Política: Governo transferiu para os municípios 104 ME em atraso do Fundo Social Municipal

No dia 7 de dezembro, o Governo transferiu para os municípios 104 milhões de euros no âmbito do Fundo Social Municipal (FSM), verbas relativas a 2019, 2020 e 2021, reconhecendo o “incumprimento” da Leis das Finanças Locais, anunciou o Ministério da Coesão Territorial.

Em comunicado, o gabinete da ministra Ana Abrunhosa, que tutela as autarquias, indica que os municípios deverão receber as verbas nos “próximos dias”, depois de a Direção-Geral das Autarquias Locais ter efetuado as transferências a 7 de dezembro.

“O valor respeita ao Fundo Social Municipal (FSM), que constitui uma transferência financeira do Orçamento do Estado para a Administração Local, e reporta ao valor global apurado para os anos de 2019, 2020 e 2021, que ficou por transferir para os municípios, em incumprimento da Lei das Finanças Locais”, lê-se na mesma nota.

A Assembleia da República aprovou em 21 de outubro, por unanimidade, uma proposta de lei do Governo para a transferência de uma subvenção adicional de 104 milhões de euros, referentes ao pagamento de acertos do FSM.

Os municípios tinham reclamado o pagamento deste montante ainda antes da aprovação do Orçamento do Estado para 2022, relativo à dívida do Estado central aos municípios no âmbito do FSM de 2019 (18 milhões de euros), 2020 (35 milhões de euros) e 2021 (51 milhões de euros), tendo como base o cumprimento da Lei das Finanças Locais.

A presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Luísa Salgueiro (PS), tinha salientado, na altura, que este montante em dívida era ainda mais importante na atual conjuntura económico-financeira “para garantir que as contas municipais se mantêm equilibradas”, num “contexto de aumento generalizado de preços, seja das matérias-primas, da energia, dos combustíveis, seja dos próprios recursos humanos”.

Segundo o Ministério da Coesão Territorial, a utilização, por parte dos municípios, destes 104 milhões de euros “não vai estar sujeita a restrições”, apesar de estar habitualmente consignada ao financiamento de despesas associadas a funções sociais, nomeadamente nos setores da educação, da saúde e da ação social.

“Isto permite aos municípios usarem as respetivas verbas nas áreas que entendam, sendo que o valor poderá ainda transitar para o próximo ano em saldo de gestão positivo”, acrescenta o Governo.

Fonte: Lusa

Ensino: Greve de professores com adesão elevada – Sindicato

A greve de professores que teve inicio esta sexta-feira, dia 9 de dezembro, por melhores condições de trabalho está a ter uma adesão elevada, disse fonte do Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P), que decretou esta paralisação e que durará por tempo indeterminado.

“Algumas escolas poderão não ter aulas hoje devido à greve que é uma greve de e para professores independentemente dos sindicatos ou de serem sindicalizados ou não. A esta hora ainda não conseguimos contabilizar, mas posso adiantar que a adesão é grande e mostra o descontentamento da classe”, disse o presidente do S.TO.P, André Pestana.

De acordo com o presidente do S.TO.P, esta greve é “um sinal contra as políticas de quem tem destruído a escola pública e as condições de quem trabalha”.

André Pestana adiantou que os professores defendem uma gestão e recrutamento de professores pela graduação do profissional e sem perfil ou mapas, sem conselhos de diretores a selecionarem o recrutamento.

“Reivindicamos igualmente um aumento do salário que compense a inflação. Os professores desde 2009 perderam mais de 20% do seu poder de compra. Queremos também a contagem de todo o tempo de serviço docente e o acesso ao 5.º e 7.º escalões sem quotas. Há mais reivindicações, mas estas conseguem compilar um sentir de toda a classe”, referiu.

André Pestana sublinhou que a greve é por tempo indeterminado e são os professores que vão determinar o seu fim.

“A luta vai continuar e temos já marcada uma grande manifestação para dia 17 de dezembro em Lisboa, com ponto de encontro marcado para as 15:00 no Marquês de Pombal”, indicou.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: “Clássica Douro Internacional 2023” quer chegar aos 800 ciclistas

Após o sucesso da primeira edição, estão abertas as inscrições para a “Clássica Douro Internacional”, uma prova de cicloturismo agendada para o dia 10 de setembro de 2023, que tem como novidades a oferta de um jersey a todos os participantes, um novo percurso e a meta de chegar aos 800 ciclistas inscritos.

