Transportes: Lançado concurso público para ligação aérea Bragança – Portimão
O Governo lançou o concurso público internacional para a concessão da ligação área entre Bragança, Vila Real, Viseu, Cascais e Portimão por um valor base de 13,5 milhões de euros, segundo publicação em Diário da República (DR).
De acordo com o anúncio do concurso, que foi lançado pelo anterior governo em 27 de março e alterado a 9 de abril, o prazo para entrega de propostas para a prestação de serviços aéreos regulares, em regime de concessão, na rota Bragança/Vila Real/Viseu/Portimão/Cascais termina a 26 de maio.
O concurso público é internacional, sendo que o preço base do procedimento, sem IVA, é de 13,5 milhões de euros e o prazo de execução do contrato é de quatro anos.
O contrato da concessão do serviço de transporte aéreo regular Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão terminou em 28 de fevereiro. Desde o dia 29 de fevereiro que a operadora Sevenair (prestadora do serviço) introduziu um novo horário, que estará disponível até 7 de junho.
Esta medida foi tomada após um ajuste direto de 750 mil euros do Governo liderado pelo socialista António Costa enquanto decorre o novo concurso público internacional para a concessão do serviço.
Neste novo horário, os voos de segunda e sexta-feira são feitos em todas as escalas, às terças e quintas-feiras os voos são diretos entre Bragança e Cascais e aos sábados não há escala em Vila Real. Às quartas-feiras e domingos não há voos.
Até ao final de fevereiro os voos eram feitos de forma regular entre Bragança e Portimão, com paragem em Vila Real, Viseu e Cascais.
Em fevereiro, fonte oficial do então gabinete do secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas disse à Lusa que o Governo e a Sevenair “encontraram uma solução contratual transitória” para evitar a interrupção da ligação aérea a partir de 29 de fevereiro.
Nesse mesmo mês, o então Governo socialista informou que autorizou a despesa de 13,5 milhões de euros para a adjudicação em regime de concessão do serviço aéreo regular que liga Trás-os-Montes ao Algarve por quatro anos.
O anúncio de abertura do concurso público para a carreira aérea foi publicado em DR a 27 de março, mas a 9 de abril foi publicado, pela Secretária-Geral da presidência do Conselho de Ministros, um novo anúncio com a alteração da data limite para apresentação de propostas, que passou de 23 de maio para 26 de maio.
Segundo o documento, esta alteração foi “motivada pelo atraso na publicação em jornal oficial nacional”.
A carreira aérea que ligava Trás-os-Montes a Lisboa foi interrompida em 2012 e retomada em 2015 com o alargamento dos voos até ao Algarve, com passagem por Viseu e Cascais.
Política: IVA passa a 6% na construção e reabilitação de habitação
O Programa de Governo prevê a aplicação temporária do IVA à taxa mínima de 6% nas obras de construção e reabilitação de edifícios, destinados a habitação permanente.
No documento divulgado, o Governo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro diz que vai criar um regime temporal e temporário de redução dos custos tributários em “obras de construção ou reabilitação em imóveis destinados a habitação permanente”, independentemente de onde se localizem, acrescentando que vai compensar as autarquias pela perda de receita.
Entre as medidas está a aplicação do IVA de 6% às obras e serviços de construção e reabilitação, tal como já estava inscrito no programa eleitoral da AD (coligação pré-eleitoral entre PSD, CDS-PP e PPM), referindo ainda o “alargamento da dedutibilidade”.
Prevê ainda a “redução substancial ou eliminação” de taxas de urbanização, edificação, utilização e ocupação, sem especificar como o fará.
O Programa de Governo prevê ainda um programa de Parcerias Público-Privadas para a construção e reabilitação “em larga escala quer de habitação geral quer de alojamento para estudantes” e a facilitação de “novos conceitos de alojamento no mercado português” (dando como exemplos construção de casas para arrendar, habitação a custos moderados, habitação modular, cooperativas de habitação e utilização flexível de residências de estudantes).
