Opinião: Sobrinho Teixeira um socialista artificial – Fernando Vaz das Neves

Opinião: Sobrinho Teixeira um socialista artificial – Fernando Vaz das Neves

No passado dia 30 de Janeiro de 2022, o partido socialista foi o grande vencedor das eleições legislativas, tendo conseguido, contra muitas previsões, uma maioria absoluta. Convém, pois, na boa tradição democrática e na boa tradição transmontana, felicitar os vencedores.

Todavia, 30 de janeiro foi apenas o início de uma caminhada de 4 anos de governação, que terá de ser, devidamente, fiscalizada pelos partidos da oposição e pela sociedade em geral.

E, nesse sentido, não poderemos esquecer as promessas feitas durante a campanha e estaremos atentos a possíveis desvios que sejam cometidos.

Um dos temas a que prestaremos a devida atenção será, sem dúvida, o negócio da venda das Barragens ao grupo Engie e o pagamento dos impostos que são devidos, por essa venda.

Desde o início que o PSD se bateu por esse direito das terras de Miranda, tendo feito aprovar na Assembleia da Republica a criação do Fundo de compensação para Trás-os-Montes, artº 134 do Orçamento do Estado.

Desde a venda das barragens até à campanha eleitoral, da parte do Partido Socialista, vimos uma mão cheia de nada, um desprezo total por esta terra, por estas gentes, ficando até a dúvida se o governo anterior estava ao serviço de Portugal e das gentes da Terra de Miranda ou da Engie, tal o seu empenho na defesa intransigente do não pagamento dos impostos devidos.

Por isso foi com espanto que durante a campanha eleitoral ouvimos, o cabeça de lista do PS por Bragança, Sobrinho Teixeira, prometer empenho, da parte do PS, para fazer alterações legislativas ao modelo de pagamento de impostos na venda de barragens. Não percebemos porque é que até agora nada fez nesse sentido.

E digo que foi com espanto porque, acredito que o independente Sobrinho Teixeira, cabeça de Lista do PS por Bragança, será o mesmo independente Sobrinho Teixeira, Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que ao longo do tempo se manteve calado, que nem um rato, em obediência ao socialismo, enquanto o PSD e o BE se batiam pelo pagamento dos Impostos.

E o espanto não acabou com as eleições. Por estranho que pareça, Sobrinho Teixeira, no comentário aos resultados eleitorais, que traduzem a vontade suprema do povo, conceito que lhe deve ser estranho, produz a seguinte declaração: “Tivemos resultados piores como em Mogadouro ou Miranda, porque criou-se uma polémica artificial (com as Barragens), que tentarei resolver no Parlamento (…)”.

Não Senhor Deputado, não há aqui polémica artificial nenhuma. Há apenas, e só, a obrigação legal que o negócio em causa, pague, à semelhança dos demais negócios, os impostos que são devidos.

Assim diz um parecer da Agência Portuguesa de Ambiente, que o Governo de que faz parte meteu, à semelhança do socialismo, numa gaveta, porque não lhes dava jeito.

Assim dizem vários especialistas em fiscalidade, como por exemplo, o José Maria Pires, que tanto incomoda o Governo e que, na “democrática” tradição socialista, tentaram silenciar com um vergonhoso processo disciplinar. Só que não tiveram em conta uma variável: um verdadeiro transmontano – como ele é – não se deixa intimidar, nem verga perante o despotismo de quem quer que seja.

Numa coisa concordamos com o artificial socialista Sobrinho Teixeira. Não compete directamente ao Governo cobrar impostos. Certamente não será o Ministro a proceder à cobrança. Mas se não os cobra directamente, deverá abster-se de pressionar a Autoridade Tributária (dependente do Governo e entidade competente na matéria de cobrança de impostos), como tem feito até aqui, dizendo sempre que o negócio em causa não tem de pagar impostos. É caso para perguntar: quem tem medo de uma Autoridade Tributária isenta e independente?

Por isso, se alguma coisa artificial aqui existe, é sem dúvida o seu socialismo e falta de humildade em reconhecer a vontade das gentes de Miranda do Douro e Mogadouro. Em reconhecer que a vontade do Povo é sempre soberana, mesmo quando não concordamos com ela.

Fernando Vaz das Neves

Líder parlamentar do PSD na Assembleia Municipal de Miranda do Douro

Mogadouro: Município cedeu novas instalações à Associação Comercial

Mogadouro: Município cedeu novas instalações à Associação Comercial

O município de Mogadouro assinou um protocolo que vai permitir a cedência de instalações condignas à atividade da Associação Comercial e Industrial local, que há vários anos eram reclamadas para o desenvolvimento das atividades deste organismo.