Recorde-se que a prova de cicloturismo “Clássica Douro Internacional” surgiu em 2022, com o propósito de fomentar a prática do ciclismo nas belas paisagens do parque Natural do Douro Internacional e no planalto mirandês.

João Cabreira, organizador da prova, disse que um dos objetivos da próxima edição da “Clássica Douro Internacional” é aumentar o número de inscrições e definiu com meta alcançar entre 800 a 900 participantes, com uma forte aposta na divulgação da prova em Espanha.

“Dado que vamos para a 2ª edição da prova e muitos dos ciclistas já vieram conhecer a região da Terra de Miranda, estamos otimistas de que na próxima edição virão mais participantes. Para isso, também contribui o nosso trabalho de comunicação e divulgação da prova através de conteúdos, de imagens e vídeos, sobretudo na vizinha Espanha”, disse.

Uma novidade para os cliclistas inscritos na prova do próximo ano é a oferta de um jersey, uma camisola técnica de ciclismo, que tem um custo de venda ao público de 45 euros e que será oferecida no kit dos participantes.

Outra novidade na edição da “Clássica Douro Internacional 2023” é a direção dos três percursos, que partem de Miranda do Douro em direção a Palaçoulo.

“A ‘Clássica curta’ vai ter apenas uma distância de 50 quilómetros, para os participantes que não está tão preparados. A prova parte de Miranda do Douro em direção a Palaçoulo, Sendim, Duas Igrejas e Miranda do Douro”, indicou.

Na ‘Clássica média”, de 104 quilómetros, os ciclistas vão percorrer Miranda do Douro, Palaçoulo, Sendim, Bemposta, Fermoselle e Miranda do Douro.

E na ‘Clássica Longa’, o percurso de 144 quilómetros, parte de Miranda do Douro, Palaçoulo, Algoso, Mogadouro, Bemposta, Fermoselle e Miranda do Douro.

Na primeira edição prova, realizada no passado dia 25 de setembro, participaram 535 ciclistas, que ficaram vivamente impressionados com as paisagens do Douro Internacional e do planalto mirandês.

Para além da competição, a vinda de ciclistas de todo o país, da vizinha Espanha e de vários países europeus é segundo a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, uma oportunidade para dar a conhecer aos visitantes, as atrações turísticas de Miranda do Douro, como é a beleza natural da região, a história, as tradições e o artesanato, a hospitalidade, a cultura e a língua mirandesa e a gastronomia da Terra de Miranda.

“Após o sucesso da primeira edição da ‘Clássica Douro Internacional’, o município de Miranda do Douro vai continuar a apoiar a realização desta prova de cicloturismo, pois é um evento que traz muita gente a Miranda do Douro e dá uma grande visibilidade à nossa região. Em 2023, a prova vai realizar-se a 10 de setembro, logo após a Festa de Nossa Senhora do Naso, o que poderá contribuir para uma maior interesse e participação da população local no evento desportivo”, justificou.

Na avaliação da primeira edição, a organização da prova sublinhou que o evento precisa do envolviemnto e a participação de todos os intervenientes, como são os patrocinadores, o município de Miranda do Douro e também as empresas locais.

Segundo João Cabreira, na organização da 2ª edição da ‘Clássica Douro Internacional’ vão sensibilizar as empresas da região para que apoiem esta prova de cicloturismo.

“Um evento destes traz um grande número de pessoas à região e é um fator de desenvolvimento social, económico e turístico”, disse.

As inscrições para a “Clássica Douro Internacional” são feitas através do site: https://cabreirasolutions.com/

HA

IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA (SOLENIDADE)

O olhar de Maria

Gen 3, 9-15.20 / Slm 97 (98), 1-4 / Ef 1, 3-6.11-12 / Lc 1, 26-38

O Senhor escolheu-nos para sermos santos e irrepreensíveis no amor. Eis o que São Paulo nos tem a dizer hoje, nesta Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria. Eis a verdade recorrentemente esquecida por nós, humanidade, e da qual sucessivamente nos recorda o nosso Deus. Maria, a Imaculada, é o ícone da predileção de Deus pelo ser humano.