Vai também estudar o enquadramento legislativo de licenciamento e controlo urbanístico para eventualmente simplificar processos.
O Programa de Governo não indica o impacto financeiro destas medidas.
No documento, o Governo refere que vai também aumentar a abrangência do programa Porta 65 nos limites da sua aplicação, sem adiantar mais informação.
O Programa do XXIV Governo Constitucional foi entregue a 10 de abril, pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.
O documento não é votado na Assembleia da República, apenas apreciado, mas os grupos parlamentares podem apresentar moções de rejeição do programa, cuja aprovação exige “maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções”.
Após a apreciação do programa pela Assembleia da República, o Governo assume a plenitude de funções, devendo, até lá, limitar-se “à prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”.
Política: Programa do governo com mais de 30 propostas do PS, 13 do Chega e seis da IL
O Governo incluiu no programa do executivo PSD/CDS-PP mais de 30 propostas do PS, 13 do Chega, seis da IL, três do Livre e outras três do Bloco, duas do PAN e apenas uma do PCP.
Segundo um comunicado do executivo, foram indicadas as 60 medidas de outros partidos com representação parlamentar que o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, indicou integrarem o programa do XXIV Governo Constitucional.
No entanto, algumas destas medidas têm formulações semelhantes ao que já constava do programa eleitoral da AD (coligação pré-eleitoral que integrava PSD, CDS-PP e PPM).
Do PS, além da redução em sede de IRC de 20% das tributações autónomas sobre viaturas das empresas, que tinha sido anunciada, foram integradas, segundo o executivo, outras 31 medidas, entre as quais uma que pretende potenciar a utilização das autoestradas em que, “apesar de não haver alternativa de transportes coletivos, têm um tráfego reduzido e onde a cobrança de portagem afasta ainda mais utilizadores, em particular nos territórios de baixa densidade”.
Eliminar barreiras físicas e arquitetónicas para as pessoas de mobilidade condicionada nos transportes públicos, assegurar mais apoios aos profissionais das forças de segurança que se encontram deslocados ou lançar o Programa Capitalizar +, de apoio à transição geracional e à valorização de ativos empresariais, são outras das propostas do PS que o Governo diz ter acolhido.
Outra proposta do PS que foi integrada neste programa foi a atualização das regras “para a instalação de sistemas de videovigilância em zonas de risco, para a utilização de drones e para a utilização de sistemas de registo de imagem pelas forças de segurança no respeito pelos direitos fundamentais dos cidadãos”, que se liga a outra medida do Chega também acolhida pelo executivo PSD/CDS-PP: expansão da rede CCTV nas zonas de diversão noturna, nas zonas com mais problemas e no exterior das esquadras.
Uma das 13 medidas do Chega que o Governo diz ter acolhido no seu programa é “concluir o processo de escolha do Novo Aeroporto de Lisboa e iniciar com a maior brevidade possível a sua construção, bem como de outras infraestruturas indispensáveis, nomeadamente a Ferrovia e o TGV (Alta Velocidade)”.
O programa eleitoral da AD já previa “tomar uma decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa” ou fazer uma “reformulação do programa Porta 65”, que o Governo aponta como uma medida do PS, que passa por “aumentar a abrangência do Porta 65, alterando os limites para a sua aplicação”.
Na área da Defesa, o executivo indica ter integrado propostas do Chega como “ponderar o alargamento do apoio social complementar aos militares em regime de voluntariado, contrato e contrato especial”, “implementar medidas de âmbito fiscal e administrativas que permitam a criação de um ecossistema amigo das empresas do setor da Defesa” e “aperfeiçoar os mecanismos de reinserção dos militares na vida civil”.
Da IL – partido com que o PSD admitiu um acordo pós-eleitoral, que acabou por não se concretizar – o Governo refere como propostas acolhidas no seu programa a “maior concorrência do serviço ferroviário atualmente prestado pela CP e reforma do governo do setor ferroviário”, o alargamento dos cuidados prestados pelas farmácias comunitárias ou, na justiça, repensar a fase de instrução.
