Mogadouro: Desfile de Carnaval com 600 figurantes

Mogadouro: Desfile de Carnaval com 600 figurantes

No Domingo, dia 11 de fevereiro, cerca de 600 figurantes, provenientes de várias localidades do concelho de Mogadouro, participaram no desfile de Carnaval, pelas ruas da vila, num evento que foi considerado o maior Carnaval.

O município de Mogadouro informou que o desfile de Carnaval é um evento que faz parte da agenda de iniciativas lúdicas e culturais da Câmara Municipal há vários anos, tendo vindo a crescer progressivamente, de tal forma que este ano contou com a participação de 600 pessoas em desfile, com carros alegóricos e animação musical pelas principais ruas e avenidas da vila.

“Esta atividade é organizada pelo município, através dos serviços de turismo e cultura e foi aberta à participação de grupos e indivíduos das 56 localidades do concelho. O executivo municipal apresentou este evento como uma oportunidade para relembrar tradições, valorizar a cultura local e fortalecer os laços comunitários entre os mogadourenses”, referiu.

O desfile de Carnaval incluiu a participação de pessoas e grupos de todas as idades, desde os 3 aos 99 anos, onde marcam presença a Banda de Música dos Bombeiros de Mogadouro, Instituições de Solidariedade Social, Agrupamento de Escolas, entidades sociais e recreativas, juntas de freguesia, grupos informais e algumas dezenas de participantes individuais.

No fim do desfile, o município proporcionou um momento de convívio entre os participantes, com um lanche para todos, prolongando esta jornada cultural e recreativa.

A autarquia considera que o número de participantes inscritos e as centenas visitantes tiveram uma importante impacto na economia local.

Fonte: Lusa; Foto: FP

Cada pessoa é preciosa para Deus

VI Domingo do Tempo Comum

Cada pessoa é preciosa para Deus

Lev 13, 1-2.44-46 / Slm 31 (32), 1-2.5.7.11 / 1 Cor 10, 31 – 11, 1 / Mc 1, 40-45

Hoje é Dia Mundial do Doente. Se não fosse domingo, a Igreja faria memória de Nossa Senhora de Lourdes, cujo santuário é procurado por muitas pessoas em busca de cura. Este santuário, como nos diz o Papa Francisco, «aparece ao nosso olhar como uma profecia, uma lição confiada à Igreja no coração da modernidade. Não tem valor só o que funciona, nem conta só quem produz. As pessoas doentes estão no âmago do povo de Deus, que avança juntamente com elas como profecia duma humanidade onde cada qual é precioso e ninguém deve ser descartado».

Cuidar de quem está doente é, ainda hoje, um desafio. Era-o ainda mais no tempo de Jesus, em que se vivia sob as instruções do livro do Levítico que escutámos na primeira leitura, em que se determinava que quem tivesse doenças de pele tinha de viver fora do acampamento dos que atravessavam o deserto, vestir-se de forma andrajosa e gritar «impuro, impuro», para anunciar a sua passagem e evitar contaminar outros. É por isso que o leproso do Evangelho de hoje procura Jesus buscando a cura, consciente de que quer mais do que a cura: quer regressar à comunidade.

Por vezes, esperamos e pedimos milagres fantásticos para aqueles que nos rodeiam, quando podíamos celebrar o milagre do acolhimento todos os dias. Quantos idosos povoam os nossos hospitais, em quartos ou em macas nos corredores, porque foram abandonados? Quantos dos nossos anciãos vivem votados a uma vida de solidão porque os familiares já não os visitam e eles já não conseguem sair?

Precisamos de criar, neste tempo de uma grande frieza em que parece que tudo é tarefa dos outros ou do Estado, equipas de visitadores nas nossas paróquias, cuja missão seja simplesmente estar com os esquecidos, os descartados, os negligenciados, principalmente os idosos. Precisamos de recordar-nos, e de recordar os outros através de gestos, que a vida humana tem valor em todos os seus momentos. É assim que, como Jesus, responderemos a quem estende a mão à procura de alguém e dizemos: «Quero: fica curado».

