Miranda do Douro: “Sonho de uma noite de verão” é a sugestão para este serão
No serão desta quinta-feira, dia 11 de agosto, o antigo paço episcopal de Miranda do Douro, vai ser o cenário da peça de teatro “Sonho de uma noite de verão”, uma comédia “leve e alegre” de Shakespeare, interpretada pela Filandorra – Teatro do Nordeste.
A peça “Sonho de uma noite de verão” conta a história de amor de Teseu, duque da cidade de Atenas, e Hipólita, que vão casar-se dentro de quatro dias, numa noite de lua nova.
Em Sonho de uma Noite de Verão (1594/96), Shakespeare, inspirando-se na mitologia clássica, cruza várias histórias, apresentando personagens em conflito e instala a confusão, num sucessivo jogo de encontros e desencontros amorosos.
Esta comédia vai oscilando entre realidade e fantasia; entre o poder político e social com a sua ordem e um mundo caótico representado pela floresta onde habitam fadas e elfos.
Antes do casamento de Teseu e Hipólita, um casal apaixonado para fugir às leis da cidade vai para a floresta, atrás deles vão outros dois; para lá já tinha ido uma trupe de atores amadores ensaiar uma peça para apresentar no dia da boda.
Aqui, Oberon e Titânia estão mal de amores. É então que surge Puck e é o caos do amor… e tudo se torna num grande sonho.
A peça “Sonho de uma noite de verão” está agendada para as 22h00, no antigo paço episcopal de Miranda do Douro e vai ser encenada por Davida Carvalho e interpretada por 17 atrizes e atores.
No dia 10 de agosto, o município de Miranda do Douro promoveu, em São Pedro da Silva, uma lanhe-convívio acompanhado de uma sessão de informação e esclarecimento aos emigrantes, com o objetivo de homenagear os portugueses que vivem a trabalham no estrangeiro.
O encontro realizou-se no recinto das festas de São Pedro da Silva e iniciou-se com a intervenção do presidente da União de Freguesias de Silva e Águas Vivas, Silvino Silva, que referiu que a população da aldeia é constituída por muitos emigrantes, que mesmo longe, continuam a ter a localidade no “coração”.
De seguida, foi a vez de Luísa Dias, funcionária do Gabinete de Apoio ao Emigrante (GAE), informar sobre os serviços prestados, em Miranda do Douro, aos portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro.
“A maioria das solicitações que chegam ao GAE de Miranda do Douro relacionam-se com os processos de reforma”, indicou.
Para além do tema da reforma, o GAE também presta informações e acompanhamento noutros assuntos, como as informações para quem pretenda emigrar ou investir em Portugal.
“O GAE também presta informações sobre o programa ‘Regressar’, que visa incentivar o regresso e a fixação dos emigrantes em Portugal”, informou.
Luísa Dias referiu-se ainda ao programa “Ua puorta pa l mundo”, desenvolvido pelo CLDS de Miranda do Douro, cujo objetivo é promover a comunicação, através das novas tecnologias, dos emigrantes com os seus familiares.
Em representação do Observatório dos Luso-Descendentes, Emmanuelle Afonso, disse que cada emigrante português pode ser um embaixador de Portugal no estrangeiro.
No entanto, a presidente do Observatório dos Luso-Descendentes, uma portuguesa que nasceu em França, apelou para que as autoridades portuguesas valorizem mais a história dos portugueses que vivem e trabalham noutros países.
No mesmo sentido, a deputada eleita pelo círculo eleitoral da Europa, Natalie Oliveira, através de uma vídeo-mensagem, sublinhou o dever de Portugal de valorizar os seus emigrantes.
A sessão de informação esteve aberta à participação dos emigrantes presentes no recinto de festas de São Pedro da Silva, onde foram colocadas várias questões.
Maria Rosa Teixeira Afonso, esteve 50 anos emigrada em França e regressou recentemente a Portugal. Questionada sobre o significado deste encontro, a ex-emigrante portuguesa expressou assim a sua satisfação.