A nova sede da Associação Comercial, Industrial e Serviço de Mogadouro (ACISM) agora protocolada ficará instalada na Casa das Associações, localizada nas proximidades  dos Paços do Concelho e no centro da principal área comercial da vila de Mogadouro.

“O município reconhece a ACISM como um parceiro estratégico para o desenvolvimento do concelho, como um agente agregador do tecido empresarial e das questões comuns aos empreendedores, aos empresários e aos trabalhadores locais”, disse o presidente da Câmara de Mogadouro, António Pimentel.

“Acreditamos que a instalação da sede da ACISM neste edifício poderá ser um fator de dinamização deste núcleo dedicado à exposição da cultura local, que se encontra estagnado”, vincou o autarca.

Por seu lado, o presidente da ACISM, João Neves, garante que esta é uma antiga ambição da associação que vai permitir ter outras condições de trabalho e outra centralidade para diálogo com os associados, e ao mesmo tempo permitir um maior desenvolvimento de projetos para a dinamização da comercio e indústria do concelho de Mogadouro.

A nova sede da ACISM ficará situada na Casa das Associações que, atualmente, no seu o rés-do-chão acolhe um espaço de exposição do acervo musical relacionado com a cultura local da gaita de foles, e ainda, uma oficina para  a possibilidade de construção deste tipo de instrumento musical tradicional.

Para António Pimentel, a assinatura deste protocolo “abre espaço ao aprofundamento das relações institucionais entre as duas entidades e um novo período de desenvolvimento para a economia do concelho”.

A Casa das Associações resulta da adaptação de um edifício que durante várias décadas acolheu uma dependência bancária e que foi adquirido pelo município de Mogadouro em 2005.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Balcão Único do Prédio permite identificar propriedades

Miranda do Douro: Balcão Único do Prédio permite identificar propriedades

Os proprietários de prédios rústicos do concelho de Miranda do Douro, já podem identificar as suas propriedades gratuitamente na Plataforma BUPi, online ou no balcão na Câmara Municipal.

De acordo com o comunicado do município de Miranda do Douro, este projeto é essencial para a implementação do Número de Identificação do Prédio (NIP), um identificador numérico que permite agregar, num único documento, toda a informação sobre a caraterização dos prédios e seus titulares. Para isso, é essencial o contributo dos proprietários, que, ao identificarem os seus terrenos, permitem um conhecimento cada vez mais abrangente do território.

“O Balcão Único do Prédio está presente em 127 municípios, depois da recente adesão de Miranda do Douro, Alijó, Baião, Ponte da Barca, Vale de Cambra, Vieira do Minho e Vila Flor.

A plataforma BUPi potencia o conhecimento do território dado que cobre uma área de cerca de 33,8 mil quilómetros quadrados, com quase 3,9 milhões de habitantes.

Fonte: Lusa

Vimioso: Exposição valoriza o lobo ibérico

Vimioso: Exposição valoriza o lobo ibérico

Os artistas Agostinho Santos e Walter Hugo Mãe criaram uma exposição de desenhos sobre o lobo ibérico, com os propósitos de despertar as consciências para a preservação desta espécie e informar que vai ser instalado um centro interpretativo e um percurso pedestre na aldeia de Vale de Frades, no concelho de Vimioso.

Inauguração da exposição de desenhos “Apontar o dedo ao lobo”, no dia 2 de fevereiro, na Casa da Cultura de Vimioso.

A exposição é constituída por cerca de 25 desenhos a grafite e tinta-da-China sobre papel e foi concebida, propositadamente, para realçar a presença do lobo [ibérico] nesta região transmontana”, disse a vereadora da Cultura do Município de Vimioso, Carina Lopes.

A vereadora vimiosense recordou que o lobo é motivo de muitas lendas e mesmo fonte de medo, mas o que a exposição pretende sublinhar é a importância de preservar desta espécie, sendo atualmente o único membro que resta da família dos grandes predadores de Portugal.

A jovem autarca acrescentou que a exposição visa promover o futuro percurso pedestre e o centro interpretativo do lobo ibérico, que vai ser instalado na antiga escola primária, na aldeia de Vale de Frades.

Para a inauguração da exposição “Apontar o dedo ao lobo” estiveram presentes vários jovens estudantes do Agrupamento de Escolas de Vimioso. A vereadora da cultura referiu que há uma permanente comunicação com a escola local, de modo a proporcionar às crianças e jovens oportunidades de enriquecimento cultural e o contato com os artistas.

