Educação: Escolas católicas pedem veto de PR a medidas sobre autodeterminação de género nas escolas

Educação: Escolas católicas pedem veto de PR a medidas sobre autodeterminação de género nas escolas

A Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) apelou ao Presidente da República para que vete as medidas a serem adotadas pelas escolas, para garantir o direito de crianças e jovens à autodeterminação da identidade de género, nos estabelecimentos de ensino.

“Ao abrigo desta ideologia legitimam-se verdadeiros atentados à dignidade humana e ao normal crescimento durante a infância e adolescência, fase de construção da identidade, permitindo-se precocemente intervenções cirúrgicas invasoras e humanamente limitadoras, medicação com efeitos irreversíveis, como bloqueadores de puberdade, num experimentalismo de consequências imprevisíveis”, refere a APEC, numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

O PL 332/XV, aprovado a 15 de dezembro de 2023 pela Assembleia da República, estabelece o “quadro jurídico para a emissão das medidas administrativas” que as escolas devem adotar para efeitos da implementação da Lei n.º 38/2018, a qual estabelece “o direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e o direito à proteção das caraterísticas sexuais de cada pessoa”.

A Associação Portuguesa de Escolas Católicas manifesta a “mais viva oposição ao projeto de lei” em causa, acusando os deputados de “promoção da chamada Ideologia de Género”.

“No essencial, esta ideologia vem desligar o sexo (condição biológica) do género (assumido como socialmente construído), fazendo apologeticamente sobrepor o segundo ao primeiro”, sustenta a nota de imprensa.

Contraria a objetividade científica mais elementar utilizando expressões como a fluidez de género, ou a transmutabilidade do sexo. Utiliza linguagem e terminologias erráticas, tais como sexo atribuído à nascença”.

Segundo a APEC, o projeto de lei em apreço “utiliza expressões pouco claras, revelando objetivos de ocultação mais do que clarificação, tais como transição social de identidade e expressão de género”.

A nota rejeita que a escola seja colocada “no papel de doutrinação da ideologia de género”, em vez de “formar crianças e jovens, ajudando a construir a sua identidade orientada para uma cidadania ativa, tendo em vista uma sociedade melhor e mais justa”.

As escolas, e as escolas católicas em particular, têm procedido ao tratamento das situações que lhes surgem, com o cuidado, respeito e singularidade que elas lhes merecem, sem necessidade de uma generalização, vulgarização e normalização como é pretensão do projeto de alteração legislativa em causa”.

As escolas católicas apresentam-se como “espaços de diversidade e de proteção das crianças e dos jovens”, questionando, em particular, as normas relativas a utilizações das casas de banho.

A APEC considera que as alterações no acesso às casas de banho e balneários com base na “vontade expressa” dos menores pode colocar em causa “a privacidade, a intimidade, o resguardo e a proteção das crianças e jovens das instituições escolares”.

Os responsáveis entendem que Marcelo Rebelo de Sousa deve impedir a promulgação de projeto de lei que “viola vários preceitos da Constituição da República Portuguesa, nomeadamente aqueles que garantem a integridade moral e física dos cidadãos, a liberdade e a segurança de todos, o entendimento da família como elemento fundamental da sociedade, o papel dos pais na educação dos seus filhos, cabendo ao Estado cooperar com os pais nessa missão”.

“O Estado está proibido de programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas. A proposta de lei em apreço viola, além disso, vários outros princípios de direito”, acrescenta o comunicado.

Em Portugal existem 117 escolas católicas frequentadas por quase 70 mil alunos do pré-escolar ao ensino secundário, apoiadas por cerca de 8 mil educadores docentes e não docentes.

Fonte: Ecclesia

Meteorologia: Descida de temperatura

Meteorologia: Descida de temperatura

Portugal continental vai registar temperaturas “ligeiramente inferiores ao normal para a época do ano”, que podem chegar até aos -5°C no interior norte e centro, referiu o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Em comunicado, o IPMA explica que Portugal continental tem vindo a ser influenciado por uma massa de ar polar, que tem dado origem a valores de temperatura ligeiramente inferiores ao normal para a época do ano.

Após uma interrupção, nos dias 11 e 12 a temperatura “vai descer novamente, em especial a temperatura mínima, devido à incursão de uma nova massa de ar polar, de trajeto continental”, salientou.

De acordo com o IPMA, esta nova massa de ar polar irá gradualmente afetar o norte da Península Ibérica e posteriormente as regiões mais a sul, embora com impacto reduzido.

Entre as 00:00 de quinta-feira e as 23:00 de sexta-feira os distritos de Bragança e Guarda estão sob alerta amarelo devido ao tempo frio, divulgou o IPMA.

