Sociedade: AT alerta para e-mails fraudulentos sobre declaração de rendimentos
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) alertou para e-mails fraudulentos que estão a ser enviados a alguns contribuintes, alegadamente provenientes da AT, relativos a declaração de rendimentos, onde é pedido que se carregue num link.
“Estas mensagens são falsas e devem ser ignoradas. O seu objetivo é convencer o destinatário a aceder a páginas maliciosas carregando nos links sugeridos. Em caso algum deverá efetuar essa operação”, alertou a AT, num alerta de segurança publicado na sua página da internet
As mensagens fraudulentas referem divergência na declaração de IRS e pedem que se carregue num link para a resolução do problema.
A AT recomenda a leitura do folheto informativo sobre segurança informático, disponível no Portal das Finanças.
Miranda do Douro: Feriado em Espanha trouxe muitos visitantes à cidade
Neste dia 12 de outubro, feriado nacional em Espanha (Dia da Hispanidade), muitos espanhóis aproveitaram o dia para viajar até cidade fronteiriça de Miranda do Douro, onde gostam de passear, de almoçar e fazer compras no comércio local.
A Festa Nacional de Espanha ou Dia da Hispanidade é celebrado anualmente a 12 de outubro, dia em que se celebra também a festa da Virgem del Pilar, patrona de Saragoça e da Hispanidade.
As festas de Nossa Senhora do Pilar, em Saragoça (Espanha), começam no dia 3 de outubro, com a novena e terminam no dia 12, Dia da Virgem do Pilar, com a missa seguida da procissão.
Neste dia feriado nacional em Espanha, Elzo Fernandez, natural de Valladolid (Espanha) revelou que, com a família, costumam visitar Miranda do Douro. Neste passeio percorrem cerca de 170 quilómetros, para visitar a cidade fronteiriça, almoçar nos restaurantes locais e comprar roupa ou artigos têxteis, no comércio local.
Em Miranda do Douro, a população local recebe com agrado a afluência de visitantes espanhóis. Hugo Pires, funcionário bancário, sublinhou a importância que o público espanhol continua a ter para os vários setores de atividade na cidade, com destaque para o turismo, o comércio local, a restauração e a hotelaria.
“Os nossos vizinhos espanhóis gostam muito de visitar Miranda do Douro, onde aproveitam para passear pela cidade, para almoçar nos restaurantes locais e fazer compras nos estabelecimentos comerciais. Com a inflação, as compras não são muitas, mas mesmo assim há alguma procura de móveis, têxteis, produtos alimentares e lembranças de Miranda do Douro”, disse.
Relativamente à recente inauguração da arte urbana, nas paredes do mercado municipal, Hugo Pires, felicitou o município pela iniciativa, pois considera que é um meio de promover a cultura local, neste caso as raças autóctones, através da arte.
“Ficou muito bem! No lugar de paredes despidas e sujas surgiram sugestivas pinturas das ovelhas mirandesas, do burro de Miranda e dos bovinos mirandeses! É um modo de realçar as nossas raças autóctones!”, destacou.
A propósito das pinturas murais, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, justificou que com esta intervenção pretende modernizar a cidade e torná-la mais apelativa, quer para a população local, quer para os visitantes.
“Fazendo uso das raças autóctones e da capa d’honras mirandesa, dois símbolos identitários da região e portanto duas atrações turísticas, queremos aproveitar estes recursos para embelezar a cidade e incutir um maior desenvolvimento económico do concelho”, justificou.
A inauguração das pinturas murais no mercado municipal e na zona envolvente, coincidiu com a abertura do miradouro das arribas, o que torna a cidade ainda mais convidativa para o turismo.
“Após o desmantelamento do miradouro para a aplicação das devidas correções e medidas de segurança, o miradouro das arribas foi finalmente aberto ao público. A conclusão das pinturas murais e a abertura do miradouro foi uma feliz coincidência, que traz mais valor à cidade”, disse.
Em 2024, a autarca de Miranda do Douro adiantou que vão continuar a realizar-se outras pinturas murais, alusivas à identidade cultural da região, desta vez no centro histórico da cidade.
Festa Nacional de Espanha ou Dia da Hispanidade
A Festa Nacional de Espanha ou Dia da Hispanidade é celebrado anualmente a 12 de outubro.