“Estou feliz pelo acolhimento e pelo reconhecimento aos emigrantes. Esta iniciativa já deveria ter sido feita há muitos anos”, disse.
Sobre os assuntos em que os emigrantes mais precisam de ajuda e esclarecimento, Maria Rosa Teixeira Afonso, indicou os assuntos das finanças e todos os relacionados com a legislação portuguesa, que difere dos outros países.
A intervenção final do encontro de “Receção aos Emigrantes”, em São Pedro da Silva, coube à presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril. A autarca enalteceu o importante contributo dos emigrantes no desenvolvimento do país, através do envio das remessas e dos investimentos em Portugal.
O encontro de “Receção ao Emigrante” foi uma iniciativa promovida pelo município de Miranda do Douro, a União de Freguesias de Silva e Águas Vivas, o Observatório dos Luso-Descendentes e do Intermarché de Miranda do Douro.
O encontro de “Recepção ao Emigrante” realizou-se no recinto de festas de São Pedro da Silva.
Ensino: Elevada rotatividade de docentes afeta mais as escolas carenciadas – estudo
A rotatividade de professores “é elevada” e “preocupante” em Portugal, segundo um estudo nacional que revela que é nas escolas socioeconómicas mais desfavorecidas que os docentes menos querem estar.
“A média da rotatividade é elevada”, disse Pedro Freitas, um dos investigadores da equipa do Centro de Economia da Educação da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), que analisou a situação dos educadores de infância e professores desde o 1.º ao 12.º ano ao longo de uma década.
Entre 2008/09 e 2017/18, a média da rotatividade de todos os agrupamentos variou entre os 17% e 36%, segundo o estudo “Rotatividade dos Docentes nas Escolas Públicas Portuguesas”.
Nestas médias encontram-se casos como o registado em 2009/2010: Em setembro de 2009, um em cada 10 agrupamentos começou o ano letivo com mais de metade dos professores a entrarem na escola pela primeira vez.
No ano letivo de 2017/2018, “mais de 90% das escolas teve uma rotatividade superior a 20%, ou seja, mais de um em cada cinco professores mudou de um ano para o outro”, acrescentou Pedro Freitas.
A grande maioria destes novos docentes é contratada, mas também há muitos professores dos quadros que aproveitam os concursos internos de contratação, que se realizam de quatro em quatro anos, para mudar de escola.
Nos estabelecimentos de ensino de meios socioeconómicos mais desfavorecidos há mais professores a quererem mudar de escola, segundo o estudo.
Os investigadores perceberam que a rotatividade é mais elevada nas escolas onde há mais beneficiários de Apoio Social Escolar (ASE), onde os alunos têm notas mais baixas e os pais têm menos escolaridade. Nestas escolas, é mais difícil atrair e manter os docentes.
Nas escolas com mais alunos carenciados e com direito ASE a rotatividade de professores é de 35%. Já nas escolas com alunos menos carenciados a percentagem desce para 27%.
Esta diferença também se nota quando se compara a escolaridade dos pais dos alunos: Nas escolas onde as mães têm pelo menos o ensino obrigatório a rotatividade é de 27%, enquanto nos agrupamentos com pais com menos escolaridade a percentagem sobe para 37%.
Também há mais professores a tentar sair das escolas onde os alunos têm piores notas, segundo uma outra comparação entre os agrupamentos com os melhores e piores resultados médios nos exames nacionais do 4.º ao 12.º ano.
Nos agrupamentos com melhores notas, a média da rotatividade é cerca de três pontos percentuais abaixo da rotatividade dos agrupamentos com piores resultados: Entre os estudantes do 4.º ano, por exemplo, a rotatividade foi de 23% nas escolas com melhores notas e 27% nas escolas com piores médias.
No estudo, os investigadores alertam para os “preocupantes” níveis de rotatividade, uma vez que “têm impacto negativo junto de alunos que já estão em contextos mais difíceis”.
Esta relação entre a rotatividade e o sucesso académico baseia-se em estudos internacionais que analisaram outros sistemas de ensino, como o norte-americano ou o do Reino Unido, explicou Pedro Freitas.