Na madrugada de quinta-feira, dia 11 de janeiro são esperados valores da temperatura mínima inferiores a 5°C nas regiões do interior, sendo inferiores a 0°C no nordeste transmontano e em zonas de montanha das regiões norte e centro.

“A progressiva influência da referida massa de ar far-se-á notar com um acentuado arrefecimento no final de dia 11, sendo a madrugada de dia 12 a mais fria deste episódio”, apontou o instituto.

Para sexta-feira, dia 12 de janeiro, são esperadas temperaturas mínimas entre -5 e -0°C na generalidade do interior norte e centro, podendo “localmente ser registados valores inferiores”.

A generalidade do território terá mínimas inferiores a 5°C, excetuando apenas alguns locais do litoral centro e sul.

O IPMA frisou ainda que está “prevista a formação de gelo ou geada, em especial no interior norte e centro, que poderá ter impacto significativo na circulação rodoviária”.

A temperatura máxima também deverá ser mais baixa, com o IPMA a apontar que o interior norte e centro deverá ter valores a variar entre 3 e 8°C, sendo inferior a 3°C em alguns locais do nordeste transmontano e Beira Alta, nomeadamente nos pontos mais altos.

Nesta quinta-feira “existe ainda a possibilidade de ocorrência de aguaceiros dispersos nas serras do extremo norte, que a ocorrer deverão ser de neve nas serras”, explicou ainda.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Trabalhador Não Qualificado da Construção de Edifícios

Miranda do Douro: Trabalhador Não Qualificado da Construção de Edifícios

A empresa pretende contratar “Pedreiro de 2ª”, para desempenhar as seguintes funções :Levantar e revestir maciços de alvenaria de pedra, de tijolo ou de outros blocos; Realizar coberturas com telha, utilizando argamassas; Escolher, seccionar e assentar na argamassa os blocos de material ;Verificar a qualidade do trabalho realizado por meio de fio-de-prumo, níveis, réguas, esquadros e outros instrumentos; Executar rebocos e coberturas da talha; Cumprir normas de higiene, saúde e segurança no trabalho.

Oferta nº 589259110 Contatar IEFP

Condições Requeridas
Habilitações Escolares e Profissionais mínimas: 6.º ano

Formação Profissional Exigida: Não

Data Prevista para Início do Trabalho:2024-01-15

Experiência Profissional anterior: Não

Cumprimento de Quotas ? recrutamento de pessoas com deficiência (Lei 4/2019)?: Não

Tipo(s) de carta condução: Ligeiros

Normas específicas de higiene e segurança no trabalho: Sim


Condições Oferecidas:

Contrato de Trabalho: Sem termo
Regime de trabalho: A tempo completo
Horário Trabalho: regime diurno
Nº de Horas: 8h00
Descanso Semanal: Regime Geral
Formas de Prestação de Trabalho: Presencial
Remuneração e Subsídios
Remuneração base ilíquida: 820 EUR/Mês
 Subsídio de refeição: 6.5 EUR / dia

IRCT:A entidade contratante declara estar abrangida pelo seguinte IRCT: Contrato Coletivo de Trabalho / 2023.02.22

Outras competências requeridas:

Relacionamento com os Outros;
Trabalhar de forma independente, sempre que necessário, solicitando a ajuda que seja adequada;
Cooperar com os outros no seu trabalho;
Aprendizagem Autónoma;
Aprender em ambiente de trabalho;
Procurar oportunidades, materiais e recursos de aprendizagem;
Gestão de Recursos;
Gerir o próprio tempo.

Pecuária: Há que declarar ovinos e caprinos até 31 de janeiro

Pecuária: Há que declarar ovinos e caprinos até 31 de janeiro

A DGAV – Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária informa que até 31 de janeiro de 2024, decorre mais um período obrigatório de Declarações de Existências de Ovinos e Caprinos (DEOC).

“Durante o mês de janeiro de 2024, todos os criadores de ovinos e caprinos ficam obrigados a declarar os animais detidos por marca de exploração a 31 de Dezembro de 2023”, refere a DGAV, em aviso, assinado pela sua directora-geral, Susana Guedes Pombo.

A declaração de existências de ovinos e caprinos pode ser efetuada diretamente pelo produtor na Área Reservada do portal do IFAP — Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas. No portal do IFAP, deve aceder a “O Meu Processo” » “Animais” » “Declaração de Existências (DEOC)” na Área Reservada.

A submissão da declaração pode também ser feita através de entidades reconhecidas existentes para o efeito ou nos Serviços Veterinários Regionais.

Para mais informações, os criadores podem consultar o Manual do Ulitizador da DEOC, disponível no Portal do IFAP.

