Miranda do Douro: Cerimónia da Capa d’Honras homenageou Ricardo Flecha
No Domingo, dia 24 de março, Miranda do Douro voltou a assinalar a importância cultural da Capa D’Honras, com a realização da cerimónia anual dedicada a esta indumentária típica das regiões da Terra de Miranda e da província de Zamora (Espanha), tendo este ano homenageado o saudoso escultor, Ricardo Flecha.
O evento ibérico iniciou-se com o habitual desfile pela zona histórica da cidade de Miranda do Douro, no qual participaram 200 pessoas, portugueses e espanhóis, trajados com a emblemática capa d’honras.
No largo da Igreja da Misericórdia, a comitiva juntou-se aos numerosos fiéis que participaram na Benção dos Ramos, antes da celebração da eucaristia, na concatedral.
No final da celebração religiosa realizou-se a cerimónia de engrandecimento da Capa d’Honras, com a intervenção inicial de António Rodrigues Mourinho. O historiador lembrou que esta peça de vestuário ancestral, inicialmente usada pelos pastores, é hoje um símbolo comum da Terra de Miranda e das regiões vizinhas espanholas de Aliste, da Sanábria e de Leão.
Bem a propósito, o músico espanhol, Luís António Pedraza, em representação do saudoso escultor zamorano, Ricardo Flecha, (1958-2023) também sublinhou os laços culturais entre as duas regiões raianas.
Em setembro de 2023, Ricardo Flecha doou ao município de Miranda do Douro uma capa d’honras com mais de 100 anos. O escultor natural de Zamora foi presidente da Asociacion de Promoción y Estudio de la Capa Alistana e foi um assíduo participante na cerimónia de Exaltação da Capa d’Honras Mirandesa.
Na cerimónia deste ano, participou também a designer de joalharia, Manuela Ferraz, que deu a conhecer quatro coleçóes de jóias inspiradas nas capas mirandesas. “Com este trabalho pretendemos promover a valorizar este património cultural”, justificou.
De seguida, o etnógrafo e diretor do Centro de Música Tradicional Sons da Terra, Mario Correia, acrescentou que a Capa d´Honras Mirandesa é simultaneamente uma peça do património cultural imaterial e material (físico) da região.
Dado o valor cultural desta peça de vestuário, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) inscreveu, em novembro de 2022, a Capa de Honra Mirandesa no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), culminando “um longo caminho na salvaguarda desta peça do traje transmontano”.
No encerramento da cerimónia, a presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, agradeceu a participação de portugueses e espanhóis, lembrou a generosidade do escultor Ricardo Flecha e destacou que a Capa d’Honras é uma peça de vestuário que consegue unir os dois povos irmãos, de Portugal e de Espanha.
Miranda do Douro: Encontro para revitalização das línguas minoritárias europeias
A 11 de abril, a cidade de Miranda do Douro acolhe o 3.º encontro OWL+, promovido pela União Europeia, que visa aumentar a sensibilização para o papel dos professores e educadores na revitalização e manutenção das línguas minoritárias.
O presidente da Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), Alfredo Cameirão, disse que este encontro vai permitir levar a Miranda do Douro, especialistas europeus ligados ao ensino, preservação e divulgação das línguas minoritárias.
Esta iniciativa da UE é um consórcio que incluiu vários parceiros, entre os quais professores de saami do sul na Noruega, latgaliano na Letónia, frísio ocidental na Holanda, mirandês em Portugal e o asturo-leonês em Espanha.
“Um dos grandes objetivos passa por partilhar experiências e aprender com estes especialistas europeus a forma de como tratar a línguas minoritárias que cada vez são mais importantes em contexto europeu”, vincou.
O OWL+ é um projeto Erasmus+ que cria caminhos para os educadores integrarem línguas ameaçadas com poucos recursos nas suas atividades de ensino.
Trata-se de um grupo de cinco organizações, em cinco países diferentes, que trabalham em conjunto em caminhos para o uso de línguas com poucos recursos em ambientes educacionais, como é o caso da língua mirandesa.