Na economia, o executivo aponta ainda como propostas dos liberais o aumento de matérias de intervenção “da negociação coletiva sem especiais condicionalismos”, a criação de uma `task force´ de eliminação de burocracias entre cidadãos e empresas e “ponderar a alteração do regime para que as autorizações de residência se baseiem em contratos de trabalho previamente celebrados ou através de um visto de procura de trabalho”.
Bragança: XII Encontro Nacional de EMRC vai reunir mais de 3000 jovens
A cidade de Bragança vai acolher nos dias 12 e 13 de abril, o XII Encontro Nacional de Educação Moral e Religiosa Católica (ENES), do Ensino Secundário, que vai reunir mais de 3 mil jovens, à volta do tema “Eco(s) do Coração”.
“Bragança já está em festa. E está em festa porque a EMRC está a estender a sua identidade e a sua missão junto das instituições, junto das escolas, junto das associações, que todas se congregaram para realizar aqui o XII Encontro Nacional dos Alunos da EMRC do Ensino Secundário”, afirmou Jorge Novo, da equipa nacional de apoio à EMRC, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O encontro vai ser uma oportunidade para os alunos contactarem “com a principal riqueza de Bragança”, que “são as suas pessoas”, além do património, arte, cultura e tradições da cidade.
“Bragança vai ser a capital da EMRC”, assinala o docente, que não tem dúvidas de que este vai ser um momento marcante, “não só para os alunos”, mas também “para as escolas” e para a “comunidade educativa” da cidade.
A aula em espaço aberto vai levar os alunos a realizar dois percursos, marcados pela participação em ateliers onde, de acordo com Sérgio Martins, da equipa nacional de apoio à EMRC, “cada aluno vai ser protagonista”.
“Eles vão fazer um percurso dos sentidos, mas também vão fazer um percurso com sentido, o outro lado dos sentidos, e vão-no descobrir também no decorrer deste encontro. As coisas não aparecem por acaso, e olhamos para estes jovens, por esta alegria daquilo que viveram e daquilo que pode ser o próximo encontro, e queremos que eles tenham essa possibilidade”, explica.
Segundo o docente, este ano o encontro foi pensado para os alunos colocarem “as mãos na massa”, um convite que também “é extensível aos professores”.
“Fazemos um percurso pelos cinco sentidos. Para quê? Para que cada aluno seja protagonista. Mas, este ano, curiosamente, nós também queremos que os próprios professores também façam esse percurso. Porque não basta só acompanhar os alunos e cuidar deles. É preciso que, às vezes, nós, adultos, também possamos fazer esse caminho”, indicou Sérgio Martins.
Maria Pilar Costa e João Caldeira são alunos de EMRC do 11ºano e participaram no ano passado no encontro, que teve lugar em Coimbra, uma experiência que “superou qualquer expectativa”.
Em conjunto com os colegas, João Caldeira julgava que a atividade iria experimentar “pouca adesão” e mostrou-se surpreendido pela “diversão” que acabou por registar.
Sobre a disciplina de EMRC, os dois alunos sublinham a importância que tem para o desenvolvimento do pensamento crítico e para a abordagem de temas da atualidade.
“Eu acho que a disciplina de religião procura não só que nós, enquanto alunos, possamos compreender os valores da Igreja Católica, mas também que possamos perceber o porquê de eles serem como são, sendo, no entanto, um espaço aberto a que haja discussão crítica entre os alunos, que acho que é algo que eu valorizo imenso nas nossas aulas”, referiu Pilar.
“Acho que a disciplina religião até ajuda a desconstruir tabus que nós temos na nossa sociedade e temas que nós achamos que não devem ser falados, mas na realidade devem ser falados tal e qual como os outros”, acrescentou João.
A preocupação ecológica é também um tema que marca a atualidade e que vai estar enquadrada no encontro, como resposta ao desafio lançado pelo Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si’.