Os criadores que ainda não possuam registo no Sistema Nacional de Informação e Registo Animal (SNIRA) têm que o fazer previamente, nos locais indicados.

Coimas

A ausência da Declaração de Existências de ovinos e/ou caprinos detidos determina a perda do direito de emissão de Guias de Circulação para a exploração e para o detentor em causa.

Por outro lado, a ausência da Declaração constitui uma contra ordenação punível com uma coima cujo montante mínimo é de 100 euros e máximo de 1.870 euros, no caso das pessoas singulares e de 22.440 euros, no caso das pessoas coletivas.

Fontes: Voz do Campo e Agricultura e Mar

Ambiente: Ano 2023 foi o mais quente de sempre

Ambiente: Ano 2023 foi o mais quente de sempre

O ano 2023 foi o mais quente desde que há registos, com a temperatura no mundo a aproximar-se do limite do aquecimento de 1,5ºC face à era pré-industrial, indicou o programa europeu Copernicus.

Segundo os dados, 2023 teve uma temperatura média global de 14,98ºC, mais 0,17ºC do que 2016, que detinha o título de ano mais quente desde que há registos, que remontam a 1850.

Os dados do Copernicus, que tem entre os seus vários serviços um que monitoriza as alterações climáticas e outro a atmosfera, revelam que o ano passado foi 0,60ºC mais quente do que a média de 1991-2020 e 1,48ºC mais quente face ao período pré-industrial (1850-1900).

O Copernicus realça, em comunicado, que quase metade dos dias em 2023 foram mais de 1,5ºC mais quentes do que os da era pré-industrial, com dois dias em novembro a serem pela primeira vez mais de 2ºC mais quentes em relação ao mesmo período.

Pela primeira vez também, em 2023, todos os dias de um ano tiveram temperaturas pelo menos 1ºC acima do nível pré-industrial, com o serviço de monitorização das alterações climáticas do Copernicus a estimar que a temperatura média global possa exceder 1,5ºC a da era pré-industrial num período de 12 meses a acabar em janeiro ou fevereiro de 2024.

A confirmar-se tal estimativa fica gorada a meta estabelecida no acordo climático de Paris, que em 2015 fixou o limite do aumento da temperatura média mundial em 1,5ºC em relação ao nível pré-industrial.

De acordo com os dados agora divulgados pelo Copernicus, 2023 foi, depois de 2020, o segundo ano mais quente na Europa, onde a temperatura subiu mais 1,02ºC face à média de 1991-2020.

A extensão de gelo marinho na Antártida atingiu níveis mínimos históricos em fevereiro de 2023, mantendo-se com concentrações baixas recorde durante oito meses.

Segundo o serviço de monitorização da atmosfera do Copernicus, as concentrações de dióxido de carbono e metano, gases poluentes que contribuem para o aquecimento do planeta, continuaram a aumentar no ano passado e atingiram níveis recorde, respetivamente de 419 ppm (partes por milhão) e 1.902 ppb (partes por bilião, mil milhões).

Devido em grande parte aos incêndios florestais que ocorreram durante vários meses no Canadá, as emissões de carbono globais causadas pelos fogos aumentaram no ano passado 30% face a 2022, de acordo com as estimativas do Copernicus.

Os dados do Copernicus, programa europeu de observação da Terra gerido pela Comissão Europeia, destacam, ainda, que as temperaturas médias globais da superfície do mar estiveram “persistente e excecionalmente” elevadas em 2023, alcançando níveis recorde para a época do ano entre abril e dezembro, sendo associadas a ondas de calor marinhas no Mediterrâneo, Golfo do México, Caraíbas, Índico, Pacífico Norte e Atlântico Norte.

Fonte: Lusa

Sociedade: Redes sociais serão cada vez mais dominantes na distribuição de conteúdos

Sociedade: Redes sociais serão cada vez mais dominantes na distribuição de conteúdos

As redes sociais vão aumentar o seu domínio na distribuição de notícias, segundo um relatório do observatório Iberifier, que conclui que os media terão que adaptar as suas estratégias num cenário de “saturação de informação”.

Esta é uma das tendências traçadas para 2025/2030 num estudo do Observatório Ibérico de Media Digitais e da Desinformação (Iberifier), a partir de entrevistas a 71 peritos sobre 16 áreas – da IA às novas narrativas, das redes sociais à ‘big data’ – que resultaram num texto síntese, submetido depois à opinião de 101 diretores e responsáveis de media de Portugal e Espanha.

Os media, lê-se no estudo, terão de adaptar as suas estratégias de comunicação “a um contexto de alteração de algoritmos e de saturação de informação, mais radical que nunca”.

