Jer 31, 31-34 / Slm 50 (51), 3-4.12-15 / Hebr 5, 7-9 / Jo 12, 20-33
O Evangelho deste domingo começa com um grupo de gregos que quer conhecer Jesus. Encontram Filipe, que procura André, e juntos apresentam a Jesus este pedido. E Jesus responde de forma enigmática, referindo-se à glória, à sua glória.
A palavra «glória» evoca imagens de vitória, de suprema exaltação, de herói aplaudido pelos seus feitos. Contudo, Jesus fala de uma glória que implica morrer a si mesmo, dar a vida e servir. Jesus pede-nos que abandonemos a lógica do produto, a ditadura do resultado, e rumemos em direção ao horizonte do fruto.
É quase inevitável que nos nossos dias impere a vontade de alcançar objetivos bem definidos, de acordo com um programa de vida prático. Mas Jesus mostra que a verdadeira vida mede-se pelo fruto que esta dá, que a glória só se alcança a posteriori e é semeada em impercetíveis gestos de bondade, que implicam dar a vida.
Cristo mostra-nos a única sabedoria que tem para oferecer: a sua própria vida, o Evangelho, que é o grande convite à liberdade do fruto e à glória da Cruz. Só cruzando a cruz podemos alcançar a vida nova, a ressurreição, a nossa forma definitiva. E os passos da nossa vida devem medir-se, não pelos resultados, mas sim pela sua direção, pela forma como semeiam esperança e bondade no mundo.
Miranda do Douro: “Frol de la lhana – o trabalho da lã no planalto de Miranda” em exposição até 13 de maio
De 14 de março até 13 de maio, está em exibição na Casa da Cultura Mirandesa, a exposição “Frol de la lhana – o trabalho da lã no planalto de Miranda”, da autoria de Isabel Sá, que consiste numa coleção de fotografias, textos, instrumentos de trabalho e peças, que mostram as várias etapas no fabrico da lã, deste o pastoreio, passando pela tosquia até à tecelagem.
De acordo com a autora, Isabel Sá, a exposição pretende mostrar ao público todas as etapas na produção de lã no planalto mirandês e para tal são exibidos elementos que representam o pastoreio, a tosquia da lã, a desbordagem dos velos, a lavagem, a penteação, a cardação, a fiação, a tinturaria, a malha e a tecelagem.
“A lã dá muito trabalho! O ciclo começa no pastoreio. Depois segue-se a tosquia, a lã tem que ser lavada, aberta, cardada ou penteada dependendo do objetivo de fazer fio ou feltro”, explicou.
Na exposição “Frol de la lhana” são exibidos os instrumentos utilizados no manuseio da lã, como as tesouras da tosquia e a afiadeira, os burros, as cardas, os pentes, as rocas e os fusos, o barafuso, o rodilheiro, a naspa, os teares, entre outros instrumentos.
Na mostra presente na Casa da Cultura Mirandesa, Isabel Sá dá a conhecer também os artigos resultantes como os fios de lã, as meias dos pauliteiros, colchas, tapetes, alforjas, capas d’honra e outros artigos de artesanato como carteiras, estojos didáticos, capas de livros e vários artigos decorativos em feltro.
“No planalto mirandês, seria muito importante fazer um inventário das peças fabricadas com a lã, já que este legado faz parte do património cultural desta região”, avançou.
Presente na inauguração da exposição, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, reconheceu que estes antigos ofícios ligados ao uso da lã são um património que urge salvaguardar.
“Esta exposição mostra o modo de vida das nossas gentes. Para além da preservação desta história, também é importante reinventarmo-nos e dar novas utilidades a este recurso que é a lã dos ovinos de raça churra galega mirandesa. Se o conseguirmos fazer, a pastorícia continuará a ser uma das atividades identitárias da nossa terra”, disse.
Segundo a engenheira do Ambiente, Isabel Sá, atualmente a lã pode ser utilizada em vários setores, como a construção civil, concretamente no revestimento térmico de edifícios, dado que é uma fibra que não é inflamável, podendo também ser utilizada na confecção de vestuário técnico, como o dos bombeiros.