“Nós não usamos o plástico genericamente na nossa atividade, mas também queremos que ela seja, que depois se faça eco de tudo isto, no coração de quem participou, mas no coração de quem também ficou. Porque, no fundo, é isto que nós pretendemos. Que estes alunos que participam neste encontro, possam levar às suas comunidades educativas aquilo que de bom e de bem receberam”, salientou Sérgio Martins.
O XII Encontro Nacional de alunos de EMRC de Ensino Secundário esteve em destaque no Programa ECCLESIA, esta segunda-feira, na RTP2.
Miranda do Douro: Quatro detidos por posse de armas e munições proibidas e caça ilegal
O Comando Territorial de Bragança, através do Posto Territorial de Miranda do Douro, deteve a 9 de abril, quatro homens, com idades compreendidas entre os 25 e os 40 anos, por posse de armas e munições proibidas e caça ilegal, no concelho de Miranda do Douro.
No âmbito de uma ação de patrulhamento, os militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) depararam-se com uma viatura a circular com quatro indivíduos que, ao aperceberem-se da presença da GNR, evidenciaram um comportamento suspeito e encetaram uma fuga.
No seguimento da ação, os militares interceptaram a viatura e realizaram uma abordagem, sendo que no decorrer da fiscalização foram detetadas duas armas de fogo carregadas e prontas a fazer fogo, várias armas brancas, munições proibidas e três espécies cinegéticas que foram caçadas fora do período de caça permitido.
A ação culminou com a detenção indivíduos e a apreensão do seguinte material:
* Duas armas de caça;
· 19 cartuchos (zagalote);
· 29 cartuchos de chumbo;
· Um cartucho de bala;
· Três punhais;
· Nove lanternas;
· Um veículo.
Os detidos foram presentes no dia 9 de abril, no Tribunal Judicial de Miranda do Douro, para aplicação das medidas de coação.
A realização desta ação contou com o reforço das patrulhas do Posto Territorial de Vimioso e do Posto Territorial de Mogadouro.
Mogadouro: Alegado ataque de lobos a rebanho causa a morte de 9 animais
O Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) está a avaliar um alegado ataque de lobos a um rebanho em Vila de Ala, em Mogadouro, após a morte de seis ovelhas e três cordeiros.
Na tarde de 8 de abril, “uma equipa de vigilantes da natureza do ICNF deslocou-se ao local [Vila de Ala] para efetuar a peritagem do alegado ataque, tendo sido reportadas seis ovelhas adultas mortas a que se juntam três cordeiros. Há também 15 ovelhas e quatro cordeiros desaparecidos”, indicou o ICNF.
De acordo com o ICNF, a peritagem efetuada será ainda submetida a análise técnica e, caso se confirme que o prejuízo foi provocado pelo lobo, o proprietário receberá a respetiva indemnização.
Desde janeiro, acrescentou o ICNF, há registo de seis ocorrências semelhantes tratadas pelas equipas de vigilantes da natureza do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), sendo que quatro delas foram registadas no concelho de Mogadouro.
O proprietário do rebanho, Mário Mora, afirmou acreditar que, na madrugada de segunda-feira, dia 8 de abril, houve um ataque de lobos aos seus animais.
“Tanto o meu pai como eu verificámos que havia vários cadáveres de ovelhas e cordeiros na zona onde pastavam. Pela mordida, depressa nos aperceberemos que se tratava de um ataque de um lobo ou lobos”, explicou Mário Mora.
Segundo o produtor pecuário, havia animais esventrados e outros com feridas graves e profundas na zona do pescoço, sendo que “os que sobreviveram às investidas do lobo ou lobos estão a ser tratados”.
“Do ataque resultou a morte de um carneiro, seis ovelhas e algumas crias de um mês ou dois”, indicou, acrescentando que esta foi a primeira vez que os seus animais foram atacados.
No seu rebanho, Mário Mora conta com 30 cabeças de gado.