Em entrevista, Miguel Crespo, jornalista e investigador do observatório, afirmou que o consumo de notícias ou conteúdos é cada vez mais fragmentado, multicanal, o que não está diretamente relacionado com a IA.

É uma tendência que tem vindo a desenvolver-se “desde que há Internet, que aumentou exponencialmente com as redes sociais e que, com a personalização das plataformas e que inteligência artificial vai ajudar ainda mais, esse conteúdo será cada vez mais multicanal”.

“Eu leio uma informação num ‘site’, vejo um TikTok, vejo no Instagram, vejo no X com televisão, ouço rádio e tudo isto é cada vez mais misturado”, descreve.

O que acontece nestes consumos de redes sociais, mas não só, acrescenta, há cada vez “mais vídeos curtos, vídeos verticais, porque a maior parte dos consumos são feitos no telemóvel”.

Este “vídeos verticais” são uma evolução recente com o TikTok, que “veio quase destruir a narrativa audiovisual que o Instagram criou de coisas muito elaboradas para vídeos muito curtos, vídeos com lógicas explicativas, com um tom mais natural, mais acessível e sem uma construção da realidade com filtros”, explicou.

O Iberifier é um projeto que visa combater a desinformação e integra 23 centros de investigação e universidades ibéricas, as agências noticiosas portuguesa, Lusa, e espanhola, EFE, e ‘fact checkers’ como o Polígrafo e Prova dos Factos – Público, de Portugal, e Maldita.es e Efe Verifica, de Espanha.

O observatório produziu um relatório de análise das tendências e inovações do ecossistema mediático em Portugal e Espanha 2025/2030, que hoje é divulgado, e conclui que os media vão passar pela ‘revolução’ da IA, que vai exigir fazer mais verificação (‘fact checking’) no combate à desinformação.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Casa da Cultura acolhe exposição de pintura “As Cores do Silêncio”

Miranda do Douro: Casa da Cultura acolhe exposição de pintura “As Cores do Silêncio”

Entre 13 de janeiro e 11 de março, a Casa da Cultura Mirandesa, em Miranda do Douro, vai exibir a exposição “As Cores do Silêncio”, da pintora Clara Guerra.

“Graça Guerra nasceu em Chaves e o seu amor pela arte nasceu logo na infância descobrindo a alegria de desenhar e pintar tudo à sua volta. Sempre soube que a Arte estava no seu caminho embora a atividade profissional como médica a tivesse arredado por longos anos, mas sempre participando nas coletivas de Arte anuais na Ordem dos Médicos no Porto”, informa o município de Miranda do Douro.

A exposição, de entrada livre, mostra a pintura na figura humana exprimindo sentimentos e estados de alma.

A inauguração da mostra de pintura vai decorrer no sábado, dia 13 de janeiro, às 16:00.

Fonte: Lusa

Política: Deputados do PS dizem que diretora da AT não tem condições para se manter no cargo

Política: Deputados do PS dizem que diretora da AT não tem condições para se manter no cargo

Os deputados do PS eleitos por Bragança admitiram que a atual diretora da Autoridade Tributária (AT) não tem condições para se manter no cargo, devendo demitir-se devido à falta de cobrança dos impostos devidos resultantes das barragens.

“A atual diretora da AT não merece a confiança das populações e das autarquias que as representam, não tendo condições para se manter no cargo, devendo, por isso, demitir-se”, avançam os parlamentares socialistas num comunicado.

Berta Nunes e Sobrinho Teixeira admitem na mesma nota que “ao longo de todo este tempo a atuação e as interpretações da diretora da AT, [Helena Borges] se tem pautado sempre por uma única orientação: o benefício dos grandes grupos empresariais, nomeadamente a EDP, com prejuízo das populações dos territórios onde se situam as barragens”.

E acrescentam: “a atuação da diretora da AT no caso da cobrança dos vários impostos devidos das barragens / centros eletroprodutores em Trás-os-Montes e todas as outras regiões do país, tem sido de enorme parcialidade, sempre em prejuízo dos territórios e das suas populações”.

Segundo os deputados socialistas nordestinos, em 2016, a atual diretora da AT, decidiu contrariar um parecer vinculativo do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, que determinava que as barragens estavam sujeitas ao pagamento de IMI, anulando as liquidações já concretizadas, com um entendimento não fundamentado em qualquer lei, de que as mesmas não estavam sujeitas a IMI.

E recordam que “a fim de repor a legalidade, em 03 de fevereiro de 2023, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais viu-se obrigado a publicar um despacho que determinava expressamente que a AT deveria liquidar o IMI dos centros eletroprodutores, cumprindo o parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República”.