Carina Lopes informou ainda do convite endereçado aos agrupamentos de escolas e aos municípios vizinhos, para que venham a Vimioso visitar a exposição “Apontar o dedo ao Lobo”, que vai estar patente na Casa da Cultura até ao dia 22 de março de 2022.

Por sua vez, o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, expressou o seu contentamento pela participação de Agostinho Santos e Walter Hugo Mãe na promoção e divulgação da biodiversidade do território.

“A cultura e a participação de artistas conceituados como Agostinho Santos e Walter Hugo Mãe são um fator de atração de pessoas e portanto de desenvolvimento económico”, justificou.

Todos os trabalhos que compõem a exposição “Apontar o dedo ao lobo” foram executados pelos dois artistas – Agostinho Santos e o premiado escritor Valter Hugo Mãe.

Sobre a temática da exposição e o risco de extinção do lobo ibérico, Walter Hugo Mãe, referiu que é preciso considerar o sentido de sobrevivência do lobo.

“A natureza do lobo (ou de uma fera) não pretende ser inimiga do homem. Estes animais lutam pela sua sobrevivência. Temos portanto que aprender a respeitar o espaço do lobo”, disse.

Relativamente aos desenhos da exposção, o escritor explicou que Agostinho Santos é o autor dos desenhos dos lobos. E ele, Walter Hugo Mãe, desenhou os dedos, os seres e as consciências que apontam ao lobo.

“Eu desenho estas fantasmagorias, figuras cobardes que não têm rosto, que não dão a cara e ficam a conspirar contra o lobo, contra a natureza e o equilíbrio ambiental. Precisamos rever a culpa que imputámos ao lobo”, disse.

Por sua vez, o pintor Agostinho Santos concluiu dizendo que a arte também serve para agitar e inquietar consciências.

“A arte (tal como o jornalismo) tem o dever de chamar a atenção para o que está mal. E o risco de extinção do lobo ibérico e a urgente necessidade da sua preservação é uma causa a defender”, concluiu.

Pintor e curador, Agostinho Santos assina a ilustração das capas dos mais recentes livros de Valter Hugo Mãe, nomeadamente “Contra Mim” e “As doenças do Brasil”.

Valter Hugo Mãe é um dos mais destacados autores portugueses da atualidade. A sua obra está traduzida em várias línguas. Escreveu livros para todas as idades, entre os quais “Contos de cães e maus lobos”, “O paraíso são os outros”, “As mais belas coisas do mundo” e “Serei sempre o teu abrigo”.

Vimioso: Alunos continuam com dificuldades de acesso à rede móvel para estudar

Vimioso: Alunos continuam com dificuldades de acesso à rede móvel para estudar

Leonor Miranda, uma aluna de 13 anos residente em Serapicos, no concelho de Vimioso, continua à procura de rede móvel para fazer pesquisas para trabalhos escolares.

Há um ano, devido ao ensino online imposto imposto pela pandemia da covid-19, obrigou esta jovem a percorrer vários pontos da aldeia de Serapicos, em busca de rede para poder assistir às aulas.

Passado 1 ano, a situação em nada se alterou em relação à cobertura dos sistemas de comunicações móveis na aldeia. Apenas mudou o facto de Leonor poder agora assistir às aulas presenciais no Agrupamento de Escolas de Vimioso, onde estuda.

“Se a situação vivida há um ano fosse [hoje] a mesma, [digo que] não se notam mudanças, já que a qualidade da rede móvel e de dados é a mesma, ou seja, nenhuma. Isto é frustrante. Se não tenho Internet não posso fazer o que quero ou preciso”, vincou à Lusa Leonor Miranda.

A adolescente continua a acompanhar o pai enquanto este faz os trabalhos agrícolas, ficando à sua espera num local onde haja rede. Desta vez, as pesquisas na Internet foram feitas num parque junto à ribeira de Angueira, ao ar livre e aproveitando um dia de sol.

“Aproveito o meu tempo livre na escola para fazer as minhas pesquisas. Se não consigo na aldeia, em algum lado tenho de fazer o meu trabalho e as minhas pesquisas. Por vezes, numa situação mais complicada, lá tenho de pedir ao meu pai para me levar na carrinha para apanhar rede, que é muito intermitente aqui na aldeia”, frisou.

Mesmo com a mudança das regras da pandemia a aluna ainda tem de se adaptar ao trabalho do pai na agricultura para, assim, os dois tirarem rendimento do dia e das deslocações, tentando manter o equilíbrio e a concentração mediante a “complicada” tarefa de apreender à distância naquela aldeia do concelho de Vimioso, onde falta cobertura da rede de Internet das várias operadoras nacionais.

