Miranda do Douro: Rui Rio sai do “recato” para pedir justiça para a população

O ex-presidente do PSD, Rui Rio, abriu uma exceção ao “recato” político para ir a Miranda do Douro pedir justiça para as populações da região, onde estão edificadas as barragens vendidas pela EDP ao grupo francês Engie.

O ex-líder do PSD, Rui Rio, foi um dos convidados da assembleia municipal extraordinária para discutir a falta do pagamento de impostos decorrentes da venda da concessão das barragens.

Dois anos depois da transação de 2,2 milhões de euros, as populações ainda não receberam os impostos reclamados pelo negócio, o que levou hoje a Assembleia Municipal de Miranda do Douro a convocar uma sessão extraordinária para lembrar a reivindicação e para a qual convidou políticos e personalidades envolvidas na defesa das reivindicações locais.

Rui Rio foi uma das vozes da questão levantada pelo movimento cívico Cultural da Terra de Miranda, e decidiu abrir “uma exceção ao recato” que determinou para ele próprio, depois de deixar a presidência do PSD, para ir a Miranda do Douro.

A razão para quebrar o silêncio, como disse, é por considerar “ser de elementar justiça” evidenciar o que se está a passar.

“É uma matéria de elementar justiça, nós em Portugal temos uma carga fiscal absolutamente brutal, o cidadão vive asfixiado em impostos e depois assistimos aqui a uma simulação, uma engenharia jurídica que leva ao não pagamento de impostos, tentando um perdão fiscal”, afirmou aos jornalistas.

Rui Rio salientou que a presença em Miranda do Douro foi para “dar continuação ao contributo” que já deu sobre esta matéria, “a ver se há alguma justiça e se os grandes, aqueles que têm mais dinheiro, também pagam os seus impostos tal como os pequenos”.

Para Rio “é absolutamente claro que há um favorecimento” aos protagonistas do negócio, na medida em que o que está “em causa é a venda e tem que pagar impostos e não está a pagar”.

“Estamos a falar de uma transação de 2,2 mil milhões de euros, as pessoas até têm alguma dificuldade em perceber o que são 2,2 mil milhões”, enfatizou.

O antigo presidente do PSD disse que quando estava na Assembleia da República, como deputado, confrontou o primeiro-ministro com esta questão e que António Costa afirmou que a Autoridade Tributária estava a estudar o assunto e que iria “produzir um parecer rapidamente sobre esta questão”.

“Já lá vão dois anos, não se entende, ou melhor, entende-se porque tecnicamente os impostos são devidos e há ali um certo receio em escrever que não são devidos e também não querem provavelmente escrever que são devidos”, acrescentou.

Para Rui Rio, o Estado “é conivente” neste processo, “para não dizer que em algumas circunstâncias quase pareceu o advogado de defesa”.

Rui Rio não quis comentar a atualidade política nacional e disse aos jornalistas que não irá ter mais “intervenção pública”, além deste “contributo pontual” em Miranda do Douro.

“Este não pagamento de impostos prejudica os portugueses como um todo, mas particularmente os portugueses mais esquecidos, as pessoas mais abandonadas pelo poder central”, afirmou.

O negócio da venda da concessão das barragens está a ser investigado pelo Ministério Público, depois de o movimento cívico Cultural da Terra de Miranda ter levantada a questão da cobrança de imposto e colocado a questão no plano nacional.

A EDP vendeu, há dois anos, seis barragens em Portugal (Picote, Miranda do Douro, Bemposta, Sabor, Feiticeiro e Tua, todas no distrito de Bragança) a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.

Em dezembro de 2020 foi criada a empresa MOVHERA, que faz parte do grupo Engie e para a qual foi transferido aquele que é “o segundo maior portfólio hidroelétrico de Portugal”, segundo a descrição feita pelo próprio grupo.

Os contestatários do negócio reclamam o pagamento de impostos, nomeadamente de 100 milhões de euros realtivos à transação e e do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

Fonte: Lusa e HA

Miranda do Douro: Município vai avançar para tribunal contra Autoridade Tributária

A Câmara Municipal de Miranda do Douro anunciou que vai avançar com uma ação judicial contra a Autoridade Tributária (AT), no sentido de exigir o registo das barragens nas matrizes prediais, para que seja possível cobrar impostos sobre estas infraestruturas.

“Vamos intentar uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Mirandela, contra a AT, no sentido de obrigar esta entidade fiscal a inscrever os centros eletroprodutores, na matriz”, disse o vereador Vítor Bernardo.

