Política: Berta Nunes e Bruno Veloso são candidatos à federação do PS Bragança

A deputada Berta Nunes e o antigo dirigente socialista Bruno Veloso formalizaram as suas candidaturas  para as eleições da federação distrital do PS, que vão decorrer a 4 de novembro.

Berta Nunes é médica de profissão e está prestes a fazer 67 anos. Ela é um dos rostos do PS na região de Bragança, enquanto militante e dirigente local. Vai concorrer às eleições marcadas para 4 de novembro, para escolher o sucessor de Jorge Gomes, atual presidente da federação a cumprir o último mandato.

A candidata afirmou que tem “uma expectativa muito positiva” de poder ganhar estas eleições tendo em conta que recolheu “mais de 500 assinaturas de propositura”, num universo de cerca de mil militantes com as quotas em dias, que podem participar neste ato eleitoral interno do partido.

Berta Nunes afirmou que conta, também, com o apoio da “grande maioria dos atuais presidentes de câmara” do PS no distrito de Bragança, o que considerou que “é bastante confortável e positivo”.

A socialista já foi diretora da extinta sub-região de saúde de Bragança e presidente da Câmara de Alfândega da Fé, cargo que deixou antes de terminar o terceiro e último mandato para integrar as listas do PS à Assembleia da República, nas legislativas de 2019.

Fez parte do Governo de António Costa como secretária de Estado das Comunidades e, nas legislativas de 2022, foi eleita deputada pelo círculo eleitoral de Bragança, lugar que ocupa atualmente.

O que a leva a candidatar-se à federação do PS “é a disponibilidade atual e vontade de trabalhar com os militantes do Partido Socialista em projetos que sejam uma alternativa positiva para os vários concelhos e para a região”.

Berta Nunes diz que a candidatura que protagoniza “tem muito jovens, tem muita gente motivada para fazer mais e melhor e, por isso, é uma candidatura de renovação, que pretende fazer melhor, trabalhar mais com os militantes, mais proximidade, que haja mais debate interno” para em conjunto definir as prioridades a “defender junto do partido, do Governo e também como deputada na Assembleia da República”.

Os desafios atuais da região estão expressos na moção global que apresentou em português e em mirandês, a segunda língua oficial de Portugal, que consta também do documento no tema dedicado à Cultura.

A candidata justificou a iniciativa com a aposta “em fazer um trabalho de valorização da língua mirandesa porque foi assinada por Portugal no Conselho da Europa a carta das línguas regionais e minoritárias, que agora é preciso ratificar”.

“E nós estamos a acompanhar esse processo que clarifica os compromissos do Governo português em relação às línguas regionais e minoritárias e que é um ponto que nós consideramos importante e, por isso, apresentamos também a nossa moção em mirandês”, declarou.

Na moção estratégica global, Berta Nunes deixa ainda expresso “o apoio ao referendo da regionalização”, que acredita ser uma “reforma que falta fazer e que é muito importante para o desenvolvimento coeso de todo o território nacional”.

As conquistas autárquicas estão também nos horizontes da candidata numa região onde o PS já teve, na década de 1990, dez das 12 câmaras do distrito de Bragança e atualmente tem cinco.

Berta Nunes quer trabalhar com as concelhias e eleitos locais do PS para que o partido cresça e com especial atenção aos três concelhos, todos dominados pelo PSD, onde vai haver transição porque os atuais presidentes atingem o limite de mandatos.

“É um trabalho de base que é importante fazer, desde já porque não se constroem alternativas alguns meses antes das eleições”, considerou.

Também o antigo dirigente da Juventude Socialista (JS) de Bragança Bruno Veloso é candidato à federação distrital do PS, com uma moção para “revitalizar” o partido e a promessa de uma “nova forma de fazer política”.

Além da ligação às estruturas regionais da Juventude Socialista, Bruno Veloso foi deputado na Assembleia da República e na Assembleia Municipal de Bragança, e há seis anos que está afastado das lides partidárias.

Aos 44 anos, o engenheiro, que é administrador na ADENE – Agência para a Energia, formalizou a candidatura às eleições para a federação distrital do PS, a decorrer a 04 de novembro, com “aproximadamente 500 assinaturas”, um número idêntico ao da adversária Berta Nunes, e que corresponde a cerca de metade dos militantes votantes na região, que ronda os mil.

O candidato considerou que tem acontecido ao PS regional o mesmo que ao distrito de Bragança, “com uma população envelhecida e uma perda populacional” e, por isso, defende que “é importante que os partidos se saibam renovar, que tenham novos rostos e novos protagonistas”.

Para o candidato, a federação distrital não pode cingir-se “àquilo que são os programas do Governo”, tem que “exigir a um Governo socialista mais e mais”.

“É necessário olhar para o interior do interior, como é o caso do distrito de Bragança, e ter uma voz politicamente ativa e, acima de tudo, termos peso político para conseguirmos muito mais”, salientou.

A moção do candidato aborda, entre várias temáticas, a descentralização como um processo que “tem naturalmente que prever aquilo que são as necessidades dos cidadãos”.

“O distrito de Bragança é dos poucos que não tem uma loja do cidadão, é um mecanismo simples, é algo que é necessário e não sei porque é que não existe. Às vezes nas ideias mais simples estão grandes soluções para os problemas dos cidadãos”, apontou.

Bruno Veloso continua a defender a regionalização, mas alerta que o processo não pode cingir-se apenas ao referendo, defendendo a necessidade de um debate alargado de que saia um modelo em que a sociedade se reveja.

Potenciar a relação da região de Bragança com Espanha é outra proposta do candidato, que salienta “a necessidade urgente de forçar os espanhóis a fazer” os cerca de cem quilómetros de autoestrada que faltam entre Zamora e a fronteira com Portugal, em Quintanilha.

Na área da saúde, reclama mais valências e a resolução da falta de médicos de família devido à reforma dos clínicos.

Defende ainda a criação de “uma verdadeira marca para Trás-os-Montes” e a certificação da mesma para “vender e criar valor aos produtos regionais”.

O candidato diz que “todos os militantes têm a sua importância e não nomeia apoios e acredita que o partido tem condições para crescer nas eleições autárquicas, num distrito onde já teve 10 das 12 câmaras municipais e agora tem cinco.

Fonte: Lusa

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