Pecuária: DGAV contabiliza 450 bovinos infetados por doença hemorrágica epizoótica
A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) registou até ao momento 188 explorações pecuárias a nível nacional, onde há animais com sintomas da Doença Hemorrágica Epizoótica (DHE), num total de 450 bovinos infetados num universo de 27.000 animais.
“Nestas explorações afetadas, encontram-se presentes cerca de 27.300 bovinos no total, mas destes apenas 450 animais apresentaram sinais clínicos compatíveis com a doença. Em termos de números da mortalidade há o registo de apenas 15 bovinos, devido à doença”, indicou a DGAV.
De acordo com esta Direção Geral, os dados nacionais “são dinâmicos, uma vez que sendo uma doença transmitida por vetores (insetos do género Culicoides) vão sendo notificados focos à DGAV diariamente, registam-se ao dia de hoje 188 explorações notificadas com animais com sinais clínicos, a nível nacional (só notificada no território continental) ”.
“A cada novo concelho onde surge a doença promove-se a recolha de amostras para confirmação laboratorial”, indicou a DGAV.
“Apesar de existir uma taxa de morbilidade das explorações afetadas inferior a 10%, a taxa de mortalidade verificada é inferior a 1% “, indica o mesmo esclarecimento.
A DGAV acrescenta ainda que tem vindo a tomar um conjunto de medidas desde o aparecimento de um foco de doença em Espanha (Badajoz) no final de novembro de 2022.
“Neste momento todo o território continental está afetado pelas restrições associadas a esta doença”, vinca.
Sempre que se confirma um foco de doença, é definido pela DGAV um raio de 150 quilómetros em volta deste e foram criadas regras aplicáveis à circulação animal e à desinsetização dos animais e dos veículos.
“Têm sido atualizados os editais à medida que são alteradas as áreas, e efetuadas reuniões com os médicos veterinários e associações do setor, de forma a expor e atualizar as medidas a tomar”, esclarece.
A DGAV apenas declara as notificações que chegam de forma oficial, estando os produtores e médicos veterinários legalmente obrigados a declarar a suspeita desta doença.
Nesta doença, os focos correspondem a explorações onde um médico veterinário reconheceu clinicamente esta doença, tendo já sido confirmado laboratorialmente pelo menos um caso no mesmo concelho.
Os dados detetados ao momento no distrito de Bragança indicam a existência de 42 explorações afetadas, nas quais se contabiliza a presença de 1768 bovinos. Destes, 193 apresentaram sinais clínicos e 11 morreram da doença.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, disse discordar da estimativa de 33 casos de morte por DHE, na região transmontana, avançados então pela Direção Geral de Veterinária (DGAV), afirmando que são “bem mais”.
“Não posso acreditar nos dados avançados pela Direção-Geral de Veterinária, porque não correspondem à realidade vivida nas explorações do meu concelho”, afirmou Nuno Rodrigues.
O autarca disse ainda acreditar que atualmente os números de animais de raça bovina mortos com DHE são “bem mais” e podem mesmo ultrapassar a meia centena, só no concelho de Miranda do Douro.
Fonte: Lusa