Fomos criados por amor, no amor e para amar. Contudo, como os nossos pais no Éden, cedemos demasiadas vezes à suspeita semeada pela serpente quanto aos caminhos do amor. A serpente não os forçou, nem nos força, a comer o fruto: ela lança a dúvida nos nossos corações. Somos nós quem alimenta o ceticismo em detrimento do amor, a suspeita em lugar da confiança.

Esta desconfiança, esta falta de amor, o pecado, é o grande impedimento à felicidade. É a trave que nos impede de ver o mundo como Deus o vê, que nos impede de ver o outro como Deus o vê e até de nos vermos como Deus nos vê. Só o olhar do Amor, o olhar de Deus, nos revela quem somos, quem o outro é e como realmente é a Criação. Maria, concebida sem pecado, preservada da mancha original que turva a vista, manteve a sua liberdade e optou por amar.

É esta a Mulher que todos temos como Mãe. Se, como ela, tivermos um olhar amoroso, a nossa vida será um lugar de maravilhas, pois quem tem o olhar do amor pode reconhecer os anjos que o Senhor envia. Quem tem o olhar do amor pode fazer boas perguntas a Deus quando este desafia a ir além da lógica do deve e haver. Quem tem o olhar do amor pode dizer, com confiança, «faça-se segundo a tua vontade». Quem tem o olhar do amor é livre para fazer o bem, e não há felicidade igual a essa.

Nesta Solenidade da Imaculada, recorramos à nossa Mãe. Peçamos-lhe que nos alcance do Pai a graça do olhar amoroso.

Quem tem o olhar do amor é livre para fazer o bem, e não há felicidade igual a essa.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

https://www.redemundialdeoracaodopapa.pt/meditacao-diaria/1908

Imaculada Conceição: Solenidade católica liga-se à história de Portugal

A solenidade da Imaculada Conceição, que a Igreja Católica assinala anualmente a 8 de dezembro, é feriado nacional em Portugal, um reconhecimento à importância desta data na espiritualidade e identidade do país.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

A primeira celebração do culto da Imaculada Conceição aconteceu na Sé Velha de Coimbra, no dia 8 de dezembro de 1320, há 700 anos, que este ano são assinalados pela Diocese, após D. Raimundo Evrard, bispo diocesano da altura, ter assinado, no dia 17 de outubro de 1320, a constituição diocesana que instituiu a festividade da Conceição de Maria.

A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhara destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota.

Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.

A antiga igreja de Nossa Senhora do Castelo, espaço onde se ergue atualmente o santuário nacional, afirmou-se nos finais do século XIV como um sinal desta devoção, em toda a Península Ibérica.

Depois, deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.

O mesmo D. João IV, atento a uma religiosidade que também já envolvera a construção de monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.

A Universidade de Coimbra tem um papel importante em todo este processo, já que todos os seus intelectuais defenderam o dogma sob forma de juramento solene.

Após a proclamação dogmática, surgiu em Portugal um movimento no sentido de erguer um monumento nacional que assinalasse a definição de Pio IX.

Em 1869 concluiu-se esse primeiro monumento, no Sameiro, em Braga, seguindo-se-lhe a construção dum santuário dedicado à Imaculada Conceição de Maria, cuja imagem foi coroada solenemente em 1904.

Fonte: Ecclesia

Reportagem: A tradição da apanha da azeitona e produção de azeite

Nos lagares de Santulhão e Sendim, continuam a decorrer os trabalhos de recepção e transformação da azeitona, mas este ano há uma acentuada redução na colheita e na produção de azeite, devido ao frio que prejudicou a floração das oliveiras e à seca prolongada que se seguiu.

Entrega da azeitona no lagar, em Santulhão.

Se o ano passado foi um ano recorde na produção de azeite, este ano, no lagar de Santulhão, verifica-se uma quebra de 80% na colheita da azeitona, informou o responsável, Adrião Rodrigues.

Esta unidade industrial, trabalha 24 horas por dia e tem capacidade para transformar, diariamente, 40 mil quilos de azeitona.

