Miranda do Douro: 25 jovens receberam o sacramento do Crisma
No Domingo, dia 22 de outubro, o bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida presidiu à celebração do Crisma, na concatedral de Miranda do Douro, onde foram confirmados na fé da Igreja, 25 jovens mirandeses que assim concluíram o percurso inicial da formação cristã.
A celebração do sacramento da confirmação (Crisma) dos jovens mirandeses, foi concelebrada pelo pároco local, o padre Manuel Marque, pelos padrinhos e familiares, que encheram a catedral de Miranda do Douro, testemunhando assim a efusão do Espírito Santo sobre os crismandos.
Na homília da eucaristia dominical, D. Nuno Almeida, referiu a ligação entre os sacramentos do Batismo e da Confirmação e sublinhou a importância do Espírito Santo na compreensão da Sagrada Escritura.
“Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, o que quer dizer Jesus, com esta afirmação? – interpelou o bispo de Bragança-Miranda.
Segundo a interpretação do prelado, naquele tempo o imperador romano era considerado deus. “Para não cairmos no engano de pensar que somos deuses, donos do mundo, em que tudo gira à nossa volta – é o pecado original – Jesus mostra-nos que o caminho é viver como irmãos e a partilhar o que somos e temos com os outros”, explicou.
Dirigindo-se concretamente aos 25 jovens crismandos, D. Nuno Almeida desafiou-os a darem bom testemunho do Cristo e a dedicar algum tempo das suas vidas a Deus, ao voluntariado ou à catequese, aos escuteiros ou ao coro da paróquia.
“Qual é a minha missão na sociedade? E na igreja, o que posso dar aos outros?”, interpelou.
Chegados ao momento do Crisma, o bispo de Bragança-Miranda, realizou o gesto de imposição das mãos e ungiu os jovens com o óleo do santo crisma, momento em que cada um dos crismandos foi acompanhado pelo respetivo padrinho ou madrinha.
O bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, unge os crismandos (acompanhados pelos padrinhos ou madrinhas) com o óleo do santo crisma.
Segundo a Igreja Católica, ao receber o sacramento da confirmação (Crisma), são concedidos os sete dons do Espírito Santo. A saber: conselho, piedade, fortaleza, temor de Deus, ciência, inteligência ou entendimento e sabedoria.
A celebração na catedral de Miranda do Douro terminou com o cântico “Vinde Espírito Santo! E acendei em nós o fogo do vosso amor!”
Micologia: Nordeste transmontano com boas perspectivas na apanha de cogumelos silvestres
O presidente da Associação Micológica “A Pantorra”, com sede em Mogadouro, mostrou-se otimista em relação à época de apanha de cogumelos silvestres, que agora começa, devido à chuva que está a cair no nordeste transmontano.
Manuel Moredo avançou que as expectativas são otimistas devido à quantidade de chuva que tem caído. Provavelmente, no espaço de oito a 10 dias, começam a aparecer a maior parte das espécies de cogumelos silvestres que proliferam neste território do distrito de Bragança, por esta altura do ano.
“Penso que existem grandes condições para o aparecimento das mais diversas espécies de cogumelos silvestres comestíveis” o que vai enriquecer a gastronomia transmontana nesta altura do ano, indicou o micólogo.
A antevisão é feita numa altura em que se prepara o 23. º Encontro Micológico Transmontano, um dos mais antigos do país, que se realiza em Mogadouro, entre 3 e 5 de novembro e que conta como apoio do município.
Durante o encontro micológico, haverá tempo para uma exposição dos cogumelos recolhidos e uma ceia micológica num dos restaurantes de Mogadouro.
Este tipo de alimento há muito que é considerado pelos populares “um verdadeiro manjar dos Deuses”, mas a associação defende que “os cogumelos são comida de risco”.
No encontro micológico deste ano estamos mais virados para a identificação dos cogumelos nos bosques, por se tratar de uma comida de risco e assim e desta forma ajudar a identificar os cogumelos comestíveis e os mais tóxicos”, vincou Manuel Moredo.
No topo dos cogumelos mais mortais está uma espécie designada ‘Amanita phalloides’, considerada pelos especialistas como “a mais tóxica e mortal”.
Apesar do valor económico dos cogumelos comestíveis, em Portugal ainda não há legislação que regulamente o setor e esse “vazio legal” não permite a “certificação” das mais variadas espécies para que se tornem numa mais-valia económica.