Este dia foi escolhido por coincidir com a data de descoberta da América («Novo Mundo») pelo navegador Cristóvão Colombo, a 12 de outubro de 1492. A descoberta foi feita ao serviço dos Reis de Castela e Aragão, que apoiaram o projeto do navegador.
É um dia que pretende unir os espanhóis em torno de uma identidade espanhola, apesar da diversidade de culturas dentro do país.
Para celebrar a importância da data, são realizadas, por toda a Espanha, cerimónias m que as ruas se vestem de vermelho e amarelo. Neste dia, tem lugar uma grandiosa parada militar da "Patrulla Águila" (esquadrilha acrobática espanhola) no centro de Madrid, seguida de um desfile ao longo do Paseo de la Castellana.
De acordo com o protocolo, as comemorações prosseguem com a família real espanhola a presidir o ato solene de homenagem à bandeira nacional.
Fonte: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Cultura: A língua mirandesa é uma atração turística da Terra de Miranda
Continua a decorrer na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), o curso presencial em “Mirandês – Língua e Cultura”, uma formação que está a ser ministrada em horário pós-laboral e visa dotar o público em geral, de conhecimentos sobre a língua e cultura mirandesas.
Na aula do dia 9 de outubro, que decorreu entre as 19h30 e as 21h30, a formadora Ana Afonso, formada em ensino de Línguas, deu a conhecer aos 10 participantes no curso, aspetos da cultura mirandesa. Assim, ao longo das duas horas da formação, a falante em mirandês abordou temas como a arquitetura tradicional da Terra de Miranda, os utensílios agrícolas e domésticos e foi exibido o documentário, em mirandês, “Bejita al Museu” (“Visita ao Museu da Terra de Miranda”).
Nas duas aulas anteriores, a tradutora e formadora da Associaçon de Lhéngua i Cultura Mirandesa (ALCM), transmitiu aos alunos conhecimentos sobre o alfabeto mirandês, a fonética e a contextualização e evolução histórica da língua.
“Nas aulas iniciais, os participantes no curso aprenderam a apresentar-se e a saudar-se na língua mirandesa”, acrescentou.
Um dos alunos do curso “Mirandês – Língua e Cultura” éFernando Couto, engenheiro eletrotécnico, que vive no Porto. Decidiu inscrever-se porque gosta de aprender novos idiomas e tinha muita curiosidade em saber mais sobre a língua mirandesa.
“Quando soube do curso decidi inscrever-me e aproveitar esta oportunidade para aprender o mirandês. Também tenho interesse em conhecer melhor a realidade da Terra de Miranda, a sua história e a cultura local”, disse.
Futuramente, Fernando Couto adiantou que gostaria de visitar Miranda do Douro, para conhecer in loco a região.
Outro participante no curso, Luís Trigo, investigador da FLUP, inscreveu-se no curso por causa da sua origem transmontana. Sendo natural de Vila Real, tem interesse no léxico do mirandês, que diz ter algumas semelhanças com o vocabulário utilizado na região transmontana. No âmbito cultural, Luís Trigo interessa-se particularmente pela geografia e a beleza natural da Terra de Miranda, tendo já realizado o passeio de barco pelo Parque Natural do Douro Internacional.
Ana Afonso, docente do curso “Mirandês – Língua e Cultura”, é natural de São Martinho e é formada em ensino de Línguas.
Já Teresa Nunes, fotógrafa, que trabalha no Porto, também está a participar no curso “Mirandês – Língua e Cultura”. A sua motivação para participar nesta formação presencial, de 16 horas, em horário pós-laboral, foi a vontade em aprofundar os conhecimentos linguísticos e culturais do mirandês.
“Já tinha realizado o curso online, mas tinha vontade de frequentar a formação presencialmente, pois há maior proximidade e interatividade entre os participantes”, disse.
Outra razão apontada pela fotógrafa para a participação no curso, são as visitas regulares à Terra de Miranda, por motivos profissionais, o que a motiva a aperfeiçoar o domínio da língua, para comunicar melhor com as gentes locais.
“Dado o meu interesse fotográfico por ícones identitários como o burro de Miranda, visito regularmente a região. E nestas estadias é muito útil saber o mirandês, para comunicar, sobretudo, com as pessoas de mais idade”, explicou.
O curso “Mirandês – Língua e Cultura” vai decorrer até 13 de novembro, com a abordagem a conteúdos como a gramática, a literatura mirandesa e aspetos culturais da região como são os pauliteiros, a música, a geografia da Terra de Miranda, a agricultura e as raças autóctones.