“O rendimento da azeitona diminuiu em relação ao ano passado. Este ano varia entre os 15% e os 16%. Ou seja, cada 100 quilos de azeitona produzem entre 15 a 16 litros de azeite”, explicou.

Apesar do mau ano agrícola, mesmo assim, os agricultores da região, não deixaram de cumprir a tradição familiar de apanhar a azeitona nos olivais e de a entregar nos lagares, que continuam a laborar para produzir o tão apreciado líquido dourado, o azeite.

A laborar desde 2006, o lagar de azeite de Santulhão, conta atualmente, com 635 associados, provenientes dos concelhos de Vimioso, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Miranda do Douro e Bragança.

O azeite produzido em Santulhão tem duas marcas próprias: o “Terras do Sabor” e o “Quinta de Arufe”». E este ano, o preço do litro de azeite registou uma subida assinalável e cifra-se nos 5,20€/litro.

Serafim Rosário, produtor de Santulhão, confirmou que houve uma diminuição na quantidade de azeitona.

“Nos olivais antigos, com a variedade ‘santulhana’, tive uma redução de 60% na colheita. Ainda assim, consegui colher uma boa quantidade de azeitona nos novos olivais, com a variedade ‘cobrançosa’”, informou.

O produtor de Santulhão acrescentou que, anualmente, colhe entre seis mil e sete mil quilos de azeitona, mas neste ano atípico, por causa da seca prolongada, estima colher apenas cerca de 4 mil quilos.

Sobre o trabalho da apanha da azeitona, Serafim Rosário, disse que nas oliveiras de grande porte, como são as da variedade “santulhana”, há um grave problema de falta de mão-de-obra.

“A apanha da azeitona ‘santulhana’, nessas árvores centenárias, é um serio problema, dado que a mecanização não consegue fazer esse trabalho. Já na variedade ‘cobrançosa’, cujas oliveiras têm um porte mais pequeno e aberto, a apanha é realizada mecanicamente”, informou.

Na região de Sendim, o responsável da cooperativa olícola Sendinense, Armandino Quitério, informou do atraso da apanha da azeitona, devido à chuva que tem caído nas últimas semanas.

“Este ano há menos quantidade de azeitona e a qualidade também diminuiu. Por isso, o rendimento é menor, dado que a azeitona tem muita água e não produz tanto azeite”, explicou.

A Sendinense – cooperativa olivícola, tem cerca de 500 associados, dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e também da vizinha Espanha. Em cada ano, a cooperativa recebe cerca de 1 milhão de quilos de azeitona.

Luís Marcos, agricultor em Sendim, prevê uma redução de 50% na sua colheita, sendo que a variedade predominante nesta região é a azeitona “negrinha”.

“Em média, costumo produzir 800 quilos de azeite. Este ano, estimo produzir apenas 300 quilos”, adiantou.

Segundo o produtor sendinês, a seca e a o clima adverso nos meses de maio e junho, aquando da floração, prejudicou o germinar e o desenvolvimento dos frutos nas oliveiras.

“No ano passado, foi um ano muito bom na colheita de azeitona e na produção de azeite e isso também poderá explicar o menor desempenho das árvores neste ano”, acrescentou.

O azeite produzido na Terra de Miranda é considerado de grande qualidade. Este reconhecimento é a melhor recompensa para os agricultores, dado que todos os anos, as dificuldades mantêm-se: o despovoamento do território faz com que haja pouca gente para cuidar do olival e para apanhar a azeitona. Por isso, é de louvar o esforço dos agricultores e das suas famílias, para manter viva esta cultura, no interior transmontano, despovoado e envelhecido.

HA

Vimioso: «A falta do ensino secundário, do serviço de saúde 24 horas e das acessibilidades são as principais causas de desigualdades no concelho» – Carina Lopes

No passado dia 2 de dezembro, realizou-se em Vimioso, o Fórum Municipal para a Igualdade de Género e Não Discriminação, uma sessão aberta à comunidade, que permitiu sinalizar e refletir sobre as desigualdades existentes no concelho e preparar ações para uma vida local mais justa e harmoniosa.