A permanência de um professor numa escola significa que conhece aquela realidade e está habituado ao contexto, ao contrário de chegada de um novo docente que “tem de se habituar e adaptar porque é tudo novo”, disse.
Por isso, sublinhou Pedro Freitas, era importante implementar medidas que atraíssem os professores, assim como deveriam ser alteradas as atuais políticas de recrutamento por forma a aumentar a estabilidade do corpo docente nas escolas públicas portuguesas.
O especialista lembrou que, atualmente, não existem quaisquer incentivos ou diferenças entre professores que estão numa escola mais ou menos favorecida: “Estar numa escola mais ou menos desfavorecida, do ponto de vista da carreira e contratual é exatamente a mesma coisa”.
Pedro Freitas lembrou o caso do Reino Unido, onde foram implementadas politicas para atrair professores para as escolas de contextos mais desfavorecidos, sendo que as mais eficazes foram as pecuniárias.
Aumentos salariais, alteração dos horários de trabalho e estabilidade contratual foram alguns dos incentivos que, em alguns contextos, “conseguiram atrair maior número de professores”, disse, recordando um outro estudo feito também este ano pela equipa da NovaSBE.
A equipa de investigadores vai agora avançar para um novo estudo para tentar perceber de que forma a rotatividade dos professores afeta o sucesso académico dos alunos, revelou Paulo Freitas.
A vila de Vimioso celebrou a 10 de agosto, o feriado municipal, com a realização da célebre feira de São Lourenço, a que se juntou o concurso concelhio de bovinos da raça mirandesa e a luta de touros.
A madrugada do dia 10 de agosto começou com a chegada da tão desejada chuva e nem a manhã molhada desanimou os feirantes e o muito público, de se deslocaram a Vimioso, para participar na conhecida feira de São Lourenço.
Para o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, neste dia de feriado municipal, o propósito da autarquia é proporcionar um dia de festa para toda a população do concelho e também para os muitos emigrantes que estão de visita às suas terras de origem.
“O Dia do Município começa com a feira de São Lourenço que habitualmente atrai muitos vendedores e também muito público. Despois há o concurso de bovinos de raça mirandesa, que felizmente tem sido um sucesso ao longo dos anos. E o dia culmina com os espetáculo musicais. Com esse programa variado queremos que o feriado municipal seja um dia de festa para o povo” – Jorge Fidalgo.
E se o povo compareceu em peso na feira de São Lourenço, este ano os feirantes acabaram por ser menos do que o habitual. Segundo José André, funcionário da município de Vimioso, a trovoada e a chuva da madrugada e o atual preço dos combustíveis poderão ter desanimado alguns vendedores.
“Este ano, a maioria dos feirantes são do distrito de Bragança. Penso que a chuva e o preço dos combustíveis impediu a vinda dos feirantes de outras zonas do país. Mesmo assim, há muito público, em particular, muitos emigrantes” – José André.
O feirante, Paulo José, veio de Bragança e disse que a feira de São Lourenço estava a correr bem. Questionado sobre os produtos mais procurados na sua tenda, indicou que o público procurava sobretudo sapatilhas e sandálias para o verão.
Por seu lado, Inês Santos mostrou-se preocupada que a chuva inicial da manhã afastasse as pessoas da feira. Como isso não aconteceu, as vendas de carne e de presunto correram significativamente bem.
Por sua vez, Alice Marvila, feirante de atoalhados disse que as vendas correram bem e as pessoas compraram jogos de cama, cobertores, colchas e jogos de banho.
Do lado do público, José António Jerónimo Gago, emigrante português a viver em Vitória (Espanha), mostrou-se muito agradado com a feira de São Lourenço, mas queixou-se do preço elevado dos produtos.
Paralelamente, à feira de São Lourenço estava a decorrer o concurso concelhio de bovinos de raça mirandesa, que este ano reuniu 80 animais desta raça autóctone.
