Palaçoulo: Pauliteiros honram a padroeira Santa Bárbara

Palaçoulo: Pauliteiros honram a padroeira Santa Bárbara

No Domingo, dia 12 de setembro, celebrou-se em Palaçoulo a festa em honra de Santa Bárbara, padroeira dos Pauliteiros, que agraciaram a festividade com a participação na procissão e as danças ao longo do dia.

Os pauliteiros de Palaçoulo transportam o andor de Santa Bárbara. (HA)

De acordo com Alfredo Delgado, presidente da Caramonico – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Palaçoulo, a festa de Santa Bárbara é muito importante para os pauliteiros de Palaçoulo, dado que esta Santa, que viveu no final do século III D.C., é a padroeira dos pauliteiros. “Acompanha-nos sempre nas nossas (an)danças”, disse. Os pauliteiros solicitam mesmo a intercessão de Santa Bárbara para que não se magoem nas suas atuações.

Neste dia de festa, a tradição ordena que após a Eucaristia, sejam os pauliteiros a transportar o andor de Santa Bárbara.

Se não fosse a pandemia, neste dia festivo, realizar-se-ia o Festival de folclore de Palaçoulo, com a vinda de grupos de todo o país. No entanto, dadas as restrições, e para continuar a cultivar esse sentido de confraternização e convívio, aos pauliteiros de Palaçoulo juntaram-se os pauliteiros vizinhos, da aldeia de Prado Gatão.

Neste ano, outra tradição que também não foi possível cumprir na íntegra, foi o peditório pelas ruas de Palaçoulo. Neste dia, é usual fazer-se o peditório para a festa de Santa Bárbara, no qual os pauliteiros percorrem a aldeia de Palaçoulo, dançando de porta em porta. Segundo a tradição, os pauliteiros perguntam aos conterrâneos qual é o “lhaço” ou a dança que querem. E os “lhaços” que exigem maior esforço aos pauliteiros, com é, por exemplo, a dança do “Assalto ao castelo”, são os que geram maior esmola.

Este ano, os pauliteiros dançaram apenas ao longo das ruas, para evitar a proximidade física entre as pessoas. De acordo com Alfredo Delgado, no próximo ano, se Deus quiser, vão retomar a tradição de dançar em frente a todas as portas e consoante o “lhaço” pedido, de maior ou menor esforço, vão receber a respetiva esmola para a festa de Santa Bárbara.

Na festa deste ano, houve a novidade da atuação dos pauliteiricos, os mais jovens aprendizes desta dança ancestral. De acordo com Alfredo Delgado, estes jovens rapazes estiveram a aprender ao longo de todo o ano, para atuarem na festa de Santa Bárbara. “Já temos um grupo formado para o futuro e que vai assegurar a preservação da tradição dos pauliteiros em Palaçoulo”, disse o presidente da associação Caramonico.

Nesta aprendizagem, os mais novos valorizam muito o exemplo dos pauliteiros mais velhos e também o incentivo da família, mais concretamente, dos pais e dos avós, que lhes transmitem o gosto e o entusiasmo pela dança dos palitos. “É ao ver os outros dançar que os mais pequenos também querem aprender! E é com muito gosto que nós lhes ensinamos a dançar”, concluiu.

HA

Autárquicas: «O grande inimigo da nossa democracia é as pessoas desinteressarem-se dela» – Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa

Autárquicas: «O grande inimigo da nossa democracia é as pessoas desinteressarem-se dela» – Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) alerta que o “grande inimigo” da democracia é “as pessoas desinteressarem-se dela” e destaca o dever cívico de participar nas eleições autárquicas, no próximo dia 26 de setembro.

“A minha posição sempre foi a posição da Igreja em Portugal: de respeito, primeiro, de apreço por todos que querem, com bons sentimentos, dedicar-se à polis, à política, à cidade, ao país e ao serviço que têm”, disse D. José Ornelas, em declarações à Agência ECCLESIA.

No contexto das eleições autárquicas do próximo dia 26 de setembro, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa alertou que o “grande inimigo da democracia é as pessoas desinteressarem-se dela”, assinalando que, depois, “ninguém tem autoridade para criticar” se não participa na vida da cidade.

Os portugueses são chamados a participar nas eleições autárquicas 2021 que vão eleger os responsáveis por 308 municípios, e respetivos presidentes das assembleias municipais, e os presidentes das 3091 Juntas de Freguesia em Portugal.