Gema Zamora, uma especialista espanhola em línguas minoritárias, avançou que é preciso perceber a experiência que os mirandeses têm na promoção e divulgação da sua língua, podendo ser um incentivo para outros países europeus com idiomas minoritários.
“A comunidade mirandesa tem muita energia e entusiasmo na preservação da sua língua e mantém uma rede importante e contactos na Península Ibérica para a sua divulgação, muito diálogo com regiões espanholas como a Estremadura, Galiza ou Astúrias”, frisou a investigadora.
De acordo com este consórcio, “em muitos contextos, o ensino das línguas minoritárias carece de recursos e/ou de visibilidade”.
“Os professores e educadores que escolhem esta carreira estão a apropriar-se desta questão específica nas suas comunidades e, por isso, são proativos no desenvolvimento e valorização do seu trabalho”, lê-se na página oficial desta organização europeia.
O objetivo final do projeto passa por criar ferramentas que visam sensibilizar os educadores para as línguas com poucos recursos, fornecer-lhes informações adequadas sobre essas línguas e incentivar a sua integração em diferentes contextos de aprendizagem.
A disciplina de língua mirandesa é lecionada no Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro em todos os ciclos e anos escolares e no presente ano letivo frequentam a disciplina 78% da totalidade dos alunos matriculados.
Portugal assinou a Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias em 2021.
O mirandês passou a segunda língua oficial em Portugal há 25 anos, após a aprovação da lei na Assembleia da República, em 17 de setembro de 1998, que conferiu este estatuto ao idioma falado no planalto mirandês.
Política: Novos deputados reúnem-se para a primeira sessão plenária da XVI legislatura
A Assembleia da República eleita nas legislativas reúne-se hoje, dia 26 de março, pela primeira vez e vai eleger o novo presidente do parlamento, bem como os vice-presidentes e secretários.
A primeira reunião plenária da XVI legislatura – com nove partidos representados, mais um do que na anterior, o CDS-PP – divide-se em duas partes, uma de manhã e outra à tarde.
Na primeira parte, às 10:00, com os 230 novos parlamentares eleitos em 10 de março, será aprovada a comissão eventual de verificação de poderes dos deputados eleitos, numa reunião que costuma demorar poucos minutos.
Como, a essa hora, não haverá ainda presidente da AR eleito e o presidente cessante, Augusto Santos Silva, não é deputado, caberá ao partido mais votado, o PSD, convidar um dos vice-presidentes cessantes que tenha sido reeleito ou o deputado mais antigo para dirigir interinamente os trabalhos.
O PSD vai convidar o deputado do PCP António Filipe para presidir à primeira sessão, uma vez que é considerado o parlamentar mais antigo pelos serviços da Assembleia da República.
Após a aprovação da resolução que determina a comissão eventual de verificação de poderes, os trabalhos serão interrompidos e novamente retomados às 15:00, altura em que será eleito o novo presidente do parlamento.
Até ao dia 25 de março, apenas era conhecida a candidatura proposta pelo PSD do ex-ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco, que o Chega manifestou intenção de apoiar, dizendo que os sociais-democratas também darão indicação para que sejam aprovados os seus candidatos a ‘vice’ e secretários da Mesa.
A eleição do presidente da Assembleia da República é por voto secreto e os deputados são chamados, por ordem alfabética, a votar numa urna no centro da sala de sessões.
Concluída a votação, a sessão é novamente suspensa para apuramento dos resultados.
De acordo com o regimento, é eleito presidente da Assembleia da República “o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos dos deputados em efetividade de funções”.
“Se nenhum dos candidatos obtiver esse número de votos, procede-se imediatamente a segundo sufrágio, ao qual concorrem apenas os dois candidatos mais votados que não tenham retirado a candidatura. Se nenhum candidato for eleito, é reaberto o processo”, refere o regimento.