Segundo o programa, no final do curso, os formandos estarão mais capazes de ler e compreender textos em mirandês, assim como de se expressarem em língua mirandesa, nas situações comunicativas do quotidiano.
O curso “Mirandês – Língua e Cultura”, conta com os apoios doCentro de Estudos Mirandeses da Universidade do Porto, da Câmara Municipal de Miranda do Douro, da Frauga – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, do Movimento Cultural da Terra de Miranda, da Scuola Mirandesa de l Porto e da Associação da Língua e da Cultura Mirandesa (ALCM).
Cultura: Visitantes de património cultural a Norte aumentaram 17%
Nos primeiros nove meses do ano, os museus e monumentos geridos pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), registaram mais de 1,75 milhões de visitas, um aumento de 17% face ao mesmo período de 2022.
Em comunicado, o património cultural indicou ter registado, até final do 3.º trimestre, um total de 1.756.802 visitantes, o que representa um aumento de 17% quando comparado com o mesmo período do ano passado.
Apesar de a Sé do Porto, a Sé de Braga, o Paço dos Duques de Bragança e o Castelo de Guimarães continuarem a liderar a lista dos monumentos mais procurados, refere a DRCN, “regista-se ainda uma tendência de aumento da procura em todos os equipamentos”, com destaque para o Mosteiro de São Martinho de Tibães, que, nos primeiros três trimestres do ano, registou um aumento de cerca de 20%.
No mesmo período, também a Catedral de Miranda do Douro viu crescer o número de visitantes em cerca de 40%, acrescenta.
Com a reorganização da gestão dos museus, monumentos e património cultural, anunciada em junho pelo Governo, o Paço dos Duques de Bragança e o Castelo de Guimarães – dois dos monumentos na lista dos mais procurados a Norte – vão ser geridos de forma centralizada, passando, a partir de 01 de janeiro, para a alçada da futura entidade Museus e Monumentos de Portugal.
Uma decisão criticada pela autarquia que, no final de setembro, aprovou, por unanimidade, em Assembleia Municipal, uma moção a pedir ao Governo a suspensão da reforma para a gestão da Cultura e do Património, que prevê a gestão centralizada daqueles dois monumentos.
De acordo com os números divulgados pela DRCN, do total de visitantes, 61% são estrangeiros, com o Brasil, Espanha e França a liderarem a lista.
A DRCN realça que “o número de visitantes nos primeiros nove meses do ano só não é maior e não supera os totais do ano anterior por alguns dos museus e monumentos se encontrarem encerrados, ou parcialmente abertos ao público, devido a obras de requalificação em curso”.
É o caso do Museu de Lamego e do Castelo de Guimarães, parcialmente abertos, e do Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e do Mosteiro da Serra do Pilar (Vila Nova de Gaia), encerrados desde o início do ano.
Até ao final do ano, e mesmo com alguns dos museus e monumentos encerrados ao público, o património cultural estima que “deverão ser ultrapassados os números de 2022”, ano em que se registou um total de 1.874.769 visitantes.
A DRCN tem sob a sua alçada o Museu do Abade Baçal (Bragança), Museu de Alberto Sampaio (Guimarães), Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa (Braga), Museu dos Biscainhos (Braga), Museu de Lamego, Museu da Terra de Miranda (Miranda do Douro) e Paço dos Duques de Bragança (Guimarães), bem como um vasto conjunto de monumentos, composto por castelos, mosteiros, igrejas e sítios arqueológicos.
A partir de 1 de janeiro, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) vai dar lugar a duas entidades distintas: o Instituto Público Património Cultural, com sede no Porto, e a Empresa Pública Museus e Monumentos de Portugal, com sede em Lisboa, ambas com obrigação, segundo a tutela, de cumprimento de “eficiência económica nos custos” e de uma “gestão por objetivos”.
Em junho, na apresentação pública da reorganização da gestão dos museus, monumentos e património cultural, o Governo anunciou que a tutela de sete museus portugueses, entre os quais Abade de Baçal, D. Diogo de Sousa, Biscainhos e Terra de Miranda, poderiam passar para os municípios até ao final do ano.
Política: Receita fiscal vai ultrapassar 60 mil ME com impostos indiretos em 2024
Em 2024, a receita fiscal do Estado deverá avançar 4,8%, para um valor recorde de 60,13 mil milhões de euros, segundo a previsão do Governo inscrita no OE2024, com o aumento a chegar sobretudo pelos impostos indiretos.