“Dá-me muito gosto de ver, entre os candidatos, a participação de muitos cristãos, até pessoas bem conhecidas do nosso meio diocesano”, realçou o bispo de Setúbal.

Os portugueses são chamados a participar nas eleições autárquicas 2021 que vão eleger os responsáveis por 308 municípios, e respetivos presidentes das assembleias municipais, e os presidentes das 3091 Juntas de Freguesia em Portugal.

D. José Ornelas salienta que “é importante” que as pessoas se comprometam “cada vez mais”, o que não significa que exista “uma opção politica única” mas podem ser “várias as correntes de opinião”.

“É importante que participemos nesta busca do futuro e com sentido para a humanidade. A nossa fé há de ser um ingrediente que nos leva a boas escolhas”, acrescentou.

Para o responsável católico “é bom” ter diversidade de candidaturas para que “não se transforme numa luta fratricida” mas numa procura “saudável” por projetos que sirvam as pessoas e a cidade.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa assinala que a Igreja e a sociedade vivem agora um “tempo de grandes desafios”, neste período de recomeço e início de novos anos pastorais, letivos e profissionais, para “reativar” algo que teve deser “redimensionado” por causa do “perigo que a pandemia fez experimentar”.

“Não significa que está tudo bem, mas têm outras possibilidades. A palavra de ordem é ‘não deixar de fazer as coisas’ mas vamos fazê-las com o cuidado necessário para que dai venha bem e não venha mal”, desenvolveu.

Com as condições pandémicas a dar um maior campo de ação, D. José Ornelas sublinha que o tema “é importante para todo o país” e alerta que há um antes da pandemia que “é bom que não volte”.

“É bom que o cuidar de cada um de nós, da nossa família, das nossas comunidades, seja acompanhado do estarmos, antes de mais, lá presentes. Certamente que isto é um desafio para todos. Na minha própria família noto isso, a gente quer voltar mas não quer por ninguém em risco: É preciso quebrar o gelo que tantas vezes nos fomos confrontando ao longo deste tempo”, concluiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Ecclesia | HM/CB

Igreja: Santuário de Nossa Senhora do Naso encheu-se de fiéis

Igreja: Santuário de Nossa Senhora do Naso encheu-se de fiéis

As festas em honra de Nossa Senhora do Naso voltaram a realizar-se nos dias 6, 7 e 8 de setembro e mais uma vez o santuário mariano recebeu a visita de muitos fiéis vindos de todo o planalto mirandês e da vizinha Espanha.

Procissão em honra de Nossa Senhora do Naso, a 8 de setembro de 2021.

Adérito Leal Rodrigues, tem 87 anos e disse que vem à festa dedicada a Nossa Senhora do Naso desde criança. Nascido e criado na Especiosa, a aldeia vizinha do Santuário, assegura que festa sempre foi uma das mais concorridas em toda a província de Trás-os-Montes. Recordou os tempos em que o dia 6 era dedicado à compra e venda de burros. E no dia seguinte, a feira era dedicada à comercialização dos outros animais, como os bovinos, os ovinos , os caprinos, etc.. Chegados ao dia 8 de setembro, o dia grande da festa, sempre houve a tradição das famílias almoçarem no Santuário, seja em piquenique ou nos restaurantes improvisados no recinto. Sobre a festa religiosa, o senhor Adérito disse que tem muita devoção à Nossa Senhora do Naso e também a Nossa Senhora da Conceição, padroeira da Especiosa e de Portugal.

O programa religioso das festas em honra de Nossa Senhora do Naso, iniciou-se no dia 5 de setembro, com a celebração das Lutuosas. De acordo com o padre Manuel Marques, esta celebração consiste no ofício rezado e cantado pelos irmãos associados do Santuário de Nossa Senhora do Naso, que faleceram no decorrer do último ano.

Segundo o pároco, antigamente, a lutuosa celebrava-se em três momentos: num primeiro momento a celebração destinava-se às pessoas que faleceram do norte do concelho de Miranda do Douro; num segundo momento, rezava-se pelas pessoas falecidas da parte sul do concelho; e num terceiro momento rezava-se a lutuosa geral, dedicada a todas os irmãos falecidos do concelho de Miranda do Douro.

Nos dias 6,7 e 8 de setembro, as festas deste ano prosseguiram com a celebração da Eucaristia, às 15h00.

