Vimioso: Município vai oferecer “Chá com livros”

Em Vimioso, o Dia Mundial da Poesia foi assinalado no serão do dia 21 de março, na biblioteca municipal Dr. Norberto Lopes, com poemas cantados, a declamação de obras em verso de vários poetas e no final, o público foi presenteado com um momento de convívio e a novidade do projeto “Chá com livros”.

Dolores Pires recitou dois poemas da autoria do seu pai, José Joaquim Pires.

Com esta iniciativa cultural, o município de Vimioso quis proporcionar um serão agradável à população vimiosense, fomentando o interesse das pessoas pela poesia e pela leitura.

Um dos participantes no serão cultural foi o presidente da Câmara Municipal de Vimioso, Jorge Fidalgo, que chegou a declamar um poema de Florbela Espanca. O autarca vimiosense aproveitou a oportunidade para convidar os munícipes a usufruírem mais do espaço, agora renovado, da biblioteca municipal Dr. Norberto Lopes.

“Hoje em dia, os écrans monopolizam muito a nossa atenção e por vezes deixamos de dar valor aos livros. Com a realização deste encontro, hoje dedicado à poesia, aqui na biblioteca municipal, o município pretende convidar também as pessoas a usufruírem mais deste espaço, agora renovado e muito agradável, para a leitura e para o estudo”, disse.

A sessão dedicada a assinalar o Dia Mundial da Poesia começou com a interpretação do poema do cantor brasileiro, Roberto Carlos, “Como é grande o meu amor por você”, cantado ao vivo por Margaret Lima Brito.

De seguida, Laura Machado, a responsável pela Biblioteca Municipal de Vimioso, convidou o público presente a declamar poemas de vários autores como José Régio, Almada Negreiros, Tolentino Mendonça, Mário Quintana, Eugénio de Andrade, Sebastião da Gama, Carlos Drumond de Andrade, Cesário Verde, São Paulo, Fernando Pessoa, Maria Teresa Horta, Luís de Camões, Alberto Caeiro, Sophia de Melo Breyner Andersen e António Gedeão.

No decorrer do serão cultural, os participantes tiveram ainda a oportunidade de escutar poemas de dois autores, naturais do concelho de Vimioso: Maria Vara recitou o poema da sua autoria “Com as letras do abecedário”. E Dolores Pires deu a conhecer dois poemas escritos pelo seu saudoso pai, José Joaquim Pires.

Para dar continuidade a estes serões culturais, a vereadora da cultura, Carina Lopes, informou que o município de Vimioso pretende implementar o projeto “Chá com livros” e criar um clube de leitura.

«Uma das vertentes do projeto “Chá com livros” é levar obras literárias às pessoas das freguesias do concelho de Vimioso. Os livros também são uma companhia e é importante que as pessoas não percam ou adquiram hábitos de leitura! Outra vertente do projeto é descobrir pessoas que têm talento para a escrita e gostassem de editar os seus trabalhos”, explicou.

Com esta atenção à produção literária, o município de Vimioso pretende valorizar e preservar o conhecimento das pessoas naturais do concelho.

A primeira sessão do projeto “Chá com livros” está agendada para o Dia Mundial do Livro (23 de abril), na aldeia de São Joanico.
Margaret Lima Brito cantou o poema “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto Carlos.

HA

Ambiente: 80% dos municípios com elevadas perdas de água

A associação ambientalista Zero informou que, em 2021, foram detectadas elevadas perdas de água, em 80% dos municípios, onde a água não faturada, representou perdas económicas de 347 milhões de euros.

Por ocasião do Dia Mundial da Água, que se assinala a 22 de março, a Zero defendeu que o regime de tarifas deverá “assegurar a tendencial recuperação dos custos com a prestação dos serviços, em respeito pelo princípio do utilizador pagador”.

Os dados foram obtidos a partir de uma análise ao Relatório Anual dos Serviços de Água e Resíduos de Portugal, de 2022 (relativo a 2021), da Entidade Reguladora da Água e dos Resíduos (ERSAR).