A Assembleia Municipal de Miranda do Douro aprovou por unanimidade uma moção que apoia esta iniciativa da câmara, no decorrer da assembleia extraordinária que teve como único ponto a discussão da cobrança dos impostos, pela venda da concessão das duas barragens instaladas no concelho: em Miranda do Douro e em Picote

A presidente da Câmara de Miranda do Douro, Helena Barril, adiantou que a ação deverá dar entrada no TAF de Mirandela no primeiro trimestre do ano.

“A ação será interposta no TAF de Mirandela e temos já vários autarcas deste território que se vão constituir assistentes no processo. Com esta ação pretendemos defender os direitos das populações da Terra de Miranda ou dos municípios”, afirmou a autarca social-democrata.

Para Helena Barril, é urgente a cobrança do imposto de selo, do IMI e IRS sobre o negócio da concessão das barragens da bacia hidrográfica do Douro.

A EDP vendeu, há dois anos, seis barragens em Portugal (Picote, Miranda do Douro, Bemposta, Sabor, Feiticeiro e Tua, todas no distrito de Bragança) a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.

As centrais hídricas, localizadas na bacia hidrográfica do rio Douro, totalizam 1.689 megawatts (MW) de capacidade instalada.

Em causa estão três centrais a fio de água, em Miranda, Bemposta e Picote, com 1,2 gigawatts (GW) de capacidade instalada, e três centrais de albufeira, com bombagem em Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro, com 0,5 GW de capacidade.

Já o Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM), que se fez representar nesta Assembleia Municipal extraordinária, reiterou que a transmissão de concessões do domínio público está sujeita à cobrança de um imposto de 5%.

“Perante estes factos, a venda de concessões requer sempre a autorização prévia do Estado”, disse José Maria Pires, fiscalista e membro do MCTM.

De acordo com José Maria Pires, “é preciso assegurar que o Estado defenda o interesse público, nacional e local”, e o MCTM vai continuar a alertar a sociedade portuguesa, os órgãos de soberania nacional e os eleitos locais para defesa do interesse público”.

Fonte: Lusa e HA

Futsal: Mirandeses vencem e recuperam o 1º lugar no campeonato

No jogo grande da 9ª jornada, o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) recebeu a visita do até então líder, Torre Dona Chama e num jogo de superação, os mirandeses conseguiram a reviravolta ao conquistar uma vitória por 3-2, que lhes devolveu o primeiro lugar no campeonato.

O experiente, Vitor Hugo, repôs a igualdade, 1-1, ao fechar da primeira parte.

O jogo realizado na sexta-feira, dia 13 de janeiro, às 21h30, no pavilhão multiusos, em Miranda do Douro, não começou da melhor maneira para a equipa da casa, já que a equipa de Torre Dona Chama, moralizada pelo primeiro lugar que ocupava no campeonato distrital de futsal, entrou autoritária e aos 2 minutos rematou para defesa atenta do guardião mirandês.

No minuto seguinte, os mirandeses responderam com Vitor Hugo, a rematar de pé esquerdo para defesa apertada do guarda-redes visitante.

Estes primeiros minutos de jogo foram intensos e jogados num ritmo muito elevado, com ambas as equipas a procurar ultrapassar a defesa contrária.

E aos 9 minutos, a equipa de Torre Dona Chama, por intermédio de Filipe, conseguiu mesmo furar a muralha mirandesa, num remate surpresa e bem direcionado que fez o 0-1.

Os mirandeses responderam com uma desmarcação de Vitor Hugo para Diogo, mas o remate final não levou a direção da baliza adversária.

Nestes minutos iniciais, a estratégia dos visitantes, a jogar com rapidez, movimentações rápidas e a aproveitar toda a profundidade do campo dificultou muito as marcações e o posicionamento da equipa de Miranda do Douro, que até então jogava mais pausadamente e por isso era mais previsível.

Foi por isso que a equipa mirandesa demorou a responder ao golo dos visitantes.

Aos 18 minutos, o mirandês, Castro, rematou e levou a bola a pentear a barra da baliza do Torre Dona Chama.

A escassos 30 segundos do intervalo, aos 19 minutos e 30 segundos, na sequência de um livre bem próximo da linha da área adversária, Vitor Hugo, num remate colocado, repôs a igualdade (1-1).

Este golo mirandês veio premiar a combatividade da equipa, na oposição ao líder do campeonato, com destaque para o desempenho do experiente Vitor Hugo, que veio aportar mais maturidade e consistência à equipa.