A organização anual das festas em honra de Nossa Senhora do Naso é da responsabilidade da Confraria. De acordo com António José Fernandes Ribeiro, membro da Confraria de Nossa Senhora do Naso, há registos escritos que indicam que esta festa já se celebra desde 1843.

Para organizar esta festa, a confraria de Nossa Senhora do Naso é constituída por seis casais, naturais da aldeia da Póvoa, que trabalham ao longo do ano para preparar as festas, que se realizam em setembro. Segundo, António Ribeiro, a mordomia é renovada a cada três anos, com a entrada de novos casais. Para além dos mordomos também existem os irmãos da confraria, que contribuem com 1 euro por ano, para apoiar financeiramente a organização das festas de Nossa Senhora do Naso. De acordo com a confraria, houve anos em que estavam inscritos mais de 1000 irmãos. Antigamente, existia a tradição familiar de inscrever as crianças e os jovens como associados da confraria. No entanto, com o passar dos anos e por causa do despovoamento da região, o entusiasmo pela participação nas festas de Nossa Senhora do Naso foi esmorecendo um pouco. Ainda assim e pelo que se viu neste ano, nos dias 6, 7 e 8 de setembro, o belo Santuário de Nossa Senhora do Naso continua a atrair e a ser o destino de muita gente, vinda de todo o planalto mirandês e também da vizinha Espanha.

De acordo com António José Fernandes Ribeiro, membro da Confraria de Nossa Senhora do Naso, há registos escritos que indicam que esta festa já se celebra desde 1843.

HA

Comércio: Vimioso vende produtos e serviços através do digital

Comércio: Vimioso vende produtos e serviços através do digital

O município de Vimioso apresentou o portal de venda online “BEST OF VIMIOSO”, onde é possível divulgar e encomendar os melhores produtos e serviços locais, como são o azeite, o mel, as unidades hoteleiras e as Termas existentes no concelho.

Através desta nova ferramenta de divulgação e comercialização dos produtos e serviços locais já é possível através de um simples clique comprar mel, azeite, doces típicos, fumeiro, cogumelos, licores, leguminosas e frutos secos provenientes deste concelho do nordeste transmontano.

Através do portal “Best of Vimioso” também é possível agendar reservas nas unidades hoteleiras do concelho, nas casas de turismo rural, nas Termas da Terronha e no parque de campismo municipal.

O novo merc@do online está acessível no portal www.bestofvimioso.pt , onde pode realizar as suas encomendas com segurança e comodidade.


O objetivo deste novo serviço online anular a distância geográfica e facilitar a compra dos produtos de qualidade existentes no concelho de Vimioso.

De acordo com o município de Vimioso, esta nova plataforma visa estabelecer a ligação entre os consumidores e os produtores locais.

HA

Agricultura: Cooperativa de lavradores iniciou processo de certificação da amêndoa transmontana

Agricultura: Cooperativa de lavradores iniciou processo de certificação da amêndoa transmontana

A Cooperativa dos Lavradores do Centro e Norte (CLCN), instalada em Mogadouro, iniciou junto das entidades competentes o processo de registo de Indicação Geográfica Protegida (IGP) da amêndoa transmontana, anunciou aquela organização.

“Iniciámos o processo de registo e certificação IGP da amêndoa produzida em todos os 12 concelhos do distrito de Bragança e em cinco concelhos do distrito de Vila Real. O primeiro passo foi dado com a entrega do processo à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DAPN)”, disse Armando Pacheco, um dos responsáveis pela CLCN.

O responsável explicou que a iniciativa de certificação da amêndoa transmontana, com a chancela IGP, pretende ser uma mais-valia para a comercialização deste fruto de casca rija, produzido neste território.

“Achámos que devíamos certificar a amêndoa produzida nesta região do país, para depois os produtores retirarem mais-valias deste produto agrícola por ser IGP. Consideramos que após a obtenção desta cancela a comercialização será superior. É importante realçar a importância de território de Trás-os-Montes neste tipo de produção”, destacou o técnico.

De acordo com Armando Pacheco, já há uma Denominação de Origem Protegida (DOP) da amêndoa do Douro. Contudo, o dirigente referiu que a certificação IGP a que se propõe a CLCN pretende ser mais abrangente.