“Estamos fartos de sugerir um código de conduta para a apanha dos cogumelos nestas últimas duas décadas. Tem de haver legislação que acabe com a anarquia que tem havido em matéria da apanha de cogumelos, sendo um assunto que cabe ao Ministério da Agricultura”, rematou Manuel Moredo.
“A Pantorra” já identificou mais de 1.000 espécies de cogumelos no Nordeste Transmontano nos últimos 23 anos, mas os seus especialistas estão convencidos que há muitas mais por identificar.
Lameiros, soutos e pinhais, locais ideais para a apanha, são batidos palmo a palmo nesta altura do ano pelos recoletores de cogumelos silvestres, alguns dos quais o fazem por gosto e outros porque encontraram nesta atividade uma forma de sustento.
Sanchas, boletos, repolgas ou míscaros são, nesta altura do ano, dos fungos mais procurados pelos apreciadores e recoletores na região do Interior Norte.
Os preços das mais variadas espécies de cogumelos silvestres em fresco podem variar entre os 15 euros por quilo no caso dos boletos e os 7,5 euros no caso das setas dos pinhos.
A associação micológica tem cerca de uma centena de associados espalhados por todo o país e pelo estrangeiro.
Num ano que se antevia bom para a colheita da castanha, o calor excessivo do mês de setembro veio prejudicar seriamente a campanha deste ano, o que levou o município de Vinhais a solicitar medidas de apoio aos agricultores do concelho.
“Há três ou quatro semanas era expectável um ano muito bom em termos de produção. O que vai acontecer é precisamente o contrário. É um ano trágico, com quebras muito grandes”, indicou o presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes.
As perdas não serão uniformes em todas as zonas do concelho, mas expressivas. “Estaremos a falar sempre de quebras superiores a 70, 80%. Se calhar em alguns casos a rondar quase os 100%”, adiantou Luís Fernandes.
O pedido foi vertido num memorando, onde se pedem medidas de compensação aos produtores, como o pagamento atempado dos subsídios, apoios aos seguros de colheitas, isenção do pagamento da Segurança Social ou mesmo a declaração do estado de calamidade, “porque isso permite outro tipo de apoios”, relembrou Luís Fernandes.
Na lista de exemplos de medidas consideradas relevantes, sugere-se ao Ministério da Agricultura a adoção de “uma estratégia ele investigação e combate às causas que estiveram na origem destes fenómenos”.
O memorando, assinado por entidades da região ligadas à produção agrícola e pelas juntas de freguesia, foi entregue este fim de semana, no decorrer da Rural Castanea – Festa da Castanha, à Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira. No domingo, foi entregue ao Ministro da Economia, António Costa Silva, que marcou presença no dia de encerramento do certame.
Seguiu também para o Ministério da Agricultura e para a comunicação social “para que possam ser tomadas medidas”, reforçou Luís Fernandes, considerando a situação “gravíssima”.
Em causa estão perdas, explica-se no referido documento, provocadas pelo “calor excessivo e incomum para a época do ano” verificado no mês de setembro. Os ouriços começaram “a secar antes de a castanha estar completamente formada, interrompendo o normal desenvolvimento das variedades mais tardias”.
“Fruto daquelas duas semanas que vieram com temperaturas altíssimas (…), é verdade que os castanheiro dá a sensação que arderam. E, portanto, a produção é praticamente inexistente”, explicou Luís Fernandes, notando que a qualidade da castanha colhida este ano também está abaixo do esperado.
As alterações ao clima normal para a altura verificaram-se também na pluviosidade. O memorando cita o relatório do Estado das Culturas da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.
No mês de setembro, em Trás-os-Montes, “registou-se uma precipitação de 92,1 mm, o que representou um aumento de 64% em relação à média mensal dos últimos 30 anos, seguiram-se temperaturas muito altas para a época do ano”, lê-se.
Além de poder ter originado um “golpe de calor”, o fenómeno contribuiu para o aparecimento do fungo que provoca a doença da septoriose. Este problema está a ser detetado em concelhos vizinhos, destaca-se no memorando.
Junta-se, em comparação a anos anteriores, “um aumento do bichado-da-castanha, do gorgulho e há relatos de sintomas provocados por uma doença conhecida como podridão da castanha”, enumera-se no mesmo documento.