“Das 76 entidades gestoras, em baixa, com cobertura de gastos deficitária, 60 apresentaram também elevadas perdas de água (não faturada)”, destacou a Zero em comunicado.

A água não faturada representa toda a água que, depois de captada, tratada, transportada, armazenada e distribuída, não chega a ser faturada, quer pelas perdas reais, quer pelo uso autorizado ou não autorizado, sublinhou a organização.

A água não faturada tem rondado, ao longo da última década, 30% da água que entra no sistema, o que, em 2021, no serviço em baixa, correspondeu a 237 milhões de metros cúbicos, representando perdas económicas de cerca de 347 milhões de euros, tendo em conta o preço médio do serviço de abastecimento de água, especifica-se no documento.

Para a Zero, a sustentabilidade dos serviços fica comprometida com as perdas em causa.

Segundo a associação de defesa do ambiente, as entidades gestoras praticam “tarifas incapazes de garantir a cobertura integral dos gastos”. A maioria funciona em sistema de gestão direta pelos municípios, que “recorrem frequentemente aos orçamentos municipais para subsidiar os serviços de forma pouco transparente, desviando verbas que poderiam apoiar de forma mais eficaz o desenvolvimento económico dos territórios”, na opinião dos ambientalistas.

“Esta situação é agravada pelo limitado poder regulatório que a Entidade Reguladora possui em relação às tarifas aplicadas, traduzindo-se num incumprimento generalizado dos princípios do utilizador-pagador e do poluidor-pagador previstos na Lei de Bases da Política de Ambiente”, lê-se no comunicado.

“A recuperação dos gastos pelas entidades gestoras pela via tarifária e o consequente e significativo aumento das tarifas imputadas aos consumidores, é uma medida que a Zero vê como absolutamente necessária, pese embora tenha de ser aplicada com garantias da existência de tarifários que discriminem positivamente os cidadãos mais desfavorecidos e as entidades da economia social”, sustentou a organização.

Fonte: Lusa

Vila Flor: Aberto concurso para a maior barragem de regadio

O maior projeto de regadio de Vila Flor vai avançar para obra, com o lançamento do concurso público para a construção da barragem Redonda das Olgas, informou o presidente do município vilaflorense, Pedro Lima.

O anúncio do concurso público para a construção foi publicado em Diário da República, a 20 de março, com um valor final de 14 milhões de euros para aquele que é “o maior investimento no município de Vila Flor” financiado pelo Plano Nacional de Regadio.

A nova barragem materializa uma ambição com mais de meio século dos agricultores deste concelho do distrito de Bragança e será construída na freguesia de Freixiel, destinada a regadio para desenvolver a agricultura local, mas também como ponto de apoio ao combate de fogos florestais.

O projeto para a construção das infraestruturas hidráulicas será executado, segundo os termos do concurso público, em dois lotes, um relativo à barragem, que absorve mais de metade do investimento, e outro à rede de rega.

Denominado como aproveitamento hidroagrícola de Freixiel, este investimento destina-se a aumentar em 700 hectares a área de regadio do concelho que integra um dos vales mais férteis portugueses, o da Vilariça, junto com os municípios de Alfândega da Fé e Torre de Moncorvo.

O prazo para a execução do contrato é de 32 meses e os interessados têm 45 dias, a contar da data do anúncio, para apresentar propostas.

O presidente da Câmara de Vila Flor, Pedro Lima, acredita que “vai haver muito interesse” e que não faltarão concorrentes para a empreitada, que está convicto conseguir começar a executar “durante o verão”.

“Espero cumprir o cronograma à risca, com um ano e meio de execução, e inaugurar a barragem no final do primeiro trimestre de 2025”, afirmou.

Trata-se de “um projeto fundamental e estruturante para o concelho”, no qual o autarca social-democrata diz ter “orgulho” em participar, destacando “a visão” de quem “deixou as bases”, numa referência ao anterior executivo socialista.

O projeto foi aprovado, em 2018, no âmbito do Plano Nacional de Regadio, mas é uma ambição local há várias décadas nesta zona do Nordeste Transmontano que se destaca pelo potencial agrícola do Vale da Vilariça.