“Queremos ter a marca Trás-os-Montes, e a amêndoa tem de ser produzida nesta região, onde se verifica um aumento das variedades deste fruto de casca rija, porque já existem outras, sem ser a antiga tradicional, mas de pouco rendimento comercial”, disse Armando Pacheco.

Para já, a CLCN está a liderar o processo de certificação da amêndoa produzida em Trás-os-Montes, mas espera-se que outras organizações de produtores se juntem e possam vir a comercializar com este selo IGP a amêndoa, cuja produção que tem vindo a crescer neste território.

“Tudo indica que a produção de amêndoa vai continuar a crescer neste território. Nos últimos anos, a plantação subiu mais de 60% na nossa região, mas terá que aumentar ainda muito mais para ser rentável”, observou o dirigente agrícola.

O processo de certificação como IGP, depois de analisado pelos serviços de Agricultura a nível nacional, seguirá para Bruxelas, “sendo esperado que se prolongue por vários meses, sendo necessária alguma calma”.

A CLCN tem atualmente meio milhar de produtores de amêndoa e outros frutos de casca rija e castanha.

“Ao sermos reconhecidos como uma organização de produtores, os nossos associados beneficiam de mais valias em termos de candidaturas a apoios de fundos comunitários, havendo mesmo algumas majorações, como são as medidas agroambientais”, exemplificou o representante desta cooperativa agrícola.

Segundo Armando Pacheco, a CLCP comercializa atualmente um milhão de quilos de amêndoa e outros frutos de casca rija produzidos em Trás–os-Montes, traduzindo-se num volume de negócio rondar um milhão de euros.

Fonte: Lusa

Palaçoulo: Festa em honra de Nossa Senhora do Rosário

Palaçoulo: Festa em honra de Nossa Senhora do Rosário

A aldeia de Palaçoulo assinalou, a 2 de setembro, a festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, com a celebração da Eucaristia e a procissão pelas ruas da aldeia.

A eucaristia dedicada a Nossa Senhora do Rosário foi celebrada na Igreja matriz de Palaçoulo e o padre António Pires disse que Maria é o exemplo de santidade a seguir: “Maria não se escondeu de Deus e não escondeu Deus”, disse o pároco.

Por isso, o sacerdote exortou a assembleia a seguir o exemplo de Maria, a confiar em Deus, a deixar-se conduzir por Ele e a testemunhá-Lo na vida concreta do dia-a-dia.

A celebração eucarística em honra de Nossa Senhora do Rosário foi cantada e a posterior procissão também teve o acompanhamento musical de um trio de gaiteiros locais.

Após a celebração religiosa, as gentes de Palaçoulo reuniram-se no largo de Palaçoulo para a tradicional tarde de convívio e confraternização.

No passado dia 31 de agosto, já se havia realizado a feira anual, que por iniciativa da Junta de freguesia de Palaçoulo, mudou do dia 27 para 31 de agosto, com o objetivo de aproximar as datas, da feira e da festa em honra de Nossa Senhora do Rosário. Contudo, esta mudança na data da feira anual está a gerar algum desconforto nas pessoas, pois estavam habituadas à sua realização no dia 27 de cada mês.

De acordo com o presidente da freguesia de Palaçoulo, Manuel Gonçalves, o propósito da mudança foi proporcionar à população um período festivo de 3 dias consecutivos. No entanto, com o surgimento da pandemia, não foi possível concretizar este propósito, dado que os programas festivos foram interditados, com exceção das celebrações religiosas.

Para se adaptarem à mudança do dia da feira para 31 de agosto, há pessoas que pedem uma maior divulgação da nova data, até para que as pessoas das aldeias vizinhas possam estar informadas e venham a Palaçoulo participar na tradicional feira anual.

A próxima festa em Palaçoulo é a celebração dedicada a Santa Bárbara, que vai realizar-se no dia 12 de agosto, sendo que a Eucaristia está agendada para as 14h30, na Igreja matriz.

Entrevista: Picote está cada vez mais turístico

Entrevista: Picote está cada vez mais turístico

A aldeia de Picote é cada vez mais procurada pelos turistas nacionais e estrangeiros, que ficam maravilhados com os recursos naturais e culturais aí preservados, em boa parte graças ao trabalho da freguesia local e do atual presidente, Jorge Lourenço. 