Será também realizada hoje a eleição da restante Mesa da Assembleia da República – que, além do presidente, integra quatro vice-presidentes, quatro secretários e quatro vice-secretários – e do Conselho de Administração.
O novo presidente da Assembleia da República usará da palavra, seguindo-se intervenções dos grupos parlamentares.
Pela primeira vez, os deputados terão ainda que assinar um termo de posse, no qual afirmam solenemente que irão desempenhar fielmente as funções em que ficam investidos e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa.
A coligação Aliança Democrática (que juntou PSD/CDS-PP/PPM) venceu as eleições de 10 de março e o líder do PSD foi indigitado primeiro-ministro pelo Presidente da República. Luís Montenegro apresenta o seu Governo em 28 de março e a posse está prevista para 2 de abril.
No novo parlamento, o PSD terá 78 deputados (mais um que na anterior legislatura), o PS também 78 (menos 42), o Chega sobe de 12 para 50 parlamentares, a IL mantém os oito deputados e o BE os cinco que já tinha, enquanto o PCP desce de seis para quatro. O Livre cresce de um para quatro e o PAN mantém a sua deputada única. O CDS-PP regressa ao parlamento com dois deputados.
Algoso: Chuva cancela o “Sábado de Aleluia & Mercado Medieval”
Em Algoso, o evento religioso e cultural “Sábado de Aleluia & Mercado Medieval”, agendado para o fim-de-semana da Páscoa, dias 30 e 31 de março, foi cancelado devido à previsão de chuva, informou a presidente da União de Freguesias, Cristina Miguel.
O agravamento das condições meteorológicas nos próximos dias, com chuva e vento forte e até queda de neve, levou a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) a alertar a população para medidas preventivas.
Por causa destas condições meteorológicas adversas, a autarca de Algoso expressou grande tristeza pelo cancelamento do evento, que já é uma marca religiosa e cultural nesta localidade, sobretudo para os muitos emigrantes que regressam a Algoso para celebrar a Páscoa, com os seus familiares.
Não obstante o cancelamento do “Sábado de Aleluia & Mercado Medieval”, Cristina Miguel, adiantou que a freguesia está a estudar uma nova data para organizar um evento similar.
No fim-de-semana de 23 e 24 de março, a Feira do Pão, em Caçarelhos, encheu-se de público, que aproveitou o certame para comprar o tradicional folar e os doces de Páscoa e nesta estadia os visitantes assistiram ao festival da gaita de foles, às danças dos pauliteiros, aos concertos musicais e às populares chegas de touros mirandeses.
No Domingo, dia 24 de março, a afluência de público encheu por completo o recinto da Feira do Pão, em Caçarelhos.
Ao longo das 22 edições já realizadas, a Feira do Pão, em Caçarelhos tem vindo a crescer no número de expositores e na variedade de produtos o que atrai a vinda de muito público ao certame, em particular dos concelhos de Vimioso e de Miranda do Douro.
Nesta 22º edição e dada a proximidade da Páscoa, os produtos mais procurados na feira foram o folar, o fumeiro e os doces tradicionais como a bola doce.
A jovem Daniela Martins, produtora de doçaria na Junqueira, expôs uma grande variedade de produtos como o folar, económicos, súplicas, rosquilhas, dormidos, bola de azeite, mimosas ou o pão.
“Ao longo do fim-de-semana, as vendas correram muito bem. Felicito a organização da feira, pelas excelentes condições que nos proporcionaram para expor e vender os nossos produtos. O certame de Caçarelhos, de ano para ano, atrai cada vez mais público”, disse.
Por sua vez, Júlio Martins, um fabricante de fumeiro de Algoso indicou que o público procurou sobretudo as chouriças e linguiças para a confecção dos folares da Páscoa.
“Para além destes produtos, também vendi alheiras, salpicões e patês”, acrescentou.
Entre os 50 expositores instalados no recinto da feira, havia ainda produtos como os frutos secos, queijo, mel, compotas, licores, vinho, azeite e diversos artigos de artesanato, como os escrinhos, instrumentos musicais, navalhas e bordados.