O regadio tem sido apontado como fundamental para o desenvolvimento do vale que ainda tem por concretizar infraestruturas projetadas há décadas pelo chamado “pai” da agricultura transmontana, o engenheiro Camilo Mendonça.

Para esta zona estão também previstos investimentos superiores a 10 milhões de euros no reforço do regadio existente e está a ser reclamada a construção de mais uma barragem.

O vale é servido pelas barragens que regam 1.500 hectares de olival, vinha, frutícolas e hortícolas de 554 agricultores, mas tem potencial para chegar aos 2.500 hectares e 800 beneficiários, segundo os responsáveis locais.

Fonte: Lusa

Horário: Relógios adiantam uma hora na madrugada de domingo

Na madrugada de domingo, dia 26 de março, os ponteiros do relógio vão ser adiantados 60 minutos, mudando assim para a hora de verão.

Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, os relógios deverão ser adiantados uma hora quando for 01:00, passando a ser 02:00.

Na Região Autónoma dos Açores, a alteração será feita às 00:00, mudando para a 01:00.

A hora legal voltará a mudar em 29 de outubro, para o regime de inverno.

O atual regime de mudança da hora é regulado por uma diretiva (lei comunitária) de 2000, que prevê que todos os anos os relógios sejam adiantados e atrasados uma hora no último domingo de março e no último domingo de outubro, marcando o início e o fim da hora de verão, recorda o Jornal Oficial da União Europeia.

O solstício do verão acontece a 21 de junho às 14:58.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Jovens podem apresentar candidaturas até 30 de março

Continuam abertas até 30 de março, as candidaturas ao Orçamento Participativo Jovem 2023, uma iniciativa do município de Miranda do Douro que visa incentivar os jovens mirandeses, a participar mais ativamente na governação do concelho, através da apresentação de ideias e projetos inovadores.

O Orçamento Participativo Jovem (OPJ) 2023 é uma iniciativa do município, realizada em conjunto com o Conselho Municipal de Juventude, que visa promover o empreendedorismo jovem e encetar o diálogo entre os jovens e os decisores autárquicos.
De acordo com o vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, esta iniciativa é um modo de promover o espírito empreendedor dos jovens no concelho, desafiando-os a apresentarem projetos inovadores, devidamente idealizados e estruturados, com interesse local.

“Habitualmente, quem apresenta candidaturas são as várias associações juvenis do concelho. No ano passado, por exemplo, os jovens mirandeses elegeram o projeto da Associação Recreativa e Juvenil de Miranda (ARJM), das bicicletas de água para o rio Fresno”, recordou.

Em outras edições do Orçamento Participativo Jovem (OPJ), foram eleitos projetos como as canoas para o cais fluvial dos Pisões, em Sendim; as bicicletas elétricas, também em Sendim: e o ginásio ao ar livre, em Miranda do Douro.

Aos projetos que apresentaram candidaturas e que não foram escolhidos, o autarca, Nuno Rodrigues dirigiu palavras de incentivo para que os jovens não desistam de ter ideias e conceber projetos que sejam uma mais valia para as suas localidades e por conseguinte, para o concelho de Miranda do Douro.

“No ano passado, a associação Caramonico, de Palaçoulo, apresentou um projeto interessante de um parque aventura, que não foi selecionado, mas que este ano pode ser o escolhido”, disse.

Segundo o regulamento do concurso do OPJ 2023, o custo dos projetos juvenis não pode exceder os 10.000€.

Os projetos podem incidir sobre as áreas de intervenção do município de Miranda do Douro, como são o urbanismo; a proteção ambiental e a energia; as infraestruturas rodoviárias, o trânsito e a mobilidade; o turismo, o comércio e o empreendedorismo jovem; a educação; a juventude; o desporto; a ação social; e a cultura.
O regulamento do OPJ 2023 informa ainda que são elegíveis candidaturas de jovens com idades entre os 14 e os 35 anos, residentes, estudantes ou trabalhadores no concelho.
Cada candidatura pode ser individual ou coletiva e cada jovem só pode apresentar/integrar uma candidatura.