Jorge Lourenço, presidente da freguesia de Picote, junto às bicicletas elétricas. (HA)

Sendo o turismo um setor fundamental para a dinamização da economia do concelho de Miranda do Douro, o projeto Raia Norte Bikes, promovido pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Transfronteiriça (AECT) Duero-Douro, em conjunto com o Turismo de Portugal, visa proporcionar aos visitantes e também aos habitantes locais, a possibilidade de conhecer as maravilhas naturais e culturais da região, utilizando um meio de transporte ecológico como é a bicicleta elétrica.

O projeto elaborado para o Agrupamento AECT Duero-Douro consistiu na construção e instalação de 48 bicicletas, em vários municípios e freguesias, entre estas, Picote, como o objetivo de contribuir para a descarbonização do ambiente, para a poupança de energia e um planeta cada vez mais verde.

T.M.N.: Quantas bicicletas elétricas estão disponíveis em Picote? E onde se encontram?

Jorge Lourenço: Neste momento, Picote, disponibiliza quatro bicicletas elétricas que se encontram junto à sede da freguesia. Mas futuramente vai ter seis, dada a crescente afluência de turistas à aldeia. Tal como referiu a secretária de Estado de Valorização do Interior, Isabel Ferreira, embora a pandemia seja uma contrariedade, esta vicissitude levou a que muita gente preferisse passar as férias em regiões mais isoladas, como é o interior do país, o que foi benéfico para estas populações, pois dinamizou um pouco mais a economia local.

T.M.N.: O que tem Picote para oferecer aos visitantes?

J.L.: Ao longo dos anos, aldeia de Picote tem vindo a apostar no turismo de qualidade, de natureza e cultural. O miradouro da fraga do Puio, dada a excelência da sua panorâmica, é um local de visita obrigatória e que tem impulsionado as visitas turísticas a Picote.

T.M.N.: Que outros pontos de interesse existem na aldeia?

J.L.: Destaco a arquitetura tradicional da aldeia que tem vindo a ser cuidada e preservada. Sugiro também uma visita ao Eco Museu Terra Mater e aos painéis dos frescos na capela do Santo Cristo. E claro, há que visitar a arquitetura moderna da barragem de Picote, construída num impressionante estrangulamento do rio. E o edificado no Barrocal do Douro que é um local estudo frequente das maiores escolas de arquitetura do mundo.

T.M.N.: O que é o museu Eco Terra Mater?

J.L.: Trata-se de um projeto estruturante para o desenvolvimento da freguesia e que consiste na recuperação de alguns muros e socalcos das arribas do Douro, fustigados pelos incêndios de 2017. O objetivo desta recuperação é promover a biodiversidade e o ecossistema. Noutra vertente, o projeto contempla a recuperação dos antigos caminhos e pontes das arribas, por exemplo, entre Picote e o Barrocal do Douro.

T.M.N.: O Projeto Terra Mater também tem o contributo da associação local, a FRAUGA?

J.L.: Sim, paralelamente a FRAUGA, está a desenvolver um projeto que visa a ampliação do Centro Interpretativo Terra Mater e que é de extrema importância para a dinâmica de desenvolvimento turístico da aldeia. O nosso propósito é criar a filosofia de um ecomuseu, em que o mais importante não é o que está dentro das paredes, mas sim no exterior. O Centro Interpretativo convida as pessoas a visitar os recursos existentes no território, como são os moinhos de água, a barragem, os castros, os fornos, as forjas, a fogueira de Natal, etc. Com todo este trabalho, o nosso objetivo é dar modernidade a Picote. A exemplo, do que aconteceu há 50 anos, com a construção do aldeamento do Barrocal do Douro por causa da barragem.

“O Centro Interpretativo convida as pessoas a visitar os recursos existentes no território, como são os moinhos de água, a barragem, os castros, os fornos, as forjas, a fogueira de Natal, etc.”

T.M.N.: Em 1996, Picote foi a primeira freguesia do planalto mirandês a colocar as placas toponímias bilingues, em mirandês e português. Desde então o que têm feito para preservar e divulgar a língua mirandesa?

J.L.: Picote, em conjunto com outras entidades, tem promovido a publicação de livros, eventos, estudos e congressos. A preservação e divulgação da língua mirandesa é um trabalho que há que continuar a realizar.

T.M.N.: Dado o despovoamento das aldeias, o que o motiva a continuar a trabalhar por Picote?