De acordo com o programa, às 17h00 realizou-se as tradicionais lutas de touros.
Para o final do dia estava agendadas as atuações do fadista Camané, às 23h00, seguida do DJ Overrule, mas por causa da trovoada e da chuva os espetáculos musicais foram cancelados.
Feira de São Lourenço e Concurso de Bovinos de Raça Mirandesa
Mogadouro: Balbina Mendes dá a conhecer “A segunda pele”
Na sexta-feira, dia 11 de agosto, foi inaugurada na galeria do posto de turismo de Mogadouro, a exposição de pinturas “A segunda pele”, da pintora mirandesa, Balbina Mendes.
A nova exposição da artista, natural de Malhadas, tem a novidade de decorrer, simultaneamente, em duas localidades e com diferentes obras.
Em Mogadouro, a exposição foi inaugurada a 11 de agosto, às 18h30, na galeria do posto de turismo.
Depois, no dia 19 de agosto, às 18h00, é a vez do antigo paço episcopal, de Miranda do Douro, receber a outra parte da exposição “A segunda pele”.
De acordo com a autora, a série de pinturas “A Segunda Pele” resulta do fascínio pela máscara.
“As telas da coleção ‘A Segunda Pele’ são as múltiplas máscaras que ocultam e denunciam, obliteram e revelam…”, pode ler-se no comunicado.
Fazendo uso do plexiglass – matéria acrílica dura e transparente, usada em vez do vidro – Balbina Mendes, fez deste material uma camada exterior, que só por si funciona como dupla máscara.
“É como um filtro que, por um lado, distancia o espectador da superfície da tela; e por outro, adiciona uma nova imagem e grafismo à pintura”, explica.
Simultaneamente, o reflexo do plexiglass convoca o observador a interagir com a obra, ao ver a sua imagem projetada para além do rosto que observa, adicionando-lhe uma nova máscara, “uma outra pele”.
Segundo o comunicado, aquando da inauguração da exposição em Mogadouro e Miranda do Douro, haverá tempo de conversa sobre o tema da exposição, assim como para outros momentos culturais.
Aquando da inauguração, no dia 11 de agosto, em Mogadouro, o evento vai contar com a participação de Alfredo Cameirão e Teresa Subtil e uma atuação da Escola de Ballet de Mogadouro.
Posteriormente, a 19 de agosto, em Miranda do Douro, a inauguração da exposição “A Segunda Pele” terá o contributo de José Francisco Meirinhos, do grupo musical Hardança e José Maria Pires vai falar sobre o Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM).
A exposição “A Segunda Pele” vai estar patente em ambas as localidades até ao dia 23 de outubro.
Perfil
Balbina Mendes nasceu em1955, em Malhadas, Miranda do Douro.
Atualmente reside e tem atelier em Vila Nova de Gaia.
Mestrado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
Realizou diversas exposições individuais em Portugal, Espanha, E.U.A, Bélgica, Áustria, Austrália e Índia.
Participou em dezenas de exposições coletivas.
É membro da Sociedade Nacional de Belas Artes, da Cooperativa dos Artistas de Gaia e da Cooperativa Árvore.
As suas obras estão representadas em várias coleções públicas e privadas em Portugal e no estrangeiro.
Miranda do Douro: XXIV Famidouro põe em destaque o artesanato e a gastronomia
De 12 a 21 de agosto,vai decorrer a XXIV edição da Famidouro – Feira de Artesanato de Miranda do Douro, um certame que este ano tem como novidades as melhores condições dadas aos artesãos/ expositores, um concerto de piano na abertura, a animação dos grupos de pauliteiros ao longo do certame e mostras de culinária com os produtos locais.
De acordo com o presidente da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD), Bruno Gomes, a Famidouro – Feira de Artesanato e Multiatividades é um evento que já tem bastante tradição na cidade.
“A Famidouro já se realiza há 24 anos e na edição deste ano procuramos inovar e dar melhores condições aos artesãos/expositores. Outra novidade foi a realização, no fim-de-semana anterior, do I Encontro de Carros Antigos e Clássicos de Miranda do Douro, uma iniciativa que teve por objetivo dar a conhecer a Famidouro e atrair a vinda de mais visitantes a Miranda do Douro”, disse.