De acordo com a vereadora do município de Vimioso, Carina Lopes, no fórum realizado no salão nobre da Câmara Municipal de Vimioso, foi apresentado um diagnóstico da realidade social existente no concelho.

“Com base nos inquéritos realizados, quer no âmbito interno da autarquia e também externamente, a empresas e instituições do concelho de Vimioso, sinalizamos vários problemas que são causa de desigualdade social”, começou por dizer.

Entre os problemas existentes, a autarca indicou que os mais graves continuam a ser a falta do ensino secundário no Agrupamento de Escolas de Vimioso (AEV), a falta de serviços de saúde 24 horas por dia e as deficientes acessibilidades às principais vias de comunicação.

“Estes três problemas estruturais são a causa das desigualdades em Vimioso, o que provoca o exodo da população. Se não há ensino, saúde e facilidade de acesso aos grandes centros, há dificuldade em fixar as pesssoas. E por conseguinte surgem outros problemas, como o decréscimo da natalidade, a dificuldade em fixar os jovens, a fraca participação desportiva e cultural, o envelhecimento da população e o isolamento”, indicou.

Segundo Carina Lopes, estes problemas só se resolvem com a intervenção do governo central, ao dar ao concelho de Vimioso, as mesmas oportunidades em áreas prioritárias como são o ensino, a saúde e as acessibilidades.

“A estes problemas territoriais associam-se outros como são a escassez de ofertas educativas, desportivas, de assistência social e culturais, o que também dificulta a conciliação da vida profissional, familiar e pessoal dos vimiosenses. Por exemplo, as pessoas que têm filhos a cargo deparam-se com a inexistência de estruturas de apoio, como um centro de estudos para crianças e jovens ou um centro de dia para as pessoas idosas”, explicou.

Outra das desigualdades verificadas no concelho de Vimioso é a maior representação de homens em cargos de chefia do que mulheres.

“Neste âmbito, felizmente, a realidade está a mudar. Antigamente, o papel das mulheres era cuidar dos filhos e realizar todas as tarefas domésticas. Hoje em dia, as mulheres já trabalham fora de casa e assumem cada vez mais posições de liderança”, sublinhou.

Após a apresentação deste diagnóstico sobre a realidade no concelho de Vimioso, no próximo dia 12 de dezembro, vai realizar-se uma reunião na Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes para definir a próxima etapa.

“Consoante os problemas de desigualdade identificados, cada município da CIM-TT, vai definir um plano municipal de ações que promovam uma maior igualdade no seu território”, adiantou.

O Fórum Municipal para a Igualdade de Género e Não Discriminação faz parte da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 “Portugal + Igual” (ENIND), cujo objetivo é construir, de forma participada, um plano municipal para a igualdade e não discriminação.

HA

Mogadouro: Corrida de São Silvestre com 250 atletas

A vila de Mogadouro acolhe no sábado, dia 10 de dezembro, a Corrida São Silvestre, uma prova de atletismo na qual vão participar 250 atletas e em que os prémios têm um valor de cinco mil euros, informou a autarquia.

A prova terá uma extensão de 10 quilómetros estando aberta a atletas federados e não federados. A estes juntar-se-ão jovens atletas da Escola de Atletismo de Mogadouro e para todas as faixas etárias está aberta a oportunidade de fazer uma caminhada ao longo do percurso.

De acordo com a vereadora do Pelouro do Desporto do município de Mogadouro, Márcia Barros, esta prova vai percorrer a principais artérias da vila.

Para Márcia Barros, as condições climatéricas por vezes adversas e típicas da região fazem parte deste desafio desportivo.

A inscrição na caminhada é de carácter não competitivo e está sujeita às mesmas condições dos atletas. Para realizar a insrição aceda à seguinte ligação https://www.portimer.pt/…/ii-corrida-sao-silvestre

Fonte: Lusa

Entrevista: “A festa dos rapazes solteiros é uma marca identitária da nossa terra” – Francisco Parreira

Chegados ao mês de dezembro, a festividade do Natal é vivida com muito entusiasmo pelos mirandeses, sejam eles, crianças, jovens, adultos e também idosos. O presidente da freguesia, Francisco Parreira, falou-nos sobre as tradições de Natal, em Miranda do Douro, com destaque para a festa dos rapazes solteiros, que têm a missão de recolher lenha e acender a fogueira do galo, em frente à concatedral.