J.L.: Se o nosso foco estiver nas pessoas, no desenvolvimento e na melhoria da sua qualidade de vida, certamente vamos estar motivados para o trabalho.

Se o nosso foco estiver nas pessoas, no desenvolvimento e na melhoria da sua qualidade de vida, certamente vamos estar motivados para o trabalho.

T.M.N.: Atualmente, vivem em Picote cerca de 270 habitantes. O que fazem estas pessoas?

J.L.: A maior parte da população residente são ex-funcionários da EDP, que estão a gozar a sua reforma e vão conciliando com a agricultura de subsistência. Também há ex-funcionários de serviços. Há uma serralharia, uma carpintaria, construção civil, um produtor de vinho e uma cozinha regional.

T.M.N.: Nos censos de 2011 para 2021, a aldeia de Picote perdeu 73 pessoas. O despovoamento é inevitável?

J.L.: É difícil estancar o despovoamento. No entanto, podemos criar condições para que as pessoas que cá vivem não emigrem. E também podemos atrair, sazonalmente, os nossos emigrantes e os turistas.

É difícil estancar o despovoamento. No entanto, podemos criar condições para que aqueles que cá vivem não emigrem. E também podemos atrair, sazonalmente, os nossos emigrantes e os turistas.

T.M.N.: No âmbito turístico, o que ainda falta fazer em Picote?

J.L.: Na aldeia, dada a maior afluência de turistas há uma crescente procura de estabelecimentos de restauração e de guias turísticos. Mas isso compete aos privados. A junta de freguesia tem a competência de criar condições e tornar o território atrativo para que o setor privado possa investir na aldeia.

T.M.N.: Picote tem uma pequeno jornal?

J.L.: Sim, a publicação do jornal L’Cuco iniciou-se em 2013, como o anterior presidente da junta de Freguesia. E nós achamos que fazia sentido continuar esse projeto para melhor comunicar e servir a população. Publicamos duas edições por ano. O jornal L’Cuco vai recebendo os contributos de muitos picoteses e barrocalenses, residentes e não residentes, de modo a enriquecer ainda mais a comunicação com a população.

O jornal L’Cuco vai recebendo os contributos de muitos picoteses e barrocalenses, residentes e não residentes, de modo a enriquecer ainda mais a comunicação com a população.

HA

Águas Vivas: Monumento eterniza a tradição dos Ramos

Águas Vivas: Monumento eterniza a tradição dos Ramos

A aldeia de Águas Vivas foi embelezada com um monumento, em granito, que simboliza uma tradição muito querida na aldeia, a confeção dos ramos e dos roscos, que acontece no decorrer da festa de Nossa Senhora da Candeias.

O monumento evocativo da tradição dos Ramos foi uma iniciativa da Freguesia de Águas Vivas e a representante da freguesia local, Dilar Neto, disse que o monumento pretende “favorecer a aldeia” e eternizar uma tradição tão apreciada pela população local.

“A festa dos Ramos é muito importante na história de Águas Vivas”, disse.

A tradição do Ramo é uma festa cuja origem está ligada a uma promessa feita pelos habitantes da aldeia, pedindo a Nossa Senhora o regresso são e salvo dos jovens rapazes que partiram para a guerra.

Esta festa está tão enraizada na aldeia, que os emigrantes marcam férias, em fevereiro, para participar na festa de Nossa Senhora das Candeias.

E na festa, os protagonistas são uns biscoitos confecionados comunitariamente, designados de ramos e roscos.

Na confeção destes biscoitos tradicionais toda a aldeia participa. Se uns oferecem os ingredientes como são a farinha, os ovos, o açúcar, o fermento, a manteiga e a aguardente. Outros arregaçam as mangas e vão trabalhar para o forno. Aí, há que amassar a massa, partir e bater os ovos, enformar os ramos e os roscos e levá-los ao forno.

“A festa dos Ramos é muito importante na história de Águas Vivas.”

Antes do dia da festa, os jovens rapazes competem entre si, para ver quem oferece a maior esmola de modo a ter a honra de transportar o andor de Nossa Senhora das Candeias e um andor ornamentado com os cinco Ramos e os Roscos.

Chegados ao Domingo, o dia da festa, após a Missa, o andor com os Ramos e os roscos, é exposto no adro da Igreja, onde os jovens rapazes o apregoam.