“Na agricultura, a lã é um excelente fertilizante e contribui para o enriquecimento dos solos, adicionando-lhes nutrientes como a azoto e retendo a humidade. A par disso, a pastorícia presta um serviço ambiental inestimável, já que evita os incêndios, fertiliza os solos e promove a biodiversidade ambiental”, acrescentou.
Em 2018, Isabel Sá recebeu o Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola, pelo projeto ‘Lhana’. Este prémio foi um reconhecimento do projeto, como uma boa prática ligada à sustentabilidade ambiental.
No próximo dia 30 de março, Isabel Sá, vai apresentar em Miranda do Douro, o livro “Frol de la lhana – o trabalho da lã no planalto de Miranda”, escrito em português e mirandês, com 15 capítulos dedicados ao ciclo da lã.
Ensino: Professores de EMRC participam em formação sobre «Práticas de avaliação»
Os secretariados das dioceses de Bragança, Guarda e Viseu estão a promover uma ação de formação, que termina no dia 20 de abril, direcionada aos professores de Educação Moral e Religiosa Católica EMRC), sobre “Práticas de avaliação em EMRC”.
“A redefinição do Currículo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, decorrente do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO) e da definição de Aprendizagens Essenciais, veio a recolocar no cerne da reflexão pedagógica e das preocupações educativas a reapropriação de conceitos, modalidades, natureza e finalidades das práticas avaliativas dos alunos”, informa uma nota enviada à Agência ECCLESIA.
A iniciativa teve início no dia 9 de março, na Escola Secundária de Trancoso, na diocese da Guarda e conta com a participação de 30 formandos oriundos das três dioceses.
De acordo com a informação veiculada, a ação “destina-se a enriquecer os docentes, na conceção, construção e operacionalização de metodologias, técnicas, instrumentos, recursos e produtos relacionados com as práticas de avaliação em geral, especificamente de EMRC”.
A formação, que tem a colaboração e orientação do professor António Oliveira, da diocese do Porto, “reflete o compromisso contínuo das dioceses em fortalecer e aprimorar a qualidade do ensino da EMRC nas diferentes realidades educativas”.
Métodos e técnicas de avaliação, estratégias de feedback e adaptação de práticas avaliativas às necessidades individuais dos alunos são alguns dos pontos abordados na iniciativa, que é realizada em parceria com o Centro de Formação de Associação de Escolas (CFAE) – Guarda 1.
A ação, informa a nota dos responsáveis da disciplina, vai ajudar a refletir sobre o “contributo da EMRC para a aquisição das competências previstas no perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória; os elementos normativos e teórico-práticos para a compreensão do constructo de ‘avaliação’ e os princípios de didática específica de EMRC concernentes à avaliação”.
Além destes, também as inferências e implicações teórico-práticas sobre a natureza e as finalidades e modalidades da avaliação em EMRC vão ser visadas na formação.
“Esta parceria reforça ainda mais o compromisso das dioceses em promover a colaboração e a partilha de experiências pedagógicas significativas que valorizam a importância da disciplina de EMRC na prossecução da missão e dos valores subjacentes em cada projeto educativo”, destaca ainda a nota.
A formação resultou do esforço dos secretariados de EMRC das três dioceses, imbuídos pelo espírito sinodal.
Ambiente: Bombeiros recolheram 2.300 toneladas de resíduos elétricos
Através da recolha de 2.300 toneladas de pilhas, baterias, lâmpadas e equipamentos elétricos, as associações de bombeiros angariaram um recorde de 270 mil euros, anunciou a associação Electrão.
Na 8.ª edição da iniciativa “Quartel Electrão”, realizada pela Eletrão – Associação de Gestão de Resíduos, em parceria com a Liga dos Bombeiros Portugueses, participaram 201 associações de bombeiros de todo o país, diz a associação em comunicado.
De acordo com a Electrão, as associações de bombeiros têm como missão recolher estes resíduos, sensibilizando e mobilizando a população e as empresas para a importância de separar e encaminhá-los corretamente para a reciclagem.
Por cada tonelada recolhida, as associações de bombeiros recebem uma compensação financeira de 75 euros, bem como um incentivo financeiro extra caso recolham mais de 30, 45, e 60 toneladas.