Ao longo do fim-de-semana, a animação cultural foi uma constante em Caçarelhos. No sábado, dia 23, o destaque foi o V Festival da Gaita de Foles. À noite, o motivo de interesse foi o concerto “Músicas da Raya”, que teve como convidados Sebastião Antunes, Jose Manuel Tejedor e Zezé Fernandes.
No Domingo, dia 24 de março, após a celebração religiosa do Domingo de Ramos e o almoço de vitela no pote, o grande destaque da tarde foram as oito chegas de touros, que encheram de público a cerca instalada junto à nova Casa do Povo, em Caçarelhos.
As chegas de touros de raça mirandesa continuam a ser uma das principais atrações das feiras de produtos regionais.
Tal como o presidente da União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira, Licínio Martins, antevia, a excelência dos produtos conjugada com a qualidade do programa cultural, voltou trazer muita gente à Feira do Pão, em Caçarelhos.
No Domingo, a animação cultural do certame contou ainda com as atuações do Rancho Folclórico de Vimioso, dos Pauliteiros de Palaçoulo, das Pauliteiras de Malhadas e o concerto do grupo “Sete saias”.
A Feira do Pão é uma iniciativa anual da União de Freguesias de Caçarelhos e Angueira, que conta com os apoios do município de Vimioso, da marca Vales de Vimioso, do Parque Ibérico de Natureza e Aventura – PINTA, das Termas de Vimioso e da Reserva da Biosfera Meseta Ibérica.
Miranda do Douro: Benção dos Ramos deu início à Semana Santa
Em Miranda do Douro, as celebrações religiosas da Semana Santa iniciaram-se no Domingo, dia 24 de março, com a benção dos ramos no largo da Misericórdia, seguida da eucaristia dominical, na antiga Sé catedral.
A Benção dos Ramos realizou-se no largo da Igreja da Misericórdia, em Miranda do Douro.
Com a concatedral repleta de pessoas, também por causa da cerimónia de engrandecimento da Capa d’Honras, o pároco de Miranda do Douro, padre Manuel Marques proferiu uma “brevíssima” homília, justificando que o silêncio ajuda a meditar sobre o sofrimento e morte de Jesus.
“Segundo o Evangelho que narra a entrega e morte de Jesus, um soldado romano reconhece que Ele era Filho de Deus. E este facto atesta que Jesus veio para todos e também para os pagãos”, disse.
O sacerdote acrescentou que o Evangelho, a Palavra de Deus, não é para os museus, “é sempre atual e ajuda-nos a interpretar à luz da fé, os acontecimentos da vida”.
“Nós, cristãos, somos chamados a ser fermento no mundo, isto é, a viver como Jesus e a fazer crescer valores como a retidão, a justiça, a bondade e a misericórdia”, explicou.
O pároco de Miranda do Douro exortou os mirandeses a viver intensamente a Semana Santa, “o sacrifício de Jesus para mostrar aos homens o caminho da salvação e da felicidade”.
A Igreja Católica inicia, com o Domingo de Ramos, a Semana Santa, momento central do ano litúrgico, que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, celebração da ressurreição de Cristo.
Em Miranda do Douro, as celebrações religiosas prosseguem na quarta-feira, dia 27 de março, às 21h00, com a missa em honra do Senhor da Misericórdia.
O Tríduo Pascal começa na Quinta-feira Santa, dia 28 de março, com a celebração da Missa Vespertina da Ceia do Senhor e o rito do lava-pés, às 21h00, também na concatedral.
Na Sexta-feira Santa, dia 29 de março, às 15h00, no santuário de Nossa Senhora do Naso celebra-se a Adoração da Santa Cruz. À noite, a partir das 21h00, vai realizar-se a encenação da Via Sacra, no castelo de Miranda do Douro.
No Domingo de Páscoa, a Missa da Ressurreição do Senhor está agendada para às 11h00, na concatedral, em Miranda do Douro.
