o IMI sobre as barragens e até hoje nada aconteceu.
A vertente fiscal das barragens saltou para a agenda mediática na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie.
Ambiente: Laboratório de Trás-os-Montes “surpreendido” com suspeitas de falsificação de análises de água
O Laboratório Regional de Trás-os-Montes, em Mirandela, que foi alvo de buscas policiais por suspeitas de falsificação de análises de água, está “surpreendido” com a investigação, garantindo colaborar com as autoridades, adiantou fonte da empresa.
Além de reforçar que colaborou “desde o primeiro momento” com as autoridades policiais e continuará a fazê-lo, o Laboratório Regional de Trás-os-Montes espera que as investigações possam ser desenvolvidas com a “celeridade que se impõe”, referiu a fonte oficial.
Confirmando ter sido “objeto de diligências processuais” no âmbito de uma investigação tutelada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto, o laboratório mostrou-se “surpreendido” com a mesma por estar “convicto de que a sua atividade tem sido sempre prosseguida de acordo com as melhores práticas do setor”, sublinhou. ´
“Enquanto infraestrutura credenciada e acreditada pelas entidades competentes, nomeadamente pelo IPAC [Instituto Português de Acreditação], tem sido regularmente sujeita a avaliações e auditorias externas, tendo ficado surpreendida com esta investigação”, vincou.
Segundo a fonte, o Laboratório Regional de Trás-os-Montes é uma entidade que, desde 1994, está dotada de instalações, meios técnicos e humanos com “elevada qualificação” para prestação dos serviços de controlo analítico através de análises laboratoriais, programação de campanhas de amostragem, colheita, conservação e transporte de amostras, de acordo com as normas vigentes.
Na sua página oficial na Internet, o Laboratório Regional de Trás-os-Montes refere que o seu objetivo é “prestar serviços de controlo de qualidade a municípios e serviços municipalizados da região, bem como a entidades particulares, sejam elas indústrias, empresas de tratamento de águas e saneamento, empresas de tratamento de resíduos sólidos ou mesmo a pessoas com sistemas próprios de abastecimento e a demais entidades do setor público e privado”.
O laboratório presta “serviços de controlo de qualidade em todas as regiões do país e regiões autónomas da Madeira e dos Açores”, acrescenta.
A PJ de Vila Real anunciou a detenção de 20 pessoas e a realização de 60 buscas a entidades públicas e privadas, no âmbito de uma investigação por falsificação de análises de água destinada ao consumo humano.
O laboratório envolvido na investigação pretendia, com aquela alegada prática, ganhos económicos e corresponder aos pedidos dos clientes, avançou hoje a PJ/Vila Real.
Em conferência de imprensa, o coordenador do departamento de investigação criminal da PJ/Vila Real, António Trogano, explicou que o laboratório, ao não efetuar a recolha de amostras de água, ao adulterar a recolha ou a fazer a recolha e falsificar os resultados tinha com objetivo obter ganhos económicos, por receber por um serviço que não realizava, e corresponder aos “desejos” de clientes de entidades públicas ou privadas.
As câmaras de Miranda do Douro, Mogadouro, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Vila Flor e Mirandela, no distrito de Bragança, confirmaram ter sido alvo de buscas no âmbito desta operação.
Vimioso: Fim-de-semana prolongado oferece a XXII Feira de Artes Ofícios e Sabores
No fim-de-semana prolongado de 8, 9 e 10 de dezembro, o município de Vimioso vai organizar a XXII Feira das Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), um evento comercial que antecede o Natal e que vai presentear o público visitante com produtos de qualidade, com várias atividades de lazer e desportivas e uma constante animação musical.
Já lá vão 22 edições e de ano para ano, este certame em Vimioso ganha cada vez notoriedade pela diversidade de expositores e a qualidade dos produtos apresentados, mas também pelas várias atividades paralelas que trazem muito público a Vimioso, como são as montarias ao javali, as provas desportivas e a animação musical.
