Miranda do Douro: Lar de Nosso Senhor da Misericórdia voltou a celebrar a Festa de Natal
No dia 21 de dezembro, o Lar de Nosso Senhor da Misericórdia, em Miranda do Douro, voltou a celebrar a festa de Natal, com a Eucaristia e um almoço convívio para as pessoas idosas, os funcionários e a direção da instituição.
A festa de Natal, no Lar de Nosso Senhor da Misericórdia, em Miranda do Douro, começou com a Eucarisitia, celebrada às 11h00, na igreja da Misericórdia, onde o padre Manuel Marques interpelou os utentes e funcionários da SCMMD, com a questão: “Jesus nasceu. E veio salvar-nos do quê? Do pecado que é o egoísmo” – respondeu.
E para dizer não ao egoísmo, o pároco de Miranda do Douro recorreu ao Evangelho do dia e usou o exemplo da visita de Maria à sua prima, Santa Isabel, para explicar que o caminho é o serviço.
Por sua vez, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro (SCMMD), o engenheiro Manuel Rodrigo, mostrou-se feliz pela oportunidade de voltar a organizar as tradicionais festas de Natal nas várias valências da instituição.
“Nos dois anos anteriores não organizámos as festas de Natal, de modo a proteger as pessoas idosas do elevado risco de contágio do vírus covid-19. Felizmente, hoje, dia 21 de dezembro, voltamos a celebrar a festa de Natal, aqui, no Lar de Nosso Senhor da Misericórdia, em Miranda do Douro. Amanhã, dia 22 de dezembro, a festa é no lar, em Palaçoulço. E no dia 23 de dezembro, vamos celebrar o Natal, no lar de Duas Igrejas”, indicou.
Por sua vez, Sara Nobre, psicóloga, no lar de Nosso Senhor da Misericórdia, em Miranda do Douro, sublinhou a importância de voltar a celebrar o Natal, em comunidade.
“Ultrapassada a pandemia, as pessoas estão muito mais felizes por puder celebrar o Natal, em conjunto e liberdade! Nesta fase das suas vidas, as pessoas idosas valorizam muito a proximidade, o carinho e a alegria”, disse.
O utente na Unidade de Cuidados Continuados, Domingos Pires, natural de Paradela, expressou uma serena felicidade pela oportunidade de voltar a celebrar o Natal, época em que aprecia sobretudo a reunião familiar.
Para além dos três lares para pessoas idosas, a Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro (SCMMD) integra ainda a Unidade de Cuidados Continuados e um Jardim Infantil. Dois anos após a tomada de posse, o provedor da SCMMD, referiu-se à necessidade de construir um novo lar, em Miranda do Douro.
“Os lares de Duas Igrejas e de Palaçoulo têm ótimas condições. Mas o lar de Miranda do Douro, foi construído há 50 anos e não dispõe das condições ideais para o cuidado às pessoas idosas. Acresce a isso, a impossibilidade de fazer remodelações, dado que está construído dentro da zona histórica da cidade”, indicou.
Para dar uma resposta a este problema, a atual direção da SCMMD informou que efetuou uma candidatura ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), com o objetivo de construir um novo lar, denominado “Santa Catarina”, com capacidade para 80 utentes.
“Apresentámos uma candidatura para a construção do novo lar, mas recebemos dois indeferimentos, por motivos técnicos. Depois disso, apresentámos um recurso e estamos à espera da resposta da senhora ministra da Segurança Social”, disse.
Outro propósito da instituição é obter a licença do governo, para disponibilizar mais três vagas de cuidados continuados.
“Há dois anos que estamos a aguardar essa aprovação, por parte dos ministérios da Saúde, da Segurança Social e das Finanças. Dessa decisão depende a sustentabilidade desta valência, que atualmente provoca um prejuízo anual de 120 mil euros”, indicou.
Quando questionado sobre a recente aprovação da lei da eutanásia no parlamento, Manuel Rodrigo, defendeu que deveriam dar-se mais e melhores cuidados às pessoas, que vivem em grande sofrimento.
Sobre a lei aprovada no parlamento, o provedor da SCMMD, defendeu uma consulta em referendo.
“Ainda que os deputados sejam representantes do povo, numa questão tão importante como é o sofrimento, a vida e a morte, penso que não deveriam ser os deputados a legislar. Penso que deveria dar-se à população a possibilidade de se pronunciar num referendo”, concluiu.
HA