Picote: XIX Encontros Primavera permitiu ver a localidade com o olhar artístico

Picote: XIX Encontros Primavera permitiu ver a localidade com o olhar artístico

A localidade de Picote acolheu no fim-de-semana de 7, 8 e 9 de junho, a XIX edição dos Encontros Primavera, um evento cultural e científico, durante o qual os artistas e investigadores proporcionaram à população local, uma reflexão conjunta sobre o património natural e cultural existente, que culminou com a apresentação de obras artísticas.

Humberto Martins, docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), mentor e organizador dos Encontros Primavera lembrou que este evento cultural e científico foi concebido em 2006, na cidade de Miranda do Douro, quando aí era lecionado o curso de antropologia, no pólo da UTAD.

“Na altura, este evento era um encontro científico, ao qual se associavam as artes, como o cinema. Este encontro era uma possibilidade de partilha de experiências e saberes entre os estudantes da Universidade Nova e do ISCTE, em Lisboa, e os alunos da UTAD”, recordou.

Em 2010, com o encerramento do polo da UTAD, os Encontros Primavera passaram a ser promovidos pelo Museu da Terra de Miranda, com o desenvolvimento de projetos expositivos no museu.

“Em 2014, a Frauga – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote associa-se de forma definitiva ao projeto e desde então os Encontros Primavera estão sedeados em Picote. A partir de 2018, começámos a desenvolver residências artísticas que se tornaram a marca distintiva deste evento, que atualmente são dirigidos pela curadora, Patrícia Geraldes, natural de Picote”, indicou.

Todos os anos, as Residências Artísticas proporcionam a estadia em Picote, de jovens artistas. Em várias edições já foram desenvolvidos trabalhos em áreas como artes visuais, artes plásticas, artes da paisagem, música, entre outras expressões artísticas.

Na edição deste ano e para assinalar o Cinquentenário do 25 de abril, o tema escolhido para os Encontros Primavera deste ano foi “Artes, Democracias e Futuros”.

De acordo com o presidente da Frauga – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, Jorge Lourenço, os Encontros Primavera reúnem artistas e investigadores, com o propósito de estabelecerem relações com a natureza e a comunidade local e criarem obras artísticas.

Na edição deste ano, a artista, Isabel Carvalho, formada em Artes Plásticas, nas especialidades de Pintura e Literatura, desenvolveu um trabalho artístico relacionado com a ecologia.

“Com base nas experiências vividas em Picote desenvolvi um projeto no âmbito da poluição luminosa, com o objetivo de verificar se à noite ainda se avistavam a estelas. Para tal, quis verificar se a iluminação noturna da própria localidade e das localidades vizinhas ofuscavam ou não, o visionamento das estelas e dos astros”, explicou.

Esta questão foi trabalhada por Isabel Carvalho, numa obra artística e num texto, que foram apresentados no dia 9 de junho e estão agora em exibição no Eco Museu Terra Mater, em Picote.

“Concluí que à noite, as estrelas ainda são visíveis, mas a visibilidade é menor do que antigamente. Por isso, o texto ou manifesto da obra artística apela à instalação de candeeiros mais adequados, com uma menor intensidade de luz, para que seja possível ver e contemplar as estrelas no ambiente noturno”, disse.

Outros dos destaques dos XIX Encontros Primavera foi a conferência, no miradouro da Fraga do Puio, sobre o tema “Democracia, direito à arte e o lugar da criação artística na cidadania plena”. No decorrer desta conversa, os artistas e investigadores presentes em Picote, chamaram a atenção da comunidade local para a escassa diversidade cultural existente na região, que na perspectiva dos artistas não deve limitar-se à dança dos pauliteiros, à música tradicional e o folclore local.

“Sem desvalorizar as expressões culturais locais, pretende-se que as pessoas tenham contato com outras ofertas artísticas e culturais. Ao longo das várias edições dos Encontros Primavera verificámos que as pessoas aderem, por exemplo, às sessões de cinema e aos concertos, que depois dão aso à partilha de vivências e experiências”, justificaram os artistas.

Ao longo do fim-de-semana de 7, 8 e 9 de junho, o programa da XIX edição dos “Encontros da Primavera” incluiu outras atividades como uma prova comentada de vinhos, cinema ao ar livre, uma conferência caminhada, sessão de leituras e a apresentação do álbum musical “Amélias”, da compositora e cantora Amélia Muge.