Segundo a Electrão, os resultados desta iniciativa contribuíram de forma positiva para o resultado da rede, que “em 2023 ultrapassou as 20 mil toneladas de equipamentos elétricos usados recolhidos para reciclagem”.
Citado no comunicado, o diretor-geral da associação, Ricardo Furtado, afirma que os bombeiros entregaram para reciclagem cerca de 12% das quantidades recolhidas durante o ano pela rede de recolha própria do Electrão, o que representa “um contributo muito importante para os resultados globais alcançados”.
“Cada vez mais os bombeiros voluntários são um agente de proteção do ambiente em toda a linha, seja pelo trabalho que desenvolvem de proteção da população e das florestas, seja pela sensibilização para a reciclagem de pilhas, baterias, lâmpadas e equipamentos elétricos usados”, diz o responsável.
Muitos destes resíduos contêm elementos perigosos que, se não forem corretamente tratados, impactam negativamente o ambiente e a saúde humana, explica.
Por sua vez, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, realça que esta iniciativa “permite almejar a obtenção de apoios para suporte” da missão dos bombeiros e, por outro lado, permite-lhes cumprir a “responsabilidade ambiental que lhes cabe como simples cidadãos”.
Para premiar as associações que mais volume de equipamentos recolheram a nível nacional, a Electrão distribuiu um veículo ligeiro de combate a incêndios à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, por ter sido a que mais equipamentos recolheu em 2023, que totalizam 97 toneladas de pilhas, lâmpadas e equipamentos elétricos usados.
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cantanhede, também no distrito de Coimbra, foi premiada com o segundo lugar, com um prémio de cinco mil euros.
O projeto Quartel Electrão começou há 12 anos e já permitiu a recolha e envio para reciclagem de mais de 14 mil toneladas de pilhas, lâmpadas e outros equipamentos elétricos usados.
A 9.ª edição da iniciativa arrancou em janeiro deste ano e termina a 30 de novembro, com a participação de associações de bombeiros de todo o país, que têm “a oportunidade de continuar o trabalho de apoio à comunidade e proteção do ambiente”, adianta o comunicado.
A Electrão é uma associação de gestão de resíduos responsável por três dos principais sistemas de recolha e reciclagem de resíduos: embalagens, pilhas e equipamentos elétricos usados, com uma rede de recolha com mais de 11.000 pontos em todo o país.
“A sua principal missão é assegurar a reciclagem dos resíduos recolhidos, contribuindo para a minimização do impacto ambiental e para um reaproveitamento dos materiais que os constituem promovendo a economia circular”, conclui a nota.
Escolas: GNR realiza operação no âmbito das viagens de finalistas
A partir de 18 de março, a Guarda Nacional Republicana (GNR) realiza uma operação de sensibilização junto da comunidade escolar no âmbito das viagens de finalistas.
De acordo com a GNR, a operação “Spring Break 2024”, que se realiza em duas fases, envolve ações de sensibilização junto da comunidade escolar e de fiscalização nas fronteiras de Vilar Formoso, no distrito da Guarda, Caia, em Portalegre, e Vila Real de Santo António, em Faro.
O objetivo da operação é a prevenção de comportamentos de risco por parte da população jovem, que se desloca nesta altura do ano para o sul de Espanha e Catalunha em viagem de finalistas.
Na primeira fase, que decorre até 24 de março, a GNR vai fazer ações de sensibilização junto dos jovens, visando a consciencialização e sensibilização dos estudantes para os comportamentos de risco associados “ao consumo de drogas e álcool inerentes às viagens de finalistas e férias escolares, direcionadas para o grupo-alvo de alunos do 9.º ao 12.º ano de escolaridade”.
Entre os dias 22 de março e 7 de abril, a GNR, com o apoio da valência de investigação criminal e de binómios cinotécnicos de deteção de droga, em coordenação com a Guardia Civil espanhola, serão efetuadas ações de fiscalização junto às fronteiras terrestres em Vilar Formoso, Caia e Vila Real de Santo António.
Segundo a GNR em comunicado, o objetivo é “detetar a prática de ilícitos associados ao consumo de substâncias estupefacientes, bem como garantir as condições de segurança dos veículos que irão transportar os jovens”.