Vítor Miranda, pai de Leonor, disse que a carrinha está sempre ao dispor das necessidades da sua filha, “porque é esforçada naquilo que faz”.

“A Leonor facilita-nos muito a vida porque tenta fazer o máximo que pode na escola. Mas aqui na aldeia tudo o que lhe fizer falta para estudar cá estamos para resolver a situação. Aos fins de semana vou com as ovelhas e ela acompanha-nos. A Leonor fica na carrinha estrategicamente colocada num sítio onde haja rede para fazer o seu trabalho”, afiançou o pai.

A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) explicou que, na sequência do leilão 5G, entraram dois novos operadores no mercado, passando a existir um total de cinco operadores móveis, a que acresce um operador grossista, além da Meo, Nos e Vodafone.

“É expectável que a dinâmica do mercado se altere e que o aumento de concorrência contribua para o aparecimento de mais ofertas, inovadoras e a preços competitivos”, indicou o regulador.

Segundo a ANACOM, ao nível da cobertura também haverá um impacto positivo, uma vez que o regulamento do leilão impõe obrigações: as redes móveis de alta velocidade deverão cobrir 75% da população de cada freguesia em 2023 e 90% da população em 2025.

“Ao nível da fibra ótica, também se espera uma melhoria da situação. A ANACOM está a promover uma consulta relativa à cobertura de redes fixas de capacidade muito elevada no território nacional e sobre as opções existentes quanto à instalação, gestão, exploração e manutenção dessas redes nas “áreas brancas”, com recurso a financiamento público, designadamente da União Europeia”, explicou na mesma nota aquela entidade reguladora das comunicações.

O objetivo final, segundo a ANACOM, é garantir o acesso de toda a população a redes de capacidade muito elevada (Gigabit), tendo como propósito assegurar a cobertura de todo o território nacional, garantindo a cobertura de todos os agregados familiares por redes Gigabit até 2030, sendo consideradas como prioritárias as áreas de baixa densidade populacional, favorecendo a coesão territorial e a valorização dos territórios do interior.

“Desta forma, pretende-se melhorar a atual situação do país, onde subsistem algumas falhas de mercado na cobertura do território nacional, sobretudo em áreas menos povoadas, facilitando a transição digital e promovendo a coesão económica, social e territorial”, concluiu aquela entidade.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Apresentação do livro “Artes e Ofícios Ancestrais”

Miranda do Douro: Apresentação do livro “Artes e Ofícios Ancestrais”

No dia 28 de janeiro, foi apresentado na Biblioteca Municipal António Maria Mourinho, em Miranda do Douro, o novo livro de Mónica Ferreira sobre os antigos ofícios e profissões.

Em 2014, Mónica Ferreira, estava a realizar um trabalho de investigação sobre as minas de São Martinho de Angueira, a terra natal do pai e inspirada pelo ofício dos mineiros, começou a registar por escrito as profissões que existiam antigamente.

Uma dessas profissões, que ainda hoje lhe desperta saudades, era a do bibliotecário itinerante da Fundação Gulbenkian, que visitava as aldeias numa carrinha vermelha.

“Foi através da biblioteca itinerante da Gulbenkinan que eu tive contacto com os primeiros livros. E recordo que o senhor bibliotecário era uma pessoa simpática, interessante e que se relacionava muito bem com o público”, recordou.

No livro “Artes e Ofícios Ancestrais”, a escritora faz uma breve descrição de cada umas das antigas profissões, através duma quadra e a ilustração da autoria de Rosa Rufino.

De acordo com a autora, o livro “Artes e Ofícios Ancestrais” é também lúdico, pois permite a quem escuta as cerca de 70 quadras, tentar adivinhar qual é a profissão ou ofício em questão.

Os textos do novo livro estão escritas em português e mirandês, com o objetivo de preservar e divulgar a língua mirandesa.

“Artes e Ofícios Ancestrais” é o terceiro livro de Mónica Ferreira. Anteriormente, a escritora já havia publicado o livro “Jogos tradicionais das Terras de Miranda” e também a obra “Uma noite de serão à luz da candeia”.

A apresentação do livro “Artes e Ofícios Ancestrais”, contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, que sublinhou que é sempre importante apoiar os autores locais e publicitar as obras literárias.

Sobre o livro de Mónica Ferreira, a autarca de Miranda do Douro, mostrou-se muito agradada com o trabalho de pesquisa das antigas profissões, que evoca a infância de tantas pessoas, sobretudo no mundo rural.

“Este livro é uma memória viva de alguém que conheceu todas estas profissões e por isso, é um legado para que as gerações mais novas conheçam profissões que já não existem e outras que ainda perduram”, disse.