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Santulhão: Festival do Entrudo oferece 4 dias de folia

Santulhão: Festival do Entrudo oferece 4 dias de folia

O Festival do Entrudo de Santulhão vai decorrer de 10 a 13 de fevereiro, com um programa variado de atividades que inclui uma montaria ao javali, concertos, passeio pedestre, workshop, rally papper, teatro, jantar do butelo, e no final a já tradicional expiação, desfile e julgamento do Entrudo.

De acordo com o Grupo Recreativo e Associativo de Santulhão (GRAS), antigamente, a folia do Entrudo era organizada espontaneamente pela população local e usavam-se máscaras feitas com cortiça, bolhacas e outros materiais. Os foliantes atiravam cinza ou farinha uns aos outros. Ainda hoje, quem pretenda participar no festival do Entrudo, em Santulhão, deve ir preparado, pois vai levar com farinha em cima!

A espontaneidade da festa da Entrudo, em Santulhão, transformou-se num verdadeiro festival, com um programa de atividades, ao longo de vários dias.

Na edição deste ano, o festival inicia-se na manhã de sábado, dia 10 de fevereiro, com uma montaria ao javali. Para o serão, está programado o concerto de André Pires, no café Caçador.

No Domingo, dia 11 de fevereiro, os destaques são o passeio matinal pedestre (10 quilómetros) do Entrudo. Para a tarde, estão programados o workshop de Entrudos e um rally paper de tratores. À noite, há “Teatro com Fisga”, no café Teixeira.

Na segunda-feira, dia 12 de fevereiro, ao final da tarde, no novo pavilhão, em Santulhão, vai degustar-se o butelo com cascas.

Um dos momentos mais aguardados do festival é a Expiação do Entrudo, agendada para as 22h00 e animada pelos gaiteiros de Santulhão. A expiação consiste na exibição do Entrudo pelas ruas da aldeia, à noite, com música e o anúncio à população de que conseguimos prender o malfeitor e no dia seguinte vai ser julgado pela população.

A animação prossegue noite dentro com o arraial do grupo “Uno”.

No dia de Carnaval, 13 de fevereiro, realiza-se o desfile e julgamento do Entrudo.

A figura do Entrudo é um boneco feito em estrutura de madeira, vestido com roupas velhas e enchido com palha. Esta figura vai ser julgada e queimada pelos males que aconteceram na aldeia.

Ao longo da tarde de Carnaval vai decorrer o habitual concurso de máscaras e entrudos. No final, vão ser entregues os prémios e vai ser servido um lanche convívio para todos os participantes.

O Festival do Entrudo é uma iniciativa do Grupo Recreativo e Associativo de Santulhão (GRAS), que conta com os patrocínios do município de Vimioso, da Reserva da Bioesfera Transfronteiriça da Meseta Ibérica, da Freguesia de Santulhão, do Café Caçador e do Ministério da Cultura.

HA

Águas Vivas: Há festa em honra de Nossa Senhora das Candeias

Águas Vivas: Há festa em honra de Nossa Senhora das Candeias

A aldeia de Águas Vivas celebra esta sexta-feira e no sábado, dias 9 e 10 de fevereiro, a festa em honra de Nossa Senhora das Candeias, uma festividade cujos preparativos envolvem toda a comunidade, na apanha das xaras, na confeção e venda dos roscos e na montagem e leilão dos ramos.

Os mordomos da Comissão de Festas, Clara Alves, Daniela Alves e Vasco Marcos explicaram que os preparativos para a festa começaram no passado dia 4 de fevereiro, com a apanha das xaras (ou estevas), os arbustos utilizados para acender os três fornos da aldeia, onde a população de Águas Vivas confecionou depois os roscos e os ramos (bolos em formato retangular).

No dia 8 de fevereiro, iniciou-se a venda dos roscos e a montagem dos ramos num andor, para serem leiloados no final da festa.

Em Águas Vivas esta tradição está tão enraizada na população, que chegaram mesmo a erigir um monumento no centro da aldeia, representativo de um ramo.