Malhadas: Canhonas e cães animaram o mercado de gado
O mercado de gado, em Malhadas, voltou a acolher no dia 6 de abril, os concursos de ovinos de raça churra galega mirandesa e do cão de gado transmontano, num único certame, que contou com a participação de 30 criadores e de muito público, interessado em ver os melhores exemplares destas duas raças autóctones, do planalto mirandês.
No concurso do Cão de Gado Transmontano participaram 37 animais.
Presente no certame, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, afirmou que os ovinos mirandeses e o cão de gado transmontano são “o que de mais genuíno existe na ruralidade do planalto mirandês” e por isso “é um imperativo promover, divulgar e preservar estes animais”.
“As raças autóctones têm um elevado valor cultural, económico e turístico, pelo que todas as partes envolvidas, sejam os criadores, as associações e o município devem trabalhar juntos na sua promoção e divulgação”, disse.
Para o presidente da Freguesia de Malhadas, Camilo Raposo, os certames dedicados às raças autóctones, são “um modo de dar vida ao mercado de gado, em Malhadas e de promover a região”.
“Em Malhadas há muitos criadores de ovinos mirandeses. Recordo que também aqui está sediada a Associação Nacional de Criadores de Raça Churra Galega Mirandesa (ACOM). E felicito a associação, pela organização simultânea, dos concursos dos ovinos mirandeses e do cão de gado transmontano”, destacou.
Paralelamente à realização dos concursos de ovinos mirandeses e do cão de gado transmontano, no dia 5 de abril realizou-se uma visita às instalações do novo Centro de Raças Autóctones, onde decorreu uma reunião dos secretários-técnicos de pequenos ruminantes, com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
Sobre o concurso dos ovinos, a secretária-técnica da Associação Nacional de Criadores de Raça Churra Galega Mirandesa (ACOM), Andrea Cortinhas, informou que este ano participaram 96 animais, pertencentes a 14 criadores do planalto mirandês, ou seja, dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.
A responsável da ACOM indicou que ao longo das 27 edições, o concurso dos ovinos tem registado uma participação regular, havendo, no entanto, criadores que optam por não participar no evento devido à idade avançada.
“A criação de ovinos mirandeses enfrenta o problema do envelhecimento dos criadores e a dificuldade em atrair os jovens para a pecuária”, alertou.
Sobre o concurso, a engenheira zootécnica explicou que os ovinos são avaliados mediante o padrão desta raça e de acordo com quatro categorias: o carneiro, o canhono, as ovelhas (ou canhonas) e bazias (ou malatas).
“Os ovinos de raça churra galega mirandesa são animais com um porte médio. Os de lã brança têm careto negro nas orelhas, nos olhos e no focinho. No concurso avalia-se a sua condição corporal, o cuidado dos criadores, etc.”, explicou.
Segundo Andrea Cortinhas, o Concurso Nacional de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa é “essencialmente um modo de promoção da raça” e de “convívio entre os criadores”.
O criador de ovinos, Pedro Alves, natural de Malhadas, foi um dos participantes no XXVII Concurso de Ovinos de Raça Churra Galega Mirandesa. Questionado sobre a mais valia destes animais, o jovem criador destacou a capacidade de adaptação ao clima agreste do planalto mirandês, ora com muito frio, ora com muito calor.
“A par da rusticidade, o cordeiro mirandês, que se alimenta das pastagens no planalto é muito apreciado pela carne tenra e suculenta. Sendo por essa razão, um produto de Denominação de Origem Protegida (DOP)”, disse.
Na perspectiva do jovem criador, o concurso anual é um forte incentivo para que os criadores continuem a preferir a Raça Churra Galega Mirandesa, em detrimento de outras raças.
O IX Concurso do Cão de Gado Transmontano foi coorganizado pela Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT) e o Clube Português de Canicultura.
No concurso deste ano, participaram 37 cães, vindos maioritariamente do distrito de Bragança, mas também de outras regiões do país, como o Porto, Vila do Conde ou Lisboa.
De acordo com João Silvino, do Clube Português de Canicultura, o cão de gado transmontano é uma raça portuguesa que se distingue na proteção dos rebanhos.