A apresentação da obra, escrita em português e mirandês, coincidiu com o 23º aniversário do Reconhecimento Oficial dos Direitos Linguísticos da Comunidade Mirandesa. A este propósito, Helena Barril, acrescentou que é intenção do município fazer com que o mirandês continue “vivo e ativo”, quer na literatura, quer na oralidade.

HA

Vimioso: Agricultores de Trás-os-Montes reuniram-se em conselho regional da CAP

Vimioso: Agricultores de Trás-os-Montes reuniram-se em conselho regional da CAP

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) realizou em Vimioso, o conselho consultivo regional da região de Trás-os-Montes, onde informou as associações de produtores sobre o incumprimento do atual governo na execução dos fundos comunitários e criticou o plano estratégico (PEPAC) para a agricultura entregue em Bruxelas.

A reunião realizou-se no dia 27 de janeiro, no auditório da Casa da Cultura, em Vimioso, onde participaram cerca de 70 associações de agricultores dos distritos de Bragança e Vila Real.

O anfitrião do encontro, o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, agradeceu a presença da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) e das várias associações de agricutores de Trás-os-Montes e sublinhou a importância do setor agropecuário.

“É sempre importante para as associações de agricultores receber a visita da CAP. Recordo que são a agricultura, a pecuária e a agroindústria que fixam pessoas, que cuidam do território e têm um papel fundamental na economia local e do país”, disse.

De seguida, o autarca criticou o excesso de burocracia do Estado nos apoios ao setor agropecuário.

“Enquanto não se passar o poder de decisão para os territórios, as coisas não avançam, tal é a burocracia”, criticou.

“A agricultura, a pecuária e a agroindústria fixam pessoas, cuidam do território e têm um papel fundamental na economia local e do país” – Jorge Fidalgo

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), o engenheiro Eduardo de Oliveira e Sousa, começou por criticar o atual governo pelo incumprimento na execução dos fundos comunitários destinados a apoiar os agricultores.

“Há dois mil milhões de euros por pagar aos agricultores e isso deve-se à inoperância do atual governo, mas também da oposição que não defendeu os interesses dos agricultores”, reclamou Engenheiro Eduardo de Oliveira e Sousa.

De acordo com o presidente da CAP, a agricultura não tem sido uma prioridade para o país, mas continua a ser a principal atividade que fixa as pessoas no território.

O dirigente dos agricultores referiu-se ainda à Política Agrícola Comum (PAC), que tem atualmente preocupações acrescidas na área ambiental, dado que a União Europeia pretende que a agricultura nos Estados-membros seja mais amiga do ambiente, com menos aplicação dos produtos fitosanitarios, fertilizantes, etc.

“Não basta dizer para ser amigo do ambiente. Para obter a mesma rentabilidade há que inovar com recurso à tecnologia. Ora é essa inovação que não foi incluída no PEPAC”, criticou.

Segundo o dirigente, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) construiu o programa Arquitetura Verde, com base na opinião dos agricultores de todo o país.

“Na volta pelo país, perguntámos aos agricultoras das várias regiões quais eram as medidas necessárias para melhorar o seu desempenho agrícola. Construímos o programa Arquitetura Verde, que apresentámos ao governo e foi ignorado”, disse.

“Perguntámos aos agricultoras das várias regiões do país quais eram as medidas necessárias para melhorar o seu desempenho agrícola. Com base nessas opiniões construímos o programa Arquitetura Verde, que apresentámos ao governo e foi ignorado” – Engenheiro Eduardo de Oliveira e Sousa

Ao invés disso, o presidente da CAP disse que o governo foi buscar o PEPAC anterior e limitou-se a fazer umas poucas alterações.

“Somos muito críticos em relação ao PEPAC, apresentado em Bruxelas”, concluiu.

A CAP partilhou ainda com os dirigentes associativos de Trás-os-Montes, um programa de atividades para 2022 cujo desenvolvimento foi condicionado pela pandemia, assim como promover o conhecimento do setor agrícola por parte da população, particularmente pelos jovens.

Por sua vez, o engenheiro Nuno Paulo, em representação da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa referiu-se à importância que a Confederação dos Agricultores de Portugal tem para os agricultores.

“A CAP representa muitas associações de agricultores. É a nossa voz junto do governo e da União Europeia. Por um lado, escuta as nossas reivindicações. E por outro, senta-se à mesa com quem tem poder de decisão”, explicou.

Sobre as críticas que a CAP faz ao Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum (PEPAC) apresentado pelo governo em Bruxelas, o engenheiro Nuno Paulo, disse que quando se trata de desenhar políticas nacionais é importante conhecer as diferentes realidades de todo o país, antes de apresentar qualquer projeto.

