Vimioso: Serapicos é um paraíso para as borboletas

No dia 13 de agosto, foi inaugurada a Estação da Biodiversidade de Serapicos, no concelho de Vimioso, que consiste um percurso circular com cerca de 1,5 quilómetros, ao longo dos quais os visitantes poderão conhecer mais de perto os insetos e as plantas que aí vivem.

Ângela Cordeiro é bióloga, trabalha no município de Vimioso e deu a conhecer a nova Estação da Bioversidade de Serapicos.

Segundo Ângela Cordeiro, as Estações da Biodiversidade são percursos pedestres curtos, sinalizados no terreno através de painéis informativos sobre as riquezas biológicas a observar pelos visitantes.

“Cada estação está localizada num local de elevada riqueza biológica e paisagística. Os painéis funcionam como uma espécie de guia de campo e fazem referência a espécies emblemáticas e comuns. É dado particular destaque aos insetos e plantas, que são a base para a conservação dos ecossistemas terrestres”, explicou.


Na recém-inaugurada Estação da Biodiversidade de Serapicos, o destaque vai para a existência de borboletas, libelinhas, libélulas, abelhas e outros insetos.

“Por indicação do TAGIS – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, em Serapicos há determinadas espécies de borboletas que, pela sua raridade, são alvo de interesse científico”, disse.

Na perspectiva da bióloga do município de Vimioso, a estação da biodiversidade de Serapicos reúne condições excecionais para a preservação de cerca de 70 espécies de borboletas.

“Serapicos é um local especial, onde vivem espécies de borboletas que não existem em nenhum outro local do país. E isso é uma mais-valia para o nosso território, pois desperta o interesse e motiva a visita das pessoas”, concluiu.

A nova Estação de Biodiversidade de Serapicos vem enriquecer o programa de atividades do PINTA – Parque Ibérico de Aventura e Natureza.

“Através do PINTA vamos organizar saídas de campo para a nova estação de biodiversidade, com o objetivo de atrair a visita de publico e de turistas. No entanto, também é importante dizer, que qualquer pessoa, individualmente, pode ir conhecer a estação, fazendo uso dos painéis informativos e da aplicação informática”, adiantou.

Ângela Cordeiro explicou que no painel inicial da Estação da Biodiversidade existe um QR code de uma aplicação informática, onde os visitantes poderão descarregar as fotografias dos insetos e das plantas vistos no decorrer da visita.

“Essas fotografias poderão ajudar na investigação dos biólogos. As fotos dessas espécies vão ser identificadas por especialistas da plataforma BioDiversity4All”, explicou.

A técnica do município de Vimioso acrescentou que o estudo da biodiversidade é muito importante, pois permite conhecer as mudanças ambientais ocorridas num determinado local.

“A estação de biodiversidade vai permitir-nos acompanhar e aferir que mudanças biológicas estão a ocorrer em Serapicos. Vai ser possível verificar se há declínio das espécies e investigar as possíveis causas desse declínio”, explicou.

Ângela Cordeiro referiu ainda que os insetos são bons “bioindicadores”, pois são muito sensíveis às mudanças operadas no seu habitat natural.

“Ao conhecer a evolução das espécies na estação da biodiversidade de Serapicos, estaremos também capazes de tomar medidas para defender e preservar a biodiversidade aí existente”, sublinhou.

A Estação da Biodiversidade de Serapicos resultou de uma candidatura do município de Vimioso, ao programa Norte 2020.

De acordo com a bióloga, a recém inaugurada estação de Biodiversidade, em Serapicos, passa a integrar a rede de Estações da Biodiverdidade existentes em Portugal.

Recorde-se que as estações da Biodiversidade começaram a ser implementadas em Portugal, em 2010, e a primeira estação da biodiversidade foi a de Carrazedo, localizada na Serra da Nogueira, no concelho de Bragança.

HA

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