“Isto é muito mau para o concelho. A castanha é o suporte económico mais importante. Ainda por cima, estamos a falar de dois anos seguidos com quebras de produção muito grandes”, vincou Luís Fernandes.
Vinhais é um dos maiores produtores de castanha do país, com entre 13 a 15 mil toneladas por ano, o que representa cerca 15 milhões de euros. Conta com 2.500 produtores e 10 mil hectares de soutos.
“Se fossem dois anos bons de castanha, entrariam 30 milhões de euros, ou mais, no concelho. Nem um terço desse valor financeiro vai entrar”, lamentou Luís Fernandes.
Angueira: Feira do Mel e dos Produtos da Terra entusiasmou a aldeia
A I Feira do Mel e dos Produtos da Terra, realizada nos dias 21 e 22 de outubro, na localidade de Angueira, no concelho de Vimioso, entusiasmou a população local com a afluência de visitantes e as várias atividades realizadas ao longo do certame, com destaque para o baile tradicional, a caminhada interpretativa e o convívio no magusto de castanhas assadas e jeropiga.
Na tarde de Domingo, os pauliteiros de Palaçoulo animaram a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra.
A vereadora da cultura do município de Vimioso, Carina Lopes, informou que a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra é o oitavo certame deste género que se realiza nas várias localidades, do concelho de Vimioso.
“Estas feiras temáticas são um sucesso porque, simultaneamente, promovem o encontro e o convívio entre as gentes do concelho, assim como a comercialização dos produtos locais e a divulgação das tradições culturais. Ao deslocalizar estas feiras para as aldeias, estamos a trazer vida e movimento às populações que sofrem com o despovoamento e o isolamento”, indicou.
Ao longo de cada ano, no concelho vimiosense realizam-se os seguintes certames: a Feira das Colheitas, em Vilar Seco; a Feira do Mel e dos Produtos da Terra, em Angueira; a Feira da Castanha, em Avelanoso; o Mercado Rural – Cachico, em Carção; a Feira de Artes, Ofícios e Sabores, em Vimioso; a Feira da Rosquilha, em Argozelo; a Feira do Pão, em Caçarelhos; o Sábado de Aleluia, em Algoso; e a Feira do Azeite, em Santulhão.
O mel.
Na feira de Angueira, o produto local selecionado foi o mel. Nesta primeira edição do certame, foi organizada uma sessão de esclarecimento sobre um dos problemas que afeta a produção de mel: a praga da vespa asiática ou velutina. O responsável pela proteção civil, em Vimioso, Francisco Bruçó, informou que esta vespa, predominantemente de cor negra, alimenta-se essencialmente de abelhas, razão pela qual prejudica seriamente a apicultura.
“Sem abelhas não há mel, mas também não há polinização e portanto não há frutos, não há plantas e não há vida”, alertou.
Para combater eficazmente esta praga, o responsável da proteção civil apelou à vigilância da população do concelho, para que esteja atenta aos possíveis sinais de presença desta espécie, que faz os ninhos nas alturas, por exemplo, na copa das árvores.
A sessão de esclarecimento contou ainda com a participação do apicultor local, Jorge Fernandes, que informou os apicultores (e o público presente no recinto da feira), sobre as negociações que estão a decorrer na União Europeia, relativas ao reconhecimento da importância da atividade apícola para a agricultura.
“A apicultura é a única atividade agroambiental que não beneficia de qualquer apoio. Por esta razão, estão a decorrer negociações em Bruxelas, para a atribuição de um apoio financeiro aos apicultores, à semelhança do que já acontece com a pecuária e a agricultura e as florestas”, informou.
Segundo o apicultor, este apoio financeiro é decisivo para a manutenção e sobrevivência da apicultura. Opinião corroborada, por outro apicultor, Jorge Gonçalves, que reconheceu as dificuldades que o setor atravessa.
“Para quem vive apenas da apicultura, acredito que não seja fácil. No meu caso, a apicultura é uma atividade de realizo por gosto e como passatempo”, disse.
A comercialização do mel e dos produtos da terra
Na I Feira do Mel e dos Produtos da Terra participaram vários apicultores locais, que aproveitaram a oportunidade para comercializar a sua produção de mel. De Caçarelhos, um jovem apicultor, apresentou ao público três variedades de mel: de rosmaninho, de castanheiro e silva e de carvalho.
“Dado que estamos a entrar no período frio do inverno, as pessoas aproveitam estes certames para comprar mel e assim prevenir-se contra as constipações e as gripes”, explicou.
