Sociedade: «Educação e a formação» são ferramentas para combater a pobreza – Academia de Líderes Ubuntu
Capacitação de jovens líderes capazes de fazer a diferença nas suas comunidades alcançou em 10 anos 22 mil pessoas
Rui Nunes da Silva, diretor do Instituto Padre António Vieira (IPAV), afirmou a educação como ferramenta para a erradicação da pobreza e indicou a formação na Academia de Líderes Ubuntu (ALU) como exemplo de capacitação dos participantes.
“A educação e a formação são ferramentas com o desígnio de erradicar a pobreza. A rede, a comunidade que se cria na Academia, a interligação, a ideia de interdependência é uma fonte de riqueza muito grande, porque as pessoas são verdadeiramente solidárias umas com as outras: sofrem e alegram-se em partilha”, reconheceu o responsável em entrevista à Agência ECCLESIA.
Há 12 anos que a ALU desenvolve formação, inicialmente destinada a jovens líderes de comunidades, assente em cinco pilares – autoconhecimento, a confiança, a resiliência, a empatia e o serviço – como ferramentas que para o desenvolvimento de “competências singulares e coletivas”.
O projeto, nascido em Portugal pelas mãos do IPAV, “não estava todo construído”, esclarece Rui Nunes da Silva, mas ganhou com o contributo de realidades dos mais de 22 mil participantes que até ao momento passaram pela formação.
“Quando iniciamos fizemo-lo com comunidade de descendentes de migrantes na região da grande Lisboa, juntamente com a Fundação Calouste Gulbenkien, para trabalharmos com jovens líderes destas comunidades, para lhes dar uma capacitação humanista que fosse capaz de trazer notícias positivas nos seus contextos e capaz de transformar as capacidades para liderança ao serviço das comunidades”, esclarece.
De um projeto dirigido a jovens, a ALU está hoje presente em18 países, em quatro continentes, sendo hoje constituída por uma rede alargada dirigida também a escolas.
Inês Albergaria, que frequentou a ALU na 7ªa edição, trabalha hoje no projeto Escolas Ubuntu e dá conta do “privilégio” de oferecer o programa de formação a jovens muito diferentes.
“Semana após semana, acompanhamos o modelo Ubuntu, um pouco diferente, em diversas escolas e contextos, permitindo que jovens e adolescentes a partir dos 13 anos se conheçam e encontrem respostas para si e para o sue lugar na sociedade”, conta.
Recordando a sua experiência na ALU, Inês Albergaria destaca um processo de autoconhecimento que realizou e lhe permitiu “encontrar respostas que não encontrava em outros locais”.
“Não sei se esta viagem de autoconhecimento começou na Academia mas deu-me estrutura para encontrar respostas que não encontrava em outros locais, e não terminou – segue connosco – mas ajudou-me a encontrar, e naquela altura que era uma das minhas grande dúvidas, algum propósito, o que quero e vou fazer com a minha vida”, acrescenta.
Tcherno Baldé fez o percurso da academia em 2017 e reconhece que a formação o ajudou na “construção da narrativa pessoal”, procurando dar significado “a momentos negativos e desafiantes”, lhe deu ferramentas que hoje utiliza no associativismo e ativismo social e político.
Rui Nunes da Silva fala sobre o papel inspirador que cada jovem participante assume no contacto com a sua comunidade.
A Academia de Líderes Ubuntu entregou este ano, pela primeira vez, o prémio António Brandão Vasconcelos, este ano a Fatu Banora, com o objetivo de apoiar anualmente um jovem, proveniente da academia, que pudesse prosseguir os estudos.
Fonte: Ecclesia