Concluídos os preparativos, a festa inicia-se esta sexta-feira, dia 9 de fevereiro, com a atuação do grupo musical Triângulo e o convívio dos “perneiros”. “Perneiros” é o nome dado às pessoas que pela generosa oferta para a festa, vão transportar o andor de Nossa Senhora das Candeias.

No sábado, dia 10 de fevereiro, o momento mais aguardado é a celebração da missa em honra de Nossa Senhora das Candeias, seguida da procissão.

A festa prossegue na noite de sábado com o baile, animado pelo grupo Ymperio Show, no decorrer do qual se conclui o leilão e a entrega dos Ramos.

HA

Algoso: Os roscos para a Festa do Ramo de São João

Algoso: Os roscos para a Festa do Ramo de São João

Na manhã desta quinta-feira, dia 8 de fevereiro, cerca de 30 mulheres de Algoso, meteram as mãos na massa e começaram a confecionar os roscos para a Festa do Ramo de São João, uma antiga tradição que se celebra anualmente no Domingo Gordo, que antecede a terça-feira de carnaval e o início da Quaresma e que este ano acontece no Domingo, dia 11 de fevereiro.

Em Algoso, o trabalho na confeção destes doces tradicionais é feito maioritariamente pelas mulheres.

À semelhança do que acontece noutras aldeias do planalto mirandês, também em Algoso, os protagonistas desta festividade, são uns bolos designados por roscos. Estes doces tradicionais são feitos com farinha, ovos, açúcar, manteiga, azeite, sumo da laranja e aguardente.

Este ano, coube aos mordomos do bairro do Caminho do Campo, em Algoso, percorrer a aldeia para pedir esses ingredientes ou então aceitarem dinheiro para os comprar.

Antigamente, os roscos eram cozidos nos fornos da aldeia. No entanto, com o despovoamento e o envelhecimento da população, a confecção dos roscos passou a ser feita, comunitariamente, numa padaria, pois oferece melhores condições de espaço e de trabalho.

Este ano, o espaço de trabalho foi a padaria Lucas, onde as mulheres de Algoso realizaram um notável trabalho de equipa: enquanto umas preparavam e distribuíam a massa, outras davam forma aos doces, havia ainda quem os pincelasse com gema de ovo, para finalmente os levarem ao forno.

De acordo com a presidente da União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva, Cristina Miguel, todos os anos há uma grande participação das mulheres.

“Esta festa é muito apreciada pelos algosenses, sejam os residentes e também os que vivem noutras localidades do país e no estrangeiro. Também por isso, a dedicação das mulheres é ainda maior, pois querem presentear quem nos visita com roscos de qualidade e saborosos.”, disse.

O ambiente na padaria Lucas era de convívio, entreajuda e também de expetativa para averiguar o resultado (o sabor!) das centenas de quilos de roscos que iam saindo dos fornos.

A senhora Beatriz Miguel é uma das mais assíduas participantes nesta antiga tradição. Questionada como se transmite este legado cultural aos jovens, respondeu que basta convidá-los para virem ajudar. Foi o que aconteceu com o jovem Alfredo Cordeiro.

“Sendo eu habitante de Algoso, considero que é muito importante preservar estas tradições. Para além disso, gosto muito de estar e aprender com as pessoas mais velhas”, disse.

Segundo ordena a tradição, após a confecção dos roscos, segue-se a ornamentação do andor do Ramo, um trabalho que é atribuído novamente às mulheres e às jovens raparigas de Algoso.

Chegados ao Domingo, dia da festa, a localidade de Algoso recebe, habitualmente, a visita de muitos dos seus conterrâneos que trabalham noutras localidades. E este ano, dada a tolerância de ponto na função pública, na segunda-feira, dia 12 de fevereiro, os mordomos da festa do Ramo de São João anteveem uma ainda maior afluência de público, para participar na festa e comprar os apreciados roscos.

A Eucaristia Dominical, está agendada para as 13h00. No final, os jovens rapazes têm a missão de leiloar ramos de oliveira enfeitados com roscos.

“Cinco euros, quem dá mais? Dez euros, quem dá mais?”, apregoam os rapazes.