Programa da Semana Santa:
- Domingo, dia 24 de março, às 11h00: Benção dos Ramos, no largo da Misericórdia e Missa de Domingo de Ramos da Paixão do Senhor, na concatedral de Miranda do Douro;
- Quarta-feira Santa, dia 27 de março, às 21h00: Missa em honra do Senhor da Misericórdia, na concatedral;
- Quinta-feira Santa, dia 28 de março, às 21h00: Missa Vespertina da Ceia do Senhor com o rito do lava-pés, na concatedral;
- Sexta-feira Santa, dia 29 de março, às 15h00: Adoração da Santa Cruz, no santuário de Nossa Senhora do Naso;
- Sexta-feira Santa, às 21h00: Via Sacra, no castelo de Miranda do Douro;
- Domingo de Páscoa, dia 31 de março, às 11h00: Missa da Páscoa da Ressurreição do Senhor, na concatedral.
No âmbito das festividades da Páscoa, a Guarda Nacional Republicana (GNR) vai intensificar de 25 de março até 1 de abril, a fiscalização rodoviária, o patrulhamento e as ações de sensibilização em todo o território nacional.
Em comunicado, a GNR adianta que a “Operação Páscoa 2024” visa combater a criminalidade, contribuir para a redução da sinistralidade rodoviária, regularizar o trânsito e apoiar os cidadãos.
A GNR lembra que tradicionalmente, a época da Páscoa “caracteriza-se pela reunião das famílias nas suas regiões de origem e, por corresponder ao período de férias escolares, prevê-se consequentemente um aumento significativo do tráfego rodoviário nas estradas portuguesas”.
Na nota, a Guarda diz que a operação visa a segurança e a proteção das pessoas, pelo que vai além da fiscalização rodoviária, sendo o esforço também orientado para os locais de festividades, as imediações, zonas residenciais e comerciais, bem como para as vias de circulação rodoviárias mais críticas.
“O período de fiscalização de maior esforço de patrulhamento rodoviário, nas vias mais críticas, será entre o início do dia 28 de março [quinta-feira] e o dia 01 de abril, período que se prevê maior volume de tráfego”, indica a GNR.
No âmbito da operação, a guarda aconselha a “uma condução atenta, cautelosa e defensiva, adequar a velocidade às condições meteorológicas, ao estado da via e ao volume de tráfego rodoviário, evitar manobras perigosas, excesso de velocidade e não conduzir sob a influência do álcool e substâncias psicotrópicas”.
A GNR chama ainda a atenção para o uso indevido do telemóvel e incorreta ou não utilização do cinto de segurança e/ou dos sistemas de retenção para crianças e às condições de segurança dos veículos.
Também a Polícia de Segurança Pública (PSP) iniciou na sexta-feira e até 31 de março a operação “Polícia Sempre Presente – Páscoa em Segurança 2024” com patrulhamentos e ações de fiscalização em todo o território, nos acessos aos principais eixos rodoviários.
A operação da PSP visa a segurança rodoviária, a prevenção criminal e a segurança na posse e utilização de artigos de pirotecnia.
Miranda do Douro: Governo determina nova avaliação das barragens impugnadas
O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, determinou que as avaliações de barragens que venham a ser impugnadas por não considerarem a totalidade dos elementos que as integram devem ser revogadas e refeitas pela Autoridade Tributária.
Esta indicação consta de um despacho datado de 04 de março, em que Nuno Santos Félix refere que “sendo impugnada a avaliação de aproveitamentos hidroelétricos” com base na “exclusão dos órgãos de segurança ou exploração da avaliação impugnada […] devem ser revogados os atos avaliativos que tenham excluído do respetivo objeto os órgãos de segurança ou exploração” quando os mesmos “devam ser qualificados como ‘parte componente’ do prédio”.
Na origem deste despacho – o terceiro desde que o governante determinou a avaliação das barragens para efeitos de IMI – está a diferença com que os municípios e a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) entendem o que deve ser considerado para efeitos de avaliação e tributação em Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) no que diz respeito às barragens.