Também a PSP está a realizar ações de sensibilização junto dos estudantes que vão realizar viagens de finalistas, alertando-os para o consumo excessivo de álcool e droga durante as viagens.
Em comunicado, a Polícia de Segurança Pública (PSP) indicou que a operação “Viagens de Finalistas” vai decorrer até 22 de março em todo o país, numa altura em que estudantes do 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário realizam viagens de finalistas, sendo Espanha um dos destinos mais frequentes.
Miranda do Douro: Concatedral acolhe concerto “No Monte das Oliveiras”
No âmbito do festival “Ciclo de Música sem Tempo” vai realizar-se a 15 de março, na concatedral de Miranda do Douro, o concerto “No Monte das Oliveiras” interpretado pelo grupo Ensemble Cardo-Roxo, que vai orientar também uma oficina de “Canto Polifónico Português”, no dia 16, na Casa de La Música Mirandesa.
Segundo o Projeto Cardo, organizador do festival, o concerto e a oficina são dedicados à música católica tradicional portuguesa. O repertório apresenta uma seleção de canções de devoção à Virgem Maria e adoração a Jesus, assim como músicas de súplica pela salvação das almas e ainda temas ligados à Quaresma.
“Na tradição musical religiosa existe um vasto repertório constituído por rezas, súplicas e canções de louvor”, informam.
No serão desta sexta-feira, 15 de março, às 21h00, na concatedral de Miranda do Douro é interpretado o concerto “No Monte das Oliveiras”.
“Os temas musicais refletem as angústias, os medos e as incertezas de um povo que compreende a sua insignificância e que vive, na dúvida entre o certo e o errado, entre a beleza e o horror, entre a vida e a morte, entre o céu e o inferno”, explica a organização.
Na manhã de sábado, dia 16 de março, às 10h30, na Casa da Música Mirandesa, realiza-se a oficina “Canto Polifónico Português”. A polifonia consiste no conjunto de sons ou vozes diferentes, dispostos de forma harmoniosa.
Esta programação cultural insere-se no âmbito do festival “Ciclo de Música Sem Tempo”, dinamizado pela associação Cardo, simultaneamente, nos municípios de Miranda do Douro, Santo Tirso e Esposende.
O Projecto Cardo é uma associação que tem como principal objetivo a preservação, divulgação e promoção da música tradicional portuguesa.
Após mudança de instalações, o novo edifício do Arquivo Municipal de Mogadouro abre ao público em maio, com a finalidade de proporcionar condições de investigação sobre a história do concelho mogadourense.
O equipamento terá ainda uma componente educativa destinada à comunidade escolar e geral, disponível em horário normal de expediente, e ao mesmo tempo haverá ações de divulgação documental.
“Trata-se de um novo arquivo que está dotado de todas as condições necessárias para evitar a perda do acervo documental do concelho e da região. Foram investidos cerca de 85 mil euros em estantes e depósitos, com condições estanques, que são antifogo e anti-humidade”, explicou o presidente da câmara, António Pimentel.
De acordo com o autarca mogadourense, “até aqui o arquivo encontrava-se disperso por vários edifícios municipais, com incidência na chamada Casa dos Magistrados, que deixou de reunir condições para a salvaguarda deste espólio”.
O novo arquivo surge depois da reconversão da antiga escola preparatória Trindade Coelho que foi transformada num edifício polivalente e no qual foram investidos cerca de dois milhões de euros.
A criação deste arquivo surge em 2005, após terem ocorrido dois incêndios, em 1855 e 1927,que destruíram grande parte da documentação.
“Neste momento, o Arquivo Municipal de Mogadouro possui novas instalações, onde estão guardados mais de 1.178 metros lineares de documentação, com todas as condições de instalação, acondicionamento e ventilação” indicou o autarca.
Este é composto pelo Fundo Documental da Câmara Municipal de Mogadouro, com documentos datados entre 1927 e 2015, e aguarda ainda a incorporação de documentação a partir de 2015.
Existe, ainda, o fundo da Administração do Concelho de Mogadouro, constituído pela série documental de livros de testamentos com datas entre 1928 e 1944.