Terra de Miranda – Notícias: No dia 24 de dezembro, uma das tradições de Natal mais peculiares da cidade de Miranda do Douro é a festa dos rapazes solteiros. Em que consiste esta festa?

Francisco Parreira: Na Terra de Miranda, as tradições de Natal, estão ligadas aos rituais de solstício de Inverno. Neste mês de dezembro, a luz do sol incide com menor força no hemisfério norte, marcando o pico do inverno e o fogo assume importância pela luz e calor que irradia. E a festa dos rapazes solteiros, no dia 24 de dezembro, remete para o fogo. Assim, ao longo do dia de consoada, os jovens mirandeses dedicam-se à recolha e transporte de lenha, em antigos carros de bois, para depois fazer a fogueira do galo, em frente à concatedral, que vai ficar acesa até ao dia de Reis. No cortejo por algumas ruas da cidade, os jovens rapazes são saudados pela população local e pelos turistas.

Ao longo do dia de consoada, os jovens mirandeses dedicam-se à recolha e transporte de lenha, em antigos carros de bois, para depois fazer a fogueira do galo, em frente à concatedral, que vai ficar acesa até ao dia de Reis.

T.M.N.: A freguesia de Miranda do Douro pretende eternizar esta tradição com a construção de um monumento?

Francisco Parreira: Sim, em colaboração com o município de Miranda do Douro, gostaríamos de destacar que a festa dos rapazes solteiros é uma marca identitária da nossa terra.

T.M.N.: A freguesia de Miranda do Douro compreende também as aldeias de Aldeia Nova, Palancar, Pena Branca, Vale d´Águia. Esta tradição da fogueira de Natal também existe nas aldeias?

F. P.: Infelizmente muitas destas tradições tendem a desaparecer, dado o decréscimo populacional e a falta de jovens, sobretudo nas aldeias.

T.M.N.: Após a ceia na noite de consoada, a participação na Missa do Galo, é outra tradição dos mirandeses.

F. P.: Sim, segundo a tradição, os rapazes solteiros e a população de Miranda do Douro, todos participam na Missa comemorativa do Nascimento de Jesus.

T.M.N.: Neste mês de dezembro, Miranda do Douro regista uma maior afluência de pessoas. Quem são e donde vêm as pessoas que habitualmente visitam Miranda do Douro, na quadra do Natal?

F. P.: Nesta época festiva, os mirandeses recebem habitualmente a visita dos seus familiares que vivem e trabalham noutras localidades do país e também no estrangeiro. A par disso, há também a regular visita dos turistas e dos vizinhos espanhóis, o que gera uma maior atividade económica nos vários setores como são o comércio, a restauração e a hotelaria.

Nesta época festiva, os mirandeses recebem habitualmente a visita dos seus familiares que vivem e trabalham noutras localidades do país e também no estrangeiro.

T.M.N.: A cidade fronteiriça de Miranda do Douro continua a ser procurada pelos vizinhos espanhóis?

F. P.: Sim, felizmente os espanhóis continuam a gostar de visitar a cidade de Miranda do Douro. Contudo, a estratégia do município e da freguesia local é desenvolver projetos turísticos para atrair novos públicos e estadias mais prolongadas na cidade e no concelho, como é o turismo sénior.

T.M.N.: De 16 de dezembro a 26 de dezembro, no largo do Castelo, em Miranda do Douro, vai realizar-se o “Tierra Natal”. Em que consiste este programa festivo?

F. P.: O “Tierra Natal” é um programa de atividades destinado às crianças e às suas famílias, que pretende recriar a alegria e o espírito de Natal. Entre as várias atividades destacam-se vários concertos musicais, a dança, o teatro, os jogos, a expressão plástica e a presença do Pai Natal.

T.M.N.: Para encerrar o ano, nos dias 29, 30 e 31 de dezembro, vai voltar a realizar-se o Festival Geada. Que festival é este?