Por sua vez, Teresa Pinto, acompanhada da neta, Daniela Martins, deslocaram-se de Junqueira até Angueira, para escoar o excedente de produtos locais, como são os figos secos, o pão, as alcaparras, a amêndoa, a noz, a marmelada, fruta, cebolas, entre outros produtos.
“Estas feiras temáticas são uma iniciativa muito bem sucedida e já sugerimos ao presidente da nossa freguesia de Matela e Junqueira para organizar um evento destes. Perante o despovoamento e o isolamento que se vive em tantas aldeias do concelho, estas feiras conseguem atrair a vinda de muita gente, que ao longo de um fim-de-semana interagem com a população local. ”, destacou.
O público
Do lado do público, destaque para a montaria ao javali que reuniu em Angueira, 175 caçadores, da região e também de outras localidades do país. De Felgueiras, por exemplo, veio Agostinho Costa, juntamente com vários amigos caçadores. Para além do gosto pela caça, os visitantes aproveitaram a feira para adquirir produtos locais, com destaque para o mel e as castanhas.
Perante a afluência de visitantes, a jovem Diana Bielber, natural de Angueira, estava radiante com a animação que a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra trouxe à sua aldeia.
“Dou os parabéns à União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira pela organização deste evento! A variedade dos produtos na feira e as atividades de animação apresentadas conseguiram envolver todas as faixas etárias da população! Destaco, por exemplo, o workshop de baile tradicional que criou uma grande interação entre as crianças e os adultos!!”, indicou.
A jovem angueirense destacou ainda outras atividades que decorreram ao longo do fim-de-semana, como o concerto “Músicas da Raya”, a caminhada interpretativa pelo vale do rio Angueira, a luta de touros (que mais uma vez atraiu uma multidão de gente) e o convívio final com o magusto de castanhas assadas e a jeropiga, que encerrou a I Feira do Mel e dos Produtos da Terra.
Futsal: Campeões mirandeses obrigados a suar para vencer
Após a eliminação da taça de Portugal, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) regressou às competições distritais e conquistou a segunda vitória no campeonato, no dia 20 de outubro, ao vencer os Pioneiros de Bragança por 3-2, num jogo que exigiu aos atuais campeões de futsal, atenção e determinação.
Vitor Hugo com um golo e uma assistência foi determinante para a vitória mirandesa.
Após a eliminação da Taça de Portugal, diante dos famalicenses do São Mateus, com os quais perderam por 5-2, o Clube Desportivo Miranda do Douro (CDMD) regressou a casa, para o jogo da 3ª jornada do campeonato distrital de futsal.
No pavilhão multiusos, em Miranda do Douro, os mirandeses entraram no jogo com muita vontade de marcar cedo. No entanto o acerto nos remates iniciais não foi o melhor. Exemplo disso, foi o remate de Castro, aos 4′ minutos, que em boa posição, rematou forte mas a bola não levou a direção da baliza brigantina.
Aos 8 minutos, Vitor Hugo, que voltou a demonstrar toda a sua classe, efetuou um passe “teleguiado” para dentro da área adversária, onde estava Finha, que desviou a bola no ar, para o fundo da baliza, fazendo assim o 1-0.
O mirandês, Finha, também apontou um golo e fez uma assistência.
A primeira reação dos Pioneiros de Bragança ocorreu aos 14 minutos, com o primeiro remate à baliza mirandesa, que obrigou o guarda-redes, Pina, a defender com os pés.
Os mirandeses responderam de imediato, com Castro a rematar novamente, mas outra vez desenquadrado da baliza bragançana.
Aos 16 minutos, a equipa de arbitragem anulou um golo à equipa de Miranda do Douro, não dando a lei da vantagem. Os árbitros preferiram interromper o jogo, do que validar o golo de Diogo, na sequência de uma jogada em que um adversário fez falta sobre o jogador mirandês, que mesmo assim conseguir seguir para a baliza e rematar para golo.
Finalizados os primeiros 20 minutos, a vantagem mínima de 1-0, justificava-se pela maior acutilância ofensiva da equipa de Miranda do Douro. Do outro lado, os Pioneiros de Bragança jogaram com muitas cautelas defensivas, não se aventurando muito no ataque.