A este junta-se o Fundo do Tribunal da Comarca de Mogadouro, incorporado em 2005, constituído pela série documental que engloba Processos de Polícia Correcional (1800-1999), constituído por mais de trinta mil processos, sendo que os referentes ao século XIX estão devidamente acondicionados e para consulta.
Uma coleção de boletins do Ministério da Justiça doada por um particular, com datas de 1928 a 1943, também está disponível para consulta.
Miranda do Douro: Abutre devolvido ao Parque Natural do Douro Internacional(PNDI)
Agentes ligados à conservação da natureza devolveram ao Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), em Miranda do Douro, um abutre que foi resgatado no final de setembro e tratado por técnicos especializados em avifauna.
“O município de Miranda do Douro foi alertado, em finais de setembro, para a existência de um abutre debilitado na Estrada Nacional 218 que atravessa este concelho. Foi acionado o Instituto de Conservação da Natureza e Floresta e a ave foi encaminhada para o centro de recuperação animal (CIARA), no Felgar, Moncorvo”, informou a presidente da câmara municipal, Helena Barril.
Este trabalho contou com colaboração do SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente) da GNR, proteção civil municipal, CIARA, Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e outros agentes locais ligados ao meio ambiente.
Assistiram a esta largada, os alunos do primeiro ciclo do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, através de uma ação de sensibilização ambiental.
Caçarelhos: XXII Feira do Pão com folar, benção dos ramos e chegas de touros
A XXII Feira do Pão, em Caçarelhos, vai realizar-se no fim-de-semana de 23 e 24 de março, numa edição que vai contar com 50 expositores de produtos como o pão, o folar e os doces tradicionais e a animação do Festival de Gaita de Foles, a Missa do Domingo de Ramos e as concorridas chegas de touros.
De acordo com o presidente da União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira, Licínio Martins, a localidade de Caçarelhos distinguiu-se pelo fabrico do pão.
“Antigamente, a localidade de Caçarelhos, à semelhança do que acontecia em todo o planalto mirandês era uma terra onde se cultivavam cereais, como o trigo e o centeio. A moagem destes cereais era feita nos antigos moinhos de água, como o que ainda existe no ribeiro do Carvalhal, um afluente do rio Angueira. Com a farinha obtida cozia-se o pão nos fornos familiares da aldeia”, justificou.
Hoje em dia, estes fornos continuam a ser usados para o fabrico do pão e nesta época da Páscoa para confeccionar os folares e doces tradicionais, como os roscos e os económicos.
“Nesta altura do ano, o público que visita a Feira do Pão de Caçarelhos aproveita para comprar os doces tradicionais para a Páscoa, sendo que o pão e o folar são os produtos mais procurados”, disse.
A feira de Caçarelhos pretende dar visibilidade aos produtos locais e regionais. Segundo o autarca, Licínio Martins, nesta XXII edição vão participar 50 expositores (entre os quais 32 do concelho de Vimioso) que vão comercializar produtos como o pão, os doces tradicionais, frutos secos, fumeiro, queijo, mel, compotas, licores, vinho e diversos artigos de artesanato.
Ao longo destes 22 anos, a Feira do Pão de Caçarelhos tem crescido graças à estratégia de animação cultural. Este ano, um dos destaques na animação do certame volta a ser o Festival da Gaita de Foles, coorganizado entre a Freguesia de Caçarelhos e o Município de Vimioso. O presidente da freguesia, Licínio Martins, afirmou que objetivo deste festival é fomentar o interesse pela música tradicional.
“Este ano, a grande novidade do festival é o workshop de música tradicional, que vai realizar-se na manhã de sábado, dia 23 de março e conta com as participações de José Tejedor, um dos mais conceituados gaiteiros em Espanha e de Alexandre Meirinhos, dos Galandum Galundaina”, adiantou.
Após a abertura oficial da feira, o V Festival da Gaita de Foles começa com a receção e a arruada de 250 gaiteiros e escolas de percussão.
No sábado, a XXII Feira do Pão encerra com o concerto do quarteto “Músicas da Raya” e os convidados: Sebastião Antunes, Jose Manuel Tejedor e Zezé Fernandes.