Em concreto, os municípios contestam o entendimento da AT – vertido numa circular de 2021 – segundo o qual as máquinas e equipamentos (como turbinas da barragem) não devem ser classificados como prédio, por extravasarem o conceito de prédio fiscal, ficando, por isso, fora da incidência do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e pedem ao Governo para o revogar.
A revogação contudo, é colocada de lado por Nuno Santos Félix, tendo em conta que o atual Governo se encontra em gestão e que o entendimento (sobre as avaliações) anteriormente adotado pela AT perpassa diferentes legislaturas.
A orientação da AT foi passada aos peritos avaliadores, ainda que, o despacho refira que “as comissões de avaliação têm vindo a adotar entendimentos diferentes em sede avaliativa”.
O despacho lembra de que forma a legislação em vigor define uma barragem, notando que os “órgãos de segurança e exploração fazem, assim, parte do conceito legal” deste tipo de infraestrutura, com a lei a determinar também que, para efeitos da construção de uma barragem, o projeto deve incluir órgãos de segurança como os “descarregadores de cheias”, as “descargas de fundo” ou a “central e circuitos hidráulicos”.
Estando concluída a avaliação da generalidade dos aproveitamentos hidráulicos e podendo haver impugnação judicial (ou arbitral) das segundas avaliações por parte do município ou do concessionário (sujeito passivo) da barragem, Nuno Santos Félix antecipa que, ao longo das próximas semanas, a AT “será chamada para contestar eventuais ou revogar os respetivos atos”.
“Considerando que aquelas avaliações espelham entendimentos distintos” e “não podendo a AT em sede de contencioso sustentar simultaneamente entendimentos contraditórios entre si”, resta-lhe alinhar por um entendimento e revogar as avaliações que não estejam em conformidade.
O despacho sustenta que perante a atual situação política, “deverá ser o próximo governo em plenitude de funções a pronunciar-se globalmente [quanto ao entendimento da avaliação da AT],”, limitando-se assim o efeito do diploma “ao estritamente necessário em face da inadiabilidade da prática da AT de atos processuais em contencioso relativo à avaliação de aproveitamentos hidroelétricos”.
O Momento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) disse que se trata de um importante despacho proferido pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix, que pugna pela inclusão dos equipamentos afetos aos centros eletroprodutores, imprescindíveis à produção de energia, para efeitos de avaliação em sede de IMI.
“Este despacho vem confirmar tudo o que o MCTM tem vindo a dizer desde o primeiro momento, apesar da resistência, incompetência e desobediência da Diretora-geral da AT Helena Borges, cujos erros lesam o Estado e as populações, mas beneficiam sempre o mesmo privado”, refere a mesma nota.
Alberto Fernandes, membro do MCTM, disse que apesar desta importante vitória este Movimento cívico não vai desistir de reivindicar o que é ainda devido à Terra de Miranda, como seja o valor referente ao Imposto do Selo, IMT e outros devidos pela venda das três barragens do Douro Internacional.
Também o município de Miranda do Douro, congratula-se com esta tomada de decisão por parte deste governante, afirmado que a mesma “muito ajudou a que fosse feita justiça em relação à cobrança do IMI com referência a estes prédios”.
Já a Federação Distrital do PS de Bragança, refere numa nota que este é o terceiro despacho que o SEAF se viu obrigado a emitir, ordenando à AT que cumpra a lei que obriga as concessionárias dos centros eletroprodutores a pagar IMI, em particular a EDP que durante anos não tem pago os impostos devidos.
“Não é compreensível muito menos aceitável, que a diretora-geral da AT, Helena Borges, sucessivamente se recuse a cumprir a lei e a cobrar os impostos devidos, prejudicando com esse comportamento os territórios com barragens que são maioritariamente territórios do interior, tendo deixado caducar o IMI de 2019 ao contrário do que informou no parlamento”, indica esta federação liderada por Berta Nunes.