Na segunda parte do jogo, os mirandeses voltaram a entrar acutilantes e aos 21´, Miguel Castro, foi o autor do 2-0, num remate enrolado dentro da área brigantina.
Miguel Castro fez o 2-0 para os mirandeses.
O aumento da desvantagem sobressaltou os visitantes e no minuto seguinte, o capitão, Erivaldo, reduziu para 2-1, num remate forte e colocado.
O capitão dos Pioneiros de Bragança, Erivaldo, reduziu para 2-1.
O golo soltou os bragançanos e 30 segundos depois, o mesmo Erivaldo, fez o empate 2-2, num remate do lado esquerdo, que voltou a surpreender a defesa mirandesa.
O golo do empate foi efusivamente festejado pelos visitantes.
Com o empate, a equipa comandada pelo experiente Vitor Hugo foi novamente à procura de mais um golo, para se adiantar novamente no marcador. Mas para que isso acontecesse foram necessários 10 minutos, a jogar com paciência e precisão. No decorrer deste período, houve duas oportunidades de golo: uma para os mirandeses, que Vitor Hugo, não conseguiu concluir. E outra para os bragançanos, que Flávio, também desperdiçou.
Chegados aos 31º minuto, Finha viu a movimentação de Vitor Hugo dentro da área adversária e retribuiu-lhe com um passe rasteiro, que o companheiro concluiu fazendo o 3-2.
A passe de Finha, Vitor Hugo fez o 3-2 que garantiu a vitória do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD).
Até ao final, destaque ainda para um remate de Nickas que o guardião bragançano defendeu in extremis.
Equipas:
Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD): Pina, Renato, Couto (cap.), Castro, Diogo, Guilherme, Vitor Hugo, Dinis, Ângelo, Cristal, Finha, Caio, André e Nickas.
Fisioterapeuta: Zélia Martins
Treinador: Nélson Moreira
“Neste jogo já estávamos alertados para a combatividade da equipa dos Pioneiros de Bragança. E confirmou-se pelas dificuldades que nos causou ao longo de todo o jogo. Da nossa parte, não estivemos tão bem na reação à perda da bola e na circulação. Mesmo assim, conseguimos vencer com mérito, dado que criámos mais oportunidades de golo e alcançamos o objetivo da vitória” – Vitor Hugo
Pioneiros de Bragança: Lucas, Sérgio, Erivaldo (cap.), Ricardo, Luís, Lucas Cunha, João Teixeira, Flávio, André Mendes, Guilherme Afonso, João Silva e Ricardo Rodrigues.
Treinador: Manuel Nascimento
“Foi um jogo que dignificou o futsal, dada a grande entrega de ambas as equipas. A vitória do Miranda acaba por ser justa, mas se os vencedores fôssemos nós, também não seria injusto. Diante dos atuais campeões distritais, que têm uma equipa repleta de jogadores experientes, optámos por defender bem e atacar com precisão”- Manuel Nascimento
Catequese: Novo itinerário vai ao encontro das necessidades da Igreja
O presidente da Comissão da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) disse que as Jornadas Nacionais de Catequistas, que decorreram em Fátima, no fim-de-semana de 21 e 22 de outubro, convidaram os catequistas a “olhar com mais atenção e profundidade” para o novo itinerário que quer “proporcionar aos mais jovens uma catequese mais viva”.
“Este itinerário, esperamos que seja uma proposta que vá ao encontro das necessidades da Igreja de hoje, das comunidades, desta nova geração, e também desta cultura em que estão e do contexto familiar que fazem parte; As grandes dimensões têm a ver com procurar proporcionar aos mais jovens uma catequese mais viva, que os ajude a ter um encontro com Cristo vivo, por um lado, e depois a crescer da fé, a aprofundar essa fé”, disse D. António Augusto Azevedo.
Mais de 1100 catequistas de todo o país participaram nas Jornadas Nacionais de Catequistas 2023, intituladas ‘Olhar o novo Itinerário – Iniciação à vida cristã: os alicerces da fé’, que decorreram sábado e domingo, dias 21 e 22 de outubro, em Fátima.
Segundo o presidente da Comissão da Educação Cristã e Doutrina da Fé, bispo de Vila Real, “é significativo” que um tão grande número de catequistas tenha aderido a esta iniciativa, o que considera que acolheram “com muito entusiasmo, com muito interesse” o novo ‘Itinerário da Iniciação à Vida Cristã’.
O Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), que promove esta formação, informa que estas jornadas de catequistas fazem parte do “caminho de receção e divulgação do novo Itinerário para a Catequese”, editado pela Conferência Episcopal Portuguesa em 2022.
D. António Augusto Azevedo assinala que o itinerário foi “aprovado há pouco tempo pela Conferência Episcopal”, por isso “vai levar o seu tempo”, o caminho vai continuar em cada diocese, e, neste sentido, assinala o “trabalho muito importante” dos secretariado diocesanos do setor, que também vão fazer um “trabalho de formação e de divulgação” e depois, o trabalho ainda continua “em cada paróquia, com os respetivos párocos e catequistas” na sua implementação, “com o resto das comunidades, com as famílias”.
“Este é um trabalho quase em círculos que se vão alargando e este momento aqui foi certamente importante desse alargar do interesse pelo novo itinerário”, salientou.
Para D. António Augusto Azevedo, bispo de Vila Real, este novo itinerário catequético para crianças e adolescentes “já resulta um pouco” da consciência geral da Igreja e dos catequistas que “há algo mais a fazer para que a catequese responda às necessidades deste tempo”, por isso, “mais do que resistências”, realça que “as mudanças demoraram o seu tempo”.
“O que importa é que se capte os seus princípios, a sua razão de ser e as suas motivações, porque a grande motivação é termos as melhores condições para prepararmos melhor as gerações de cristãos do futuro. Isso, creio que é um objetivo que nos reúne a todos, nos congrega a todos, para caminharmos juntos nesta tarefa”, acrescentou.
O presidente da Comissão da Educação Cristã e Doutrina da Fé da Igreja Católica em Portugal destaca a “sintonia, uma proximidade”, com “pontos de encontro” entre o novo itinerário catequético e o atual Sínodo dos Bispos sobre sinodalidade.
“Ou seja, a catequese é também uma proposta necessária para esta nova etapa da evangelização. Uma terá a ver mais com o conteúdo e o caminho pessoal de descoberta da fé, e a outra, o modo de estar na Igreja. Este sentido da descoberta e aprofundamento da fé, que se faz na catequese, leva ao encontro de uma Igreja mais de estilo sinodal, e uma Igreja mais de estilo sinodal ajuda a perceber melhor a necessidade de uma nova evangelização”, concluiu D. António Augusto Azevedo.
Apicultura: Vespa asiática provoca “forte diminuição” de colmeias
A vespa asiática está a provocar “forte diminuição” do número de colmeias no distrito da Guarda, com produtores a registar quebras superiores a 50%, alertou a Associação Distrital dos Agricultores da Guarda.
“Existe uma forte diminuição no número de colmeias por causa da vespa asiática. Há algumas zonas do concelho da Guarda e também do distrito com apicultores que já têm quebras superiores a 50%. Foram feitas as declarações em setembro e tem-se revelado bastante problemático”, afirmou Sandrina Monteiro, presidente da Associação Distrital dos Agricultores da Guarda (ADAG).
Para a dirigente associativa “isto só é o início do iceberg, porque elas [as vespas asiáticas] são cada vez mais”.
Sandrina Monteiro realça que a vespa asiática, também identificada por velutina, “está a ficar a níveis descontrolados e o setor está a atravessar grandes problemas. Se não forem tomadas medidas drásticas, vai ter repercussões em todo o setor agrícola”.
“As abelhas são essenciais para a polinização e sem polinização não há fruta. É também uma questão de saúde pública. O que temos vindo a verificar” é que as vespas asiáticas se “adaptam bem às condições, cada vez são mais resistentes e se multiplicam mais”, descreve.
A dirigente da Associação explica que há medidas em curso como a distribuição de armadilhas, que está a ser realizada no concelho da Guarda pela ADAG em parceria com a Câmara Municipal, mas considera que, para os apicultores, é “importante que toda a população esteja em alerta”.
“A vespa asiática no inverno só sobrevive a rainha, que hiberna e pode fazer o ninho primário nas habitações e nas garagens. Depois, na primavera, faz uma colónia nova com milhares de vespas. É uma questão de toda a população estar atenta”, salienta.
Sandrina Monteiro relata que os estragos causados pelos animais são as principais preocupações no setor, mais do que as condições climáticas.
“As preocupações que os associados nos fazem chegar são sobretudo pragas a nível da fauna. Estão a preocupar mais do que as condições climáticas”, sustenta.