F. P.: O festival Geadas já tem alguma tradição na passagem do ano, em Miranda do Douro. É organizado pela Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM) e apoiado pela freguesia de Miranda do Douro. O festival vai realizar-se numa tenda instalada no Largo do Castelo. Aí, para além dos concertos musicais, o evento pretende divulgar a cultura, a língua e as tradições mirandesas. Ao longo dos três dias do festival, vai haver animação de rua, adegas abertas e fogueiras para aquecer os festivaleiros de Inverno!

T.M.N.: No dia 31 de dezembro, outra das tradições na cidade é o enterro do ano velho. Que tradição é esta?

F. P.: O “enterro do ano velho” simboliza o adeus ao ano velho e a chegada do Ano Novo. Para tal, o ano velho é personificado por uma figura masculina: um velho, sujo, mal vestido, desgastado, descabelado e com sapatos rotos, um estado resultante do percurso percorrido ao longo do ano que agora termina. Esta tradição também se enquadra nos rituais de solstício de Inverno e pretende ser mais uma atração para os turistas que visitam a cidade de Miranda do Douro, neste período do inverno.

O “enterro do ano velho” simboliza o adeus ao ano velho e a chegada do Ano Novo. Para tal, o ano velho é personificado por uma figura masculina: um velho, sujo, mal vestido, desgastado, descabelado e com sapatos rotos, um estado resultante do percurso percorrido ao longo do ano que agora termina.

Perfil

Francisco José Carvalho Parreira, nasceu em 24 de janeiro de 1977. É casado e pai de uma menina.

Natural de Teixeira, estudou nos colégios salesianos de Poiares e Mogofores e concluiu o ensino secundário na Escola Secundária de Miranda do Douro. Prosseguiu os estudos superiores, na licenciatura em Educação Física, na ESE Jean Piaget, em Viseu. Chegou a lecionar na escola em Mogadouro e em 1999/2000 realizou um estágio profissional no município de Miranda do Douro, onde trabalha, desde então, como técnico superior de Educação Física. Atualmente, está a frequentar uma pós-graduação em gestão pública, para melhor desempenhar o cargo de presidente da Freguesia de Miranda do Douro.

HA

Miranda do Douro: Encontro despertou nas crianças o gosto pelo futsal

Na tarde de Domingo, dia 4 de dezembro, o pavilhão multiusos de Miranda do Douro, foi o recinto do XIII Encontro de Petizes e Traquinas de Futsal, um evento desportivo que juntou 150 crianças, provenientes de 9 clubes, do distrito de Bragança.

O 13º Encontro de Petizes e Traquinas realizou-se no pavilhão multiusos de Miranda do Douro.

O evento desportivo foi organizado pela Associação de Futebol de Bragança (AFBragança), em conjunto com o Clube Desportivo de Miranda do Douro, (CDMD) e teve como objetivo criar hábitos saudáveis e despertar nas crianças o gosto pelo futsal.

Para o presidente do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), Nuno Martins, o acolhimento em Miranda do Douro do 13º Encontro de Petizes e Traquinas, foi uma agradável surpresa.

“O Clube Desportivo de Miranda do Douro, com apenas 4 meses de existência, foi convidado pela Associação de Futebol de Bragança para organizar esta iniciativa. Aceitamos o desafio e foi com muito gosto que trabalhamos para proporcionar às crianças do distrito e às suas famílias, uma tarde desportiva agradável”, disse.

Nuno Martins, que também é pai de dois filhos, revelou que as crianças ficam entusiasmadas pela possibilidade de jogar e de conhecer outras crianças.

Referindo-se ao crescimento do futsal em Miranda do Douro, o presidente do CDMD, expressou o desejo de que, no futuro, o município possa proporcionar melhores condições para a prática desta modalidade e para o público, com a remodelação ou construção de um novo pavilhão multiusos.

A tarde desportiva em Miranda do Douro registou uma grande afluência de público, para assistir aos vários jogos de futsal, que decorreram em simultâneo, e tiveram a duração de 15 minutos.

De acordo com Sílvio Carvalho, diretor técnico da Associação de Futebol de Bragança, informou que nesta edição participaram 150 crianças, provenientes de 9 clubes: Clube Desportivo de Miranda do Douro, Grupo Desportivo Mirandês (A e B), Grupo Desportivo Sendim, Águia Futebol Clube de Vimioso, Freixo de Espada à Cinta, Madecense, Bragança e Moncorvo.