No Domingo, dia 24 de março, um dos destaques da XXII Feira do Pão é a celebração do Domingo de Ramos, que tem inicio na Capela de São José, com a benção dos Ramos e segue em procissão para a igreja matriz, onde é celebrada a eucaristia dominical.
Outro destaque no Domingo é o almoço convívio, cuja ementa é “vitela mirandesa no pote”. Um prato que faz jus a Caçarelhos, pois esta localidade continua a ser uma terra de criadores de bovinos de raça mirandesa, onde existem atualmente cerca de 120 animais. Na tarde de Domingo, estão programadas oito chegas de touros mirandeses, uma atração que todos os anos traz muito público à Feira do Pão.
“As chegas de touros são uma tradição muito enraizada em Caçarelhos, dado que a antiga feira mensal era simultaneamente uma feira de gado. No decorrer da feira havia sempre chegas de touros, de diferentes localidades para animar o certame. Com o fim das feiras de gado pretendemos recuperar esta antiga tradição e felizmente tem sido um sucesso pelo interesse e a enorme afluência de público”, afirmou.
No Domingo, a XXII Feira do Pão vai contar com a animação do Rancho Folclórico de Vimioso, dos Pauliteiros de Palaçoulo, das Pauliteiras de Malhadas e do concerto do grupo “Sete saias”. Este grupo feminino, que vem da Nazaré, tem no seu repertório temas da música tradicional portuguesa.
“Para o público que pretenda visitar a XXII Feira do Pão, no fim-de-semana de 23 e 24 de março, a aldeia de Caçarelhos oferece a possibilidade de visitar um conjunto de monumentos de valor arquitetónico e de interesse cultural e religioso, como são as capelas de Santo Cristo, de São José, de Santa Luzia, a igreja matriz e o cruzeiro”, convidou Licínio Martins.
Nesta localidade existe ainda o museu do pão e os cabanais, uma construção de século XIX que foi construída para realização da feira mensal.
Na perspetiva do presidente da União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira, Licínio Martins, no fim-de-semana de 23 e 24 de março esperam-se milhares de pessoas na XXII Feira do Pão, o que vai contribuir para dinamizar a economia dos concelhos de Vimioso e Miranda do Douro.
“Em Caçarelhos, no fim-de-semana da Feira do Pão antevemos uma grande enchente de público. Pela experiência dos anos anteriores, os estabelecimentos hoteleiros e os restaurantes, em Vimioso e em Miranda do Douro, vão ter trabalho acrescido. Quero também agradecer ao município de Miranda do Douro pela cedência do alojamento aos grupos convidados, no Centro de Formação Agrícola de Malhadas e no Barrocal do Douro”, disse.
A Feira do Pão é uma iniciativa da União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira que conta com os apoios do município de Vimioso, dos Vales de Vimioso, do PINTA, das Termas de Vimioso e da Reserva da Biosfera Meseta Ibérica.
Igreja/Cultura: Peça «O Meu Cristo Partido» é apresentada na igreja matriz de Vimioso
A Diocese de Bragança-Miranda informa que a igreja matriz de Vimioso recebe no Domingo, dia 17 de março, a apresentação da peça de teatro ‘O Meu Cristo Partido’, uma adaptação para teatro do livro do sacerdote espanhol Ramon Cué.
“O Meu Cristo Partido” é uma peça de teatro que conta a história de um padre, colecionador de crucifixos, que um dia compra uma imagem de Cristo a quem faltavam alguns membros. Numa tentativa de restaurar a imagem, o padre confronta-se em diálogo com o próprio Cristo, explorando, de forma exemplar, cada uma das suas mutilações.
“Esta história mostra como Cristo quer que cada um de nós o veja na realidade”, informa a produção Estórias Extraordinárias.
A peça que vai ser apresentada às 18h00, na igreja matriz de Vimioso, é uma adaptação para teatro do livro do sacerdote espanhol Ramon Cué e conta com texto e encenação de José Carlos Completo e Edgar Mafra.
Esta iniciativa cultural é organizada pela Unidade Pastoral de Nossa Senhora da Visitação e conta com o apoio da Freguesia de Vimioso.