A equipa de Torre Dona Chama havia inaugurado o marcador (0-1), aos 8 minutos.

Na segunda parte, o jogo voltou a não começar da melhor maneira para os mirandeses, dado que aos 23 minutos, a equipa de Torre Dona Chama voltou a adiantar-se no marcador (1-2), através de Luciano, ao aproveitar uma descoordenação defensiva dos mirandeses.

Perante este novo revés, a equipa mirandesa demorou sete minutos a responder e a restabelecer novamente o empate. Foi aos 30 minutos, no seguimento de uma jogada coletiva, efetuada com rapidez e o mirandês, Finha, bem posicionado junto à baliza adversária, apenas teve que encostar para fazer o 2-2.

Este segundo golo animou muito a equipa mirandesa, bem como o público que encheu por completo as bancadas do multiusos, em Miranda do Douro.

Nos últimos dez minutos de jogo, os mirandeses, mais confiantes, acreditaram que seria possível alcançar um melhor resultado.

E aos 35 minutos de jogo, Vitor Hugo, voltou a fazer a diferença, ao receber a bola com o pé direito, puxou para o esquerdo e rematou com rapidez e a meia altura para fazer assim o 3-2. Estava concretizada a reviravolta.

Antes do final do jogo, realce para um livre direto a favor do Torre Dona Chama, que poderia ter dado o empate, com Luciano a rematar forte levando a bola a embater com estrondo no poste da baliza mirandesa.

Segundos depois a equipa de arbitragem apitou para o final do jogo.

Esta vitória foi muito saborosa para o Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), dado que os mirandeses recuperaram, por duas vezes, da desvantagem e com o golo da vitória ascenderam ao primeiro lugar do campeonato, ultrapassando o seu adversário direto, o Torre Dona Chama.




Equipas

Clube Desportivo de Miranda do Douro: Guilherme, Nikas, Ricky, Vitor Hugo, Miguel, Pina, André, Vitó, Finha, Diogo, Caio, Gaby e Cristal.

Treinador: Paulo Gonçalves

“Neste encontro, duas boas equipas protagonizaram um bom jogo de futsal, com muito equilíbrio e alternância no marcador. O Clube Desportivo de Miranda do Douro foi muito competente, quer defensiva quer ofensivamente. A vitória veio premiar o nosso esforço e concentração ao longo de todo o jogo. Realço que conseguimos recuperar da desvantagem e acreditámos sempre que podíamos vencer.” – Vitor Hugo

GD Torre Dona Chama: Márcio, Carlos Miguel, Barraca, Luciano, Valter, Moutinho, João Pedro, José Alves, Filipe, Marco, Paulo Conde e Rui.

Treinador: Pedro Miguel

“Foi um excelente jogo de futsal, ao longo do qual estivemos sempre em vantagem, até aos últimos seis minutos finais. Notei algum cansaço na minha equipa e tivemos duas lesões durante o jogo, o que condicionou o nosso jogo. Mesmo no fim do jogo dispusemos de um livre direto para voltar a empatar o jogo, mas a bola foi ao poste. Pelo que demonstrámos não vai ser fácil vencer-nos. E o campeonato está a ser muito competitivo” – Pedro Miguel.

Equipa de arbitragem

1º Árbitro: Diogo Silva

2º Árbitro: David Machado

Cronometrista: Ricardo Sapage

9ª jornada – resultados

13/01CSP Vila Flor4-5GD Sendim
 Arnaldo Pereira (Bragança)2-3Sp. Moncorvo
 Águia FC Vimioso1-4Pioneiros Bragança
 CD Miranda Do Douro3-2GD Torre Dona Chama
 ACRD Ala2-3Alfandeguense

CLASSIFICAÇÃO

PJVEDGMGSDG
1CD Miranda Do Douro1795223219+13
2GD Torre Dona Chama1795223525+10
3GD Sendim1695133028+2
4Sp. Moncorvo1594323930+9
5ACRD Ala1494233226+6
6Águia FC Vimioso1494233432+2
7Arnaldo Pereira (Bragança)1293332825+3
8Pioneiros Bragança1093152630-4
9CSP Vila Flor692073044-14
10Alfandeguense692071946-27

10ª jornada (3 de fevereiro de 2023)

03/02ACRD AlavsCSP Vila Flor
 Arnaldo Pereira (Bragança)vsGD Sendim
 Águia FC VimiosovsSp. Moncorvo
 CD Miranda Do DourovsPioneiros Bragança
 AlfandeguensevsGD Torre Dona Chama

II DOMINGO DO TEMPO COMUM

Aprender a santidade

Is 49, 3.5-6 / Slm 39 (40), 2.4ab.7-8a.8b-9-11ab / 1 Cor 1, 1-3 / Jo 1, 29-34

Já começou há uns dias, mas talvez só hoje, domingo, caímos na conta de que entrámos no Tempo Comum. É agora na trivialidade e banalidade dos dias que somos chamados a recordar a dignidade da nossa vocação filial: sermos testemunhas de Cristo.