Esta estimativa traduz uma subida de 2.748 mil milhões de euros por comparação com a previsão de receita para este ano, sendo que, com exceção do IRS, todos os impostos (diretos e indiretos) vão contribuir para o crescimento da receita fiscal no próximo ano.
De acordo com a informação do relatório que acompanha a proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o contributo para a subida da receita fiscal do Estado – que superará pela primeira vez a fasquia dos 60 mil milhões de euros – virá dos impostos indiretos, cuja receita se estima que aumente 8,9% face a 2023 e também (ainda que de forma menos expressiva) dos impostos diretos (IRS e IRC), que devem avançar 0,1%.
O aumento de 4,9% da receita fiscal, “deve-se tanto à evolução dos impostos diretos, +14,6 milhões de euros, como aos impostos indiretos, +2.734,3 milhões de euros, de onde se destaca o imposto sobre o valor acrescentado com um contributo de 1.906,9 milhões de euros para o crescimento da receita fiscal do Estado, representando cerca de 69% da variação total”, assinala o documento.
No total do ano, o IRS deverá render 18,07 mil milhões de euros (abaixo dos 18,15 mil milhões de euros esperados este ano) com esta evolução a ser justificada pelas medidas de desagravamento fiscal do rendimento das famílias por via da atualização dos escalões, redução de taxas, reforço do IRS Jovem e alargamento do mínimo de existência.
No seu conjunto, estas mudanças vão retirar cerca de 1,3 mil milhões de euros à receita do IRS em 2024 (mais do dobro do que estava previsto e que eram 525 milhões de euros).
Para a dinâmica do IRS contribuirão, em contrapartida ao corte da receita, “a evolução positiva do mercado de trabalho, nomeadamente o crescimento previsto do emprego em 0,3% e também das remunerações em 4,9%”.
Do lado dos impostos indiretos, a subida homóloga de 8,9% na receita é justificada pelo desempenho positivo de todos os impostos, com as projeções a apontarem para subidas a dois dígitos da receita de vários destes tributos – casos do Imposto sobre o Tabaco (IT), Imposto sobre o álcool e as bebidas alcoólicas (IABA), o Imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) ou do IUC, à boleia do agravamento do imposto dos carros anteriores a 2007.
Miranda do Douro: MCTM acusa AT de dar indicações ilegais sobre avaliação das barragens
O Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) acusou a Autoridade Tributária (AT) de dar indicações ilegais, sobre o modo de avaliação das barragens para a cobrança de IMI, por excluir equipamentos indispensáveis à produção de energia.
“AT deu indicações ilegais sobre o modo de avaliação das barragens por excluir comportas, turbinas, geradores, elevadores e restantes equipamentos que são considerados indispensáveis para a produção de energia elétrica e, portanto, para que os prédios tenham valor económico”, denunciou o MCTM.
O movimento cívico alega ainda no mesmo esclarecimento que a lei estabelece “expressamente que os equipamentos, como elevadores, sistemas de climatização e mesmo outros equipamentos de lazer integram o valor das avaliações”.
De acordo com o MCTM, a lei estabelece, “de forma expressa e sem margens para qualquer dúvida”, que todos os equipamentos que integram os imóveis, incluindo os de lazer, são tidos em conta na avaliação do IMI.
“Essas instruções violam o próprio conceito de prédio, que a lei estabelece, como uma construção com valor económico, ou seja, com capacidade de produção de rendimentos. E as barragens não produzem qualquer rendimento sem os equipamentos que as integram. Este é apenas um dos muitos e graves erros e ilegalidades daquelas instruções”, refere o MCTM.
Para os membros que integram este movimento, a AT está “com azar” relativamente ao assunto das barragens.
“De cada vez que emite instruções ou entendimentos, erra, viola a lei e contradiz-se quase sempre a si própria. Este sistemático azar é acompanhado de uma estranha coincidência”, afirmam.
Em setembro, as comunidades intermunicipais de Trás-os-Montes e do Douro, que representam 28 municípios, exortaram a EDP e a Movehera a pagarem os impostos devidos pela transação de seis barragens situadas na bacia hidrográfica do Douro.
Numa posição conjunta tomada numa reunião do conselho intermunicipal da CIM Terras de Trás-os-Montes, que decorreu em Miranda do Douro, foi deliberado por unanimidade “redobrar esforços e agir ativamente para obter a cobrança dos impostos que são devidos [pela venda das seis barragens] ”, indicou o presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, Jorge Fidalgo, numa nota à data lida aos jornalistas.