HA

Naso: Festa da Amizade juntou mais de um milhar de pessoas

Naso: Festa da Amizade juntou mais de um milhar de pessoas

No dia 10 de junho, mais de um milhar de pessoas participaram na Festa da Amizade, no Santuário de Nossa Senhora do Naso, uma iniciativa anual do município de Miranda do Douro, com o propósito de promover o convívio entre as pessoas idosas de todo o concelho.

O encontro dos idosos mirandeses iniciou-se com a celebração da missa campal, animada musicalmente pela Banda Filarmónica Mirandesa e o coro.

Na homília da missa, presidida pela padre Manuel Marques e concelebrada pelo padre Rufino Xavier, pároco de São Pedro da Silva, Granja e Fonte Ladrão, o sacerdote convidado sublinhou a importância da amizade, que se traduz em gestos concretos de proximidade, visita e companhia às pessoas que vivem em solidão, sobretudo nas aldeias e nos lares.

Após a missa, o município de Miranda do Douro presenteou as pessoas vindas de todas as freguesias do concelho de Miranda do Douro e dos lares de Miranda do Douro e de Malhadas, com um almoço-convívio, que foi animado com as atuações musicais da Banda Filarmónica Mirandesa e da Tuna da Universidade Sénior.

Para a presidente de município de Miranda do Douro, Helena Barril, a festa da amizade é um modo de expressar gratidão às gerações mais antigas do concelho.

“Em colaboração com as freguesias e as instituições queremos homenagear estas pessoas que com a sua vida, experiência e legado nos dão tanta sabedoria e nos ajudam a construir o caminho para as novas gerações de mirandeses e mirandesas”, disse.

A autarca de Miranda do Douro destacou ainda que a Festa da Amizade é uma oportunidade de encontro e de convívio entre as gentes do concelho de Miranda do Douro.

A Festa da Amizade prosseguiu ao longo da tarde do feriado de 10 de junho, com um baile no recinto do Santuário de Nossa Senhora do Naso, animado pelo grupo musical DM.

HA

Europeias: Taxa de abstenção em Portugal foi 63,6%

Europeias: Taxa de abstenção em Portugal foi 63,6%

Em Portugal, as eleições para o Parlamento Europeu registaram uma taxa de abstenção de 63,6%, segundo dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.

No encerramento das urnas, a taxa de afluência em todo o território português foi de 36,48%.

Os números da abstenção nas eleição europeias (63,6%) foram semelhantes ao do escrutínio de 1994, em que Portugal atingiu os 64%, o pior resultado do século passado.

Em 2019, Portugal tinha visto a taxa de abstenção em eleições europeias atingir quase 70%, uma participação eleitoral que registou mínimos históricos desde as primeiras eleições para o Parlamento, em 1987.

Nas primeiras eleições para o Parlamento Europeu, foram votar apenas 30,75% dos mais de 10,7 milhões de eleitores portugueses inscritos.

Este foi um registo que confirmou a tendência decrescente da adesão dos eleitores portugueses às eleições para o Parlamento Europeu, visto que em 2014 já tinha sido batido um novo recorde de abstenção, com 66,33% dos eleitores a falharem a chamada às urnas.

Desde então, nunca mais se conseguiu baixar da barreira dos 60% em todos os momentos eleitorais posteriores.

No Domingo, dia 9 de junho, estavam recenseados mais de 10,8 milhões de eleitores no território nacional e no estrangeiro, para votar e escolher 21, dos 720 eurodeputados do Parlamento Europeu.

Nas eleições europeias inscreveram-se para votar antecipadamente mais de 252.000 eleitores portugueses e concorreram em Portugal 17 partidos e coligações.

Fonte: Lusa

Gráficos: MAI

Europeias: Maioria dos 21 novos deputados estreia-se no Parlamento Europeu

Europeias: Maioria dos 21 novos deputados estreia-se no Parlamento Europeu

Dos 21 deputados portugueses eleitos há jovens, antigos ministros, presidentes de câmaras e ex-líderes parlamentares, mas a maioria estreia-se no Parlamento Europeu.