Relativamente, às medidas de apoio aos agricultores e produtores de bovinos de raça mirandesa, Nuno Paulo, disse que está a decorrer uma grande alteração nos apoios aos agricultores por força das exigências ambientais.

“Por causa das alterações climáticas, está a ocorrer uma mudança de paradigma e as novas políticas restringem, por exemplo, a utilização de combustíveis fósseis, de pesticidas, etc.”, indicou.

Contudo, o representante da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa disse que ainda não foi explicado aos produtores como fazer esta transição.

“A partir de 2023 ainda ainda não sabemos quais vão ser as novas exigências para os agricultores”, reclamou.

Nuno Paulo, concluiu referindo-se às eleições legislativas de 30 de janeiro, mostrando-se esperançado que o novo governo tenha outra disponibilidade para dialogar com os agricultores.

Esta série de Conselhos Consultivos Regionais conta com a presença do Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa, e do Secretário-Geral da Confederação, Luís Mira, incluindo este ano a participação virtual de todo o Departamento Técnico da Confederação.

A ronda de encontros regionais iniciou-se no dia 10 de janeiro, em Elvas, com o Conselho Consultivo do Alto Alentejo, prosseguiu no dia 13 de janeiro, com o Conselho Consultivo Regional do Baixo Alentejo e Algarve, em Mértola, continuou no dia 14 de janeiro, com o Conselho Consultivo do Oeste, no Sobral de Monte Agraço, prosseguiu no dia 17, no Conselho Consultivo do Ribatejo e, posteriormente, no dia 26, na Póvoa do Varzim, no Conselho Consultivo do Entre Douro e Minho, e deverá concluir-se no dia 28, em Almeida, com o Conselho Consultivo do Centro.

HA

Reportagem: Associação Mirandanças quer voltar a dançar em 2022

Reportagem: Associação Mirandanças quer voltar a dançar em 2022

As associações culturais desempenham um importante papel no desenvolvimento da Terra de Miranda. Ao mesmo tempo que divulgam a identidade cultural da região, estas associações promovem o convívio e a cooperação entre os seus associados gerando assim comunidades mais coesas e solidárias. A associação Mirandanças, constituída em 2005, é disso exemplo.

A Mirandanças – Associação para o Desenvolvimento Integrado da Terra de Miranda foi fundada a 15 de setembro de 2005, com o objetivo de divulgar a cultura mirandesa.

Zélia Fernandes, uma das fundadoras ainda se recorda do “para quê” que constituíram a associação.

“Na cidade de Miranda do Douro, ao invés do que acontecia nas aldeias do concelho, o movimento associativo era quase inexistente. Sentimos a necessidade de dinamizar culturalmente a cidade e para isso decidimos constituir a associação Mirandanças”, contou.

Se inicialmente, o propósito era o de promover o convívio e as danças mistas, com o tempo outras atividades se lhe seguiram. Com o propósito de reavivar as tradições, a associação Mirandanças começou também a desenvolver grupos de pauliteiros e de pauliteiras. E para que estas representações culturais fossem o mais genuínas possivel, a associação Mirandanças realizou trabalhos de recolha do património cultural nas aldeias do concelho, como em Duas Igrejas.

“Fomos ao encontro das senhoras nas aldeias e com elas aprendemos as cantigas e as danças tradicionais para iniciarmos o grupo das danças mistas”, contou Zélia Fernandes.

As viagens e as atuações noutras regiões do país e no estrangeiro – foram à Madeira e a Ibiza – contribuíram muito para construir um verdadeiro espírito de família entre os associados da Mirandanças.

“Como em qualquer grupo de folclore, os momentos mais inesquecíveis são as viagens e atuações noutros locais, onde acontecem sempre peripécias e momentos de alegria”, partilhou.

Com o surgimento da pandemia, em março de 2020, houve uma forçada interrupção das atividades e dos ensaios na Mirandanças, o que afastou as pessoas e criou um grande vazio no grupo.

“Todos sofremos com o afastamento uns dos outros”, contou.

Não obstante os quase dois anos sem atividades, Zélia Fernandes adiantou que os participantes da Mirandanças estão desejosos de recomeçar os ensaios.

“Com frequência ouve-se: então já podemos ensaiar?”, contou.

“Com a pandemia, todos sofremos com o afastamento uns dos outros.”

De acordo com Zélia Fernandes, a Mirandanças integra pessoas dos 9 aos 90 anos e os momentos de ensaio são oportunidades de encontro, de convívio e de socialização.