O autarca de Vimioso acrescentou que, na ótica dos autarcas dos 28 municípios, não deve ser só avaliado o edificado, mas também todos os equipamentos, desde as turbinas a outros equipamentos que fazem parte integrante do funcionamento destes centros eletroprodutores, e as áreas que ficaram inundadas pelo enchimento das albufeiras.
A Lusa fez um pedido de esclarecimento ao Ministério das Finanças sobre este assunto e aguarda resposta.
Já em 04 de fevereiro, a AT adiantava que iria fazer uma avaliação e atualização das matrizes das barragens e avançar com a cobrança do IMI desta tipologia de bens, segundo determina um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Santos Félix.
Para avançar com esta espécie de avaliação geral das barragens para efeitos de IMI, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) terá de fornecer à AT informação sobre “as construções e edificações que constituem prédios”, com base no entendimento que consta do parecer da PGR.
Desta forma, ficando o processo de avaliação concluído e sendo as liquidações de IMI efetuadas até 31 de dezembro de 2023, vai ser possível à AT reclamar o IMI relativo aos anos de 2019, 2020, 2021 e 2022.
A vertente fiscal das barragens saltou para a agenda mediática na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie.
Vimioso: King of Portugal trouxe entusiasmo e retorno financeiro ao concelho
De 4 a 7 de outubro, realizou-se em Vimioso, o VIII King of Portugal, uma prova motorizada de todo-o-terreno, que todos os anos traz ao concelho, equipas nacionais e internacionais, que oferecem ao público aficionado desta modalidade, um verdadeiro espetáculo nos íngremes e impressionantes montes da região.
Os grandes vencedores do King of Portugal deste ano, foram Francisco Guimarães e Gerardo Sampaio, da equipa Fracing, na categoria Unlimited.
Na cerimónia de entrega dos prémios, o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, expressou satisfação pela evolução deste evento desportivo, que se realiza desde 2013, em Vimioso, e a cada ano traz mais equipas, mais público e mais retorno financeiro para o concelho.
“O município de Vimioso investiu cerca de 50 mil euros nesta prova e estima-se que o retorno financeiro seja três vezes superior para o concelho e para toda a região. No final de cada edição, procuramos fazer uma avaliação do evento, de modo a melhorar a edição do próximo ano”, disse.
Os grandes vencedores do King of Portugal deste ano, foram Francisco Guimarães e Gerardo Sampaio, da equipa Fracing, na categoria Unlimited, que concluiram a prova (7 voltas ao percurso), num tempo de 6 horas 19 minutos 53 segundos e 226 milésimos.
Após ter obtido vários pódios nas edições anteriores, alcançando 2º e 3º lugares, o piloto Francisco Guimarães, conquistou pela primeira vez o 1º lugar no “King of Portugal”.
“Em 2015, conquistei o campeonato Ultra-four, aqui em Vimioso. Após várias tentativas para conquistar esta prova, a vitória chegou finalmente e sabe muito bem! Agradeço à organização da prova e ao município de Vimioso, por nos proporcionar uma prova espetacular neste concelho”, disse.
A equipa “Repower 4×4”, constituída por Emanuel Luz e Marco Mateus, venceu na categoria Stock/ UTV e foi também a primeira classificada no prólogo. Sobre esta sua primeira participação no “King of Portugal”, os pilotos vindos de Abrantes, disseram que a prova em Vimioso foi espetacular e deram os parabéns à organização.
“A prova conseguiu juntar troços com muita velocidade e também houve obstáculos com muita dificuldade. O calor que se fez sentir no decorrer da prova e o pó, são caraterísticas destas provas de todo-o-terreno, às quais os pilotos têm de se adaptar, disse.
No final do “VIII King of Portugal”, o piloto vimiosense, Luís Vara, que participou pela primeira vez no King of Portugal, com a equipa “Alimentación Vara”, mostrou uma grande satisfação por ter concluído com êxito a prova de todo-o-terreno.
“O nosso objetivo era chegar ao fim. Conseguimos concluir um percurso longo e exigente, com inúmeros obstáculos, que ora nos obrigou a conduzir devagar e outras vezes mais depressa. Não tivemos qualquer acidente ou avaria, o que nos deixa muito satisfeitos”, disse.