Partido Socialista elegeu oito deputados

A cabeça-de-lista do PS, Marta Temido, tem 50 anos e é natural de Coimbra. É doutorada em Saúde Internacional e desempenhou o cargo de ministra da Saúde nos XXI, XXII e XXIII Governo Constitucional (2018-2022). A vigência das suas funções coincidiu com o surgimento e combate à pandemia da covid-19.

Francisco Assis tem 59 anos e é natural da cidade de Amarante. Professor universitário e político, o atual deputado socialista na Assembleia da República regressa ao Parlamento Europeu, onde já exerceu o cargo de eurodeputado entre 2004 e 2009. Desempenhou ainda o cargo de presidente da Câmara Municipal de Amarante entre 1989 e 1995.

Ana Catarina Mendes é natural de Lisboa e tem 51 anos. Desempenhou o cargo Ministra- Adjunta e dos Assuntos Parlamentares no XXIII Governo Constitucional, liderado por António Costa. Entre 2015 e 2019 foi secretária-geral adjunta do PS.

Mestre em Engenharia Mecânica pela Universidade do Minho, Bruno Gonçalves tem 27 anos e nasceu na cidade de Braga. Foi líder da Juventude Socialista e de Braga e é o atual secretário-geral dos jovens da Internacional Socialista.

Licenciado em Direito, André Rodrigues foi o candidato indicado pelos Açores para a lista nacional do PS às eleições Europeias. O socialista de 47 anos é deputado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Carla Tavares tem 53 anos e é presidente da Câmara Municipal da Amadora desde 2013 e da Área Metropolitana de Lisboa desde 2021. Foi deputada da Assembleia da República na VIII legislatura entre 1999 e 2022.

Isilda Gomes é natural do distrito da Guarda e presidente da Câmara Municipal de Portimão desde 2013. A socialista, de 73 anos, preside igualmente a Associação Nacional de Autarcas Socialistas e a Comissão de Recursos Naturais do Comité das Regiões. Entre 2007 e 2011 desempenhou o cargo de Governadora Civil do Distrito de Faro.

Sérgio Gonçalves tem 45 anos e é licenciado em economia e mestre em Gestão Internacional. É desde 2019 deputado do PS na Assembleia Legislativa da Madeira. Foi presidente do PS-Madeira.

 Aliança Democrática elegeu sete deputados: o cabeça de lista e independente Sebastião Bugalho, cinco do PSD e um do CDS-PP

O cabeça de lista da AD, Sebastião Bugalho, de 28 anos, foi aluno do curso de Ciência Política, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. Em 2019 concorreu como independente nas listas de candidatos a deputados do CDS-PP às europeias. Foi comentador televisivo e colunista.

Ana Miguel Pedro, de 35 anos, é vogal da Comissão Política Nacional do CDS-PP. Mestre em Direito e Ciências Económicas pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Ana Miguel Pedro foi assessora do CDS-PP no Parlamento Europeu.

Paulo Cunha nasceu em agosto de 1971 e é licenciado em Direito pela Universidade Lusíada no Porto. Natural de Vila Nova de Famalicão, município que presidiu entre 2013 e 2021, Paulo Cunha assume, desde julho, o cargo de vice-presidente do PSD.

Helder Sousa Silva, de 59 anos, é presidente da Câmara Municipal de Mafra. Natural do concelho que lidera, é também vice-presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa.

Lídia Pereira, de 31 anos e natural de Coimbra, foi ‘número dois’ do PSD nas eleições europeias de 2019. Em abril, foi eleita por unanimidade para a vice-presidência do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE), ocupando o cargo desempenhado por Paulo Rangel.

Sérgio Humberto nasceu em novembro de 1975 na Trofa, concelho que lidera desde 2013. Foi deputado na Assembleia da República, no XII Governo, e é desde setembro de 2022 presidente da distrital do Porto do PSD.

Paulo Nascimento Cabral, de 51 anos, é conselheiro dos Açores e Energia na REPER – Representação Permanente de Portugal na União Europeia. Já exerceu funções de assessoria e chefia do gabinete dos eurodeputados do PSD no Parlamento Europeu.