“Estranhamente a Diretora da Autoridade Tributária não cumpriu as orientações do Governo e da sua tutela direta, o que obrigou o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais a publicar um segundo despacho em agosto do mesmo ano, a determinar o cumprimento do seu primeiro despacho”, pode ler-se no comunicado.

Berta Nunes e Sobrinho Teixeira frisam que passaram sete meses desde que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais produziu o seu primeiro despacho e a diretora da AT dar finalmente instruções para que se procedesse à avaliação das barragens para posterior liquidação do IMI, o que aconteceu já perto do final do ano.

“Esta instrução tardia teve como consequência que qualquer contestação ao valor determinado pela AT impediria a cobrança relativa ao IMI de 2019, uma vez que os impostos só podem ser cobrados retroativamente até quatro anos”, sublinham os deputados do PS.

O Movimento da Terra de Miranda exigiu aos líderes partidários que se comprometam com os cidadãos sobre o que pretendem fazer no domínio dos impostos sobre a venda das barragens cuja liquidação caducou no final de 2023.

Esta reação surge alguns dias depois da notícia que dava conta que a AT deixou caducar o direito à liquidação do IMI, de 2019, relativo a mais de 160 barragens em todo o país, entre as quais o relativo ao negócio da venda, pela EDP, por 2,2 mil milhões de euros, das seis barragens transmontanas (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua).

Este movimento cívico na mesma a data, adiantava, igualmente, que irá pedir reuniões aos vários partidos políticos com assento parlamentar, o movimento exige agora “a todos os líderes dos partidos parlamentares que informem e se comprometam com os cidadãos da Terra de Miranda, e de todo o país, acerca do que pretendem fazer neste domínio, se forem Governo”.

Fonte: Lusa

Entrevista: “O povo transmontano é hospitaleiro, resiliente e perseverante” – Dom Nuno Almeida

Entrevista: “O povo transmontano é hospitaleiro, resiliente e perseverante” – Dom Nuno Almeida

Na recente visita a Miranda do Douro, para presidir à solenidade da Epifania do Senhor e festa do Menino Jesus da Cartolinha, no dia 7 de janeiro, o Bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, concedeu uma entrevista na qual abordou o problema do despovoamento na região, elogiou a identidade e a cultura do povo transmontano e destacou a importância da escuta, do diálogo e da formação bíblica nas comunidades.

Terra de Miranda – Notícias: Dom Nuno Almeida tomou posse como bispo da diocese de Bragança-Miranda no dia 25 de junho de 2023. Percorrido meio ano por terras transmontanas, que realidade encontrou? É uma realidade muito diferente da arquidiocese de Braga?

Dom Nuno Almeida: Sim, a realidade de Trás-os-Montes é muito diferente da região do Minho, sobretudo na densidade populacional. No âmbito da diocese, a primeira grande diferença é a vastidão geográfica que carateriza o território transmontano. E aqui a população está mais envelhecida e há uma maior dificuldade em fixar os jovens. Por outro lado, ao longo destes meses comecei a descobrir a identidade e a cultura do povo transmontano, recheada de muitos valores humanos, que são uma enorme riqueza, a começar pela hospitalidade, a resiliência e a perseverança. No âmbito espiritual, constato que há uma vivência de fé que se entrelaça com a cultura e que é necessário valorizar e dar a conhecer.

“Comecei a descobrir a identidade e a cultura do povo transmontano, recheada de muitos valores humanos, que são uma enorme riqueza, a começar pela hospitalidade, a resiliência e a perseverança.”

T.M.N.: Esse entrelaçar da fé com a cultura é bem evidente nas expressões culturais mirandesas?

D.N.A.: Sim, em Miranda do Douro há tradições muito enraizadas. As danças dos pauliteiros são disso exemplo e são uma expressão da alma desta gente.

T.M.N.: Na abertura do novo ano litúrgico pastoral, Dom Nuno Almeida afirmou que pretende visitar e acompanhar todas as comunidades da diocese. Como se propõe visitar estas comunidades tão dispersas?

D.N.A.: Faz parte da missão do bispo diocesano visitar as comunidades, com a chamada visita pastoral, a visita do pastor. No fundo, pretendo aproximar-me das pessoas e ouvir os seus anseios e necessidades. Ao mesmo tempo, com a visita pastoral pretendo dar visibilidade às coisas belas que existem na diocese e procurar soluções para os problemas.

“Com a visita pastoral pretendo dar visibilidade às coisas belas que existem na diocese e procurar soluções para os problemas.”