Para submeter as candidaturas ao
Orçamento Participativo Jovem (OPJ) 2023 é necessário preencher o formulário de candidatura e entregá-lo no Balcão Único do Município de Miranda do Douro, até 30 de março de 2023.

HA

Miranda do Douro: Município vai registar o número e a antiguidade das Capas d’Honra Mirandesas

No próximo Domingo, dia 26 de março, Miranda do Douro vai voltar a celebrar a Exaltação da Capa d’Honras Mirandesa, numa cerimónia anual, em que o propósito é continuar a promover e valorizar esta peça de vestuário tradicional, tida como um dos símbolos identitários da Terra de Miranda.

Para a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, a cerimónia deste ano dedicada à Capa d’Honras Mirandesa tem ainda mais significado, dada a recente inscrição da arte de confecção desta indumentária, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial.

“Com a inscrição no património imaterial, a Capa de Honras Mirandesa é considerada uma das peças mais emblemáticas do vestuário tradicional de Portugal. Destaco, por isso, o papel das gentes da nossa região, que fizeram desta peça de vestuário uma das mais representativas marcas identitárias da Terra de Miranda”, justificou.

Para valorizar ainda mais a Capa d’Honras Mirandesa, na cerimónia do próximo Domingo, dia 26 de março, o município de Miranda do Douro vai iniciar o registo do número de capas d’honra existentes e anotar a sua antiguidade.

“Vamos fazer a inventariação de todas as capas d’ honra mirandesas que vão participar no desfile etnográfico. Simultaneamente, queremos recolher informações sobre as datas de confecção das capas, o nome dos artesãos, dos atuais proprietários, etc.”, adiantou.

Com o propósito de assegurar a preservação da arte de confeção da Capa d’Honras Mirandesa, Helena Barril, informou que estão a realizar um trabalho conjunto com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), no sentido de ministrar cursos de aprendizagem de manufaura desta peça de vestuário tradicional.

“Dada a urgência em salvaguardar este património cultural imaterial que é a Capa d’Honras Mirandesa, o município de Miranda do Douro, tudo fará para promover e proteger este legado”, disse.

A autarca de Miranda do Douro sublinhou que esta peça de vestuário remete para outras marcas identitárias da região, como são a pastorícia, a língua e as tradições.

“É por isso um elemento cultural agregador, que merece ser apoiado”, justificou.

O evento “Angrandecimiento de la Capa d’Honras Mirandesa”, agendado para o próximo Domingo, dia 26 de março, é uma das iniciativas do município de Miranda do Douro, para promover e dar maior visibilidade à capa d’honras.

Segundo o programa, a cerimónia vai iniciar-se às 9h00 de Domingo, com a concentração dos participantes na avenida Aranda del Duero. Aí reunidos, os cerca de 200 participantes esperados, poderão fazer a inscrição para o almoço (20€), na sede da freguesia de Miranda do Douro.




Às 10h00, vai iniciar-se o desfile etnográfico, com os participantes a envergar as capas d’honra, pelas ruas da zona histórica da cidade. Este desfile vai ser acompanhado com as atuações dos pauliteiros de Malhadas, do grupo de Danças Mistas de Prado Gatão, do Grupo de Gaiteiros da Póvoa e do Agrupamento Folclórico de Monteros e Monteras de Aliste (Espanha).

Às 11h00, toda a comitiva vai participar na Eucaristia Dominical, na Concatedral de Miranda do Douro. No decorrer da celebração religiosa, o grupo de gaiteiros da Póvoa vai interpretar o hino a Nossa Senhora “Miraculosa”. No ofertório, vão ser oferecidos pão e espigas, vinho e uvas, cestos de lá e burel e uma pomba branca. No final de celebração, o coro infantil da Escola Básica de Miranda do Douro, orientado pelo professor Paulo Meirinhos, vai oferecer um momento musical.

Após a missa, segue-se a sessão solene da Exaltação da Capa d’Honras Mirandesa, durante a qual vão ser proferidos vários discursos pelas autoridades locais.

A cerimónia na concatedral vai concluir-se no adro, com novas atuações dos grupos etnográficos convidados e com uma fotografia de grupo, com todos os participantes envergando as capas d’ Honra.