Já não há grandes luzes nas ruas nem sumptuosas festas nas nossas casas, mas podemos contar com a voz de São João Batista. Ele continua a apontar Jesus como caminho, dizendo: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo».

De que forma podemos seguir Jesus no «comum» das nossas vidas? São Paulo dá o mote para este tempo: desejar a graça e a paz do Pai e de Nosso Senhor. Não poucas vezes deixamos escapar a oportunidade para pedir a presença de Deus e a tranquilidade de coração. E quando elas nos acompanham, raramente somos agradecidos. Raramente reconhecemos o tempo da graça. E esta graça, que é a companhia do Senhor em cada dia, e a paz de coração são imprescindíveis para colaborarmos na construção do Reino.

Isaías diz-nos que ouviu o Senhor dizer-lhe: «não basta que sejas meu servo… vou fazer de ti luz das nações, para que a minha salvação chegue até aos confins da terra». Há que crescer em amizade com o Senhor, é o que Ele nos está a dizer, para ser verdadeiramente luz, para iluminar e não ofuscar. Porque obedecer-lhe não basta: há que amar.

Para viver a santidade de Deus, há que ganhar familiaridade com ela, exercitarmo-nos nela e crescer em virtude e abertura à graça. E fazer tudo isto por nenhuma outra recompensa que não seja tornar acessível a todos a salvação de Deus, tornar possível que todos conheçam o nosso Senhor e Salvador, Jesus.

Um santo não se improvisa. Um santo tem de entrar na escola do amor e, pelo menos, aprender a trautear as escalas da virtude e a lidar com as dores do sacrifício. Mas acima de tudo amar, para que, como São Cláudio La Colombière, possamos assumir o compromisso de «ser santo para que os outros sejam santos». Deus conta com isso e o mundo está necessitado de santos.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

https://www.redemundialdeoracaodopapa.pt/meditacao-diaria/1946

Espanha: Inflação modera-se para 5,7% em dezembro

Os preços em Espanha subiram 5,7% em dezembro, comparando com o mesmo mês de 2021, o que confirma o quinto mês consecutivo de moderação da inflação, apesar da maior subida dos alimentos desde 1994.

A taxa de inflação (subida dos preços comparando com o mesmo mês do ano anterior) foi 10,5% em agosto, 8,9% em setembro, 7,3% em outubro e 6,8% em novembro em Espanha, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol.

O dado relativo a dezembro é o mais baixo desde novembro de 2021 e Espanha fechou o ano passado com a inflação mais baixa da União Europeia, depois de no primeiro semestre de 2002 ter tido dos valores mais elevados e de em julho ter registado a taxa mais alta no país desde 1984.

Isto apesar do aumento recorde dos preços dos alimentos, que em dezembro voltou a situar-se acima dos 15% (15,7%), comparando com o mesmo mês do ano passado, valores que são os mais altos desde 1994, como sublinhou hoje o INE.

Sem os preços dos alimentos não elaborados e da energia (inflação subjacente), a variação dos preços em dezembro em Espanha foi de 7%, comparando com 2021.

Já para a moderação da inflação contribuiu, como nos meses anteriores, segundo o INE, o preço da eletricidade, que subiu menos do que em 2021, e a descida dos combustíveis.

Espanha aprovou ao longo de 2022 vários pacotes de medidas para responder à inflação equivalentes a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), mais de 35.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do imposto sobre o consumo (IVA) da eletricidade e do gás para 5% ou desconto de 20 cêntimos por litro na compra de combustíveis.

Segundo tem afirmado o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, foi um dos “maiores planos de choque” da União Europeia para responder à inflação.

Para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, está em vigor desde 1 de janeiro um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA, durante seis meses, de alguns alimentos e produtos considerados básicos.

Em paralelo, o Governo acabou, no início deste ano, com o desconto de 20 cêntimos nos combustíveis para os particulares.