De acordo com a organização, a XXIV Famidouro vai contar com cerca de 60 artesãos/expositores, que vão mostrar ao público os seus trabalhos em madeira, pele, burel, ourivesaria, cutelaria, tanoaria, compotas, mel, entre outros produtos.
Sobre o público esperado na feira, Bruno Gomes, disse que prevê a visita das pessoas locais, dos turistas e também dos emigrantes.
“A visita dos emigrantes é uma mais valia porque têm uma forte ligação à região. Ao verem um produto da sua terra facilmente se decidem a comprar”, disse.
Outro destaque na XXIV Famidouro é a realização, no dia 20 de agosto, das mostras de culinária, que vão contar com a participação da chef Lídia Brás e do chef Marcelo Dias. Nestes workshops, que se vão realizar na praça D. João III, os mestres de cozinha vão confecionar produtos locais, como são a carne mirandesa e o cordeiro da raça churra galega mirandesa.
“Com a participação dos chefs Lídia Brás e Marcelo Dias pretendemos dar um toque de inovação aos pratos tradicionais, como são a posta mirandesa e o cordeiro mirandês”, explicou.
Ao longo da feira, de 12 a 21 de agosto, a Famidouro vai ser animada musicalmente pelos grupos de pauliteiros do concelho de Miranda do Douro e pelo grupo de Danças Mistas, da associação Mirandanças.
“Na abertura da feira, no dia 12 de agosto, vai realizar-se um concerto do pianista, Daniel João, em conjunto com a Banda Filarmónica Mirandesa”, informou.
Segundo o presidente da ACIMD, a feira deste ano vai oferecer aos visitantes provas de degustação de vinhos, animação de rua, música, concertos e atividades para crianças de modo que os visitantes se sintam “mirandeses”.
De 17 a 21 de agosto, Miranda do Douro celebra também as Festas da Cidade, que este ano tem como grande destaque o concerto de António Zambujo.
A Famidouro – Feira de Artesanato e Multiatividades vai decorrer de 12 a 21 de agosto, em Miranda do Douro.
Vimioso: Autarca indignado com a E-REDES devido a cortes “constantes” de energia
O presidente da câmara de Vimioso, Jorge Fidalgo, mostrou-se indignado com o serviço que a E-REDES está a prestar ao concelho, afirmando que há constantes cortes de energia que estão a afetar vários serviços particulares e públicos.
“A E-REDES -Distribuição de Energia, S.A. está a prestar um mau serviço ao concelho de Vimioso, o que está a afetar vários setores de atividade nomeadamente a restauração e indústria e instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e no abastecimento de água à rede pública já há interrupção na bombagem”, explicou Jorge Fidalgo.
O autarca vimiosense referiu que mantém “há duas ou três semanas” contacto “permanente” com os responsáveis pela E-REDES, que deixaram a garantia de que “estão a tentar resolver o problema”.
“A verdade é que o tempo vai passando e os problemas até se agudizam com vários constrangimentos para o concelho”, vincou.
Jorge Fidalgo exemplifica que “os constantes cortes de energia estão a afetar a própria autarquia ao nível do abastecimento de água ao concelho, numa altura em que a população aumenta com a chegada dos emigrantes”.
“Nós precisamos de colocar água nos depósitos e porque os serviços de bombagem são alimentados a energia elétrica temos de ter pessoas 24 por dia a vigiar os sistemas de abastecimento para saber se os mesmos estão a funcionar ou não. Ou seja, este péssimo serviço da E-REDES- Distribuição de Energia, S.A., está a condicionar a vida do concelho de Vimioso em geral”, alertou Jorge Fidalgo.
Jorge Fidalgo disse ainda que a população está “revoltada”, acrescendo, que não tem “memória de um serviço de tão péssima qualidade prestado pela E-REDES, ao concelho de Vimioso”.
