Vimioso: Jovens voluntários dão vida à aldeia de Uva

De 23 de abril a 9 de maio, a organização ambiental Palombar está a realizar um novo campo de trabalho com a participação de jovens voluntários, portugueses e estrangeiros, que ao longo de 15 dias vão restaurar um pombal tradicional, na aldeia de Uva, no concelho de Vimioso.

O 60.º Campo de Trabalho Voluntário Internacional conta com a participação jovens voluntários portugueses, franceses e croatas.

De acordo com a organização ambiental Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, o campo de trabalho que está a decorrer em Uva, conta com a participação de 15 jovens voluntários: cinco portugueses, cinco franceses e cinco croatas.

Segundo Violeta Vilaça, administrativa da Palombar, o acolhimento de jovens voluntários na aldeia de Uva tem sido uma experiência gratificante para todos os intervenientes: os voluntários, a população local e também para os técnicos da Palombar.

“O mais gratificante é possibilitar o convívio entre estes jovens voluntários e a população envelhecida de Uva. E simultaneamente, estamos a contribuir para a recuperação do património da aldeia. Recordo que ao longo dos anos já realizámos trabalhos de arqueologia, recuperação de pombais e reconstrução de muros de pedra seca” – Violeta Vilaça.

No decorrer do campo de trabalho que decorre até 9 de maio, os jovens vão ajudar a reconstruir um pombal tradicional e muros de pedra, através das técnicas tradicionais.

“Na recuperação dos pombais, as técnicas utilizadas são a aplicação de argamassa, de cal, bem como a construção de muros em pedra seca”, especificou Sara Freire, técnica ambiental da Palombar, que acrescentou que a participação nestes campos de trabalho é uma oportunidade para os jovens exercerem o voluntariado, desenvolverem práticas de solidariedade e adquirirem conhecimentos na conservação da natureza e do património rural.

“Outra dimensão muito importante destes campos de trabalho é o convívio que se estabelece entre os jovens voluntários e a comunidade local” – Sara Freire.

Perguntámos à senhora Ana Maria, natural de Uva e com a bonita idade de 90 anos, a sua opinião sobre a presença dos jovens na aldeia.

“Gosto muito de ver os jovens em Uva! Quem nos dera que estivessem sempre! Para nós, os velhos, a sua presença é uma novidade e uma alegria!”, disse.

Sobre o dia-a-dia dos voluntários, Sara Freire, informou que a acordam diariamente às 7h00 da manhã.

“Depois do pequeno almoço, o trabalho inicia-se às 8h00 e decorre até às 13h00. Após o almoço, a tarde é dedicada a atividades de lazer”, informou.

Outro dos objetivos na estadia dos jovens voluntários em Uva é dar-lhes oportunidades de conhecer a região, a cultura local, a biodiversidade, as tradições e os ofícios ancestrais.

“ Logo no primeiro dia, fomos visitar a Casa da Cultura, em Vimioso. Conheceram também o projeto vinícola Menina d’Uva. E amanhã vamos aprender a fazer pão, num forno familiar aqui na aldeia”, adiantou.

Segundo a Palombar, estão ainda previstas visitas a uma tecedeira e a um artesão de navalhas, para conhecer os ofícios locais.

Luigi Totsi, é italiano, foi voluntário e agora desempenha a função de mestre de obras da Palombar. Atualmente, é o responsável pela recuperação do pombal tradicional, que precisa de um telhado novo e do reboco exterior.

“Apaixonei-me por esta terra lindíssima, onde há tanto para fazer! Gosto muito da população local de Uva, em especial das pessoas mais velhas que são muito solidárias e generosas”, disse.

Uma das jovens voluntárias que está a participar no campo de trabalho, em Uva, é Maja Flajsig. Esta jovem croata tem 27 anos e veio de Zagreb. Diz que a razão da sua vinda para Portugal se deve às boas relações entre a Palombar e a associação croata Dragodid.

“Estou a gostar muito de estar em Uva. A integração no grupo de voluntários está a ser perfeita e estou maravilhada com o acolhimento da população local”, disse.

De França, veio o jovem Florian Chabridon, de 29 anos, natural de Rennes. O voluntário francês justificou a sua vinda devido ao interesse em aprender as técnicas de recuperação do património rural.

“Queria conhecer outros países e decidi inscrever-me neste campo de trabalho para aprender mais sobre a recuperação do património rural. A integração no grupo de voluntários está a decorrer bem e a língua não é obstáculo à comunicação entre nós” – Florian Chabridon.

Por sua vez, o jovem português Diogo Vilaverde, natural de Abrantes, informou que veio para o campo de trabalho, com os propósitos de criar relações e partilhar experiências com jovens de outras culturas. Sobre a estadia em Uva disse:

“O nordeste transmontano é uma região muito rica em biodiversidade e no património rural. A população local é muito acolhedora e a integração no grupo está a decorrer bem”.

De acordo com a Palombar, este é o primeiro campo de trabalho em 2022 e insere-se no projeto “Hands on – Volunteering teams for Rural and Natural Heritage” e resulta da colaboração com a associação croata Dragodid e a associação Union Rempart, de França.

“O nordeste transmontano é uma região muito rica em biodiversidade e no património rural. A população local é muito acolhedora e a integração no grupo está a decorrer bem” – Diogo Vilaverde.

À semelhança das anteriores edições, este campo de trabalho Voluntário Internacional conta com o apoio institucional do Município de Vimioso e da União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva.

Para os meses de julho e agosto, a Palombar têm programados mais dois campos de trabalho, dedicados à reconstrução de currais e à conservação da natureza.

HA

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