Fonte: Lusa

Mogadouro: Advogados reclamam melhores condições para trabalhar no tribunal

O representante da Ordem dos Advogados (OA), no concelho de Mogadouro, reclamou melhores condições de trabalho no tribunal local, devido à falta de aquecimento no edifício, provocada pela diminuição da potência instalada no quadro elétrico.

“O frio é uma constante nesta altura do ano, onde se chega a atingir temperaturas negativas, e não temos condições de trabalho havendo julgamentos que são efetuados com frio intenso. Nem nós, advogados, nem oficiais de justiça ou cidadãos que tenham casos para resolver no tribunal de Mogadouro têm condições”, explicou Daniel Ribeiro.

De acordo com o representante da OA, “do pouco que é dado a conhecer e que chega amiúde, o quadro elétrico que serve o tribunal de Mogadouro não tem potência suficiente para se poder ligar aquecedores e outros equipamentos elétricos para o aquecimento dos vários espaços, como é o caso da sala de audiências, como era feito no passado”.

“Não temos aquecimento, para além da sala de audiências, nos corredores, espaços de espera das pessoas ou da sala dos advogados ou dos respetivos gabinetes do tribunal, como o do representante do Ministério Público (MP) ou do juiz de competência genérica deste tribunal” do distrito de Bragança, vincou.

Para Daniel Ribeiro, a falta de condições no tribunal de Mogadouro prejudica muito todos aqueles que trabalham nesta casa da justiça”, principalmente durante o inverno transmontano.

“As condições não são dignas de um tribunal e, chegando aqui, qualquer cidadão se depara com condições, principalmente o frio, que são indignas para todos”, frisou o advogado.

Daniel Ribeiro deixou ainda a garantia de que estes problemas foram denunciados por escrito, em documentos assinados por todos os advogados inscritos no juiz de competência genérica, a instâncias superiores, tais como bastonário da Ordem dos Advogados, presidente do Conselho Regional do Porto da ordem e Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos, dos quais “não houve resposta”.

Contactado pela Lusa, o juiz presidente da Comarca de Bragança, João de Matos Cruz Praia, disse que este problema foi detetado há vários dias e, desde então, “têm sido encetadas todas as diligências tendentes à resolução do problema, através da comunicação às entidades competentes”.

“A resolução do problema passa, neste momento, pelo aumento da potência do quadro elétrico deste tribunal, que permitirá a ligação em simultâneo de vários sistemas de aquecimento do edifício”, esclareceu João de Matos Cruz Praia.

 Daniel Ribeiro disse ainda que esta semana foi instalado um aquecedor a gás, “do tipo coluna”, na sala de audiências “que não resolve o problema”.

“Temos de aguardar para que esta situação anómala seja resolvida o mais rápido possível”, concluiu.

A Lusa contactou o Ministério da Justiça e aguarda resposta.

Fonte: Lusa

Futsal: Vimioso venceu o Alfandeguense

No dia 6 de janeiro realizou-se o jogo em atraso, relativo à 7ª jornada do campeonato distrital de futsal, tendo o Águia Futebol Clube de Vimioso, recebido a visita do Alfandeguense e num jogo que corria bem para os vimiosenses, os visitantes acabaram por criar algumas dificuldades, tendo o resultado final sido um 6-3.

O vimiosense Tiago Ventura bisou no jogo, ao marcar o 1º e 2º golos do Águia Futebol Clube de Vimioso.

A jogar no pavilhão multiusos, a equipa vimiosense quis assumir logo a iniciativa do jogo e aos dois minutos deu o primeiro sinal de perigo, com um remate ao poste da baliza do Alfandeguense.

Esta entrada forte dos vimiosenses foi bem sucedida, já que passados dois minutos, Tiago Ventura, inaugurou o marcador, 1-0, aos 4 minutos, num potente remate de ângulo apertado.

O caudal ofensivo do Vimioso continuou e aos 5 minutos, Diogo, num bom, trabalho individual tirou um adversário do caminho e rematou obrigando o guarda-redes adversário a uma defesa apertada.


Nestes minutos iniciais, os vistantes tiveram muitas dificuldades em sair para o ataque e só aos 7 minutos efetuaram o primeiro remate à baliza vimiosense.

Mas a superioridade do Vimioso manteve-se, com os seus jogadores a ter o domínio do jogo e a rematarem mais vezes à baliza contrária, sendo que alguns destes remates embateram nos postes e na barra da baliza alfandeguense.

Perante este fluxo ofensivo, foi com naturalidade que surgiu o segundo golo do Vimioso, novamente da autoria de Tiago Ventura, na marcação de um livre direto, aos 14 minutos.