Autarca garante que já fez chegar, por mais do que uma vez, a sua insatisfação à empresa de distribuição elétrica.
“Vamos esperando e querendo acreditar que as coisas vão resolver-se, mas a verdade é que pioram de dia para dia”, enfatizou.
Estes cortes na energia elétrica no concelho de Vimioso, garante o autarca, tanto acontecem de dia como de noite.
“Tanto estamos duas horas com eletricidade, como dali a pouco estamos outro tanto sem luz. O que nos dizem é que há avarias na rede elétrica. Quando resolvem uma varia, aparecem duas ou três”, denunciou.
Contactada pela Lusa, a E-REDES, garantiu que tem empenhado todos os seus recursos operacionais na deteção e resolução das avarias verificadas na rede de média tensão no concelho de Vimioso, um dia depois da denúncia do presidente da câmara.
“A E-REDES lamenta os incómodos causados, mas assegura que está fortemente empenhada na resolução definitiva de todos os incidentes que têm afetado o normal fornecimento de energia elétrica na zona”, indicou.
Entrevista: «Trabalhar no planalto mirandês tem várias vantagens» – José Abílio Gonçalves
A J.M.Gonçalves -Tanoaria, Lda., localizada em Palaçoulo, foi nomeada empresa inovadora COTEC, uma distinção que visa reconhecer os elevados padrões de estabilidade financeira, eficiência operacional e inovação tecnológica, que fazem desta empresa um exemplo para todo o país. José Abílio Gonçalves, sócio-gerente da tanoaria, explicou ao jornal Terra de Miranda – Notícias, o significado deste prémio.
José Abílio Gonçalves é sócio-gerente e responsável pelo departamento comercial e produção de vinhos da J.M.Gonçalves – Tanoaria, Lda.
T.M.N: Que significado tem para a Tanoaria J.M.Gonçalves a nomeação empresa Inovadora COTEC 2022?
José Abílio Gonçalves: A nomeação da COTEC é um reconhecimento do nosso trabalho. E para atingir este patamar, a empresa tem que ter um bom desempenho financeiro. Por outro lado, há que implementar projetos inovadores e por isso, todos os anos, a filosofia da nossa empresa é apresentar produtos novos e diferenciadores para o setor vitivinícola. Estas foram as principais razões, pelas quais a J.M.Gonçalves, foi considerada uma empresa inovadora no nosso setor.
T.M.N: Como é que se alcança um desempenho empresarial de sucesso?
J.A.G.: É um trabalho de equipa, que vai da seleção das madeiras, a qualidade da produção, a tecnologia que usamos e permite o desenvolvimento de novos produtos, o trabalho comercial de promoção e venda, até ao feedback dos nossos clientes. E este feedback é muito importante pois permite-nos avaliar a confiança dos clientes nos nossos produtos.
“O feedback dos nossos cliente é muito importante pois permite-nos avaliar a confiança nos nossos produtos.”
T.M.N: Quantas pessoas trabalham na Tanoaria J.M.Gonçalves?
J.A.G.: Atualmente, a empresa emprega 52 pessoas. E depois temos parcerias indiretas com outras pessoas, nomeadamente no estrangeiro, para promover os nossos produtos. Recordo que cerca de 90% da nossa produção é para exportação e por essa razão precisamos da presença de colaboradores, em mercados mais longínquos.
T.M.N: Como é que a empresa J.M.Gonçalves – Tanoaria, Lda.alcançou esta notoriedade no interior do país?
J.A.G.: Em primeiro lugar é importante dizer que temos que enfrentar alguns inconvenientes, como é a questão da logística e a distância aos portos. Recordo que a madeira que utilizamos no fabrico das barricas é importada e 90% dos nossos produtos são exportados, daí que o transporte seja crucial. Contudo, trabalhar no planalto mirandês tem várias vantagens, a começar desde logo pela qualidade ambiental desta região, o que propicia e favorece a a secagem das madeiras.
“A logística, a distância aos portos e o transporte são os principais inconvenientes de trabalhar no planalto mirandês.”