T.M.N.: Segundo o censos de 2021, viviam neste território 122 mil habitantes. No entanto, a Diocese de Bragança-Miranda é a quarta mais extensa do país, com 6599 quilómetros quadrados, onde existem 321 paróquias e mais de 600 comunidades. Um dos problemas na diocese é a diminuição significativa do número de párocos?

D.N.A.: Sim, atualmente existem apenas 43 párocos em toda a diocese de Bragança-Miranda. Quando há 30 anos atrás, havia mais de 100 párocos. Esta realidade mostra a mudança que estamos a viver na Igreja. Com a visita pastoral também pretendo olhar de perto para esta realidade, admitindo que não tenho soluções mágicas para este problema. Mas, como ensina o Santo Padre Francisco, a igreja é sinodal, isto é, caminhamos juntos, olhamos para a realidade, dialogamos e abertos às inspirações do Espírito Santo, tomamos decisões em conjunto.

“Atualmente existem apenas 43 párocos em toda a diocese de Bragança-Miranda.”

T.M.N.: Quando vem visitar o arciprestado de Miranda?

D.N.A.: Vou iniciar a visita pastoral pelo arciprestado de Bragança e Vinhais. Depois, a partir do verão vou visitar as comunidades do arciprestado de Miranda, que compreende as paróquias de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso.

T.M.N: A par do despovoamento, a população da diocese é maioritariamente constituída por pessoas idosas. Num entrevista à agência Ecclesia, D. Nuno Almeida afirmou que gostaria de quebrar a solidão dos idosos com o entusiasmo, dedicação e serviço dos jovens. A juventude está recetiva a este desafio? Como se mobilizam os jovens?

D.N.A.: Após a experiência belíssima e impressionante da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, cuja alegria extravasou as fronteiras da igreja, agora há que aproveitar o entusiasmo juvenil no dia-a-dia das comunidades ou paróquias. E isso implica dar espaço e oportunidades aos jovens. Há que os convidar a participar e a ter protagonismo nas paróquias. Os jovens são capazes de se organizarem em grupos, consoante o que gostam de fazer. Há jovens mais vocacionados para o voluntariado e com sensibilidade para acompanhar os mais idosos, que não raras vezes vivem em sitações de solidão. E vice-versa, não nos esqueçamos que hoje em dia entre os próprios jovens há muita solidão por causa das plataformas digitais. Portanto, é necessário quebrar esta solidão, esta barreira. E dado que os jovens gostam muito de estar em grupo, nada melhor do que ter um projeto voltado para os outros, para criar laços de amizade e de pertença entre todos. Recentemente, em Outeiro, fomos visitar o lar onde vivem 60 pessoas idosas e esta visita foi um momento de profunda alegria.

“Há que dar espaço e oportunidades aos jovens nas paróquias.”

T.M.N: Em Miranda do Douro presidiu à celebração do Crisma, tendo confirmado na fé, 25 jovens mirandeses. Nessa celebração desafiou os jovens e a comunidade local a serem criativos para que a juventude se mantenha na paróquia. O que mais atrai os jovens à Igreja? E como mostrar-lhes que a mensagem e o estilo de vida de Jesus é atrativo?

D.N.A.: Para que os jovens permaneçam nas paróquias há que proporcionar-lhes experiências de encontro com Jesus Cristo. No Evangelho há relatos de jovens que se encontraram com Jesus, como Zaqueu. E este encontro e conhecimento de Jesus mudou-lhes a vida. Também cada um de nós, à sua maneira, fez esta experiência de encontro com Jesus. E é este encontro que nos ajuda a descobrir o nosso caminho e a nossa vocação. Portanto, a pastoral dos jovens consiste em criar condições para que os jovens se encontrem com Jesus e depois façam o seu caminho com Ele.

“A pastoral dos jovens consiste em criar condições para que os jovens se encontrem com Jesus e depois façam o seu caminho com Ele.”

T.M.N.: Outra das novidades que quer implementar na diocese é a formação bíblica das comunidades. O que se aprende ao ler a Bíblia?

D.N.A.: Há uma urgência em criar afeição pela Bíblia. Mas para isso, há que conhecer esta biblioteca, que é constituído por 72 livros, escritos ao longo de milénios, numa cultura diferente da atual. A leitura espontânea da Bíblia não nos leva muito longe. Há que aprender a ler a Bíblia e para isso é necessário alguma formação prévia. Depois, a experiência de leitura e meditação da Bíblia humaniza-nos, isto é, dá-nos o sentido de que somos filhos de Deus e de que somos irmãos de uma mesma humanidade. Ao ler a Bíblia ou Sagrada Escritura aprofunda-se a nossa dimensão espiritual e a capacidade de serviço aos outros. Por isso é urgente aprender a ler a Bíblia. No decorrer da visita pastoral, os capuchinhos, que vão estar na diocese ao longo de três anos, vão ministrar um curso bíblico nas várias comunidades. Depois da formação há que acompanhar os possíveis grupos que daí possam surgir.