À vespa asiática soma-se o problema dos javalis e começam a registar-se estragos provocados pelos corços, principalmente nos pomares.
“Começam a ser pragas, porque o número excede o normal. Temos três pragas: da vespa asiática, do javali e do corço”, aponta.
Em relação à seca, a ADAG espera que a chuva destes dias “consiga colmatar as necessidades hídricas dos solos”.
Para já não há registo de estragos porque “os solos ainda conseguem reter a água”.
Poderão surgir problemas se “estas chuvas forem muito intensas” o que pode causar alguns prejuízos, sobretudo “a nível dos cereais de outono e inverno, e se o vento derrubar a azeitona”.
Sandrina Monteiro refere que há zonas em que os olivais registam uma quebra de produção, mas não está relacionado com as atuais condições.
“Teve a ver com as chuvas que vieram na altura da floração. Fizeram com que algumas variedades não tenham produção de azeitona. Mas há outras variedades que têm muito fruto”, aponta.
Investigação: Politécnico de Bragança estuda adaptação dos pastores às alterações climáticas
O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está a desenvolver um projeto, para estudar como é que a pastorícia extensiva no Parque Natural de Montesinho se está a adaptar às alterações climáticas.
O projeto chama-se “Pastopraxis”, começou em 2021 e estende-se até 2024.
“Estamos perante alterações climáticas, não há dúvidas. Os nossos produtores de gado já estão a ter que lidar com elas. Eles não têm noção de que se estão a adaptar, mas estamos a verificar que existem [adaptações]”, começou por explicar à Lusa a investigadora-principal do projeto, Marina Castro, professora do Departamento de Ambiente e Recursos Naturais do IPB e especialista em pastorícia e silvopastorícia.
A amostra em estudo é composta por cinco rebanhos dos concelhos de Bragança e de Vinhais, – eram seis inicialmente, mas um pastor cessou entretanto atividade – da Cabra Preta de Montesinho e da ovelha Churra Galega Bragançana, ambas raças autóctones.
Este projeto tem a colaboração da Associação Nacional de Caprinicultores da Raça Serrana e da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra Galega Bragançana.
Segundo dados nacionais do efetivo das duas raças, a Cabra Preta de Montesinho conta com cerca de 1.800 exemplares e está classificada como espécie rara. Na mesma categoria está a ovelha Churra Galega Bragançana preta, com pouco mais de 3.600 animais. Já a branca ronda os 15 mil animais por todo o país e é uma espécie em risco.
“Monitorizámos os animais com coleiras GPS e vemos quais são os seus percursos de pastoreio. Esses percursos podem ter seis, sete, oito quilómetros. Quanto mais difíceis forem as condições, maior será a volta”, detalhou Marina Castro.
Os registos até agora demonstram que em 2022, “um ano dramático”, a maior preocupação dos pastores foi a seca. “Não nos conseguem dizer muito bem quais são as suas maiores ou menores limitações. Mas conseguem dar a indicação através dos fardos de feno que produzem. No ano passado, tiveram quebras na ordem dos 60 a 70%”, revelou Marina Castro.
O feno – erva seca conservada – serve para alimentar os animais em períodos de escassez de pasto. “Este ano também tiveram quebras, mas não foi tão mau. Uma prática recorrente é que já não vendem feno. Guardam, porque não sabem o que vai acontecer no ano seguinte”, explicou Marina Castro.
A pastorícia extensiva é uma atividade envelhecida, com dificuldades em captar jovens e onde “as condições socioeconómicas não se coadunam muito bem com as da atualidade”.
“O nosso contributo é perceber as boas-práticas para as tentar disseminar e travar um pouco a sangria da atividade. Receamos que quando a sociedade se aperceber do serviço fundamental que os pastores fazem, seja tarde de mais”, disse Marina Castro, questionada sobre os objetivos deste projeto.
A médio prazo, outro objetivo é que os pastores sejam remunerados pelos serviços de ecossistema que prestam. “Em termos da conservação na Natureza, os pastores têm um papel fundamental. Transportam-se sementes, melhorando a diversidade de espécies, e os animais consomem matos e plantas arbustivas, que não seriam utilizadas de outra maneira e que são os combustíveis dos incêndios”, elucidou Marina Castro.
Para a investigadora, uma eventual remuneração permite não só mais rendimento, mas teria o “efeito indireto de reconhecimento pela sociedade”. “Se o Estado Português vier a pagar um serviço, entende-se que é importante”, disse.