T.M.N.: Em que consiste essa secagem?
J.A.G.: A madeira só está pronta para ser utilizada no fabrico das barricas e outros produtos, após dois anos de secagem. E há produtos que exigem 36 e 48 meses. Ao longo deste tempo, a madeira está exposta, ao ar livre, e sujeita às várias intempéries: ao sol, à chuva, ao frio e à geada. Este período é como um processo de cura da madeira, o que faz com que atinja um elevado grau de qualidade.
T.M.N.: A secagem no planalto mirandês é melhor do que noutras regiões?
J.A.G.: Como indiquei, a grande vantagem do planalto mirandês é a pureza ecológica desta região, o que torna a madeira de elevada qualidade. Não tenho dúvidas que se a tanoaria estivesse localizada num centro de grande poluição, a madeira não atingiria a mesma qualidade. E depois se a madeira tem qualidade isso vai repercutir-se na qualidade dos produtos vitivinícolas.
“O planalto mirandês oferece uma pureza ecológica e ambiental que torna a madeira de elevada qualidade.”
T.M.N.: Outra vantagem da tanoaria estar localizada em Palaçoulo é a proximidade a Espanha?
J.A.G.: Sim, claro. Se olharmos bem, nós não somos periféricos. Estamos mais próximos do mercado espanhol – é o nosso segundo mercado – e também de França e da Europa.
T.M.N.: Para além da secagem e da proximidade à Europa, ainda há mais vantagens de a empresa laborar no planalto mirandês?
J.A.G.: Sim, outra grande vantagem de trabalhar nesta região é a possibilidade de adquirir uma grande área de terreno para desenvolver a nossa atividade. Atualmente, a tanoaria J.M.Gonçalves tem cerca de seis hetares. E não seria fácil ter as mesmas condições de trabalho numa região mais populosa e onde os terrenos fossem mais caros.
T.M.N.: Que conselho ou recomendação daria às empresas desta região para atingirem um elevado desempenho?
J.A.G.: Em primeiro lugar, diria para arriscarem na internacionalização e desde logo, no vizinho mercado espanhol. Ao fazê-lo, adquirimos um visão ibérica e não periférica. Outro conselho que daria é o investimento na tecnologia e no conhecimento, pois são ferramentas que nos permitem comunicar com qualquer parte do mundo e inovar na criação de novos produtos.
“Arrisquem na internacionalização e desde logo no vizinho mercado espanhol. Ao fazê-lo, adquirimos um visão ibérica e não periférica.”
Perfil
A arte de tanoeiro começou na família Gonçalves há cerca de100 anos atrás, com Abílio Gonçalves que se iniciou no fabrico de barricas para os produtores de vinho da região de Trás-os-Montes em Portugal.
Esta arte foi seguida pelo seu filho e fundador José Maria Gonçalves, que fez barris artesanais durante quase 20 anos, desde os finais da década de 1940.
Em meados dos anos 60, emigrou para trabalhar em França, nas mais afamadas tanoarias da época.
Mas em França não vivia satisfeito. Tinha o sonho de regressar com a sua família a Portugal e começar o seu próprio negócio, com o saber adquirido.
De regresso a Portugal, começou a trabalhar numa pequena oficina instalada na sua garagem, com a ajuda dos seus filhos mais velhos.
Em 2001, o pequeno negócio da família evoluiu dando lugar a uma empresa nova e moderna, preservando as tradições familiares e o conhecimento adquirido ao longo de muitos anos de experiência.
Os filhos honraram o legado do pai dando o seu nome à empresa:J.M. Gonçalves- Tanoaria, Lda.
Um dos filhos, José Abílio Gonçalves é sócio-gerente da J.M.Gonçalves – Tanoaria, Lda.
É também responsável pelo departamento comercial e a produção de vinhos da empresa.
Estudou Enologia, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Miranda do Douro: Semana da Juventude promove o desporto
De 8 a 12 de agosto, decorre em Miranda do Douro, a Semana da Juventude 2022, com a realização de várias atividades destinadas aos jovens, como são o torneio de futebol rural, um torneio de voleibol, insufláveis aquáticos e um torneio de ténis.