Questionado sobre se pretende voltar a participar em futuras edições do “King of Portugal”, o piloto vimiosense respondeu afirmativamente.
“Vamos procurar obter bons patrocínios para continuar a participar nesta prova de todo-o-terreno, em Vimioso”, disse.
Outro participante, o co-piloto da equipa Pensão Russo / Trepa Tudo Bloqueados, Luís Santiago, expressou idêntica satisfação por ter participado, pela primeira vez, numa prova de todo-o-terreno desta dimensão.
“À partida estávamos com algum receio de não estarmos à altura desta prova. No entanto, conseguimos concluir a prova com relativa facilidade e isso foi motivo de grande satisfação para nós. O carro correspondeu, o nosso mecânico é um grande profissional e conseguimos um desempenho idêntico aos carros das outras categorias”, destacou.
Para o bom desempenho, a equipa vinda de Sendim, destacou o contributo da equipa de assistência. De acordo com o mecânico, Aníbal Branco, o equilíbrio do carro é fundamental para a realização destas provas de todo-o-terreno.
“O que faz a diferença é um carro equilibrado, nas suas várias componentes, como são a potência, suspensão, direção, travagem, condução, rodas, etc. Não basta colocar umas rodas agressivas, uns amortecedores de marca e um motor com 300 cavalos. É preciso equilibrar o carro, consoante o seu comportamento perante os obstáculos”, explicou.
Na perspectiva deste profissional mecânico, os pilotos locais, tendo em consideração os escassos meios de que dispõem, realizaram um feito extraordinário ao participar e concluir o King of Portugal.
Do lado do público, o espanhol, Daniel Nogueira, veio da província de Orense, na Galiza e deslocou-se 300 quilómetros até Vimioso para acompanhar o “King of Portugal”. Sobre a prova de todo-o-terreno em Vimioso, considerou-a espetacular e uma das melhores a que já assistiu nos 30 anos que acompanha esta modalidade do desporto motorizado.
“Pela potência dos carros que competem nesta prova, pelo espetáculo que proporcionam e pelos obstáculos naturais, a prova está muito bem concebida”, disse.
Por sua vez, o casal Eduardo e Catarina Silva, naturais da ilha da Madeira, que gozavam um período de férias em Trás-os-Montes, aproveitaram para viajar até Vimioso, de modo a acompanhar a oitava edição do “King of Portugal”.
Questionados sobre a prova, os visitantes madeirenses, que assistiram ao evento pela primeira vez, sugeriram a oferta de um mapa ao público, com os locais para acompanhar a corrida.
“Também deveria haver mais locais para comprar água, sem ter que atravessar a pista onde passam os carros. Outra recomendação é a existência de mais sacos e caixotes para depositar o lixo, como as garrafas e os copos de plástico”, indicaram.
O “King of Portugal” é uma prova de todo-o-terreno, organizada pela associação Clube NorteX4 e que conta com o apoio do município de Vimioso e da Federação Portuguesa do Automobilismo e Karting (FPAK).
A cerimónia de entrega de prémios, decorreu no pavilhão multiusos, em Vimioso.
Bragança-Miranda: Franciscanos Capuchinhos vão iniciar missão na diocese
No dia 6 de outubro, o bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, presidiu à Assembleia Geral do Clero e apresentou aos participantes a Comunidade dos Franciscanos Capuchinhos, que vão iniciar a sua missão na diocese.
Com uma “Fraternidade Itinerante de Presença e Apostolado” (FIPA), os Capuchinos vão oferecer “a sua presença, colaborando, segundo o carisma que lhes é específico, com a Igreja Local, por exemplo, na celebração dos sacramentos, na formação bíblica do povo de Deus, na pastoral juvenil-vocacional, na pregação e na visita aos idosos e doentes”, anunciou D. Nuno Almeida.
Além disso, a FIPA vai procurar ser “um sinal franciscano da presença de uma ‘igreja pobre para os pobres’”.
O bispo revelou também que inicia a visita pastoral à diocese, a partir de janeiro de 2024, seguindo o itinerário de D. José Cordeiro, anterior bispo de Bragança-Miranda.
Na comunicação que dirigiu à Assembleia do Clero, o bispo diocesano referiu que está a ser elaborado “sinodalmente” o Projeto Pastoral 2023-2026 e o Plano Pastoral para 2023/2024, para ser apresentado na abertura ao ano pastoral, no dia 2 de dezembro, na Catedral.