Ao final do dia, na casa do povo, os ramos e os roscos são leiloados. A Dona Giolanda, uma senhora de 92 anos, que muito trabalhou para preservar esta tradição, contou que houve festas em que o leilão dos ramos e dos roscos rendeu 600 contos, ou seja, 3 mil euros!

Contudo, o envelhecimento da população local e a falta de jovens está a pôr em risco a preservação desta tradição, em Águas Vivas.

De acordo com Dilar Neto, uma jovem entusiasta desta tradição aguavivense, por enquanto o amor à festa de Nossa Senhora da Candeias, tem permitido manter viva a tradição dos Ramos. Anualmente, os três mordomos responsáveis pela organização da festa, têm recebido a ajuda de toda a aldeia.

Quando questionámos a responsável pela freguesia de Águas Vivas, sobre que outras iniciativas poderão preservar e inovar as tradições locais, Dilar Neto, lançou a sugestão de apresentar os saborosos roscos nas cestas de vime confecionadas pelas senhoras de Águas Vivas.

Ao que parece a cestaria também é uma arte que urge preservar dado o envelhecimento das artesãs locais.

HA

Ciência: Argozelo exibe exposições sobre os minerais

Ciência: Argozelo exibe exposições sobre os minerais

O Centro Interpretativo das Minas de Argozelo inaugurou as exposições “O mundo dos minerais em selos” e “O micromundo dos minerais e das rochas”, exposições que poderão ser visitadas até ao final do ano.

A exposição “O mundo dos minerais em selos”, consiste num conjunto de mais de três dezenas de telas obtidas a partir da coleção de selos com ilustrações de minerais.

Segundo Maria Elisa Preto Gomes, professora e diretora do departamento de Geologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a ideia desta exposição surgiu a partir da coleção de selos do Professor Frederico Sodré Borges, ​que sobre folhas de papel vegetal, colocou os selos e desenhou manualmente as estruturas dos minerais, escrevendo os textos com tinta da china.

De acordo com a docente da UTAD, a exposição é um curso básico de mineralogia que responde às seguintes questões: O que é um mineral? Como se designa um mineral?  O que é o polimorfismo? – as respostas a estas e outras perguntas podem ser conhecidas através da exposição.

Os visitantes também poderão conhecer a utilidade dos minerais. Minerais, para quê? Que minerais foram utilizados no fabrico de mós e bifaces na pré-história?​Hoje em dia, para que servem os minerais? Servem por exemplo, para fabricar joias, panelas, talco, vidro e  cerâmica. Mas também as medalhas de cobre. Ou as tão faladas baterias de lítio para os telemóveis e carros elétricos.  E claro, para a construção civil, como os tijolos, as telhas, etc.

A exposição Dos Minerais em selos ainda responde às questões: como se encontram os minerais? E como se estudam? Há propriedades que permitem identificar de que material se trata. E para esta identificação são necessários instrumentos, como a lupa, a bússola, martelo, o microscópio petrográfico, etc..

A segunda exposição intitulada “O micromundo dos minerais e das rochas”, permite ver os minerais ao microscópio. E para quem não saiba, os minerais juntos formam rochas. Por isso, na exposição há amostras de vários tipos de rochas.

E também há microfotografias dessas rochas, que são obtidas através das observações ao microscópio. Nestas microfotografias, há imagens pouco e muito coloridas. Todas permitem identificar propriedades dos diferentes minerais que compõem cada rocha.

Inspirados por esta colorida composição das rochas, os técnicos da UTAD Tito Azevedo e Márcio Silva criaram telas pintadas e quadros a que juntaram um poema de autores conhecidos, como Miguel Torga, Fernando Pessoa, etc.

Na inauguração das exposições dedicadas aos minerais, o presidente da Câmara Municipal de Vimioso, Jorge Fidalgo, elogiou a professora Elisa Preto Gomes pela sua paixão pela geologia e referiu mesmo que a docente tem sido uma das grandes impulsionadoras das visitas das escolas ao Centro Interpretativo das Minas de Argozelo.

Espera-se agora que as escolas do distrito tenham a oportunidade de visitar o Centro Interpretativo das Minas de Argozelo e simultaneamente, conhecer as duas exposições temporárias, dedicadas aos minerais.