“Nas crianças, em primeiro lugar queremos despertar nelas a paixão e o gosto pelo desporto. E depois, a partir dos 13/14 anos, quando já são iniciados e juvenis, há que prepará-los para a competição”, disse.

Questionado se o futsal é uma modalidade em crescimento, o diretor técnico da AFBragança, reconheceu que devido ao decréscimo populacional no distrito, já é visível que alguns clubes estão a dedicar-se mais ao futsal.

“Atualmente, clubes como o Alfandega da Fé, o Vimioso e o Sendim já só têm equipas de futsal”, indicou.

O 13º Encontro de Petizes e Traquinas de Futsal, contou com o apoio da freguesia de Miranda do Douro e do município de Miranda do Douro.

O presidente da Freguesia, Francisco Parreira, mostrou-se agradado com a realização da tarde desportiva em Miranda do Douro e sublinhou a importância da formação desportiva nestas idades.

“Em Miranda do Douro é de realçar o trabalho que o município desenvolve na formação desportiva das crianças. E o desporto para além de promover o desenvolvimento físico dos mais novos é também uma atividade que propicia o convívio e a socialização”, explicou.

Por sua vez, o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, expressou a sua satisfação pelo êxito do encontro de futsal, em Miranda do Douro.

“É com grande satisfação que recebemos em Miranda do Douro a visita dos nove clubes participantes e das 150 crianças, que vieram acompanhadas dos suas famílias e amigos. O município de Miranda do Douro dá grande importância ao desporto, pois incute nas crianças e jovens, hábitos de vida saudáveis, eleva a autoestima e transmite valores como o espírito de equipa, a entreajuda, a retidão e o respeito”, disse.

O 13º Encontro de Petizes e Traquinas de Futsal encerrou com um lanche e a entrega de uma lembrança a todas as crianças participantes.

HA

Igreja: D. Delfim Gomes é o primeiro bispo nascido em Bragança

O administrador diocesano de Bragança-Miranda saudou a ordenação episcopal de D. Delfim Gomes, primeiro bispo nascido em Bragança, que decorre na Catedral da cidade.

“Na história da diocese, fundada em 1545, D. Delfim é o primeiro bispo nascido e batizado na cidade brigantina, na paróquia de Santa Maria. Aqui nasceu, cresceu e despertou para a vocação sacerdotal”, disse monsenhor Adelino Fernando Paes, no início da celebração.

D. Delfim Gomes, de 60 anos, foi nomeado auxiliar da Arquidiocese de Braga pelo Papa Francisco, a 7 de outubro; a ordenação episcopal é presidida por D. José Cordeiro, arcebispo primaz.

Monsenhor Adelino Fernando Paes desejou que o novo bispo continue “a viver o lema sacerdotal, dando-se a si mesmo para que seja continuada a obra da Salvação”.

“Alegramo-nos com os familiares e amigos, que são muitos; os grupos juvenis e toda esta assembleia agora reunida na Catedral diocesana para a ordenação episcopal de D. Delfim e para entoar o cântico novo, o hino por excelência da vida Cristã: a Eucaristia, que jubilosamente celebramos em comunhão com toda a Igreja”, acrescentou.

O administrador diocesano saudou os responsáveis religiosos e autoridades civis presentes na Catedral de Bragança, destacando em particular o núncio apostólico, representante diplomático do Papa em Portugal.

Foto: Agência ECCLESIA/OC

O responsável agradeceu a recente visita de D. Ivo Scapolo, por ocasião do 21.º aniversário da dedicação da catedral desta diocese.

“Esperamos que, muito em breve, possa repetir-se na apresentação do bispo que necessitamos, aguardamos e o Papa Francisco há de enviar-nos”, acrescentou.

A Diocese de Bragança-Miranda encontra-se em sede vacante desde a saída de D. José Cordeiro, nomeado pelo Papa como arcebispo de Braga, onde tomou posse a 12 de fevereiro deste ano.

No último mês, as duas dioceses lançaram uma campanha de partilha e oração, a que chamaram “30 dias de oração com D. Delfim Gomes” publicando diariamente, às 12h00, subsídios e informações nas redes sociais.

Fonte: Ecclesia