Logo depois, aconteceu o 3-0, por intermédio de Ricardo, ao concluir com uma recarga, dentro da área, um primeiro remate que o guardião alfandeguense não segurou.

Os minutos finais da primeira parte foram muito animados, já que aos 17 minutos, o Vimioso chegou ao 4-0, graças a uma bem sucedida jogada individual de Rafael.


Aos 18 minutos, os visitantes conseguiram efetuar o segundo remate à baliza do Vimioso. E logo depois, os alfandeguenses reduziram mesmo para 4-1, numa surpreendente jogada coletiva.

Antes do intervalo, os visitantes voltaram a surpreender ao reduzir para 4-2, numa jogada de raça e insistência de Luís Neves.
Antes do intervalo, o Alfandeguense marcou dois golos e reduziu para 4-2.

Como resumo desta primeira parte, o Vimioso, como lhe competia entrou autoritário no jogo e no decorrer do desafio conseguiu uma confortável vantagem de 4-0. Mas nos minutos finais da primeira parte, a equipa vimiosense relaxou em demasia e os alfandeguenses aproveitaram para reduzir a desvantagem.

Na segunda parte do jogo, a equipa de Alfândega da Fé, moralizada pelo desempenho no final do período anterior, entrou mais atrevida e confiante. Aos 23´, rematou forte à malha lateral da baliza do Vimioso.

Este atrevimento visitante exigiu maior concentração dos jogadores orientados pelo treinador vimiosense, Bruno Sobrinho.

Aos 28′, o vimiosense, Diogo ampliou a vantagem para 5-2, numa combinação com um companheiro de equipa.

O Alfandeguense respondeu de imediato com o inconformado, Luís Neves, a reduzir para 5-3, numa transição rápida.

Aos 30 minutos, os jogadores de Alfandega da Fé protagonizaram a melhor jogada coletiva do encontro, mas o remate final saiu ao lado da baliza vimiosense.

E como é habitual nos jogos de futsal, logo depois, o Vimioso respondeu e Miguel Diz, ampliou novamente a vantagem, para 6-3, ao concretizar uma recarga, após um primiero remate que embateu no poste da baliza alfandeguense.

Até ao apito final, ambas as equipas continuaram a procurar as balizas adversárias, mas o marcador não teve mais alterações.

HA

Equipas

Águia Futebol Clube de Vimioso: Francisco, Diogo, Rafael, Tiago Ventura, Ricardo, Sérgio, Miguel Diz, David Choupina, Pedro Diz e Luís Nascimento.

Treinador: Bruno Sobrinho

Nos primeiros dez minutos de jogo fomos muito superiores e traduzimos essa superioridade nos 4-0 iniciais. Mas depois relaxámos um pouco e o Alfandeguense conseguiu equilibrar mais o jogo, causando-nos algumas dificuldades. Mesmo assim, a minha equipa soube gerir o jogo e a vantagem, pelo que a vitória é justíssima.” – Bruno Sobrinho

Alfandeguense: Rui, Tó Zé, Samuel, Emanuel, Xavier, Carlos, Bruno, Paulo, João Lopes e Luís Neves.


Treinador: Fernando Macedo

“Jogar em Vimoso é sempre difícil. Sobre o jogo, entrámos mal, fomos tímidos e com medo de ter a bola. Depois conseguimos marcar, soltamo-nos e conseguimos discutir o resultado. Apesar da derrota e de termos apenas três pontos no campeonato quero agradecer e realçar o caráter dos meus jogadores, pela entrega, o compromisso e a dedicação demonstradas nos treinos semanais e nos jogos. Acredito que com esta atitude vamos fazer melhor na segunda volta do campeonato.”- Fernando Macedo

Equipa de arbitragem

1º Árbitro: Pedro Lopes

2º Árbitro: Bruno Cordeiro

Cronometrista: Miguel Ribeiro

Classificação

PJVEDGMGSDG
1GD Torre Dona Chama1785213322+11
2ACRD Ala1484223023+7
3CD Miranda Do Douro1484222917+12
4GD Sendim1384132524+1
5Sp. Moncorvo1283323628+8
6Arnaldo Pereira (Bragança)1283322622+4
7Águia FC Vimioso1173222725+2
8CSP Vila Flor672052132-11
9Pioneiros Bragança471151524-9
10Alfandeguense371061338-25

9ª jornada (13 de janeiro)

CSP Vila FlorvsGD Sendim
 Arnaldo Pereira (Bragança)vsSp. Moncorvo
 Águia FC VimiosovsPioneiros Bragança
 CD Miranda Do DourovsGD Torre Dona Chama
 ACRD AlavsAlfandeguense

Ambiente: Produção de eletricidade de origem renovável atingiu 78%

Em dezembro do ano que terminou, 78% da produção de eletricidade foi de origem renovável, sobretudo graças ao aumento da produção hídrica e eólica, que contribuíram respetivamente com 2.087 GWh (gigawatts hora) e 1.617 GWh, indicou a APREN.