Outra atração na festa do Ramo de São João é a “Corrida da Rosca”. Este atividade lúdico-desportiva consiste numa prova improvisada de atletismo, que envolve toda a comunidade, pois é disputada em cinco categorias: entre homens solteiros; mulheres solteiras; homens casados; mulheres casadas; e também as crianças participam entusiasticamente neste desafio. No final, os vencedores das cinco corridas recebem como prémio uma rosca, ou seja, um grande rosco em forma de coroa.

A receita angariada com a venda dos ramos e dos roscos destina-se à organização da festa em honra de São João Batista, que Algoso celebra no dia 24 de junho, com a missa, uma sardinhada-convívio e um baile.

A festa do Ramo de São João é uma iniciativa da comissão de festas, que conta com os apoios da Freguesia de Algoso e da Unidade Pastoral de Nossa Senhora da Visitação.

HA

Miranda do Douro: Festival com montarias, btt e os concertos de Ana Laíns e Domingues

Miranda do Douro: Festival com montarias, btt e os concertos de Ana Laíns e Domingues

Em Miranda do Douro, vai realizar-se no fim-de-semana de 16, 17 e 18 de fevereiro, o XXV Festival dos Sabores Mirandeses, um evento anual que pretende distinguir a gastronomia e o artesanato da região e que nesta edição tem como destaques as três montarias ao javali, o passeio BTT e os concertos de Ana Laíns e Domingues.

Dada a importância dos produtos endógenos na dinamização da economia local, o município de Miranda do Douro volta a organizar o Festival de Gastronomia e Artesanato, onde vão participar 70 produtores e artesãos do planalto mirandês.

De acordo com a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, este evento “pretende dar maior visibilidade ao que de melhor se produz no planalto mirandês”, como são os enchidos (caraterísticos desta altura do ano), a doçaria tradicional (como a bola doce mirandesa), o azeite, o vinho, os frutos secos, a carne mirandesa, o cordeiro mirandês e também o artesanato, onde se destaca a manufatura da Capa d’Honras Mirandesa.

No decorrer dos três dias, o espaço do festival que está instalado no jardim do Frades Trinos, em Miranda do Douro, vai ser animado com as atuações dos muitos grupos locais, como são o Grupo de Tocadores da Universidade Sénior, o Grupo Folclórico Mirandês de Duas Igrejas, o Grupo de Pauliteiros e Pauliteiras de Sendim e muitos outros grupos.

A organização programou ainda várias atividades complementares à feira, com destaque para as montarias ao javali, a apresentação de livro «O sonho perdeu o “h”», de Fabíola Mourinho e o 18º Passeio BTT “Pedalando por estes carreirones”.

Sobre o passeio BTT, Armandino Pires, da associação L’Crenque, organizadora da prova, indicou que o objetivo é reunir cerca de uma centena de cicloturistas, portugueses e espanhóis, que vão percorrer um de dois percursos: ou a maratona de 60 quilómetros ou a meia-maratona de 35 quilómetros.

“As inscrições com direito e brinde estão abertas até ao dia 15 de fevereiro e podem fazê-lo através do portal Portimer. Depois desta data o preço da inscrição fica mais caro”, disse.

Quanto aos percursos, o responsável da associação L’Crenque, adiantou que nesta edição foram escolhidos terrenos propícios para a prática do BTT, com subidas e descidas, lama e ribeiros e os cicloturistas vão passar por localidades como Cércio, Vale de Mira, Quinta do Cordeiro e Águas Vivas.

Em Águas Vivas, está previsto um reforço alimentar com produtos típicos como são a chouriça assada, a alheira, o folar e outros produtos mirandeses.

“Após o reforço, em Águas Vivas, há uma separação entre os cicloturistas da maratona e da meia-maratona. Na maratona, os clicloturistas seguem em direção ao mosteiro de Santa Maria Mãe da Igreja, em Palaçoulo. Vão passar em Fonte Ladrão, Granja, as Minas de Santo Adrião, São Pedro da Silva, Vilar Seco, Malhadas e Miranda do Douro”, descreveu.