HA

Vimioso: “Foi graças ao espaço coworking que pudemos trabalhar em Vimioso”

Vimioso: “Foi graças ao espaço coworking que pudemos trabalhar em Vimioso”

Vimioso foi um dos municípios a abrir um espaço coworking, no âmbito da iniciativa “Teletrabalho no Interior. Vida local, trabalho global”. João Costa é natural de Lisboa e foi uma das primeiras pessoas a beneficiar da existência deste inovador espaço de trabalho, durante os meses de verão, período em que os filhos estão a gozar as férias escolares.

A abertura destes espaços cowoking pretende dinamizar as regiões do interior do país, atraindo e fixando pessoas (e empresas) e diminuindo a necessidade de deslocações e a consequente pegada carbónica.

João Costa é informático e desde o início da pandemia, em março de 2020, que trabalha na modalidade de teletrabalho, dado que as suas funções permitem-lhe trabalhar à distância.

Quando terminou o ano letivo da sua filha de oito anos, juntamente com a esposa e o filho mais novo, tinham a intenção de vir passar uma temporada a Trás-os-Montes, onde têm família e desfrutam habitualmente um período de férias. Mas tinham um problema: precisavam de instalações e de acesso à internet para trabalhar à distância. Na aldeia de Campo de Víboras, há uma rede wi-fi disponibilizada pela junta de Freguesia, mas o sinal é fraco e não tem velocidade suficiente para trabalharem com eficácia. Foi então, que o João descobriu o espaço coworking de Vimioso ao ler uma notícia sobre o protocolo assinado pelo governo, com 51 municípios para a criação de espaços coworking em todo o país. E após uma pesquisa verificou que Vimioso também iria ter um espaço destes.

Com esta informação, João Costa contatou a Câmara Municipal de Vimioso e apurou que o futuro espaço coworking já era utilizado como uma incubadora de empresas – 3 INT Incubadora para Inovação do Interior e Negócios Transfronteiriços (3INT)  – e iriam apetrechá-lo com ligação à internet para que funcionasse também como um espaço de teletrabalho. De seguida, e juntamente com a esposa, o João realizou as inscrições, foram conhecer o espaço e começaram a trabalhar nessas instalações no final do mês de julho.

Desde então, já la trabalham há mais de um mês e segundo o João Costa, aa experiência profissional no espaço coworking está a ser bastante positiva. O acesso à internet é bom e as salas de trabalho estão instaladas numa antiga residência de estudantes, construída na década de 1940.

Na opinião de João Costa, o espaço coworking de Vimioso reúne as infraestruturas necessárias para o teletrabalho: “a ligação à internet é boa e o espaço é confortável para trabalhar”.

Embora, o João conheça Vimioso há cerca de 20 anos, foi esta experiência de teletrabalho que lhe permitiu uma estadia mais prolongada na região. Sobre esta permanência, diz que está a gostar de trabalhar em Vimioso, onde o ritmo de vida é bem diferente do de Lisboa. Contudo, adianta que nesta altura da vida, dificilmente viria viver para o interior do país. “Mais tarde, talvez. Neste momento faz-me falta o mar, a efervescência da cidade e a disponibilidade das coisas e dos serviços”.

Não obstante estas dificuldades, João Costa reconhece as mais valias de viver em territórios como o de Vimioso, em que há uma maior proximidade à natureza e por conseguinte há mais espaço e liberdade para as crianças brincarem e crescerem. “Para os meus filhos este tempo está a ser extraordinário”, disse. Enquanto os pais estão a trabalhar no espaço coworking, em Vimioso, os filhos de dois e oito anos, ficam com os avós, na aldeia de Campo de Víboras. “Na companhia dos primos andam de bicicleta, brincam na piscina e estão a gostar muito. E nós ficamos muito felizes ao vê-los assim”, disse.

“Na companhia dos primos andam de bicicleta, brincam na piscina e estão a gostar muito. E nós ficamos muito felizes ao vê-los assim”, disse.

Para a felicidade desta jovem família, muito contribuiu o espaço coworking de Vimioso. Afinal, foi a existência deste espaço que possibilitou a vinda e estadia do João e da sua família, em Vimioso, nestes meses de verão. Por essa razão e antes do regresso a Lisboa, o João Costa pretende agradecer ao município de Vimioso: “Fomos recebidos da melhor maneira. E antes de regressarmos a Lisboa, vamos agradecer às pessoas que nos acolheram, apresentaram e disponibilizaram este espaço coworking para trabalharmos à distância”.

HA