O “PastoPraxis” tem como parceiro o Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA). Os pastores são acompanhados por um especialista, que vai fazendo registos sobre, por exemplo, os critérios das decisões tomadas no campo pelos pastores . “Cruza a antropologia com a biofísica e as ciências biológicas.”, rematou Marina Castro.
O IPB é ainda parceiro atualmente de um outro projeto, ibérico, designado SILFORE, que prevê a conservação e gestão de sistemas agroflorestais, para que sejam mais resilientes a fogos florestais através da silvopastorícia.
«Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus». Esta é a resposta que Jesus dá quando o tentam encurralar com uma pergunta sobre o pagamento de impostos romanos.
Quem faz a pergunta pretende armar uma cilada: se ele disser «sim», despertará a fúria dos que resistem aos romanos; se ele responder «não», entra no radar dos romanos como um inimigo do império. Jesus desvia a atenção para a moeda. Pede que a olhem e pergunta-lhes o que está escrito nela.
Ao perguntar pela inscrição na moeda, Jesus vai além da moderna ideia de separação de poderes ou estado laico. Ele vai além da ciência política. Ele coloca Deus acima de todas estas questiúnculas. O que realmente interessa é Deus. A quem é que damos louvor com as nossas vidas? Para quem vivemos? Onde está o nosso coração? São estas as questões fundamentais. É este o centro da passagem de hoje, não a questão política.
Por vezes, ficamos reféns de problemas do quotidiano que, sendo relevantes e pertinentes, não nos devem desviar do caminho que interessa: quem Deus é e como é que o louvo. No meio de polémicas políticas, muitas vezes perdemos o sentido da fé e a verdade das nossas vidas, substituindo fé por ideologia e zelo apostólico por ativismo espúrio.
Há deveres cívicos que fazem parte da nossa pertença a uma comunidade. Estes não devem ser desvalorizados. Mas o que releva é o louvor que estamos a dar a Deus com as nossas vidas. É ao amor que permeia toda a realidade que devemos estar atentos e não às polémicas que passam com os tempos, tal como o Império Romano passou.
«Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus» é uma frase revolucionária. Não pela separação entre Estado e Igreja que introduz, mas pela afirmação do lugar superior de Deus na esfera do cosmos. Tudo pertence a Deus. Nada está acima d’Ele. Ele é a fonte de tudo e está presente em tudo. Tudo vem d’Ele e tudo volta para Ele. Os imperadores que fiquem com as moedas: nós temos Deus.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) emitiu um novo aviso à população, sobre as previsões meteorológicas para este fim de semana, marcado por forte precipitação, vento e agitação marítima, sobretudo no litoral norte e centro.
A ANEPC, com base nas previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para os próximos dias, aponta para sábado “precipitação em regime de aguaceiros, localmente intensos nas regiões do litoral norte e centro, até ao final da manhã”.
Estas condições meteorológicas irão sofrer um agravamento no domingo, em especial nas regiões centro e sul, a partir da tarde, com aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada.
O IPMA prevê igualmente para domingo vento com rajadas até 70-80 quilómetros/hora (Km/h), com condições favoráveis à ocorrência de fenómenos extremos de vento e agitação marítima forte, com ondas acima de sete metros.
A ANEPC avisa para os efeitos destas condições meteorológicas previstas, como a ocorrência de inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais ou por obstrução dos sistemas de escoamento, bem como cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras.
Avisa também para deslizamentos ou derrocadas que possam ocorrer motivados pela infiltração da água, “fenómeno que pode ser potenciado pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais, ou por artificialização do solo”, assim como para a contaminação de fontes de água potável por inertes resultantes de incêndios rurais do verão passado.
A população deve também ter em conta igualmente o arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos ou o desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, devido a episódios de vento forte, que podem causar acidentes com veículos em circulação ou transeuntes na via pública.
A ANEPC recorda que “o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados”, como garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas e uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas.
Recomenda também especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, devido à queda de ramos ou árvores devido ao vento, bem como na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a galgamentos costeiros, evitando a permanência nestes locais.
Não praticar atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitar o estacionamento próximo da orla marítima; adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água; não atravessar zonas inundadas, para precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas e estar atento às informações da meteorologia e às indicações da Proteção Civil e Forças de Segurança são outras das recomendações.