Com idêntico objetivo de atrair a vinda de público ao Festival de Sabores Mirandeses, o município de Miranda do Douro convidou a fadista Ana Laíns, para cantar na noite de sexta-feira, dia 16 de fevereiro. No sábado, o concerto é do jovem músico Domingues, que é conhecido por temas como “Fica” ou “Romance de cinema”.

Como já é hábito, o XXV Festival de Sabores e Saberes Mirandeses foi publicitado na vizinha Espanha, dado o gosto dos espanhóis pela visitas regulares à cidade de Miranda do Douro.

Após o Festival de Sabores Mirandeses, o município de Miranda do Douro vai começar a preparar outro grande evento, a Feira da Bola Doce, que vai decorrer na Semana Santa, nos dias 28, 29 e 30 de março.

HA

Sociedade: Associação de diabéticos insta partidos a apostarem na prevenção da doença

Sociedade: Associação de diabéticos insta partidos a apostarem na prevenção da doença

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) instou as forças políticas a darem “passos importantes” na prevenção da diabetes, considerando ser “absolutamente fundamental” o acesso às bombas de perfusão subcutânea de insulina.

“A prevenção da diabetes está na ordem do dia e os partidos devem responsabilizar-se por dar passos importantes para essa prevenção”, salientou o presidente da APDP, José Manuel Boavida.

Em declarações aos jornalistas após uma reunião com a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, o responsável lembrou que a implementação do programa para o tratamento com bombas de insulina de última geração para 15 mil pessoas com diabetes tipo 1 ainda está atrasada.

“Foi prometido pelo senhor ministro [Manuel Pizarro], foi prometido pela Assembleia da República, mas continuamos com este processo encravado por motivos burocráticos de concursos e não por processos ágeis de facilidade acesso através da farmácia como nós propusemos. Voltamos a insistir que este processo é absolutamente fundamental”, sublinhou José Manuel Boavida.

O presidente da APDP criticou também o sistema atual de comparticipação dos medicamentos.

“Uma pessoa com diabetes tem também normalmente hipertensão. O medicamento para a diabetes tem 85% de comparticipação, o medicamento para a tensão tem 50% e o medicamento para o colesterol tem 40%. É preciso uniformizar a comparticipação dos medicamentos por patologias. Não faz sentido que as doenças psiquiátricas tenham menos comparticipação”, observou.

De acordo com José Manuel Boavida, todas as doenças “devem ter revisão de um sistema de comparticipação que seja capaz de estabelecer igualdade e facilidade de acesso”.

O dirigente recordou ainda que o programa de prevenção da diabetes tipo 2 tem de incluir os municípios, referindo que a APDP já abordou a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).

“Os municípios têm uma capacidade de mobilização e intervenção na sociedade muito maior do que as estruturas de saúde, como foi bem visível durante a pandemia. Portanto, este programa de prevenção da diabetes tipo 2 tem de ser com os municípios e, por isso, já nos dirigimos às associações de municípios e freguesias para levar a cabo este mesmo processo”, disse.

José Manuel Boavida alertou também que deve “haver um rastreio” para prevenção da diabetes tipo 2, considerando tratar-se de “uma doença de uma exigência enorme do ponto de vista pessoal, familiar, escolar”.

“A diabetes tipo 2 é uma doença muito provocada pelas condições sociais em que vivemos, é uma doença prevenível e, portanto, essa deveria ser uma das responsabilidades dos partidos a levarem a cabo no novo parlamento”, acrescentou.

Em junho de 2023, o PS chumbou no parlamento a comparticipação total de sistemas híbridos de perfusão subcutânea contínua de insulina, que tinha por objetivo aumentar a qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1.

A bancada da maioria socialista votou contra os textos de Bloco de Esquerda (BE) e do PCP depois o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, ter anunciado a criação do programa universal para ser aplicado até 2026.

O plano resulta do trabalho desenvolvido por um grupo que estimou a existência de cerca de 30.000 pessoas afetadas pela doença em Portugal, assumindo que metade tem indicação para tratamento por sistemas automáticos de perfusão.

No debate, vários partidos pediram rapidez na implementação do programa para tratamento com bombas de insulina de última geração para 15 mil pessoas com diabetes tipo 1, com o BE a deixar críticas “às conveniências do Governo”.