“O cão de gado transmontano para além de ser o melhor companheiro do pastor na guarda do rebanho também trabalha sozinho. Isto é, na ausência do pastor, esta raça de cães também consegue decidir e proteger os rebanhos, através da dissuasão ou confronto físico se houver necessidade”, explicou.
Sobre o concurso, João Silvino, explicou que foram avaliadas as condições morfológicas dos animais, tais como as proporções da cabeça, os tamanhos, as angulações, a cauda, etc.
“A caraterísticas físicas condicionam o desempenho do cão de gado transmontano na proteção dos rebanhos”, justificou.
Humberto Figueiredo, natural de Bragança, tem 14 cães de gado transmontano que o acompanham na pastorícia, numa zona, onde diz que há atualmente 3 a 4 alcateias de lobos.
“O cão de gado transmontano é um excelente guardião dos rebanhos. Na minha família esta raça de cães já existe há 70 anos, sendo um legado dos meus avós”, disse.
Segundo a Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT), atualmente, esta raça já existe um pouco por todo o país e começou também a haver algum interesse além fronteiras, havendo já alguns exemplares em França e na Alemanha.
Vimioso: Sapadores de Gaia venceram a 6ª Maratona Inter-bombeiros de futsal
Os Bombeiros Sapadores de Vila Nova de Gaia foram os vencedores da 6º Maratona de Futsal Inter-bombeiros, que decorreu no fim-de-semana de 6 e 7 de abril, em Vimioso e na final, os gaienses venceram a equipa dos bombeiros de Vimioso, por concludentes 6-0.
O torneio inter-bombeiros decorreu no pavilhão multiusos, em Vimioso, onde participaram seis equipas masculinas das corporações de Vimioso, Izeda, Bragança, Entre-os-Rios, Vila Nova de Gaia e Ponte de Lima.
Após os jogos entre todos, nas meias-finais, os Bombeiros Sapadores de Gaia venceram os Bombeiros de Ponte de Lima, por expressivos 10-0. Na outra meia-final, os bombeiros de Vimioso venceram os congéneres brigantinos por 1-0.
Na final, os Sapadores de Gaia mostraram a sua superioridade, ao longo de todo o torneio e venceram os bombeiros de Vimioso, por inquestionáveis 6-0.
Sérgio Melo, capitão do Batalhão de Sapadores de Vila Nova de Gaia, justificou a participação da sua equipa na 6ª Maratona de Futsal Inter-bombeiros, dado o gosto pela prática desta modalidade.
“É a primeira vez que viemos a Vimioso e felicito a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vimioso (A.H.B.V.V.) pela organização desta maratona de futsal. Para além da vertente desportiva, estes torneios promovem o conhecimento, o convívio e a cooperação entre as várias corporações”, salientou.
Por sua vez, o bombeiro de Ponte de Lima, Rafael Lima, justificou a vinda até Vimioso, com o propósito de reforçar os laços de companheirismo entre os membros da sua corporação e o interesse em conhecer a realidade de outras corporações de bombeiros no país.
“Com a participação nestes torneios aprofundamos o espírito de equipa e conhecemos a realidade de outras corporações de bombeiros”, disse.
Na competição feminina participaram apenas as corporações de Vimioso e da Cruz Branca de Vila Real, tendo as vimiosenses vencido por 7-0.
De acordo com Vitor Cardoso, da seção desportiva da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vimioso (A.H.B.V.V.) o principal objetivo deste torneio anual de futsal é promover a prática desportiva e estabelecer laços de companheirismo entre bombeiros das corporações do país.
Para a organização deste torneio, Vitor Cardoso, agradeceu o empenho da seção desportiva da A.H.B.V.V., assim como os apoios do Município de Vimioso, das Juntas de Freguesia e o patrocínio das empresas locais.
“Agradecemos de modo especial, o apoio financeiro e logístico do município de Vimioso, ao ceder o pavilhão multiusos, onde decorreram os jogos de futsal”, disse.