De acordo com o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, o certame deste ano vai contar com 100 expositores, na sua maior parte oriundos do concelho, o que permite expor e vender os produtos locais e assim dinamizar a economia do concelho.
Nesta XXII Feira das Artes, Ofícios e Sabores volta a realizar-se a parceria com a Cooperativa Agropecuária Mirandesa, sedeada em Vimioso, com a realização do festival dedicado à famosa posta à mirandesa.
“No recinto da feira vai funcionar um restaurante para dar a conhecer a excecional qualidade da carne mirandesa, proveniente de uma raça autóctone com fortes raízes neste território nordestino”, disse.
Anualmente, a FAOS, em Vimioso, realiza-se 15 dias antes do Natal, pelo que os visitantes aproveitam este certame para fazer algumas das tradicionais compras natalícias.
Entre os visitantes, o município de Vimioso volta a investir na vizinha Espanha, recorrendo à rádio de Zamora para informar e convidar “nuestros hermanos” a visitar a vila de Vimioso, no fim-de-semana de 8, 9 e 10 de dezembro.
“Ao publicitarmos o certame na vizinha província de Zamora, em Espanha, pretendemos chegar ao mercado mais próximo que é precisamente o público espanhol. Recentemente, participámos na Feira de Turismo de Valladolid e aproveitámos este evento para divulgar não só as Termas e os nossos produtos, mas também a Feira de Artes, Ofícios e Sabores (FAOS)”, informou a vereadora, Carina Lopes.
Nesta XXII edição, a animação musical da Feira das Artes, Ofícios e Sabores de Vimioso, tem como artistas convidados Emanuel, Miguel Bravo e associações como a Banda Filarmónica da AHBVV, os Gaiteiros de Santulhão, o X Festival de Folclore da Castanha, organizado pelo Rancho Folclórico de Vimioso, os Gaiteiros da Lérias e o Grupo de Bombos da “Us Bat N’pele”.
Outro dos destaques da FAOS deste ano é a continuidade do seminário dedicado à “Inovação no Interior como fator de Competitividade”.
Sobre o seminário “Inovação no Interior como Fator de Competitividade”, a vereadora do município de Vimioso, Carina Lopes, adiantou que o objetivo é proporcionar ao público e às empresas, mais conhecimento e incentivos para investir e desenvolver atividades de negócio nos territórios do interior, como é o caso do concelho de Vimioso.
“Convidamos várias personalidades ligadas a incubadoras de empresas, ao Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e a empresas para realizarem uma conferência dedicada ao tema na inovação no interior, porque acreditamos que na nossa região há oportunidades que devem ser exploradas e aproveitadas”, adiantou.
Como já é tradição, a Feira de Artes Ofícios e Sabores vai encerrar com o concurso da Doçaria da Castanha. Todos os anos, esta iniciativa gastronómica aguça a criatividade da população local e desperta o gosto do público pela doçaria tradicional.
“O concurso da doçaria da castanha é um ótimo exemplo de como é possível aproveitar um produto de qualidade do nosso território, nesta caso, a castanha. À semelhança do que já foi feito com a certificação do pastel de amêndoa também seria vantajoso para o concelho de Vimioso certificar algum doce de castanha, já que é um produto caraterístico da nossa terra”, sugeriu.
Aos visitantes que pretendam visitar a vila de Vimioso, aquando da XXII Feira das Artes, Ofícios e Sabores (FAOS), nos dias 8, 9 e 10 de dezembro, Carina Lopes, destacou que enquanto os adultos visitam os cerca de 100 expositores, para as crianças foi instalado um espaço de jogos e brincadeira.
“Na FAOS, os visitantes podem adquirir alguns presentes para o Natal, com destaque para os produtos gastronómicos e para o artesanato”, disse.
O município de Vimioso investe cerca de 100 mil euros na organização do certame e o autarca Jorge Fidalgo acredita que “o retorno é muito maior”.