Em 14 de novembro de 2022, a APDP entregou um texto subscrito por cerca de 24.000 familiares de crianças e jovens com diabetes tipo 1.

Fonte: Lusa

Agricultura: Questão central na agricultura é perda de rendimentos

Agricultura: Questão central na agricultura é perda de rendimentos

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) desvalorizou a retirada pela Comissão Europeia da proposta para reduzir para metade o uso de pesticidas na agricultura até 2030, considerando que a questão central é a perda de rendimento dos agricultores.

“Isto é quase uma não notícia, o Parlamento [Europeu] já tinha chumbado [a proposta]. Como se o problema estivesse aqui”, afirmou Pedro Santos, da direção da CNA.

Para a confederação, “colocar este suposto recuo da Comissão como uma forma de ir ao encontro das reivindicações dos agricultores está muito longe de resolver o problema”: “O problema fulcral tem a ver com questões de rendimento e com a questão profunda da Política Agrícola Comum [PAC]. Enquanto não se atacar isso, estas coisas não são mais do que uma tentativa de atirar areia para os olhos de agricultores”, sustenta.

Garantindo que os agricultores “são os primeiros interessados a produzirem alimentos de qualidade, seguros e com menor impacto em termos ambientais”, a CNA critica que se “fale muito” em sustentabilidade ambiental na produção primária e “se esqueça” essa mesma sustentabilidade ao nível da distribuição e da comercialização.

“Podemos, de facto, ter normas ambientais e formas de produzir mais amigas do ambiente, mas depois importamos coisas do outro lado do mundo, sabe-se lá como e com que impacto ao nível do transporte”, enfatiza Pedro Santos.

Asseverando que “os agricultores não são inimigos do ambiente, antes pelo contrário, são os primeiros interessados, porque precisam dele para viverem e para executarem a sua atividade”, a CNA garante: “Esta decisão [da Comissão Europeia] não altera um milímetro daquilo que já tínhamos em termos de perspetivas e daquilo que é a necessidade de alteração da PAC para resolver problemas. E não é por aqui”.

A presidente da Comissão Europeia anunciou que vai retirar a proposta da instituição visando reduzir para metade o uso de pesticidas na agricultura até 2030, parte central da legislação ambiental europeia e que cai após protestos dos agricultores.

“A Comissão propôs a DUS [Diretiva Utilização Sustentável dos Pesticidas] com o objetivo meritório de reduzir os riscos dos produtos fitofarmacêuticos químicos, mas a proposta tornou-se um símbolo de polarização [pois] foi rejeitada pelo Parlamento Europeu e também no Conselho já não se registam progressos, pelo que vou propor ao colégio que retire esta proposta”, anunciou Ursula von der Leyen.

Intervindo num debate na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo, dedicado às conclusões da cimeira extraordinária da semana passada, que foi marcada por intensos protestos nos agricultores a cerca de 800 metros do local, a líder do executivo comunitário salientou que “a proteção da natureza só pode ser bem-sucedida através de uma abordagem ascendente e baseada em incentivos”.

Fonte: Lusa

Agricultura: Agricultores do distrito de Bragança agendam manifestação para quinta-feira

Agricultura: Agricultores do distrito de Bragança agendam manifestação para 8 de fevereiro

Os agricultores do distrito de Bragança estão a mobilizar-se para uma nova manifestação na manhã de quinta-feira, dia 8 de fevereiro em Macedo de Cavaleiros e Carrazeda de Ansiães.

“Os agricultores estão a organizar-se porque entendem que as reivindicações que foram feitas pelos colegas das outras zonas do país são comuns, mas há algumas coisas específicas do Nordeste Transmontano e nós também queremos fazer ouvir a nossa voz. As pessoas estão descontentes”, adiantou Luís Vila Real, produtor de maçã do Planalto de Ansiães.

Em específico, pedem a regionalização das medidas agrícolas, com dotações financeiras adequadas a cada território, bem como a implementação de torres antigranizo.