O Chega elegeu pela primeira vez dois deputados

O cabeça de lista do Chega, António Tânger Corrêa, tem 72 anos e é natural de Lisboa. Desempenhou cargos diplomáticos durante 40 anos, tendo sido cônsul-geral de Portugal em Goa e no Rio de Janeiro, embaixador de Portugal na Bósnia, Sérvia, Israel, Egito, Qatar, Lituânia e primeiro secretário da embaixada portuguesa em Pequim. Atualmente, desempenha as funções de primeiro vice-presidente da direção nacional do Chega.

O antigo social-democrata, Tiago Moreira de Sá, nasceu em Lisboa há 53 anos e é professor na Universidade Nova de Lisboa e investigador no Instituto Português de Relações Internacionais. Desempenhou o cargo de deputado na Assembleia da República na XV legislatura (2022)

A Iniciativa Liberal elegeu pela primeira vez dois deputados

O cabeça de lista da IL, João Cotrim de Figueiredo, de 62 anos, foi o primeiro deputado eleito pela IL na Assembleia da República em 2019. Natural de Lisboa, Cotrim de Figueiredo foi reeleito nas eleições legislativas de 2022 tendo, entre 2019 e 2023, assumido a presidência da IL.

Ana Martins, natural dos Açores, mas a residir em Lisboa, é formada em Direito e especializada em Ciência Política. Em 2019, integrou como independente o quarto lugar da lista da IL nas eleições para o Parlamento Europeu e foi, já como membro do partido, cabeça de lista pelo Açores nas eleições legislativas nacionais.

O Bloco de Esquerda elegeu uma deputada

A cabeça de lista do BE, Catarina Martins é natural do Porto e tem 50 anos. Foi coordenadora nacional do Bloco de Esquerda entre 2012 e 2023, bem como deputada da Assembleia da República entre 2009 e 2023.

A CDU elegeu um deputado

O cabeça de lista da CDU, João Oliveira, de 44 anos, foi deputado entre a X e a XIV Legislaturas. Natural de Évora e licenciado em Direito, foi líder parlamentar do PCP entre 2013 e 2022.

Fonte: Lusa

 

10 Junho: Marcelo discursa em Pedrógão Grande

10 Junho: Marcelo discursa em Pedrógão Grande

O Presidente da República discursa hoje em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, pela nona vez numa cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, data em que tem elogiado o povo português, falando numa pátria de caráter universal.

Marcelo Rebelo de Sousa escolheu para palco destas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas três concelhos do distrito de Leiria afetados pelos incêndios de 2017 – Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera – e Coimbra, onde terão hoje início as celebrações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões.

Há um ano, a cerimónia militar do 10 de Junho foi também no interior do país, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, onde o chefe de Estado afirmou a ambição de que os “interiores sejam tão importantes quanto as Lisboas, os Portos, os Setubais” e outras cidades do litoral, “iguais na lei, iguais na esperança do futuro”.

Nessa ocasião, como em anos anteriores, fez um discurso de exaltação do povo português, que descreveu como povo de caráter universal, espalhado pelo mundo e com vocação para fazer pontes.

“É de pasmar, para tão pequeno território terrestre e tão reduzida população, temos um peso no mundo muito, muito maior de longe do que o nosso território terrestre”, considerou.

“Mas, pergunto: de que nos serve termos essa influência mundial se entre portas sempre tivemos e temos problemas por resolver: mais pobreza do que riqueza, mais desigualdade do que igualdade, mais razões para partir, às vezes, do que para ficar?”, questionou.

Marcelo Rebelo de Sousa pediu que não se desista de “criar mais riqueza, mais igualdade, mais coesão” no país, começando de novo, se preciso, e defendeu que para isso há que cortar “ramos mortos que atingem a árvore toda”.

Este ano, havendo iniciativas dispersas por vários lugares, o Presidente da República optou por não nomear uma comissão organizadora do 10 de Junho, que é normalmente presidida por uma personalidade ligada à sede das comemorações.

A cerimónia militar, em Pedrógão Grande, está marcada para as 11:00.

O chefe de Estado seguirá depois para a Universidade de Coimbra, onde visitará uma exposição camoniana na Biblioteca Joanina, às 17:30, e participará na cerimónia inaugural evocativa dos 500 anos de Camões, às 18:00, seguida de um espetáculo musical, às 21:30, no Pátio das Escolas.