De acordo com Henrique Granjo, presidente da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM), a Semana da Juventude é uma iniciativa promovida pelo concelho municipal de Juventude, que reúne várias associações juvenis do concelho de Miranda do Douro.
“O concelho municipal de juventude é constituído por representantes de várias associações juvenis, tais com a ARJM, a associação de estudantes, as associações das juventudes partidárias, os escuteiros, entre outras associações”, explicou.
O presidente da ARJM informou que o concelho municipal de juventude desafiou as várias associações a lançarem ideias para dinamizar a Semana da Juventude 2022.
“Na edição deste ano, nos dias 8 e 9 de agosto vai realizar-se um torneio de futebol 3×3, a que chamamos Rural Futebol. No dia 10, as atividades vão decorrer na piscina, com um torneio de voleibol e os insufláveis aquáticos. E de 10 a 12 de agosto vai realizar-se a primeira edição do torneio de ténis, no renovado campo de jogos da Terronha”, informou.
A Semana da Juventude visa assinalar o Dia Internacional da Juventude, que se celebra a 12 de agosto.
No dia anterior, a 11 de agosto, vai realizar-se no miniauditório de Miranda do Douro, às 17h30, uma Assembleia Geral de Jovens, para apresentar e votar as três propostas concorrentes ao Orçamento Participativo Jovem (OPJ) 2022.
As três propostas a votação são as seguintes: as bicicletas de água, no espelho de água do rio Fresno, em Miranda do Douro; o parque aventura, em Palaçoulo; e o manual escolar de Mirandês, para cada ciclo escolar.
Foi apresentado no dia 6 de agosto, na Casa do Povo de Picote, o livro ”Freguesia de Picote: estudo demográfico (1796-1900)”, trata-se de uma obra científica onde a autora, Alda Maria Preto Miguel, dá informações sobre o número de habitantes, casas, nascimentos, casamentos, óbitos e outros dados demográficos sobre a população picotesa, no final do século XVIII e ao longo do século XIX.
A apresentação da obra inseriu-se nas festas da freguesia e do Divino Santo Cristo, que se celebrou nos dias 6 e 7 de agosto e contou com a participação da presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril e do administrador da diocese de Bragança-Miranda, monsenhor Adelino Paes.
Na sua intervenção, a autarca de Miranda do Douro, felicitou a autora do livro pelo estudo científico sobre a demografia de Picote.
“Atualmente, a demografia é um sério problema para todo o interior do país, daí a pertinência desta obra” – Helena Barril.
Por sua vez, o administrador diocesano, monsenhor Adelino Paes, também ele natural de Picote, elogiou o trabalho de investigação sobre assuntos como a natalidade, os casamentos, os óbitos e as migrações em Picote, entre os anos de 1796 e 1900.
“Nesse tempo, nascia-se, casava-se, vivia-se e morria-se na própria terra, dado que quase não havia migrações” – Monsenhor Adelino Paes.
O administrador diocesano, felicitou Alda Maria Preto Miguel pela obra que veio enriquecer culturalmente a comunidade de Picote e desafiou a investigadora a continuar o estudo da história da aldeia, no século XX até aos dias de hoje.
A obra agora publicada contou com o apoio da associação Família Kolping de Picote, da FRAUGA – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote e da Junta de Freguesia.
O presidente da Junta de Freguesia de Picote, Jorge Lourenço, agradeceu o trabalho sobre a demografia e sublinhou a importância de trabalhar em conjunto para que as localidades, como é o caso da aldeia de Picote, consigam agir contra o despovoamento e manter a população.
“Para que haja população nas localidades é imprescindível manter abertos os serviços como são as escolas, os bancos, o correios, os supermercados, etc.”, indicou.
A apresentação da obra “Freguesia de Picote: estudo demográfico (1796-1900)” realizou-se na Casa do Povo de Picote.