Sobre este último pedido, Luís Vila Real lembrou que a medida “foi prometida pelo Governo” e aprovada por unanimidade na Assembleia da República depois de proposta do grupo parlamentar do PS, sem que se veja “vontade na sua implementação”.

“Neste momento, quando confrontada a senhora ministra, (…) vemos uma atitude titubeante, um ziguezague permanente. No fundo, fugir às suas responsabilidades”, considerou Luís Vila Real.

Quanto ao facto de o atual Governo de gestão estar prestes a cessar funções, com o aproximar das eleições Legislativas de 10 de março, Luís Vila Real disse que “os agricultores são alheios a esta trapalhada” e que não podem ficar à espera de um novo executivo porque o granizo pode chegar já em maio: ”Vamos avançar para um novo ciclo cultural sem garantias de estarmos protegidos? Mais vale não fazer nada”, atirou Luís Vila Real.

Sobre os custos da comparticipação do Estado para a região ter torres antigranizo, seria preciso um investimento de “pouco mais de 500 mil euros”, nas contas de Luís Vila Real, que garantiu ainda que só um compromisso por escrito da ministra da Agricultura no sentido da adoção da medida “sem dúvidas absolutamente nenhumas” poderia travar o protesto.

Luís Vila Real reforçou que essas torres já são usadas em Armamar e Moimenta da Beira com sucesso.

No Planalto de Ansiães há cerca de 2.500 hectares de olival, vinha e fruta, cultivados por perto de 300 agricultores.

Em 2023, só na produção de maçã, o granizo de maio de junho provocou em Carrazeda de Ansiães perdas superiores a 90% e nas zonas mais críticas atingiu 95 a 98% da produção. O concelho colhe, em condições normais, 25 a 30 mil toneladas por campanha.

Do lado de Macedo de Cavaleiros, são esperados por volta de 300 agricultores, vindos também dos concelhos de Alfândega da Fé, Mirandela, Mogadouro, Vimioso, Vinhais, Bragança e Valpaços, distrito de Vila Real, disse à Lusa fonte da organização.

Na quinta-feira passada, os agricultores manifestaram-se no concelho de Mogadouro e chegaram a fechar o acesso, do lado português, à fronteira com Espanha, em Bemposta.

O Governo avançou com um pacote de ajuda de mais de 400 milhões de euros destinados a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), garantindo que a maior parte das medidas entra em vigor este mês, com exceção das que estão dependentes de ‘luz verde’ de Bruxelas.

A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros a 26 de fevereiro.

Os protestos dos agricultores portugueses são organizados pelo Movimento Civil de Agricultores, que se juntou às manifestações que têm ocorrido em outros países europeus, incluindo França, Grécia, Itália, Bélgica, Alemanha e Espanha.

Fonte: Lusa

Sociedade: Igreja alerta para o individualismo que quebra a ligação intergeracional

Sociedade: Igreja alerta para o individualismo que quebra a ligação intergeracional

A Comissão Episcopal do Laicado e Família alertou os católicos para os riscos do individualismo na sociedade atual, que leva a uma perda da ligação e integração intergeracional.

Numa mensagem para o Dia dos Namorados, que se assinala em 14 de fevereiro, a comissão liderada pelo bispo de Bragança-Miranda, Nuno Almeida, avisa que a sociedade atravessa uma cultura “narcisista, que traz consigo, como obsessão dominante, viver cada um no seu naco de tempo e para si mesmo, descurando quer as gerações precedentes quer as seguintes”.

Esta situação leva a “uma acentuada perda de sentido de integração numa sucessão de gerações, numa família, numa comunidade, numa Igreja, valorizando-se em vez disso cada vez mais o sacrossanto direito de cada um à sua própria realização pessoal, sem implicar compromissos”.

“Estamos rodeados de homens e mulheres que se recusam a tornar-se adultos, e, por isso, negligenciam a tarefa mais importante de um adulto, que é preparar a nova geração para poder assumir o seu lugar no mundo”, considera ainda a Comissão Episcopal do Laicado e Família, exortando os “jovens enamorados” a serem felizes e a empenharem-se na “guerra do amor”.

Fonte: Lusa