A 6ª Maratona de Futsal Inter-bombeiros encerrou com a entrega de prémios a todas as equipas participantes.
Bragança-Miranda: D. Nuno Almeida escreveu livro sobre «A Cura pela Reconciliação»
No dia 8 de abril, foi apresentado o livro «A Cura pela Reconciliação», da autoria de Dom Nuno Almeida, bispo da diocese de Bragança-Miranda.
O livro integra a coleção “Hodie” do Secretariado Nacional de Liturgia e conta com um texto introdutório de D. José Cordeiro, arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal de Liturgia e Espiritualidade.
Trata-se de um estudo que se situa «Na busca da reconciliação fontal, operante no coração e na consciência do homem, como restabelecimento de relação completa e total da pessoa consigo mesma, com Deus, com os outros e com o mundo” (pág. 144)», salienta o Prelado.
Está articulado em cinco partes: experiência religiosa e psicologia; olhar antropológico; o perdão que reconcilia; reconciliação com os outros e com o mundo; o ministério da reconciliação e da pacificação.
«A Cura pela Reconciliação» estará disponível em todas as livrarias religiosas nacionais.
Na Diocese de Bragança-Miranda, o livro vai estar à venda na Livraria Casa de Paramentaria Santa Clara, em Bragança.
A apresentação pública do livro terá lugar em Bragança, em data a anunciar.
Pecuária: Pastores perspectivam bom ano devido a reserva de água
Os pastores do planalto mirandês mostram-se otimistas para o período de verão, porque perspetivam reservas de água para assegurar a manutenção das explorações e mitigar os efeitos da seca que se sentiu nos últimos dois anos.
“Perspetivamos um ano bom ano pecuário para a região do Planalto Mirandês, porque as reservas hídricas estão no seu pleno o que leva ao crescimento das pastagem e perspetivas de boas colheitas de forragens para a alimentação animal, disse hoje à Lusa a secretária técnica da Associação de Criadores de Raça Churra Mirandesa, Andrea Cortinhas.
De acordo com a técnica, os pastores do Planalto Mirandês, no distrito de Bragança, nos últimos dois anos tiveram de fazer muitas contas à vida e muitos pensaram em desistir da atividade, devido aos períodos de seca extrema e também à escalada dos preços dos fatores de produção, associados à guerra na Ucrânia.
“Foram dois anos de muita carência devido à seca e da guerra e que teve repercussões drásticas ao nível dos fatores de produção como rações, forragens, combustíveis, nitratos e adubos, onde os preços triplicaram e os agricultores ficaram descapitalizados”, explicou a técnica.
Por outro lado, Andrea Cortinhas refere que já há água a mais na terra e terá de parar de chover para os produtores fazerem a arranjos das terras e das sementeiras.
“As terras estão muito encharcadas de água e os agricultores querem fazer a sua lavoura e muitas vezes não o conseguem. São efeitos das alterações climáticas que vivemos”, explicou.
A perspectiva de produção de alimento é boa e os agricultores planeiam em fazer armazenamento de forragens para futuras situações de seca, que possam acontecer fruto das alterações climáticas.
Mesmo com as condições favoráveis para evitar grandes encargos com os fatores de produção como em tempo de seca, o preço do borrego não vai baixar por se tratar de uma carne com Denominação de Origem Protegida (DOP).
“Trata-se de uma carne DOP e por esse motivo terá de ter um valor acima do de mercado”, disse a técnica.
Tiago Sanches das Gama, um produtor de Miranda do Douro com cerca de 350 adultos a que juntam 80 cordeiros, disse que as charcas e outros pontos de armazenamento estão cheios.
“Mas, como se diz, ‘água vai e vem’, e por isso é necessário fazer armazenamento de água em tempos de recuperação, após um longo período de carência, bem como de alimento”, indicou o produtor pecuário.
Os ovinos de raça churra mirandesa têm um efetivo de mais de seis mil machos e fêmeas, repartidos por 75 produtores do planalto mirandês, que abrange os concelho de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.