Depois da comunicação de D. Nuno Almeida, seguiu-se a intervenção do Bispo de Zamora, Espanha, com o tema “Igreja Sinodal – Espiritualidade Sinodal”.
D. Fernando Sanchez debruçou-se sobre os textos da homilia do Papa Francisco na oração das vésperas do dia 2 de agosto na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.
Durante a Assembleia do Clero, o diretor do Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais, Bruno Rodrigues, apresentou o tema da comunicação aos participantes.
Mogadouro: Aldeias preservam rituais do solstício de inverno
As aldeias de Bruçó, Bemposta e Vale de Porco, no concelho de Mogadouro, estão a salvaguardar as tradições ancestrais dos rituais e figuras ligadas ao solstício de inverno, características do nordeste transmontano.
Depois da associação Maschocalheiro, em Bemposta, e da Associação Etnográfica dos Velhos de Vale de Porco, recentemente foi criada a Associação dos Velhos e Chocalheiro de Bruçó, que visa também a salvaguarda do património etnográfico.
O presidente da Associação dos Velhos e Chocalheiro de Bruçó, César Teixeira, disse que esta nova coletividade tem como matriz a preservação e promoção da tradição dos Velhos de Bruçó, realizando eventos culturais e comunitários que divulguem e mantenham viva esta tradição ancestral e que se realiza no dia de Natal.
A festa dos Velhos de Bruçó conta com dois casais distintos como seus atores. Um casal de velhos e outro formado pela Sécia, mulher leviana, e o Soldado, encarregado de proteger a sua dama.
A atuação destas personagens que celebram os ritos da festa dos Velhos, perante o povo e em interação com ele, caracteriza-se por peditórios pela aldeia, representação de casamentos burlescos, simulação do ato reprodutor e recriação dos trabalhos fundamentais à sobrevivência da comunidade como a agricultura.
Para o presidente da Junta de Freguesia de Bruçó, João Geraldes, o principal objetivo desta nova associação é o manter viva a tradição de “Os Velhos”, que é muito acarinhada pela população e por todos os que visitam a aldeia no Natal, para se envolverem com este ritual ancestral do concelho de Mogadouro de forma muita ativa.
“Para além de manter vivo este ritual de fertilidade, típico do tempo frio de inverno, vamos apostar em reavivar as tradições de São João, entre outras atividades etnográficas”, disse o autarca.
Ao longo do ano, os “Velho de Bruçó” participam em vários cortejos etnográficos, tanto em Portugal como no estrangeiro, nos quais dão a conhecer “a nossa tradição que está tão enraizada na matriz cultural da nossa gente”, indicou o presidente da freguesia.
Segundo o investigador António Tiza, estes rituais, que envolvem figuras “demoníacas e pantomineiras mascaradas” e que encarnam ritos de “fecundidade e abundância”, são cultos a prestar nas festas de inverno no nordeste transmontano, que misturam o profano com o sagrado.
No âmbito da preservação destes rituais de inverno ligados à fertilidade, em Mogadouro, nos últimos oito anos foram recuperadas as figuras da Mascarinha e Mascarão, em Vilarinho dos Galegos, e o Careto de Valverde, reavivadas pelo investigador local Antero Neto.
Se no passado estas festividades estavam reservadas aos homens, com o despovoamento do interior as populações começaram a introduzir algumas mudanças nos rituais para os manter vivos e as mulheres começam a ocupar um lugar de destaque, por forma a manter viva a tradição.
No concelho de Mogadouro as figuras mais emblemáticas destes rituais são os Chocalheiro de Bemposta, Velhos de Bruçó, o Farandulo de Tó, o Chocalheiro de Vale de Porco ou o Careto de Valverde.
Miranda do Douro: Homem de 31 anos constituído arguido por tráfico de droga
Militares da GNR afetos ao Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Miranda do Douro, constituíram arguido um homem de 31 anos, por tráfico de estupefacientes.
“No âmbito de uma denúncia relacionada com a existência de uma plantação de canábis, na localidade de Freixiosa, os militares da Guarda realizaram diligências policiais que permitiram localizar um pé de canábis, com cerca de 2,20 metros de altura, plantado no interior da residência do suspeito, tendo sido de imediato apreendido”, indica esta força policial em comunicado.
O suspeito foi constituído arguido e os factos foram comunicados ao Tribunal Judicial de Miranda do Douro.