“A experiência de leitura e meditação da Bíblia humaniza-nos, isto é, dá-nos o sentido de que somos filhos de Deus e de que somos irmãos de uma mesma humanidade.”

T.M.N.: Na sua mensagem para o tempo de Natal sublinhou que no coração dos homens prevalece a “sede de fraternidade”. Neste novo ano que agora começa, que ações nos tornam mais irmãos, atentos e solidários uns com os outros?

D.N.A.: É muito importante fortalecer os laços de fraternidade entre as pessoas. Os encontros, as celebrações e a atenção às pessoas que passam por maiores necessidades são algumas ações importantes. Contudo, os cristãos têm que ir mais longe e mais fundo, pois amar é uma arte exigente. Para amar há que dar passos concretos. Implica colocarmo-nos no lugar do outro e servir. E muito importante, amar a todos, sem excluir ninguém, até os inimigos. Para que isto seja possível, não basta a boa vontade e é precisa a graça e a orientação do Espírito Santo, que recebemos privilegiadamente na Eucaristia.

“Os encontros, as celebrações e a atenção às pessoas que passam por maiores necessidades são algumas ações importantes.”

T.M.N: Que caminho nos propõe na sua primeira Carta Pastoral, intitulada ‘Unidos para oferecer a todos a alegria e a esperança do Evangelho’?

D.N.A.: A igreja, as paróquias e uma catedral existem para ouvir, tocar e ver o próprio Cristo, que está vivo! Ouvir através da leitura e do anúncio da Palavra da Sagrada Escritura. Tocar o próprio Cristo, através do pão e do vinho no sacramento da eucaristia, onde o Senhor faz-se nosso alimento. E depois se vivermos este amor, Deus promete estar presente. E torna-se visível, por exemplo, numa comunidade que vive fraternalmente unida, fazendo assim resplandecer a presença de Cristo Ressuscitado. Neste primeiro ano, o caminho que proponho é escutar a Palavra. No segundo ano, viver a eucaristia e os sacramentos. E finalmente no terceiro ano, proponho a vivência da caridade, que faz com que Jesus Cristo se torne presente.

“A igreja, as paróquias e uma catedral existem para ouvir, tocar e ver o próprio Cristo, que está vivo!”

Perfil

Nuno Manuel dos Santos Almeida, filho de Manuel dos Santos Almeida e de Maria Adelaide dos Santos Amaral, nasceu em 1 de agosto de 1962 em Sátão, diocese de Viseu.

De 1990 a 1994 exerceu a missão de secretário do Bispo de Viseu, D. António Monteiro, trabalhando também noutros serviços diocesanos: Responsável do Secretariado da Coordenação Pastoral (1991-1993), do Secretariado Diocesano das Missões (1993- 1999) e do Secretariado Diocesano da Educação Cristã (2000-2006).

Em 1996 terminou a licenciatura em Teologia na UCP do Porto com uma tese sobre “O diálogo com os não-crentes”.

De 1994 a 2004 foi Pároco de Sezures, Esmolfe e Trancoselos, no Concelho de Penalva do Castelo.

De 2004 a 2006 foi Chefe de Gabinete do Bispo de Viseu, D. António Marto.

Em 2006 conclui o mestrado na UCP do Porto em “Fé e Psicoterapia” com uma tese que versou o tema: “A dimensão sanante da Reconciliação”.

Em 2011 terminou o 2º grau canónico do Curso de Doutoramento em Teologia na UCP do Porto com a tese “Logos e Salvação. Leitura do Pensamento de Viktor Frankl em Perspectiva Teológica”.

De 2008 a 2012 foi Professor no Instituto Superior de Teologia de Viseu.

Desde outubro de 2013 a 2015 foi Pároco in solidum das 11 paróquias do Arciprestado de Fornos de Algodres.

Em 2012-2013 frequentou a Universidade Salesiana de Roma onde obteve, em 2016, o doutoramento em Teologia dogmática com a tese “Busca de Sentido da Vida e Reconciliação Cristã. Leitura Teológica do Pensamento de Viktor Frankl”.

Em novembro de 2015 foi nomeado Bispo Auxiliar de Braga, com o título de Ruspe, e recebeu a Ordenação episcopal 31 de janeiro de 2016 na Sé Catedral de Viseu.

De 2016 a 2023 foi Vogal da Comissão Episcopal do Laicado e Família e da Comissão Vocações e Ministérios.

Em abril de 2023 foi eleito Presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família.