De acordo com dados da APREN – Associação de Energias Renováveis, em dezembro a geração de eletricidade no total, incluindo a produção através de combustíveis fosseis, foi de 5.223 GWh, tendo as renováveis atingido os 4.074 GWh.

“A salientar que, em dezembro, tanto a produção hídrica como a eólica atingiram o maior valor mensal no ano de 2022, o que levou ao maior valor de incorporação renovável”, indicou a APREN.

No acumulado do ano, a geração de energia atingiu 44.060 GWh, dos quais 57,2% foram de origem renovável.

De acordo com a APREN, entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2022, “Portugal foi o quarto país com maior incorporação renovável na geração de eletricidade, ficando atrás da Noruega, Áustria e Dinamarca, que obtiveram 99,2%, 78,1% e 77,8%, respetivamente”.

Além disso, indicou, no ano passado, “o preço médio horário registado no MIBEL [mercado ibérico de eletricidade] em Portugal (167,9 € [euros]/MWh ) representa um aumento para o dobro face ao período homólogo”.

Por outro lado, “no mesmo período foram registadas 454 horas não consecutivas em que a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo de eletricidade de Portugal Continental, com um preço horário médio no MIBEL de 70,9 €/MWh, sendo que de 1 a 31 de dezembro, a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo durante 328 horas não consecutivas”.

A associação destacou ainda que “desde 15 de junho, quando o mecanismo ibérico de limite do preço do gás natural entrou em funcionamento, até 31 de dezembro, o mesmo gerou uma poupança de 45,4 €/MWh , o que equivaleu a uma redução de 14,2% no preço horário médio no MIBEL”.

A poupança “correspondente à diferença entre o preço sem o mecanismo e o preço com a compensação a pagar às centrais a gás natural atingiu um valor máximo de 157,2 €/MWh , e um mínimo de 0 €/MWh”, referiu a APREN.

A associação revelou ainda que entre 01 de janeiro e 31 de dezembro “a Produção em Regime Especial (PRE) permitiu uma poupança acumulada de 8.559 milhões de euros, e de 708 milhões de euros só no mês de dezembro”.

Fonte: Lusa

Saúde: Cerca de 30% das camas na Rede de Cuidados Continuados destinam-se a pessoas vulneráveis

Cerca de 30% dos doentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados são casos sociais, revelou a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde.

A Associação de Cuidados Continuados tem recebido dezenas de queixas de pessoas que enfrentam “entraves” nos hospitais para transferir um familiar para a rede de cuidados continuados, o que leva a associação a questionar se existe alguma orientação interna.

No entanto, a avaliação feita pela Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é a de que tanto os hospitais como os cuidados de saúde primários “são bastante atentos e diligentes na referenciação de utentes para a Rede Nacional de Cuidados Continuados”, salientando que “nem todos os doentes têm critérios para a rede”.

“Um doente que precise exclusivamente de apoio social não é doente para a rede”, apontou a enfermeira Filomena Cardoso, da Direção Executiva do SNS, acrescentando que para a RNCC vão os doentes que precisam de “continuidade de cuidados, precisam de cuidados de saúde mas não num hospital de agudos”.

Acrescentou que para os critérios contam igualmente, além da necessidade de cuidados de saúde, a necessidade de apoio social e a falta de retaguarda familiar, salientando que, ao contrário do que acontece nas Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI), a RNCC “não prevê que o doente fique lá eternamente”, mas sim que o doente esteja “em recuperação”.

“Nem todos os doentes têm critérios para a rede e se for um doente meramente social não tem critérios para a rede”, frisou.

De acordo com Filomena Cardoso, um dos atuais problemas da RNCC está no “excesso de doentes” que são casos sociais e já não justificam ocupar uma vaga.

“Doentes que entraram para a rede com critérios, que entretanto deixaram de ter a necessidade dos cuidados de saúde e passaram a ser doentes meramente sociais e esses doentes deveriam sair da rede e a rede neste momento tem cerca de 30% das suas camas ocupadas com esta tipologia de doentes”, revelou.