As cerimónias do Dia de Portugal prosseguirão, entre terça e quarta-feira, na Suíça, junto de comunidades emigrantes portuguesas, com a participação do Presidente da República e também do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Este 10 de Junho acontece no dia seguinte às eleições europeias e é o primeiro na sequência das legislativas antecipadas de 10 de março, das quais resultou a formação de um Governo minoritário PSD/CDS-PP, após oito anos de governação do PS.

O atual modelo de duplas celebrações do Dia de Portugal foi lançado por Marcelo Rebelo de Sousa no ano da sua posse, 2016, em articulação com o então primeiro-ministro, António Costa.

Fonte: Lusa

Fazer o bem incomoda

X Domingo do Tempo Comum

Fazer o bem incomoda

Gen 3, 9-15 / Slm 129 (130), 1-8 / 2 Cor 4, 13 – 5, 1 / Mc 3, 20-35

A popularidade de Jesus trouxe-lhe atenção indesejada. As palavras que proferia e os milagres que fazia provocaram reações fortemente adversas, não só entre desconhecidos, mas também entre amigos e familiares. Contrariamente ao bom senso, fazer o bem desperta, no pior dos casos, uma certa mesquinhez naqueles que nos rodeiam e, no melhor, uma preocupação com o nosso estilo de vida.

Quantos de nós já fomos tidos por insensatos ou ingénuos por colocar o Evangelho em prática? Sejam os fins de semana passados longe da família numa formação ou num retiro, seja o nosso envolvimento na paróquia ou num movimento, e mesmo a frequência dos sacramentos, o seguimento de Jesus é sempre acompanhado de obstáculos.

O Senhor prepara-nos para esta resistência aos trabalhos do Reino. No episódio do Evangelho deste domingo, bem como noutras passagens da Sagrada Escritura, é recorrente o apelo de Jesus a não procurarmos nem o aplauso nem a popularidade. Se o reconhecimento chegar, alegremo-nos e dêmos glória a Deus.

Mas se o que nos for oferecido for a rejeição e a crítica, não nos deixemos abalar. Tenhamos a liberdade para contrastar as nossas vidas com a vida de Jesus e resistamos, com coragem e sem vacilar, à tentação do aplauso e do acolhimento fácil. Esta é a via rápida para uma vida sem sabor, dependente do olhar dos outros, sem verdadeira liberdade.

As duras palavras de Jesus sobre a sua família – «são aqueles que fazem a vontade de Deus» – devem ser o nosso cajado nos momentos mais difíceis da nossa peregrinação na terra. Sejamos corteses com todos, mas resistamos à tentação de a todos querer agradar. A bondade dos nossos passos não será medida em aplausos, a justeza das nossas palavras não depende do reconhecimento, mas sim de ter um coração de carne quando abunda ressentimento e ceticismo.

O sal preserva a carne porque rejeita ser como a carne. Assim também nós, que recebemos dos lábios de Jesus a missão de sermos sal da terra, devemos arriscar cuidar de quem nos rodeia sem deixar esmorecer o Evangelho.

Fonte: Rede Mundial e Oração do Papa

Vimioso: Exposição “155 anos da Escola Conde Ferreira”

Vimioso: Exposição “155 anos da Escola Conde Ferreira”

Por ocasião dos 155 anos da construção da Escola Conde Ferreira, em Vimioso, foi inaugurada no dia 4 de junho, a exposição “(Trans)formar a escola em arquivo”, uma mostra que permite conhecer a história do benemérito Joaquim Ferreira dos Santos, que financiou a construção deste antigo estabelecimento de ensino, que em 2013 foi transformado no atual e moderno arquivo municipal.

No panfleto alusivo à exposição, o município de Vimioso recorda que o benemérito Conde Ferreira (1782-1866) legou parte da sua fortuna para a construção de Escolas de Instrução Primária.

“Convencido de que a instrução pública é um elemento essencial para o bem da sociedade, quero que os meus testamenteiros mandem construir e mobiliar cento e vinte casas de escolas primárias de ambos os sexos nas terras que forem cabeças de concelho, sendo todas por uma mesma planta e com acomodações para vivenda do professor, não excedendo a o custo da casa e mobília a quantia de 1.200$000 réis: e pronta que esteja a casa, será a mesma entregue à Junta da Paróquia em que for construída.” – Testamento de Joaquim Ferreira dos Santos, Conde de Ferreira, lavrado no dia 15 de março de 1866.