O encontro termina com o almoço no Restaurante Estalagem Santa Catarina, onde serão entregues a todos os participantes o diploma de participação, um folheto documental sobre a história da Capa d’Honras Mirandesa e uma oferta protocolar.

HA

Cultura: Jovens acreditam na sobrevivência do mirandês

A geração mais nova de Miranda do Douro acredita na sobrevivência da língua mirandesa e apela à salvaguarda deste idioma que pode estar perdido dentro de 20 anos, segundo um estudo da Universidade de Vigo.

No concelho de Miranda do Douro há gente jovem que se mostra apaixonada pela língua e pela cultura mirandesas. Alguns destes jovens sentem-se “mais livres” por falar mirandês e que dizem que “é fixe” aprendê-lo.

O mirandês, porém, está numa situação ”muito crítica”, devido ao abandono desta forma de falar por parte de entidades públicas e privadas, segundo as conclusões de um estudo elaborado pela Universidade de Vigo (UVigo), em Espanha, revelado no passado mês de fevereiro.

Lançado no terreno em 2020, o estudo estimou em cerca de 3.500 o número de pessoas que conhecem a língua, com cerca de 1.500 a usá-la regularmente, identificando uma rotura com este idioma, sobretudo nas gerações mais novas, através de uma “forte portugalização linguística”, assente em particular na profusão dos meios de comunicação nas últimas décadas, e na identificação do mirandês com a ruralidade e a pobreza locais.

O empresário Henrique Granjo, 30 anos, dirigente da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa, disse que o estudo recentemente apresentado “é real” e não se pode negar “esta ameaça”, mas ainda se vai a tempo de contrariar esta tendência que paira sobre o mirandês.

“Há gente jovem que se mostra apaixonada pela língua e cultura mirandesas. Há pessoas que regressam às origens e ainda vamos contrariar as tendências reveladas neste estudo. Para travar toda esta realidade será importante um forte investimento das entidades públicas na salvaguarda do idioma”, vincou o empresário e dirigente associativo.

Henrique Granjo refere ainda que, se houver investimento na salvaguarda da língua mirandesa nas próximas duas décadas, a situação poderá estar acautelada: “É importante investir em setores como a educação e cultura que são os patamares para a preservação do mirandês aos quais acrescem medidas concretas para dinamização do interior para assim contornar as indicações do estudo divulgado”.

Leonor Gomes e Leonor Martins são suas jovens estudantes de 10.º ano de escolaridade que mostram orgulho na sua cultura e na sua língua, por ser uma herança cultural dos seus antepassados, e sentem vaidade em falar mirandês, apesar de, por vezes, esta forma de comunicar não ser bem entendida por outros grupos de jovens de outras regiões do país.

“Ao falar mirandês sinto-me mais livre e mais rural. Sinto-me como se estivesse na pele dos meus avós e na tranquilidade de uma aldeia mirandesa”, confessou Leonor Gomes.

Leonor Martins, por seu lado, afiança que está habituada a que as pessoas com mais idade falem sempre em mirandês e por vezes “é fixe” também aprender a língua.

As duas jovens não demonstram dúvidas na perpetuação do mirandês e justificam que se trata de uma tradição que tem raízes num passado que faz parte de uma identidade cultural única.

“São as nossas origens, e não queremos perdê-las. É algo que nasceu connosco e faz parte da história dos nossos antepassados e da nossa terra, e temos receio que a língua mirandesa desapareça, porque cada vez mais o idioma não é falado no dia-a-dia”, argumentam as jovens estudantes, que também aprendem mirandês na escola.

Apesar de se identificarem com a língua mirandesa, o mais natural para estas duas jovens “é falar português”.

No reverso da medalha, estão os mais velhos e o abandono das aldeias. Se para os jovens, o mirandês ainda poderá ter salvação, para os mais velhos, embora a língua ainda faça parte do seu quotidiano, a condenação parece impor-se, com o desaparecimento de pessoas das aldeias raianas.