Esta Federação Socialista, Insiste mais uma vez que a diretora da AT não tem condições para se manter no cargo devendo demitir-se ou ser demitida, restituindo assim o bom nome e o prestígio institucional desta Autoridade.
Bragança-Miranda: Dom Nuno Almeida presidiu à celebração do Domingo de Ramos
O bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida presidiu à celebração do Domingo de Ramos, sublinhando o simbolismo das celebrações da Semana Santa, no caminho para a Páscoa, o momento “essencial” do calendário católico.
“Temos de reconhecer que hoje é necessário agir com discernimento, para que não se troque o essencial pelo secundário. O que é central é a celebração do mistério pascal: a pessoa de Jesus Cristo, a prioridade da Vigília Pascal, a estreita ligação entre Quaresma-Semana Santa e as sete semanas do Tempo Pascal que se conclui com o Pentecostes”, referiu D. Nuno Almeida, na homilia da celebração.
O responsável preside, pela primeira vez, como bispo da diocese do nordeste transmontano, à celebração do Domingo de Ramos.
A Igreja Católica iniciou a Semana Santa, momento central do ano litúrgico, que recorda os dias da prisão, julgamento e execução de Jesus, culminando com a Páscoa, celebração da ressurreição de Cristo.
“Na Cruz, Jesus abraça o mundo inteiro. E assim mostra-nos que o nosso Deus é verdadeiramente um Deus de braços abertos”, assinalou D. Nuno Almeida.
“Se às procissões se dá mais importância do que à Vigília Pascal, se na Cruz não se contempla já o Ressuscitado, se a bênção dos Ramos, do fogo ou da água se destacam mais do que o resto da celebração, se a preparação do “folar” e da “visita pascal” valem mais do que a participação na Missa de Páscoa …, então será necessário tentar purificar e reorganizar estas manifestações que, sem lhes tirar o mérito, não podem abafar a riqueza do mistério pascal”.
O bispo de Bragança-Miranda falou da Semana Santa como um momento particular de peregrinação espiritual, para os católicos.
“Não desistamos de caminhar com Ele e de caminhar unidos. Não abandonemos a comunidade. Particularmente nesta Semana Santa e nesta Páscoa: caminhemos juntos com Jesus”, pediu.
A bênção dos ramos fez-se no interior da Catedral de Bragança, numa Eucaristia transmitida pela Rádio Renascença.
Na admonição inicial da celebração foi recordado que a renúncia quaresmal diocesana se destina, este ano, ao Mosteiro Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo, dado que se registou um incêndio na sua casa de hospedaria.
Is 50, 4-7 / Slm 21 (22), 8-9.17-18a.19-20.23-24 / Filip 2, 6-11 / Mc 14, 1 – 15, 47 ou 15, 1-39
Como é fugaz a fama! O Domingo de Ramos permite-nos recordar, ano após ano, que os aplausos de pouco servem no caminho do bem. No início desta semana, Jesus é recebido como Messias, numa apoteose que contagia toda a cidade, para, passados poucos dias, ser humilhado, torturado e crucificado, a pedido dessa mesma multidão.
E, contudo, não vemos qualquer ressentimento da parte de Jesus. Não o vemos a gritar ou a apelidar de traidores aqueles que mudaram de opinião. Jesus é um homem encontrado, que assumiu o custo das suas opções de vida. Ele não se deixou iludir pelas luzes da fama ou pelas palavras de outros, vendo toda a sua vida como a travessia da terra rumo a algo maior, algo que foi semeando com cada cura, cada palavra, cada gesto e cada olhar: o reino de Deus.
Aproveitemos este domingo, portal de entrada na Semana Santa, para examinar a nossa consciência. Perguntemo-nos quantas vezes somos movidos pela necessidade de aplauso ou de cair nas boas graças de alguém. E peçamos ao Senhor a graça de viver a verdadeira liberdade, aquela que nos permite «fazer o bem sem olhar a quem».