Segundo a responsável, dados referentes a 31 de outubro de 2022 davam conta de um total de 15.790 camas, o que significa que 4.737 estavam ocupadas com casos sociais.

Filomena Cardoso garantiu que “não há nenhuma orientação da rede, nem nunca houve, nem haverá, para que os doentes não sejam referenciados”.

“Pelo contrário, nós queremos que haja referenciação de doentes para a rede e que a espera não seja um motivo para a não referenciação, como, daquilo que é o meu conhecimento, não é”, afiançou.

Confrontada com o facto de a Associação Nacional de Cuidados Continuados receber dezenas de queixas sobre alegados entraves dos hospitais à referenciação para a RNCC, Filomena Cardoso disse compreender que não seja fácil para as famílias aceitar que o doente não precisa de uma resposta de cuidados continuados, mas antes de uma resposta social.

“Tem que haver um trabalho de esclarecimento de que a rede não resolve os casos meramente sociais”, defendeu, dizendo acreditar que a “explicação major” para esse número de queixas está nos doentes não cumprirem os critérios.

Sobre a necessidade de mais camas na RNCC, a responsável lembrou o desinvestimento durante o período da ‘troika’ e de como isso comprometeu as metas que estavam definidas, e apontou que o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê mais 5.500 camas no total das valências e no global das regiões do país.

Fonte: Lusa

Sociedade: Aumento do custo de vida e pobreza são os assuntos que mais preocupam portugueses

O aumento do custo de vida, como consequência da inflação exacerbada pela guerra na Ucrânia, assim como a pobreza e a exclusão social são as questões que mais preocupam os portugueses, de acordo com o último Eurobarómetro.

De acordo com o último relatório estatístico europeu, agora divulgado, que inquiriu 1.028 cidadãos portugueses de um total de 26.431 cidadãos pertencentes a Estados-membros da União Europeia (UE), 98% dos cidadãos nacionais identificou o aumento do custo de vida, por exemplo, através do aumento do preço de produtos alimentares e da energia como o assunto mais preocupante, uma percentagem que é em cinco pontos percentuais superior à média dos 27.

Apesar da preocupação, 47% dos inquiridos nacionais respondeu que até ao momento está a viver com algum conforto com os rendimentos de que dispõe, enquanto 40% revelou que enfrenta algumas dificuldades atualmente e 9% disse que enfrenta bastantes dificuldades com os rendimentos atuais. Em comparação com a média europeia, 46% responderam que vivem confortavelmente com os rendimentos que têm, enquanto 36% dizem passar por algumas dificuldades.

O tópico seguinte que mais preocupa a população nacional é a pobreza e a exclusão social (95%). Aqui há um hiato maior para a média europeia, já que 82% responderam que esta era uma preocupação maior.

Mas a maior disparidade surge quando a questão é sobre a possibilidade de propagação de doenças infecciosas como a covid-19 ou a varíola dos macacos. Os portugueses são mais receosos do que a média europeia, uma vez que 83% responderam que estavam “preocupados” com essa hipótese, em oposição à média da UE, que é de 62%.

Com a guerra na Ucrânia a cumprir quase um ano e sem desfecho à vista continua a pairar o receio de uma escalada nuclear do conflito, que se refletiu na maioria dos mais de 1.000 cidadãos portugueses inquiridos. 89% respondeu que receia “incidentes nucleares” e apenas 9% respondeu que essa questão não levanta preocupações. Olhando para o conjunto dos países do bloco comunitário, 74% acredita que o risco é real, enquanto 25% descarta essa possibilidade.

Questionados também sobre o estado da generalidade do país, 43% dos portugueses inquiridos considerou que está a ir “na direção errada”, mas aqui os portugueses estão abaixo da média europeia, que é de 62%. 30% dos cidadãos nacionais consideram que Portugal está no caminho certo, 16% não sabem e 11% consideraram que a situação do país continua igual.

Em relação ao estado da União Europeia, a percentagem portuguesa (35%) contrasta com a europeia (51%) quando a resposta é “as coisas estão a ir na direção errada. A mesma percentagem de portugueses considera que a União Europeia está no rumo correto.

Contudo, mais de metade dos portugueses (52%, no universo da amostra de 1.028) está otimista em relação ao futuro do bloco comunitário. Neste parâmetro, a população entre os 15 e os 24 anos e entre os 40 e os 54 anos é que apresenta uma fatia maior de otimismo em relação ao futuro da UE, 52% e 61%, respetivamente.

Fonte: Lusa