O despovoamento de localidades do concelho de Miranda do Douro como São Martinho, Cicouro, Constantim, Aldeia Nova e Ifanes, circunscreve o mirandês ao ambiente familiar e a conversas de circunstância entre amigos. E é essa a perspetiva dos seus habitantes.

É por estas paragens, na parte mais interior de Portugal, que o mirandês ainda vai mantendo alguma expressão, como reconhece Duarte Cristal, de 63 anos, residente em São Martinho, que sempre foi dizendo como esta língua faz parte do seu dia-a-dia, falada em ambiente familiar.

Para este habitante da raia mirandesa, um dos principais inimigos do mirandês é a baixa taxa de natalidade: “Se não houver novas gerações de falantes, a língua mirandesa poderá estar mesmo condenada” e não ter continuidade, “por causa do abandono das aldeias por pessoas que procuram a vida noutras paragens”.

Domingos Torrão, um octogenário de Cicouro, fez questão de responder em mirandês.

“Há cerca de duas décadas, o mirandês era bem aceite. Falávamos muito o mirandês aqui na raia. Agora, cada vez somos menos, e a este ritmo, e apesar de ser a segunda língua oficial em Portugal, o risco é iminente”, frisou este falante da língua mirandesa.

Para a Universidade de Vigo, a manter-se a situação, “a este ritmo é possível que o mirandês morra antes [dos próximos] 30 anos”, conservando-se apenas como “um latim litúrgico para celebrações”, sem ser “língua para viver a diário”, como se lê no estudo que ainda não tem data para apresentação oficial.

A língua mirandesa é uma língua oficial de Portugal desde 29 de janeiro de 1999, data em que foi publicada em Diário da República a lei que reconheceu oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.

Fonte: Lusa

Saúde: Má saúde oral causa doenças e cancros

Uma má saúde oral está diretamente relacionada com 23 doenças sistémicas, entre as quais a diabetes, a obesidade e a asma, e cinco tipos de cancro, revela uma investigação agora divulgada.

A conclusão faz parte do mais recente estudo “Uma revisão global da evidência que relaciona a saúde oral e as doenças sistémicas não transmissíveis”, publicado na Nature Communications pelo centro de investigação da Egas Moniz School of Health and Science e divulgado no Dia Mundial da Saúde Oral.

O relatório conclui que “uma saúde oral comprometida está diretamente relacionada com 23 doenças sistémicas e cinco tipos de cancro, nomeadamente o do pulmão, do pâncreas, da mama, da próstata, da cabeça e do pescoço.

Entre as doenças que podem surgir em pacientes que tenham uma má saúde oral surgem a diabetes, doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, reumáticas, inflamatória intestinal, e ainda, obesidade e asma, refere a Egas Moniz School of Health and Science em comunicado.

“Esta é a primeira investigação que, combinando toda a informação científica produzida mundialmente, demonstra existir associação entre a saúde oral e 28 patologias distintas, reforçando a importância que esta tem para a saúde em geral e justificando porque deve ser parte integrante do acompanhamento clínico”, salienta.

Segundo o investigador João Botelho, do Egas Moniz Center for Interdisciplinary Research, os resultados deste estudo coincidem com o Relatório Global de Saúde Oral da Organização Mundial de Saúde (OMS) 2022, que alerta para “a urgente necessidade de se incorporar definitivamente, não só cuidados de saúde oral, mas também a educação para a mesma nos sistemas de saúde”.

“Neste sentido, tendo por base a nossa investigação, pretendemos não só confirmar a correlação entre a saúde oral e outras patologias, mas também reforçar a importância do papel da medicina dentária como garantia da saúde em geral e da aposta na prevenção como complemento ao cuidado e tratamento”, sublinha João Botelho.

Para o investigador, esta questão é de “extrema importância” quando se verifica que “os cuidados de saúde oral, mesmo os básicos, não são acessíveis a todos”.

Segundo o Relatório Global da Saúde Oral da OMS, as doenças que afetam a cavidade oral são as mais comuns, afetando metade da população mundial.

Neste sentido, a investigação da Egas Moniz reforça a necessidade de prevenção de doenças sistémicas com impacto na qualidade de vida dos doentes, e estima que o número de doenças associadas à saúde oral negligenciada possa aumentar, consoante o número de estudos realizados.