Na vila de Vimioso, a Escola Conde Ferreira foi edificada no local do antigo Castelo e ficou concluída no ano de 1869. Funcionou ao longo de 105 anos como escola de instrução primária, até ao ano de 1974.

Em 2013, após obras de requalificação a antiga escola abriu portas como Arquivo Municipal.

A exposição “(Trans)formar a escola em arquivo” pode ser visitada até 31 de agosto.

O Conde Ferreira

Joaquim Ferreira dos Santos nasceu a 4 de outubro de 1782, no lugar de Vila Meã, atual lugar de Azevedo, na freguesia de Campanhã. Foi o quinto filho de um casal de lavradores. 

Embarcou jovem para o Rio de Janeiro, onde se dedicou à atividade de comerciante. Casou com Severa Lastra, de nacionalidade argentina e de enorme fortuna. Estendeu a atividade comercial para a Argentina, América Central e, por último, África, mais propriamente para Angola.

Em 1832 regressou a Portugal, instalando-se, definitivamente, no Porto. Desde aqui, dinamiza operações comerciais com o Rio de Janeiro. 

Após a sua morte, a 24 de março de 1866, e sem descendência, torna-se benemérito nacional. No testamento destinou dinheiro para a criação de 120 escolas espalhadas pelo país, com uma particularidade, em termos arquitetónicos: o projeto tinha de incluir, para além da escola, a construção de uma casa anexa para o professor viver. 

HA

Vimioso: Exposição de arte sacra

Vimioso: Exposição de arte sacra

«Santa Maria – Devoção e Cultura» é o tema de uma exposição de arte sacra que está patente, nas galerias da Casa da Cultura de Vimioso, até 31 de agosto.

“São perto de 40 imagens, entre os séculos XVII e XX, provenientes de algumas famílias e do acervo sacro das comunidades de Algoso, Caçarelhos, Mora, Pinelo, São Joanico, Serapicos, São Pedro, Vale Pena, Vilar Seco e Vimioso (Diocese de Bragança-Miranda)”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

“Olhar para Santa Maria é referenciá-la a uma igreja, capela, oratório ou até a uma família. Um lugar de culto é, mesmo fora das celebrações, um lugar vivo onde se exprimem a oração do povo e a realidade invisível”, salienta o padre Rufino Xavier, promotor da iniciativa.

“A deslocação de uma obra (escultura ou pintura) para uma exposição como esta pode ser ocasião, para a comunidade que a circunda ou frequenta, de entrar na compreensão do lugar e do mistério que fez nascer a obra, reapropriando-se delas de uma nova maneira, para que possam permitir ao outro de aí entrar e perceber o sentido”, acrescenta.

«Santa Maria / Devoção e Cultura» tem o apoio do Município de Vimioso e de todas as Comissões Fabriqueiras da Unidade Pastoral Senhora da Visitação.

Fonte: Ecclesia

Meteorologia: Possibilidade de trovoadas secas e queda de granizo

Meteorologia: Possibilidade de trovoadas secas e queda de granizo

A Proteção Civil alertou para o agravamento das condições meteorológicas na sexta-feira e sábado, com possibilidade de queda de granizo, subida da temperatura até aos 36 graus e elevado perigo de incêndios rurais.

Num aviso à população, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) citou previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) que apontam para a possibilidade de aguaceiros, por vezes fortes, acompanhados de trovoadas nas regiões Norte e Centro, “não sendo de excluir a possibilidade de trovoadas secas”.

O vento, de quadrante sul, poderá soprar com rajadas fortes, estando também prevista uma subida da temperatura máxima, com valores entre os 33 graus e os 36 graus.

Poderão ocorrer inundações em zonas urbanas, cheias, deslizamentos de terras e derrocadas e o piso rodoviário poderá acumular lençóis de água. Queda de ramos de árvores e danos em infraestruturas de comunicação e energia são outros efeitos expectáveis.

De acordo com a ANEPC, o impacto destes efeitos pode ser minimizado, através da adoção de comportamentos adequados. Em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, recomenda-se a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e a retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas.

Garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas e ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, são outras recomendações.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Apresentação das “Constituições sinodais do Bispado de Miranda de 1565”

Miranda do Douro: Apresentação das “Constituições sinodais do Bispado de Miranda de 1565”

As “Constituições Synodaes do Bispado de Miranda”, um “livro raro” datado de 1565, foi reeditado e apresentado na concatedral, em Miranda do Douro, no dia 5 de junho, numa cerimónia que contou com a participação de várias personalidades, entre as quais os autores do estudo, a presidente do município, Helena Barril e o arcebispo primaz de Braga, Dom José Cordeiro.

O professor de História Medieval e de História da Igreja da Universidade do Porto (UO), Luis Amaral, fez uma apresentação da obra agora reeditada.

Na abertura da cerimónia, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, deu a conhecer uma das obras originais das “Constituições Synodaes do Bispado de Miranda”. O exemplar, com 469 anos, foi recentemente adquirido pela autarquia e depois de restaurado vai ser colocado numa vitrina, na concatedral de Miranda do Douro.

Por sua vez, a Frauga- Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, promotora da reedição desta obra, através do presidente, Jorge Lourenço, agradeceu a participação das várias personalidades e do público na cerimónia. O presidente da Frauga destacou, em particular, o trabalho desenvolvido pelos autores do estudo, que decorreu ao longo de quase quatro anos.

Na apresentação das “Constituições Synodaes do Bispado de Miranda”, o professor e historiador, Luís Amaral, explicou que o livro contém um conjunto de normas que naquela época tinham um impacto extenso na vida quotidiana, com implicações não só religiosas mas também políticas e civis.

“A reconstituição desta obra é um feito de salvaguarda do património nacional e não apenas local. No século XVI, as Constituições Sinodais do Bispado de Miranda foram uma resposta aos problemas decorrentes das profundas transformações sociais que se viviam na Europa”, justificou.

De regresso a Miranda do Douro, Dom José Cordeiro, agora como arcebispo primaz de Braga, para participar na apresentação desta obra, salientou a importância de dar atenção às “raízes”.

“Olhar para o passado ajuda-nos a ver o futuro com renovada esperança”, disse.

Um dos autores da reconstituição das “Constituições Synodaes do Bispado de Miranda”, o diretor do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto (UP), José Francisco Meirinhos, indicou que este livro foi publicado em 1565, sendo provavelmente o primeiro livro dedicado à cultura religiosa na Terra de Miranda.

Como se lê no prefácio, estas ‘constituições’ constituem não só “um documento de extraordinária importância para a história da Igreja em Portugal”, mas também “para se compreender a posição cultural e política de Miranda em meados do século XVI como centro administrativo e eclesiástico de um novo bispado, que ocupava uma importante posição militar sobre a linha defensiva e de fronteira com Espanha”.

Segundo o investigador, a obra reflete ainda “as posições da Igreja de Roma aprovadas no longo concílio de Trento”, que se estendera de 1545 a 1563, apenas dois anos antes da publicação original.

Das “Constituições Synodaes do Bispado de Miranda” existem apenas 14 exemplares e 13 estão em assinalável desgaste por causa do uso intensivo ao longo dos séculos.

No entendimento da professora de Literatura da FLUP, Maria de Lurdes Correia Fernandes, o uso intensivo, a falta de páginas e as muitas anotações escritas revelam que o interesse que esta obra despertou ao longo do tempo.

O livro estabelece a organização da antiga diocese de Miranda, como a hierarquia eclesiástica, as funções de cada membro da igreja e sobretudo, qual a atividade de culto legítimo, que era prescrita aos habitantes da cada localidade da Terra de Miranda.

No encerramento da apresentação das “Constituições Synodaes do Bispado de Miranda”, o atual bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, felicitou a iniciativa conjunta da Frauga, do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto (UP) e do Município de Miranda do Douro.

“Com a reedição desta obra é agora possível conhecer a história religiosa, cultural, social, política e militar do então bispado de Miranda, em meados do século XVI”, destacou.

As “Constituições Synodaes do Bispado de Miranda” foram estabelecidas por Julião de Alva, terceiro bispo da então diocese de Miranda, 20 anos após a sua criação, que recorde-se aconteceu em 1545.

HA e Lusa