No dia 19 de maio de 2023, o Papa Francisco escolheu-o para 45.º Bispo da Diocese de Bragança-Miranda. Tomou posse em 25 de junho de 2013, às 16h00, na Catedral diocesana, em Bragança

No dia 19 de maio de 2023, o Papa Francisco escolheu Dom Nuno Almeida para 45.º Bispo da Diocese de Bragança-Miranda.

Fonte: Diocese de Bragança-Miranda

Sendim: Cantar dos Reis proporcionou o convívio entre as gentes do concelho

Sendim: Cantar dos Reis proporcionou o convívio entre as gentes do concelho

O pavilhão multiusos, em Sendim, encheu-se de gente na tarde de Domingo, dia 7 de janeiro, para o XVIII encontro “Bamos a cantar l’s Reis”, uma tradição que este ano contou com a participação de nove grupos e proporcionou o convívio entre as gentes de várias localidades do concelho de Miranda do Douro.

O grupo de Cantares dos Reis, de Duas Igrejas, voltou a demonstrar a sua qualidade musical no XVIII Encontro “Bamos a cantar ls Reis”.

Na vila de Sendim, o XVIII Encontro do Cantar dos Reis começou ao início da tarde de Domingo, com o acolhimento aos vários grupos participantes e o grupo infantil do Centro Cultural de Sendim teve a missão de animar a chegada dos visitantes com uma primeira atuação, durante a qual cantaram músicas tradicionais como “Aqui vimos”, “Trigo, nozes e marmelada” e “Vós que vindes de Belém”.

Seguiu-se um lanche oferecido pela Comissão de Festas em honra de Santa Bárbara – Sendim 2024, a todos os grupos participantes e ao muito público que encheu o pavilhão multiusos, em Sendim.

O espetáculo “Bamos a cantar ls Reis” começou depois com a atuação do grupo de Cantar dos Reis de Duas Igrejas, que nesta edição presenteou o público com os cantares “Vimos dar as Boas Festas!”, “Vimos cantar as janeiras” e “Boa-noite, minha Mãe”.

O encontro em Sendim proporcionou o encontro e o convívio entre as gentes das várias localidades do concelho de Miranda do Douro. No decorrer do espetáculo, a presidente do município, Helena Barril, agradeceu o empenho e a participação dos vários grupos, na preservação e divulgação dos cantares dos Reis

“É muito importante preservar, transmitir aos mais novos e dar continuidade a uma das mais bonitas tradições que ainda existem no concelho de Miranda do Douro. O muncípio de Miranda do Douro endereçou convites a todos os grupos que existem no concelho e este ano responderam nove grupos. Esperamos que no próximo ano, haja ainda mais grupos que queiram participar neste encontro convívio, para assim preservar e divulgar esta herança cultural que são os cantares dos Reis”, disse.

Ao longo da tarde de Domingo, em Sendim, atuaram grupos como os jovens L’s Madrugadores; o grupo Magum; o grupo infantil do Centro Cultural de Sendim; a Banda Filarmónica Mirandesa; o grupo de Cantar dos Reis do Pré-escolar e da Escola EB1, de Sendim; a tuna da Universidade Sénior; e o grupo de Cantar dos Reis da associação Mirandanças.

Entre os cantares tradicionais destacaram-se músicas como “Ora, vem ver o Menino”, “Boas Festas”, “Beijai o Menino”, “Eu hei-de dar ao Menino”, “Noite de Natal”, “Oh, que galo abençoado”, “Mandai-nos abrir a porta” e “Ano Novo, melhor ano!”.

Após as atuações dos grupos, o XVIII Encontro “Bamos a cantar ls Reis” prosseguiu ao final da tarde, com uma ceia convívio, oferecida pelo município de Miranda do Douro.

No final, o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santiago, estava radiante com a grande afluência de público à vila de Sendim, para acompanhar os cantares dos Reis.

“O Cantar dos Reis é uma tradição muito querida pela população de Sendim e por isso todos os anos compete à Comissão de Festas de Santa Bárbara organizar um encontro local. Este ano, o município de Miranda do Douro propôs que o encontro concelhio “Bamos a cantar ls Reis” se realizasse em Sendim, o que trouxe mais gente à nossa vila e abrilhantou ainda mais esta nossa tradição local. Felicito o município de Miranda do Douro pela iniciativa em deslocalizar este evento cultural para outras localidades do concelho”, disse.

O XVIII Encontro “Bamos a cantar ls Reis” encerrou as festas de Natal e foi organizado pelo município de Miranda do Douro, em parceria com a União de Freguesias de Sendim e Atenor e a Comissão de Festas de Santa Bárbara – Sendim 2024.

HA