Os investigadores alertam também para a prevalência destas patologias em Portugal, que atinge valores elevados quando comparada a outros países europeus.

Defendem ainda que medidas preventivas em saúde oral têm impacto económico, dando como exemplo que, só em 2018, a periodontite, doença que afeta as gengivas, causou uma perda económica na União Europeia estimada em 159 biliões de euros.

O Egas Moniz Center for Interdisciplinary Research tem atualmente 18 laboratórios totalmente equipados e de última geração, 80 membros integrados e mais de 100 colaboradores regulares.

Fonte: Lusa

Política: Presidente da República defende maior representação de jovens e imigrantes no poder político

O Presidente da República defendeu que é fundamental renovar os sistemas políticos, com a participação de jovens e que os imigrantes em Portugal também deveriam estar mais representados nos órgãos de poder político.

Marcelo Rebelo de Sousa emitiu estas declarações, no encerramento da conferência “Querer e crescer: acelerar o crescimento e Portugal”, iniciativa da associação Business Roundtable Portugal (BRP).

No seu discurso, o Presidente da República referiu, em tom crítico, que “os representantes dos migrantes em Portugal, que são 700 mil, não têm representação em praticamente nenhuma esfera significativa do poder”.

“Não existem, são clandestinos, mesmo quando têm dupla nacionalidade”, disse.

Segundo o chefe de Estado, a sub-representação dos imigrantes “é uma questão mental” que Portugal tem de ultrapassar, assim como a da participação política dos jovens.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que os jovens trazem “ideias de mais sociedade civil, de mais abertura, mais abertura internacional, mais abertura de ideias, mais abertura em termos económicos, sociais, culturais e políticos”, e contestou que se questione a sua capacidade para assumir cargos de responsabilidades.

“Os sistemas políticos fizeram-se com jovens. Todas as grandes vitórias da História de Portugal foram feitas com jovens, não com velhinhos. A democracia foi feita por quem tem vinte, no máximo trinta anos”, apontou.

Fonte: Lusa

Futsal: Mirandeses consolidaram a liderança no campeonato

No jogo grande da 14ª jornada do campeonato distrital de futsal, o líder, Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), venceu em casa, a Escola de Futsal Arnaldo Pereira, por 3-2, consolidando assim a liderança na competição, quando faltam quatro jornadas para o fim.

Nos minutos finais do jogo, o mirandês, Castro, confirmou a vitória do CDMD, ao apontar o terceiro golo.

O jogo realizado no serão de sexta-feira,, dia 17 de março, no pavilhão multiusos, em Miranda do Douro, foi um reencontro entre os recém-finalistas da taça distrital de futsal, pelo que havia muita expetativa para ver este novo confronto entre as duas equipas.

Os mirandeses entraram melhor no desafio e aos 7 minutos, Finha, chegou um pouco atrasado a um remate efetuado por Ricky, ao segundo poste da baliza adversária.

A equipa brigantina, da Escola de Futsal Arnaldo Pereira, respondeu com um remate que testou a atenção do guardião mirandês, Guilherme.

O primeiro golo do jogo (1-0) surgiu aos 15 minutos, por intermédio do mirandês, Finha, num bom trabalho individual, no meio dos defesas contrários, concluído com um remate rasteiro e colocado.
O mirandês, Finha, inaugurou o marcador, 1-0, aos 15 minutos de jogo.

Minutos depois, o mesmo Finha combinou bem com o companheiro de equipa, Castro, que efetuou um remate desviado para canto. Na conversão do pontapé de canto, Castro assistiu Finha e este bisou, ampliando a vantagem dos mirandeses para 2-0.

Até ao final da primeira parte, o jogo foi muito disputado por ambas as formações mas o resultado manteve-se inalterado.

No reatar da segunda parte do jogo, os mirandeses voltaram a imprimir mais intensidade no jogo e logo a abrir Diogo rematou por duas vezes obrigando o guarda-redes brigantino a aplicar-se.

À medida que o tempo ia decorrendo, os mirandeses optaram por defender a vantagem, dando a iniciativa ao adversário para sair em transições rápidas.