“Para algumas pessoas, os ensaios são os momentos de sair do isolamento”, disse.

Quando recomeçarem as atividades, Alice Martins está interessada em participar no grupo das Danças Mistas. Para além do gosto pela dança e pelas cantigas, diz que quer contribuir para a notoriedade da cultura mirandesa.

Catarina Miguel é uma jovem pauliteira. Decidiu participar na Mirandanças, em primeiro lugar, pelo convívio. E depois pelo interesse em preservar as tradições locais, como a música, a dança e as cantigas. Ao fazê-lo, apercebeu-se de que a pertença à Mirandanças lhe ofereceu laços de amizade que quer manter, assim como as tradições. Sobre as viagens disse que são sempre agradáveis porque lhes permitem conhecer outros locais. E sobre as atuações no palco, diz que o reconhecimento dos aplausos é o que lhe dá ânimo para continuar.

A pertença à Mirandanças ofereceu-lhe laços de amizade que quer manter, assim como as tradições.

As crianças e jovens gostam de ver os adultos a dançar. E ao verem também querem participar.

Clara Fernandes tem 11 anos e disse que participa na Mirandanças porque gosta das músicas tradicionais e da dança. Outro dos motivos que a faz participar é o convívio com os amigos, a possibilidade de conhecer novos lugares e dar a conhecer a cultura da sua terra.

Programa de atividades

A 10 de novembro de 2021 realizou-se uma assembleia geral para eleger os novos órgãos diretivos da Mirandanças, para o quadriénio 2021/2025.

A nova direção da associação, agora presidida por Isabel Raposo, tem como grande objetivo continuar a preservar e divulgar a cultura mirandesa, através da recolha do património imaterial da região e da realização de atividades, que promovam o desenvolvimento cultural social e e económico da cidade de Miranda do Douro.

Com este objetivo, a Mirandanças já definiu um programa de atividades para 2022.

Asssim, para o dia 27 de março está agendada a primeira caminhada, mini-trail e trail pelas arribas mirandesas. A organização prevê a participação de 300 pessoas. O primeiro classificado na prova de trail vai receber uma Capa d’Honra mirandesa, com uma garrafa de vinho da região. De acordo com a associação Mirandanças, o objetivo destas provas desportivas é presentear os participantes com a riqueza natural e cultural e simultaneamente dinamizar o comércio local com a afluência de pessoas à cidade de Miranda do Douro.

A 15 de abril, Sexta-feira Santa, a Mirandanças prevê realizar a teatralização da Paixão de Cristo, na praça Dom João III. De acordo com a associação, este é um evento que gera um grande interesse e adesão da população de Miranda do Douro e também dos visitantes e turistas.

Para 9 de julho, está programada a segunda caminhada, mini-trail e trail.

Em agosto, a Mirandanças pretende realizar o Festival de Folclore.

A 17 de setembro, está agendado a terceira caminhada, mini-trail e trail, em Miranda do Douro.

A 15 de abril, Sexta-feira Santa, a associação Mirandanças vai realizar a teatralização da Paixão de Cristo, na praça Dom João III. De acordo com a associação, este é um evento que tem gerado um grande interesse e adesão da população de Miranda do Douro e também dos visitantes e turistas.

Outras atividades muito apreciadas pelos mirandeses são as caminhadas com história, orientadas pelo professor Hermínio Bernardo, e que dão a conhecer lugares históricos da cidade.

Segundo a presidente da Mirandanças, Isabel Raposo, quando a situação epidemiológica o permitir pretendem reiniciar as atuações solidárias nos lares de idosos, do concelho de Miranda do Douro.

A programação anual da Mirandanças vai concluir-se com o Sarau de Natal, que contempla as atuações dos vários grupos da associação: Pauliteiros, Pauliteiras, Pauliteiricos e Danças Mistas.

HA

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Sendim: Casa da Criança vai ser requalificada

Sendim: Casa da Criança vai ser requalificada

A Fundação Casa da Criança Mirandesa (FCCM), em Sendim, viu aprovada uma candidatura de 182 mil euros destinados à remodelação e adaptação da estrutura residencial que atualmente acolhe 27 idosos.

“Esta remodelação vai abranger o edifício destinado ao acolhimento de idosos, de forma a dotá-lo de mais eficiência energética e proporcionar maior conforto aos 27 utentes que ali estão instalados em regime de lar da terceira idade. É uma instituição social que tem a sua capacidade esgotada”, explicou o presidente da FCCM, padre António Pires.

As obras foram comparticipadas pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) em 85 %.

Esta candidatura foi aprovada a 20 de janeiro, estando previsto o arranque das obras no início do próximo mês de maio, com um prazo de conclusão de um ano.