Numa desta transições, Ricky assistiu Diogo, mas o remate final foi interceptado por um defesa contrário.

Nos minutos finais do jogo, os brigantinos arriscaram jogar num 5 contra 4 e reduziram a desvantagem para 2-1, através de um remate rasteiro e colocado junto ao poste da baliza mirandesa.

Os brigantinos reduziram a desvantagem para 2-1, aos 36 minutos.

Ainda os visitantes estavam a festejar o golo, quando na jogada seguinte, o experiente, Castro, numa transição rápida, conduziu a bola com o pé direito e rematou com o esquerdo para o fundo da baliza contrária (3-1), repondo assim a diferença de dois golos.

No último minuto, Finha falhou por pouco o hat-trick, ao rematar ao poste da baliza brigantina.

Na resposta, a equipa adversária reduziu para 3-2, fixando assim o resultado final.

A vitória dos mirandeses premiou a solidez defensiva e a eficácia ao aproveitar as oportunidades de golo. Do outro lado, a equipa de Bragança demonstrou ter jogadores jovens, evoluídos tecnicamente, mas falta-lhes mais objetividade no ataque à baliza adversária.

Equipas:

Clube Desportivo de Miranda do Douro: Guilherme, Finha, Ricky, Diogo, Castro, Pina, Rúben, Diniz, Couto (cap.), André, Vitor Hugo, Ricardo, Gaby e Firmino.

Treinador: Paulo Gonçalves

“Neste novo confronto com a Escola de Futsal Arnaldo Pereira, ambas as equipas protagonizaram, mais uma vez, um excelente jogo de futsal. A equipa brigantina está recheada de jovens jogadores bem formados, técnica e taticamente. Mesmo em desvantagem a equipa adversária acreditou sempre e a jogar num 5 para 4, conseguiram reduzir a diferença no marcador. Quero dar os parabéns à minha equipa pela seriedade e a entreajuda que demonstraram ao longo de todo o jogo. Cumprimos mais um objetivo que era a vitória neste jogo” – Vitor Hugo

Escola de Futsal Arnaldo Pereira: Ferro, Arlindo, Hugo, Pinheiro, Alves, Rui, Mário, Neto, Branco, Diogo, Araújo e Dani.

Treinador: Manuel Rodrigues

“Foi um jogo bem disputado entre duas belas equipas. Na primeira parte não conseguimos ser acutilantes no ataque. Já na segunda parte, foi diferente, empurrámos mais o Miranda para o seu meio-campo. Conseguimos reduzir para 2-1, mas logo a seguir consentimos um novo golo aos mirandeses o que impediu a nossa aproximação. Relembro que somos uma equipa jovem, que está a evoluir e a adquirir experiência com os jogos” – Diogo Ferraz

Equipa de arbitragem:

1º Árbitro: Diogo Silva

2º Árbitro: Vitor Coelho

Cronometrista: Ricardo Sapage

14ª jornada – resultados

Alfandeguense5-3CSP Vila Flor
 GD Torre Dona Chama8-0GD Sendim
  CD Miranda Do Douro 3-2 EF Arnaldo Pereira (Bragança)
  Águia FC Vimioso 4-2ACRD Ala
Pioneiros Bragança2-2Sp. Moncorvo

Classificação

PJVEDGMGSDG
1CD Miranda Do Douro301410225631+25
2DD Torre Dona Chama29147335730+27
3 Sporting Moncorvo 23146534435+9
4EF Arnaldo Pereira22146445443+11
5 Águia FC Vimioso 201462549490
6GD Sendim19146174555-10
7 ACRD Ala 18 145 364342+1
8Pioneiros Bragança17145274150-9
9Alfandeguense121440103664-28
10CSP Vila Flor61320123557-22

15ª Jornada (24/ 03/ 2023)

EF Arnaldo Pereira (Bragança) vs Alfandeguense
  CSP Vila Flor vs GD Torre Dona Chama
  GD Sendim vs Pioneiros Bragança
  ACRD Ala vs Sporting Moncorvo
 Águia FC Vimiosovs CD Miranda Do Douro

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