A intervenção resulta de um Pacto Social que envolve o município de Miranda do Douro, a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes e o Centro Local de Ação Social (CLAS).

A FCCM tem o estatuto de Instituição Particular de Segurança Social (IPSS) e está sob a alçada da diocese de Bragança-Miranda, contando com um historial de cerca de seis décadas, sendo composta por três edifícios autónomos.

Neste três edifícios autónomos estão instaladas diversas valências sociais e ainda um centro de arte e restauro.

Segundo o padre António Pires, as obras serão efetuadas num edifício que já apresenta algumas deficiências estruturais, nomeadamente, no que concerne à infiltação de águas pluviais.

Por seu lado, o responsável adiantou, ainda, que foram adquiridas duas viaturas elétricas de apoio domiciliário que estão adaptadas para o transporte de idosos com um valor global de cerca de 27 mil euros mais IVA, e comparticipadas em 25 mil euros.

Fonte: Lusa

Opinião: A Saúde dos Mirandeses não é uma questão ideológica

Opinião: A Saúde dos Mirandeses não é uma questão ideológica

No passado dia 27 de Dezembro de 2021, a Assembleia Municipal de Miranda do Douro aprovou o Orçamento da Câmara Municipal, para o ano 2022, sem votos contra, mas com a abstenção do Partido Socialista.

Com a vitória da coligação “Tempo de Acreditar” nas eleições autárquicas de 26 de Setembro de 2021 – e sendo fiel ao prometido durante a campanha eleitoral, em contraponto com as outras candidaturas – a prioridade política para este executivo são as pessoas. Estar ao lado dos seus cidadãos.

Foi, orientado por este princípio, que o actual executivo elaborou o orçamento para 2022, ora aprovado. Relativamente ao orçamento gostaria de destacar 2 ou 3 medidas que vão nesse sentido.

A primeira medida prende-se com a decisão acertada, deste executivo, de não aumentar o preço da água. Desde Março de 2020 que o país tem vivido em sucessivos estados de emergência, vivendo actualmente em estado de calamidade.

Ora esta situação, provocada pela Covid 19, levou ao encerramento de vários sectores de actividade, atirando muita gente para o desemprego, com consequente redução de rendimentos. Não se perceberia, pois, que se procedesse, nestas condições, ao aumento das tarifas da água, aumentando ainda mais as dificuldades das famílias e das empresas.

A segunda medida que gostaria de destacar é o protocolo celebrado entre a autarquia e o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) para habitação social. Este protocolo irá permitir à autarquia usufruir de 6 milhões de euros para remodelação e aumento do seu parque habitacional direcionado para a habitação social de modo prestar apoio às pessoas/famílias mais carenciadas contribuindo assim para que possam usufruir de habitações condignas.

A terceira medida que gostaria de destacar é o Seguro Municipal de Saúde. Esta foi uma das grandes bandeiras da campanha que começa, com este orçamento, a ver a luz do dia.

O Seguro Municipal de Saúde foi uma das grandes bandeiras da campanha que começa, com este orçamento, a ver a luz do dia.

Foi precisamente este ponto, por estranho que pareça, que levou a que o PS se abstivesse na votação do Orçamento Municipal. E digo estranho porque o PS gosta muito de encher a boca com estado social, arrogando-se numa espécie de “pai criador” do estado social, de dono do apoio aos mais carenciados.

Ora tendo à sua frente, para votação, uma proposta que visa, tão só, contribuir para que os Mirandeses e Mirandesas tenham acesso a melhores cuidados de saúde, o PS abstém-se de lhes prestar esse apoio e abandona-os à sua sorte.

Todavia, esta votação do PS tem a vantagem de repor a verdade histórica no que à criação do estado social diz respeito. É que contrariamente àquilo que o PS e certa esquerda apregoa, como sendo os criadores do estado de bem-estar social, convém esclarecer que este foi criado na década de 1880, pelo conservador Bismarck, que criou os primeiros programas de assistência social à escala nacional, como o seguro de saúde em 1883, pensões de velhice e invalidez em 1889, etc.

Em Inglaterra, por exemplo, foi o Governo Liberal de Herbert Asquith que introduziu uma série de reformas sociais entre 1914 e 1918, como: pensão de reforma, seguro de saúde nacional e o seguro de desemprego nacional. A bem do rigor e da verdade histórica convém que fique registado que o estado de bem-estar social nasceu precisamente em alternativa ao Socialismo.

(Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia)

Fernando Vaz das Neves

Líder parlamentar do PSD na Assembleia Municipal de Miranda do Douro